Edição LXXXV (Terça Livre, Revista Esmeril 47, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LXXXV

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco nas áreas majoritariamente cultural e comportamental, publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
 


ANTES DE MAIS NADA, ESSA É A BANDEIRA QUE EU DEFENDO:
ESSE É O PAÍS QUE EU QUERO!





A Brasil Paralelo em parceria com o Grupo Paris Filmes que recentemente comprou os direitos para exibir a série "The Chosen" da Angel Studios está lançando nos cinemas de todo país seu primeiro filme dramático, "Oficina do Diabo". Trata-se de uma obra baseada no livro "Cartas de um diabo a seu aprendiz", de C. S. Lewis, famoso autor das "Crônicas de Narnia". O livro de Lewis é como se fosse um 'Catecismo ao contrário', mostrando ao leitor como o diabo pensa para que possamos evitar sua influência. O Tempo de Leitura te convida a em breve conferir a obra cinematográfica que todos esperamos que seja importante e um grande marco na história do cinema brasileiro e na trajetória da BP.

REVISTA ESMERIL 47

O último profeta (Leônidas Pellegrini)

Dogmas, dogmatismo e o papa Francisco (Oswaldo Viana Jr.)





Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA


Minhas redes:
    


04 de Setembro de 2023
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👆 MEMÓRIA: REVISTA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 54 da Revista Terça Livre, de 21 de Julho de 2020.
O novo site do Terça Livre está de volta, e com ele, todos os cursos e todas as edições da Revista Terça Livre desde o seu início. acessem:
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Escolham um plano e tenham acesso a todo o conteúdo. Os valores estão em dólares.



INTERNACIONAL


👆 Partido Comunista Chinês amplia domínio da mídia global
(por Rayla Alves)

PCCh investe bilhões de dólares para manipular narrativas e comprar o apoio da imprensa internacional

O Partido Comunista Chinês (PCCh) já investiu mais de US$ 6 bilhões em propagandas publicitárias externas a fim de espalhar seu projeto de poder pelo ocidente e instalar sua ideologia totalitária no mundo. A invisível guerra de (des) informação travada pelo país asiático há mais de uma década conta com o apoio de parte da imprensa internacional. Sem o uso da força e de bombas, como acontecia no passado, a China desenvolveu uma forma de manipular narrativas, que muitas vezes são aceitas de forma inconsciente. O documentário “Manipulating America - The Chineses Communist Playbook” explica em detalhes essa estratégia do Partido Comunista Chinês, que faz parte de um plano para dominar o planeta.

A estratégia de se conectar com o mundo começou a ser montada pela China em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim. Ansiosos para melhorar a imagem do regime comunista na comunidade internacional, o Partido Comunista Chinês queria mostrar que poderia celebrar um evento perfeito. Entretanto, aqueles que se opuseram aos jogos foram silenciados e torturados pela ditadura. Manifestações contra as Olimpíadas e pedidos de boicote aos jogos ocorreram em várias partes do mundo. No mesmo período, após sentirem-se constrangidos, membros do PCCh perceberam que o “incidente” só aconteceu porque a sua mensagem não estava sendo ouvida o suficiente fora da China. Ou seja, precisa de uma voz maior.

O documentário ainda diz que a crise financeira internacional ocorrida no mesmo ano das Olimpíadas facilitou o plano chinês de expandir-se fora da Ásia. À época, muitos países foram socorridos pelos asiáticos, que eram considerados o motor da crise. O cenário elevou a confiança do partido, que naquele momento enxergou uma oportunidade de evoluir seu poder no exterior e estabelecer uma ordem comunista, de acordo com a vontade do regime. Cientes de que não poderiam vencer os Estados Unidos pelo poderio militar, a China resolveu adotar o método da guerra de informação, que é muito mais sutil, além de existirem diferentes modalidades para atingir o oponente.

Disposto a avançar nessa campanha global, a Agência Xinhua, empresa oficial do partido comunista Chinês e presidida por Cai Mingzhao, que já foi diretor-adjunto do departamento de propaganda do PCCh, alugou, em 2010, escritórios na Time Square, que será sua sede na América do Norte pelos próximos 20 anos. No ano seguinte, a agência alugou a tela de publicidade altamente visível e começou a reproduzir vídeos de propaganda. O contrato de longo prazo com a Time Square por um espaço publicitário de destaque é estimado entre US$ 300 mil a US$ 400 mil por mês. O outdoor é chamado pelo PCCh de “tela da China” como símbolo de grande campanha e propaganda internacional.

Outro porta voz do regime comunista chinês é o China Daily, que entrou na vida dos americanos de uma maneira ainda mais insidiosa. Segundo o documentário, o jornal é controlado pelo PCCh e deixado na porta das pessoas, mostrando o quão avançado e poderoso é o Estado chinês. O China Daily está inserido num suplemento de várias páginas como anúncio pago nos principais jornais dos Estados Unidos, incluindo o The Washington Post e The Wall Street Journal. Documentos do Departamento de Justiça dos EUA mostram que num período de três anos, a partir de novembro de 2016, o China Daily pagou mais de US$ 4,6 milhões ao Washington Post e quase US$ 6 milhões para o Wall Street Journal.

O Partido Comunista Chinês entende que os políticos do ocidente, diferente dos políticos de lá, devem ser sensíveis à opinião pública até certo ponto, e vem aumentando sua influência nesses outros meios de comunicação. Tentando mudar a narrativa sobre a China, os anúncios descrevem o PCCh como um regime aberto e civilizado, e afirmam que as pessoas sob o domínio do partido desfrutam de prosperidade econômica e liberdade, e que o mercado chinês tem muita oportunidade de negócio. Quem conhece a China de perto sabe muito bem que isso não passa de falácia. A população do país asiático é comandada e vigiada pelo regime com mão de ferro.

Parceria da China com canais de comunicação no Brasil

A China já começou a expandir seus tentáculos no Brasil. A ambição dos chineses de conquistar a confiança do povo recebe o apoio de grandes veículos de comunicação e de boa parte da velha política. Assim como já acontece nos EUA, a China pretende invadir os meios de comunicação através de montanhas de dinheiro. Afinal, as terras brasileiras são estratégicas para a propagação dos ideais comunistas em toda a América Latina. Estranhamente, as ações do Partido Comunista Chinês quase não são questionadas pelos governantes e tampouco pela mídia. Por aqui, ao que parece, a ditadura é vista com bons olhos pela grande imprensa, que trata a situação do povo chinês como a mais normal possível. A velha imprensa vende a narrativa de que a interferência chinesa em setores estratégicos é positiva para o crescimento do país.

Em novembro de 2019, os chineses firmaram grandes contrato com a mídia brasileira. O Grupo Bandeirantes e a empresa China Media Group fecharam acordo de cooperação “com o objetivo de promover o desenvolvimento das relações entre os dois países”. O contrato prevê produções conjuntas e compartilhamento de conteúdo entre os dois países. João Carlos Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, destacou que a parceria comercial é uma aliança muito interessante. “Agora temos a oportunidade de mostrar para os chineses quem somos no dia a dia e conhecer a produção deles diariamente também. É uma aliança muito interessante. Assisti alguns programas e fiquei impressionado. Temos muita coisa para fazer e muito entrosamento”, disse.

Segundo o presidente da emissora, a China está mostrando um novo jeito de se relacionar, fazendo os povos crescerem através de seus investimentos e de melhoria. “Acho que essa é uma área de diplomacia e investimento estratégico. As equipes estão cada vez mais entrosadas, o que nos ajuda a produzir mais conteúdos juntos. Temos um mundo de coisas acontecendo entre o Brasil e China, e vamos mais além”, afirmou.

O presidente da China Media Group, Shen Haixiong, deixou claro o interesse de investir cada vez mais no Brasil. “Para nós, tudo é muito novo e já sentimos a cordialidade do povo brasileiro ao chegar em São Paulo. O Brasil não é uma terra desconhecida por nós. Somos um povo que nos respeitamos de forma mútua. O documentário Mundo China, por exemplo, já foi traduzido para inglês, espanhol, italiano e japonês, e esperamos que o lançamento na versão em português possa ajudar o povo brasileiro a conhecer melhor nosso país. A prioridade do Brasil é a economia e a geração de mais empregos, e temos muitos pontos em comum nesse sentido. Vamos trabalhar juntos para que possamos nos conhecer melhor e explorar melhor nossas culturas”.

De acordo com o jornal da Band, além da troca de conteúdo, as empresas pretendem realizar coberturas jornalísticas em conjunto, bem como intercâmbio de tecnologias de rádio e televisão. Alinhado ao governo chinês, o governador João Doria (PSDB) esteve presente no evento. O tucano aproveitou a oportunidade para mostrar sua devoção aos chineses. Antes de entregar seu primeiro - e provavelmente último – mandato, o fetiche de Doria é tornar São Paulo, maior estado do país, um quintal da China. Ele ainda se gabou de abrir o estado aos comunistas.

“A Band, como sempre, está dando um passo à frente no seu tempo. Quando você conhece melhor um país e seu povo, acaba produzindo mais negócios e mais oportunidades. A China tem mais de 200 empresas em São Paulo, 302 mil chineses vivem aqui. Ou seja, é o estado que concentra os maiores investimentos e a maior população chinesa no Brasil. Não tenho dúvidas de que esse acordo vai promover mais oportunidades para a visualização do que acontece na China pelos telespectadores e ouvintes do Grupo Bandeirantes. Isso vai incrementar o movimento de negócios, cultura e turismo no país”, explanou. Para Doria, os chineses terão a oportunidade de conhecer melhor o que acontece no Brasil. Talvez o tucano esteja se referindo à liberdade que ainda se respira no país, totalmente desconhecida pelo povo chinês há mais de cinco décadas.

Conforme informações do site da emissora, uma das atrações que já estreou recentemente nos canais BandNews foi a série – pasme - “Frases Clássicas Citadas pelo Presidente Xi Jinping”. O conteúdo foi ancorado pelo embaixador Sérgio Amaral.

Coincidência ou não, após o início da parceria houve uma mudança repentina de postura da Band em relação às ações do governo Bolsonaro. Um episódio que chamou bastante a atenção do público foi a demissão imediata do jornalista Luís Ernesto Lacombe, após o programa Aqui na Band levar para o palco uma pauta sobre o conservadorismo, no qual estiveram presentes o jornalista Allan dos Santos, fundador do Terça Livre, o jornalista Alexandre Garcia e o analista político Flávio Morgenstern, fundador do site Senso Incomum.

EBC e Globo também firmam contrato com a China Media Group

O mais impressionante é que até a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) assinou acordo de cooperação com o China Media Group (CMG) para troca de programas, compartilhamento de conteúdo, produção conjunta, transmissão cooperativa, formação de pessoal e intercâmbio tecnológico. A parceria com os chineses foi festejada pelo diretor-presidente da EBC, Luiz Carlos Pereira Gomes. Em seu discurso, o presidente da EBC destacou que a área jornalística deve ser explorada.

“A cobertura de grandes eventos jornalísticos de forma conjunta, com troca de matérias jornalísticas, bem como possibilidade de veiculação de programação que promova os valores sociais e culturais de nossos países, também se constituem em importantes áreas a serem exploradas nesta parceria. É uma oportunidade de projetar [nosso] país em outro país sobre as nossas riquezas, sobre o nosso turismo, sobre a parte educacional. Tudo isso contribui para o Brasil ganhar, para crescer e ser mais respeitado no concerto das nações”, afirmou.

A Rede Globo também fechou acordo com a empresa chinesa. De acordo com o portal chinês People.cn, a estatal de telecomunicação China Media Group assinou uma parceria com o Grupo Globo. Para Shen Haixiong, presidente do CMG, a ideia é realizar cooperações em produções de programas de televisão, cinema, esporte e entretenimento, além da utilização de tecnologia de 4K/8K e 5G.

O China Media Group foi formalmente estabelecido em 19 de abril de 2018. A empresa opera 47 canais de televisão, sendo sete deles internacionais, e oferece conteúdo de seis idiomas para 162 países e regiões em todo o mundo, além de 17 frequências de rádio direcionadas ao público chinês e programação de rádio em 44 idiomas estrangeiros direcionados ao público global. Também administra três grandes sites de notícias e 20 jornais e periódicos de circulação nacional. O China Media Group é a principal organização de mídia do mundo em escala de operações, com as linhas de negócios mais abrangentes, a maior produção de programas e as maiores coberturas. O grupo foi criado por meio da fusão da Televisão Central da China (incluindo a China Global Television Network), a Rádio Nacional da China e a Rádio Internacional da China.

Como pode ser facilmente observado, a guerra de informação está presente há muito tempo. Agora, o ambiente de mídia mudou. Mesmo as pessoas consumindo notícias rápidas e os métodos sendo diferentes do século XX, o objetivo continua sendo o mesmo: manipular, desinformar e por fim, dominar. O plano chinês de dominação mundial trocou os mísseis e tanques de guerra por câmeras e microfones. A guerra agora não é bélica, e sim de informação.

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Terça Livre / Artigo 220 / Notícia Sem Máscara - 02 de Setembro de 2023





FÉ E LIBERDADE















👆 ‘STF dos EUA’ determina indenização milionária a treinador demitido por orar em campo
(por Allan dos Santos - 07/08/23)


Depois de vitória na Justiça norte-americana, o profissional pode voltar a dar aula em colégio


O treinador de futebol americano demitido por orar em campo ganhará indenização milionária por determinação da Suprema Corte norte-americana. Em recente decisão, o “STF dos EUA” obrigou o colégio responsável pela demissão readmitir o profissional.

Joseph Kennedy irá receber uma indenização de US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 8,3 milhões) depois de a Suprema Corte determinar que suas orações públicas são protegidas pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Com a decisão favorável da Justiça, ele participará do primeiro jogo da temporada do Distrito Escolar de Bremerton, no Estado de Washington.

De acordo com a emissora de TV Fox News, Kennedy planeja se ajoelhar e agradecer a Deus depois do fim da partida por ter voltado aos campos de futebol — e, consequentemente, por ter seu direito constitucional respeitado para praticar a sua fé.

Treinador já havia ganhado causa contra a demissão

Em junho de 2022, a Suprema Corte dos Estados Unidos já tinha decidido que a escola em que Joseph era professor havia errado ao demiti-lo por fazer orações depois dos jogos do time de futebol americano mantido pela instituição de ensino.

A escola alegou que as orações conduzidas pelo treinador, que se ajoelhava no meio do campo, poderiam forçar alunos de crenças diferentes ou ateus a participar de um ato religioso cristão.

A escola, na época, colocou Kennedy em licença administrativa remunerada. Em seguida, a direção do colégio optou por não renovar seu contrato como assistente técnico do time — ou seja, demitiu o profissional.

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REVISTA ESMERIL - Ed. 47, de 30/08/2023 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


COLUNAS SEMANAIS | SANTO CONTO

👆 O último profeta
(por Leônidas Pellegrini - 03/09/2023)

Livremente baseado no martírio de São João Batista



I – A humilhação

Herodes gostava da pregação de João Batista, e com frequência ia ao Jordão para escutá-lo. Ainda que fosse uma ocasião de grande embaraço para si – pois conhecia bem seus muitos pecados, contra os quais não estava disposto a lutar –, o rei passava por cima de seu orgulho e ia. Aquele homem excêntrico, vestido com pelo de camelo e uma tira de couro cru à cintura, era para ele inofensivo, e o divertia. E as palavras do Batista agradavam ao velho monarca, sem que no entanto lhe entrassem no coração, muito mais duro que as imprecações do profeta.

Naquela manhã, no entanto, o rei cometera um erro imperdoável. Levara consigo a mulher – esposa roubada de seu irmão. Herodíade possuía uma beleza notável, que Herodes havia tempo já cobiçava, e à qual não resistira, arrebatando-a para si sem pensar duas vezes logo que lhe surgiu a oportunidade.  Mas é bem verdade que o encanto durara pouco. A senhora era caprichosa e volúvel, cheia de vontades, e de um azedume e ranhetice que já andavam deixando o monarca bastante cansado, arrependido mesmo da sua precipitação. E foi justo naquele dia que o capricho dela foi querer acompanhá-lo ao rio para ouvir João. O monarca, ao vê-la toda produzida e pronta para sair, logo compreendeu tudo, e aceitou o fardo com um suspiro resignado.

Agora, lá estavam os dois à beira do Jordão, em uma luxuosa liteira, cercados de nobres e empregados, a passar por uma enorme humilhação pública. O profeta correra para eles tão logo vira a comitiva real, e não poupara palavras. Chamara-os de adúlteros e desavergonhados e, com olhos furiosos, imprecara contra Herodes:

– Arrepende-te de tuas faltas e separa-te dessa mulher que não é tua! Vives em pecado com a mulher de teu irmão, e isso é abominável aos olhos de Deus! Arrepende-te, jejua e te cobre de cinzas, filho do mundo!

João então olhou para Herodíade, mas ela desviou os olhos e cobriu-se com um manto. Irada, ordenou que a comitiva seguisse. Seu coração fervilhava de ódio. O de Herodes também, mas ele se mantinha mudo e pensativo enquanto escutava os esconjuros da mulher, em meio às risadas abafadas e comentários maldosos dos nobres e empregados em volta.

II. A prisão

Aquela humilhação exigia de Herodes uma atitude. Ele virara motivo de piada entre os nobres e o povo. Ainda assim, relutava. Mais por superstição que por temor a Deus, não ousava mexer com Seus profetas.  Preferiu, pois, deixar as coisas como estavam. Mandou prender o Batista e planejou para as semanas seguintes um grande número de suntuosas festas.

Era um bom plano, sem dúvida, mas que não arrefeceu a ira de Herodíade. Para ela, ainda que o Batista fosse posto a ferros e sofresse as piores torturas, isso não repararia a humilhação que sofrera. Apenas a morte do profeta a deixaria satisfeita.

III. A festa

Passado algum tempo, as coisas no reino pareciam ir voltando à normalidade para Herodes. As festas que ele havia planejado iam inebriando a nobreza a ponto de a humilhação diante do profeta do Jordão tornar-se uma lembrança vaga e sem importância. Até mesmo Herodíade melhorara de humor, parecia mais doce e submissa, agradável mesmo, uma grande companheira em todos os momentos. As coisas iam bem e o rei se sentia leve e de bem com a vida.

Então, houve mais uma festa, a maior de todas, para a qual fora anunciada uma homenagem especial de Salomé, a jovem filha de Herodíade, ao rei. Uma celebração realmente pomposa, cujo luxo e riqueza competiam com as do próprio César.  Herodes mandara convidar nobres de muitas partes para aquela ocasião, em que, diziam, seu nome seria gravado para a eternidade. E assim foi.

Salomé vivia o ápice da adolescência e sua formosura fazia cativo um sem-número de nobres – entre eles, o próprio Herodes, que a cobiçava ainda mais que à sua mãe quando a arrebatara. O velho rei, publicamente, tentava conter seus impulsos pela sobrinha, mas seus olhares desejosos o denunciavam a quem quer que estivesse perto, e corria mesmo entre o reino, à boca pequena, que certa vez ele quase cedera a um conselho de um outro rei, de mandar Herodíade em viagem para uma terra distante da qual ela jamais retornaria, e arrebatar a pequena Salomé para si. Perfídia a que não se resolveu devido ao medo de que o escândalo viesse a causar alguma reviravolta política que lhe custasse o reino e a vida.  

Mas a astuta Herodíade conhecia bem a volúpia do monarca e sua indisfarçável “afeição” por Salomé, de cujos encantos em mais de uma vez se valera para conseguir alguns favores mais delicados de Herodes. Agora, lá estavam mãe e filha, graciosamente trajadas, deslumbrantes e sedutoras, competindo por sua atenção, fazendo os olhos do velho rei derreterem em meio à grande festa. Insaciável, naquela ocasião mais que nunca ele cobiçava as carnes da sobrinha. E foi no ápice dos festejos que Herodíade anunciou a homenagem especial ao Grande Herodes: Salomé faria para ele a dança dos sete véus.

O monarca não pôde conter sua empolgação. Entre as centenas de olhos vidrados no corpo dançante da adolescente, os seus eram o mais famintos, os mais sequiosos. Embriagado, ele já não procurava disfarçar o que quer que fosse. Secava-a quase babando, o rosto vermelho e suado, o coração palpitante, acelerado, e na boca um sorriso abobalhado que chegou mesmo a escandalizar alguns convivas. A cada peça que a moça jogava pelos ares, a cada movimento de suas carnes jovens e sensuais, mais o rei arfava, desejoso, e esteve quase a ponto de enfartar quando viu, enfim, o corpo todo nu da adolescente ao final da dança. Arrependido por não ter cedido aos impulsos de se livrar de Herodíade para se deliciar logo no corpo juvenil da sobrinha, dizia de si para si, embasbacado: “O que ela quiser. Darei a essa jovem o que ela me pedir!”.

IV. A ordem

Ao final dos estrondosos aplausos, Herodes procurou recompor sua aparência de nobreza. Tomou um gole de vinho e, dirigindo-se à sobrinha, que arfava no centro do salão, falou-lhe:

– Foi uma bela dança, minha jovem. Uma homenagem digna de um rei. Por isso, hei de premiar-te com o que quer que me peças, ainda que seja a metade do meu reino!

Em meio ao burburinho geral, Salomé sorriu e fez uma longa mesura. Então, correu à mãe, que a abraçou, efusiva, enquanto lhe sibilava algo ao pé do ouvido. Naquele momento, Herodes curou-se repentinamente da embriaguez, e sua alegria desfez-se toda. Percebeu que havia caído numa armadilha. Enquanto Salomé voltava para o centro do salão, ele esperava apreensivo o pior. A jovem então fez seu pedido:

– Quero a cabeça de João Batista. Numa bandeja de prata.

O monarca empalideceu. Durante alguns segundos, fez-se silêncio geral. Logo, a quietude tornou-se novamente burburinho, cochichos e risadinhas. Um cônsul romano, bêbado, não pôde conter uma gargalhada, e logo foi acompanhado por outros nobres estrangeiros. Em torno, os olhares todos voltavam-se para Herodes. O rei olhou para Salomé e Herodíade, abraçadas e deliciadas com a situação, e teve ódio das duas. Fosse qual fosse sua decisão, sua imagem seria – junto ao povo ou aos nobres – ainda mais prejudicada. De cara fechada, olhou para os guardas e deu a ordem:

– Fazei o que a menina pediu.

V. A promessa

João Batista orava quando o foram buscar. Pedia perdão para seus algozes e olhou com piedade para um dos guardas, que se entristecia com a situação. Mas a execução foi rápida, e ele foi em paz.

Noutra parte da Judeia, Jesus também orava, e sentiu uma pontada no coração quando a cabeça de seu querido parente foi cortada. Chorava quando lhe foram levar a notícia, e disse consigo:

– Iremos nos rever em breve, primo. Não há de demorar agora.

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CONTEÚDO LIBERADO




👆 Dogmas, dogmatismo e o papa Francisco





(por Oswaldo Viana Jr. - 25/08/2023)

Em recente entrevista à revista colombiana Vida Nueva, o papa Francisco deu a seguinte declaração:

Não gosto de rigidez porque é um mau sintoma da vida interior. O pastor não pode se dar ao luxo de ser rígido. O pastor tem que estar por perto para o que der e vier (…) Precisamos de seminaristas normais, com seus problemas, que joguem futebol e que não fiquem indo às ruas dogmatizar…

Há pessoas que vivem presas a um manual de teologia, incapazes de encarar problemas concretos e fazer a teologia avançar. A teologia estagnada me lembra que água parada é a primeira a apodrecer, e teologia estagnada gera corrupção. Tanto os movimentos de esquerda como de direita que ficam estagnados geram corrupção.

Estaria o Santo Padre, com essa fala, menosprezando a pregação dos dogmas da fé cristã? Ou estará ele fazendo uma crítica à postura dos que buscam expressar com máxima exatidão as verdades doutrinárias, sendo porém incapazes de se envolver com os “pecadores”, como Jesus escandalosamente fazia, sob o olhar de desprezo dos Mestres da Lei e dos fariseus?

Essa declaração do papa, que parece enfraquecer as fronteiras doutrinárias e permitir uma abordagem mais flexível da moral cristã, nos permite também refletir sobre o papel dos dogmas na compreensão e na vivência da fé.

No livro The Return of the Strong Gods, o teólogo e escritor Rusty Reno descreveu o esforço feito após a 2ª Guerra para erradicar o dogma. Diversos filósofos, economistas e teólogos, católicos e protestantes, refletindo sobre as duas guerras mundiais, concluíram que o caos na Europa dos últimos 5 séculos foi causado por dogmas: “o dogma divide”. Karl Rahner (importante teólogo do século passado), por exemplo, postulava que os ateus poderiam ser salvos, se fossem pessoas boas e bem-intencionadas. Sem dúvida, essa mensagem é atraente para os fiéis de outras religiões e para os sem fé nenhuma.

Muito embora esse entendimento da religião cristã pareça torná-la mais “inclusiva”, isso não é, de fato, cristianismo. Na verdade, isso nem é religião, mas uma invenção humanista: é o tipo de coisa que você criaria se quisesse uma religião que todo mundo pudesse achar boa, e que exigisse pouca coisa além de gentileza. Como todas as falsificações, essa “religião” parece verdadeira, mas um exame atento prova ser uma farsa, porque o cristianismo é intrinsecamente dogmático.

“Dogma” é uma proposição teológica que expressa uma verdade sobre a religião, que deve ser crida não apenas intelectualmente, mas com confiança (= com fé) absoluta. Um dogma é algo específico: é ISSO, não AQUILO. O cristianismo é dogmático desde o princípio por causa da Encarnação: o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da santíssima e indivisa Trindade, tomou a forma humana de sua santíssima Mãe e nasceu em um determinado momento e lugar da história humana, não em outro qualquer.

O catolicismo, em particular, é objetivo e específico de uma forma que o protestantismo não é. Os sacramentos da Igreja são definidos por sua forma, sua matéria e seu ministro: se não tiverem forma, matéria e ministro adequados, não serão válidos. Embora possa ser agradável para muitos imaginar e tentar viver uma religião sem dogmas, ela não seria a fé da Igreja – seria apenas uma invenção de pessoas bem-intencionadas, uma fé fantasiosa com tanta substância quanto uma bolha de sabão.

Para concluir esta breve reflexão*, é oportuno lembrar da advertência do autor sagrado, na Carta aos Hebreus, 2,1-4:

Portanto, precisamos prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas. (…) O que nos faz pensar que escaparemos se negligenciarmos essa grande salvação, anunciada primeiramente pelo Senhor e depois transmitida a nós por aqueles que o ouviram falar? E Deus confirmou a mensagem por meio de sinais, maravilhas e diversos milagres, e também por dons do Espírito Santo, conforme sua vontade.

* Texto escrito a partir do artigo do pe. Dwight Longenecker: Do We Need Dogma?.

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Padre Paulo Ricardo - 01 de Setembro de 2023

DOUTRINA

👆Por que os católicos veneram o Coração de Jesus?
(por Padre Antonio Royo Marín)


Lamentando com toda a cristandade os males que afligiam o mundo no início do século passado, em especial a difusão do comunismo e de doutrinas antirreligiosas, quando não aberta e agressivamente ateias, o Papa Pio XI concluía sua Encíclica “Caritate Christi” recordando que o “Coração divino de Jesus não poderá deixar de se comover com as súplicas e sacrifícios de sua Igreja, e acabará por dizer à sua esposa que geme a seus pés sob o peso de tantas dores e males: ‘Grande é a tua fé. Faça-se como queres’ (Mt 15, 28)”.

Isso, é claro, sob a condição de que os fiéis recorressem o mais possível à oração e à prática de penitência cristã, que chegam ao seu ponto máximo quando se convertem naquela reparação satisfatória que o doloroso Coração de Jesus, saturado de tantas injúrias, espera de todos os membros da Igreja.

Como meio de estimular em nossos leitores o desejo de unir-se a esse espírito de reparação ao Sagrado Coração de Jesus, é conveniente recordar um pouco, a partir das lições sempre acessíveis do Padre Antonio Royo Marín [i], em que consiste esta preciosa devoção, que nas palavras do Papa Pio XII não só não se opõe à reta fé católica como constitui, antes, “a mais completa profissão da religião cristã”.


Quase todos os modernos tratados teológicos De Verbo incarnato reservam um capítulo, muito oportunamente, à doutrina sobre a devoção e o culto ao Sacratíssimo Coração de Jesus.

Esta devoção tão entranhável e este culto tão legítimo, de qualquer ponto de vista, foram alvo de duros ataques em diferentes épocas da história, sobretudo por parte dos jansenistas; mas sempre recebeu as bênçãos e recomendações da Igreja. Em nossos dias, o imortal Pontífice Pio XII publicou sobre esta grande devoção uma maravilhosa encíclica que tem por título Haurietis aquas. Nela, o Pontífice resolveu algumas questões discutidas, precisou com exatidão seu verdadeiro sentido, pôs em evidência sua soberana excelência e sua perene atualidade e deu a esta preciosíssima devoção um impulso definitivo como uma das mais mais importantes e fundamentais do cristianismo.

As principais conclusões teológicas que se depreendem da encíclica Haurietis aquas, de Pio XII, e da Miserentissimus Redemptor, de seu imediato predecessor, Pio XI, são as seguintes:

O objeto final ou terminativo do culto ao Sacratíssimo Coração de Jesus é a pessoa do Verbo divino, à qual está hipostaticamente unido. Por isso, o Coração de Jesus deve ser adorado com rigorosa adoração de latria.

Ouçamos a Pio XII:

Portanto, neste assunto tão importante como delicado, é necessário ter sempre presente que a verdade do simbolismo natural, que relaciona o Coração físico de Jesus com a pessoa do Verbo, repousa toda na verdade primária da união hipostática. Quem isto negasse renovaria erros mais de uma vez condenados pela Igreja, por serem contrários à unidade da pessoa de Cristo em duas naturezas íntegras e distintas (n. 59).

O culto de latria, com efeito, não pode ser oferecido senão a uma pessoa divina. Por isso, a pessoa do Verbo encarnado deve ser o objeto final ou terminativo sobre o qual recaia o culto tributado a seu Sacratíssimo Coração.

O objeto material próximo ou imediato é o Coração físico de Jesus, enquanto expressão natural do amor divino e humano do mesmo Cristo.

O próprio Cristo mostrou seu divino Coração a S. Margarida Maria de Alacoque enquanto lhe dizia: “Eis aqui o Coração que tanto amou os homens”. O Coração físico como natural expressão de seu imenso amor: esse é o objeto material sobre o qual recai imediatamente o culto ao Coração de Jesus.

Nada, portanto, proíbe que adoremos o Coração Sacratíssimo de Jesus Cristo, enquanto é participante, símbolo natural e sumamente expressivo daquele amor inexaurível em que ainda hoje o divino Redentor arde para com os homens (n. 42).

Como se sabe, o coração não é o órgão do amor espiritual (que procede da vontade racional), nem mesmo do amor sensível (que é uma paixão do apetite sensitivo). Mas sobre o coração físico repercute ordinariamente nossa vida afetiva e sentimental. Isto basta para considerá-lo como expressão natural do amor, conforme o uso consagrado e o costume universal dos homens.

                               O venerável Papa Pio XII.

O objeto formal, ou seja, o motivo ou a razão principal do culto ao Coração de Jesus é a divina excelência da pessoa do Verbo encarnado com especial atenção a seu tríplice amor por nós: divino, humano-espiritual e humano-sensível.

Ouçamos a Pio XII explicando tudo isso em diferentes passagens de sua encíclica:

É preciso entender bem o motivo pelo qual a Igreja tributa ao Coração do divino Redentor o culto de latria. Duplo, veneráveis irmãos, como bem sabeis, é tal motivo: o primeiro, que é comum também aos demais membros adoráveis do corpo de Jesus Cristo, funda-se no fato de, sendo o seu Coração parte nobilíssima da natureza humana, estar unido hipostaticamente à pessoa do Verbo de Deus, e, portanto, dever-se-lhe tributar o mesmo culto de adoração com que a Igreja honra a pessoa do próprio Filho de Deus encarnado. Trata-se, pois, de uma verdade de fé católica, solenemente definida no concílio ecumênico de Éfeso e no II de Constantinopla (n. 12).

outro motivo concerne de maneira especial ao Coração do divino Redentor, e, pela mesma razão, confere-lhe um título inteiramente próprio para receber o culto de latria. Provém ele de que, mais do que qualquer outro membro do seu corpo, o seu Coração é o índice natural ou o símbolo da sua imensa caridade para com o gênero humano (n. 12).

E, assim, do elemento corpóreo, que é o Coração de Jesus Cristo, e do seu natural simbolismo, é legítimo e justo que, levados pelas asas da fé, nos elevemos não só à contemplação do seu amor sensível, porém a mais alto, até à consideração e adoração do seu excelentíssimo amor infuso, e, finalmente, num vôo sublime e doce ao mesmo tempo, até à meditação e adoração do amor divino do Verbo encarnado; já que à luz da fé, pela qual cremos que na pessoa de Cristo estão unidas a natureza humana e a natureza divina, podemos conceber os estreitíssimos vínculos que existem entre o amor sensível do Coração físico de Jesus e o seu duplo amor espiritual, o humano e o divino. Em realidade, não devem esses amores ser considerados simplesmente como coexistentes na adorável pessoa do Redentor divino, mas também como unidos entre si com vínculo natural, já que ao amor divino estão subordinados o humano, o espiritual e o sensível, os quais são uma representação analógica daquele (n. 58).

O culto ao Coração de Jesus tem por finalidade a perfeição de nosso amor a Deus e aos homens.

Ouçamos de novo a Pio XII:

Assim sendo, facilmente deduzimos que, pela própria natureza das coisas, o culto ao Sacratíssimo Coração de Jesus é o culto ao amor com que Deus nos amou por meio de Jesus Cristo, e, ao mesmo tempo, o exercício do amor que nos leva a Deus e aos outros homens; ou, dito de outra forma, este culto dirige-se ao amor de Deus para conosco, propondo-o como objeto de adoração, de ação de graças e de imitação; e tem por fim a perfeição do nosso amor a Deus e aos homens mediante o cumprimento cada vez mais generoso do “mandamento novo”, que o divino Mestre legou como sagrada herança aos seus Apóstolos quando lhes disse: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei… O meu preceito é que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 13, 34; 15, 12) (n. 60).

Os elementos essenciais do culto ao Coração de Jesus são os atos de amor e de reparação tributados ao amor de Deus, em desagravo das ofensas que Ele recebe dos homens.

                              Santa Margarida M.ª Alacoque, visitada pelo S. Coração.

Pediu-o expressamente o mesmo Cristo à sua fiel confidente Santa Margarida Maria de Alacoque e o confirmaram plenamente Pio XI e Pio XII. Eis aqui os textos:

Cristo: Então, descobrindo-me seu divino Coração, disse-me: “Eis aqui este Coração que tanto tem amado os homens, que tudo perdoou até esgotar-se e consumir-se, a fim de lhes mostrar seu amor; e, como agradecimento, não recebe da maior parte deles senão ingratidões, com suas irreverências e sacrilégios e com a frieza e os desprezos que têm para com Ele no sacramento de seu amor… Tu, ao menos, dá-me esta satisfação: de suprir suas ingratidões tanto quanto te seja possível [ii].

Pio XI: E, efetivamente, o espírito de expiação ou reparação sempre teve o primeiro e principal lugar no culto que se presta ao Sacratíssimo Coração de Jesus; e, como se confirma pela história, os costumes, além da Sagrada Liturgia e os decretos dos Sumos Pontífices, nenhum outro é mais adequado à origem, à natureza, à eficácia e às práticas próprias desta particular forma de devoção (n. 9).

Pio XII: Desde quando se promulgaram os primeiros documentos oficiais relativos ao culto do Coração Sacratíssimo de Jesus, tem sido constante persuasão da Igreja, mestra da verdade para os homens, que os elementos essenciais desse culto, quer dizer, os atos de amor e de reparação tributados ao amor infinito de Deus para com os homens, longe de estarem contaminados de materialismo e de superstição, constituem uma forma de piedade em que se põe plenamente em prática aquela religião espiritual e verdadeira que o próprio Salvador anunciou à samaritana: “Já chega o tempo, e já estamos nele, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4, 23-24) (n. 56).

Em razão disso tudo, a veneração e o culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus constitui a mais completa profissão da religião cristã.

Pio XII o diz expressamente com essas mesmas palavras:

Essa verdade fundamental permite-nos entender como o Coração de Jesus é o Coração de uma pessoa divina, quer dizer, do Verbo encarnado, e que, por conseguinte, representa e nos põe ante os olhos todo o amor que ele nos teve e ainda nos tem. E aqui está a razão por que, na prática, o culto ao Sagrado Coração é considerado como a mais completa profissão da religião cristã. Verdadeiramente, a religião de Jesus Cristo funda-se toda no Homem-Deus Mediador, de maneira que não se pode chegar ao coração de Deus senão passando pelo Coração de Cristo, conforme o que Ele mesmo afirmou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6) (n. 60).

Referências

  1. Cf. Antonio Royo Marín, Jesucristo y la vida cristiana. Madrid: BAC, 1961, pp. 205-208, nn. 185-191.
  2. S. Margarida Maria de Alacoque, Vie et œuvres. Paris, 1920, t. 2, p. 27.

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👆 OLAVO DE CARVALHO

Inventando certezas: Brasil-Mentira V

(Publicado originalmente no Diário do Comércio, em 30 de Abril de 2009, disponível no site do professor)

No mesmo Observatório, Luciano Martins Costa pontifica: “Ditaduras são ditaduras… Fazer a conta da ditadura pelo número de mortos nas masmorras oficiais é vilipendiar a história. É coisa de alienados.” Contestando as comparações usuais que contrastam as trezentas e poucas vítimas da polícia política brasileira com as cem mil da ditadura cubana, o Sr. Costa lança à conta do nosso regime militar dois delitos extras que, segundo ele, deveriam entrar no cálculo. De um lado, “a corrupção que se consolidou durante os vinte e poucos anos da ditadura militar”. De outro, “a violência policial não diretamente política” porque, diz ele, “a polícia brasileira, em todos os estados, foi transformada durante a ditadura militar num perverso e incontrolável instrumento de controle social, que foi treinado para ‘identificar’ e punir preventivamente os supostos objetores do regime e acabou produzindo uma lógica toda especial segundo a qual todo jovem de pele relativamente escura é um inimigo potencial da ordem pública”.

Textos como esse ou os dois de Alberto Dines já citados são até difíceis de analisar, tal a mixórdia psicótica de erros, confusões e impropriedades lógicas que neles se compacta. Normalmente serviriam apenas de amostras de como o fanatismo enlouquece. O significativo é que nenhum de seus autores é conhecido publicamente como um fanático. Ambos passam como profissionais equilibrados, idôneos, capacitados a julgar a qualidade do jornalismo alheio. E é justamente isso a prova de que não se trata de distúrbios pessoais, mas de um mal endêmico nas classes falantes do Brasil: a absoluta incapacidade ou recusa de julgar as coisas com um mínimo de equanimidade, o radicalismo cego de um parti pris que ao inflamar-se masturbatoriamente e apelar aos subterfúgios mais unilaterais e artificiosos, acredita piamente, tranquilamente, fazer justiça.

O Sr. Costa, indignado de que a truculência das ditaduras só se calcule pela violência política direta, pergunta: “Quem estabeleceu os critérios desse ranking? O departamento de infográficos da Folha?” Ele não pergunta se quem estabeleceu a diferença entre a proporção de negros e mulatos mortos antes e durante a ditadura foi o seu próprio departamento de infográficos mentais. Nenhuma pesquisa histórica ou estatística prova que antes de 1964 a polícia, composta ela própria de maciços contingentes de negros e mulatos, fosse mais bondosa para com os chamados afrodescendentes. Louco de ódio, ele inventa sem a mais mínima prova um racismo crescente, e julga baseado nisso.

Quanto à alegada corrupção da ditadura, é falso, em primeiro lugar, que ela não fosse denunciada na época. Na mesma medida em que reprimiam certo tipo de notícias políticas, os militares aceitavam e apreciavam denúncias de corrupção, que os ajudavam, segundo eles, a manter sob controle uma classe política viciada. Eu mesmo trabalhava num dos jornais mais visados pela censura – o Jornal da Tarde – e posso garantir que, se várias matérias minhas viraram receitas de bolo, o mesmo não aconteceu com nenhuma acusação feita a políticos corruptos. Que os próprios militares no alto comando da nação fossem ladrões, é algo de que o Sr. Costa não cita nem poderia citar um único exemplo, visto que nenhum desses homens, na presidência ou em ministérios, prosperou tanto quanto o Sr. Lula ou o Sr. José Dirceu, nem muito menos – para dar um exemplo característico do regime deposto em 1964 – tanto quanto o Sr. Tião Maia, o amigo do presidente Goulart, que saiu do Brasil com dinheiro suficiente para comprar a vigésima parte do território australiano e, interrogado sobre como conseguiu isso, respondeu singelamente: “O Banco do Brasil foi uma mãe para mim”.

Houve sim, casos de corrupção no governo militar. Nenhum deles maior que o das “polonetas”, o empréstimo ilícito feito ao governo comunista da Polônia pelos esquerdistas que então infestavam o Ministério de Relações Exteriores de Geisel, contra os quais nem o Sr. Costa nem qualquer de seus congêneres diz a mais mínima palavra. E, entre os feitos de violência do regime, nenhum se compara à ajuda fornecida pelo mesmo governo Geisel para a ditadura cubana invadir Angola e aí matar, em poucos meses, pelo menos quinze mil pessoas. Também disso o Sr. Costa não diz nada.

Não há sinal de que, na ditadura Vargas, a violência social da polícia fosse menor do que se tornou depois ou de que fosse menos racialmente orientada. Simplesmente não é possível estudar o fator racial na conduta da polícia sem estudá-lo simultaneamente no próprio fenômeno da criminalidade. Até hoje ninguém provou que o número de “afrodescendentes” oprimidos ou assassinados pela polícia seja maior, proporcionalmente, do que o número deles no contingente de criminosos ou, mais ainda, na própria composição racial das tropas policiais. Sem essa prova, falar em racismo policial é calúnia pura e simples. Abolir metade do fenômeno para usar a outra metade como prova de racismo e, sem o mais mínimo fundamento comparativo, proclamar que esse racismo aumentou durante a ditadura militar (como se a própria noção de “aumentar” não fosse comparativa) é simplesmente expelir ódio por meio de mentiras.

Mas o Sr. Costa, repito, não tem fama de fanático odiento. Se tivesse, estaria tudo normal. Ninguém diz que o Sr. Costa é um agitador de extrema-esquerda. Ao contrário, a linguagem dos agitadores de extrema-esquerda tornou-se normativa, obrigatória e mainstream na mídia brasileira e nas classes falantes em geral – de tal modo que basta você resmungar um pouquinho contra ela e você é que é instantaneamente apontado como um perigoso extremista de direita, sem precisar para isso ter advogado jamais qualquer medida extrema contra quem quer que fosse.

Mais ainda, o Sr. Costa, na mesma medida em que abomina comparações e as faz no mesmo instante, ressaltando unilateralmente o horror da ditadura brasileira para fazê-la parecer ainda pior do que a argentina ou a cubana, nos sonega, novamente, um dos termos da comparação. Quantos entre os prisioneiros políticos de Cuba eram e são negros e mulatos? Quantos no Brasil? Quantos o eram entre os 17 mil fuzilados do regime cubano? Quantos entre os trezentos terroristas mortos pela nossa ditadura? Condenar comparações e em seguida fazê-las da maneira mais parcial, sectária e deformada é coisa de uma vigarice tão flagrante que em outras épocas qualquer esquerdista normal se recusaria a uma trapaça desse calibre. Mas o Sr. Costa não é um esquerdista normal. Ele é um esquerdista do ano 2009 no Brasil. E isso é muito diferente de sê-lo em qualquer outra parte do mundo e em qualquer outra época. No mínimo, essa condição basta para apagar, na mente do sujeito, esta obviedade gritante: se não é lícito dizer que uma ditadura foi pior que outra, também não pode sê-lo dizer que ela foi pior que ela mesma.

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Metrópolis, de 1926: Um filme anti-marxista e muito atual, Parte 3/3
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
24 de Agosto de 2023








Após mais de um ano de demora, retorno agora minha série de artigos sobre o filme Metropolis, de Fritz Lang, que ainda se encontra em cartaz no serviço de streaming Lumine. Tive que parar porque muitas circunstâncias desfavoráveis acabaram me derrubando, desanimando e atrasando essa conclusão, como já expliquei no meu último artigo sobre o livro de Jeffrey Nyquist. Mas estou aqui para finalmente terminar isso. Vamos então. Para quem não viu em 2021 meus dois artigos anteriores, veja a parte 1 e a parte 2 antes de continuar a ler esta aqui, e venho chamar vocês mais uma vez para assistir a este filme de 1926 que, mesmo após um século de existência, ainda tem muito a nos dizer.

Nesta última parte dessa série de artigos sobre Metropolis, vamos, como prometido, analisar as analogias e mensagens do filme. Peço novamente que assistam o filme se puderem, para melhor entenderem várias coisas que colocarei aqui.

Vamos à primeira e mais óbvia analogia: a existência de duas classes de pessoas, os privilegiados, ou seja, a bourgeoisie como diria Marx, e o proletariado. São respectivamente as pessoas que vivem acima na cidade e as que vivem abaixo, no subterrâneo. Vemos que dentre aquela, existe um grupo de pessoas que podem ser representados como os "donos do mundo", por assim dizer. O senhor Fredersen, por exemplo é o seu grande líder, o que podemos chamar hoje de "globalista". Ele é o sujeito de sangue frio e que não se importa com o que as pessoas do subterrâneo tem passado ou deixado de passar. O esquema de sociedade que temos, como apontado nas duas matérias que fiz, é socialista, comunista, mas esse sistema vem ao encontro do objetivo dos globalistas, a ala ocidental dos senhores do mundo como tão bem descrito pelo professor Olavo de Carvalho em seu livro "Os Estados Unidos e a Nova Ordem Mundial". Ou seja, na trama do filme, vemos algumas classes em comunhão de ideias contra o povo simples, ou seja, comunistas, globalistas e a ala positivista/tecnicista, representada pelo cientista Rotwang, contra as pessoas de bem, o povo do subterrâneo.

Temos uma sociedade inteira então montada e estruturada pelos comunistas e seus asseclas. E no meio da população subterrânea, temos pessoas simples, e pessoas histéricas, ou seja, contaminadas com essas ideias revolucionárias, como por exemplo o mestre das máquinas Grot. Grot pode ser entendido como aquele cara que apesar de se prestar ao papel de vassalo, o escravo perfeito, aquele que está na condição de escravo e não percebe, mas sente que está fazendo algo para "mudar o mundo" e melhorar a sociedade, apesar de estar nessa condição ele ainda compreende o sofrimento de seus colegas das máquinas e não quer que ninguém se machuque. É o mau sofista que no alto da sua aparência de prudência, presta vassalagem para o globalista Fredersen que oprime ele e as pessoas que ele crê que quer bem.

Maria tem então o papel de ser a líder religiosa, a Nossa Senhora da história, que intercede pelo seu povo, convertendo no processo duas almas que estavam na alta casta social: Freder e Josaphat. Ou talvez poderíamos nos referir a eles como Pedro e Paulo.

Vejam, temos então o protótipo da sociedade que os revolucionários queriam aqui neste filme de 1926.

No filme, você tem o globalista, Fredersen, o George Soros de Metropolis, criador da cidade e daquela sociedade distópica, e seu filho. Freder, o filho, é alguém que o pai mantém longe dos negócios, distraído com suas diversões, porque o pai sabe que, se depender do espírito altruísta de seu filho, de seu senso de justiça, de sua cultura e educação, Freder liberta a sociedade dos domínios de seu pai. Se fosse apenas por isso, talvez poderíamos aqui entender esse aspecto do filme como uma crítica à estrutura da família, mas não é o caso devido ao final da obra e pelo fato de os operários também terem um zelo pelas suas próprias famílias em vista da tragédia da inundação pela qual passa a cidade. O diretor Lang sutilmente pega o Manifesto Comunista de Marx e o rasga diante dos olhos da audiência... intencional ou não.

Vejam que esse filme, talvez sem ter a intenção, veio dizendo à cultura ocidental durante décadas que a sociedade seria exatamente daquele jeito: uma sociedade de privilegiados e escravos, como nos tempos do Egito, onde haveria um abismo que não mais deixaria qualquer um que estivesse no subterrâneo evoluir e prosperar (globalismo), um mundo em que teríamos alguns operadores desse sistema que aceitariam qualquer pessoa de qualquer crença ou ideologia desde que tivesse um trabalho pautado no aspecto TÉCNICO (positivismo) e grupos de operários e cidadãos que seriam todos iguais em condições de vida e recursos (comunismo) e especialmente em condições de POBREZA, que é o que o comunismo é na verdade, não o jeito que ele se vende. As casas dos operários do subterrâneo são de propriedade de Fredersen, o globalista, que através de seus vassalos, coloca fardos pesados nas costas das pessoas por migalhas, deixando o povo na míngua e no sofrimento. Isso faz ressoar no meu inconsciente aquela frase da WEF: "Você não terá nada e será feliz".

A falsa Maria, a Maria robô do filme é a expressão materializada de Satanás. É o resultado de quando as hostes positivistas e materialistas de uma tirania frente a uma sociedade desfigurada e sem base cultural e moral para se defender concluem seu processo revolucionário, tirando a religião da jogada e deixando o povo sem esperança. Num contexto atual, Maria robô seria a Nova Religião Universal de Bergoglio e do Estado, que tenta ludibriar o povo. É o resultado da "Teologia" da Libertação, o materialismo, a secularização do sagrado e a profanação da doutrina. Maria ensinava nas catacumbas para os operários, ela ensinava a verdade, ela era a luz. Capturada e substituída pela robô Maria, ela tenta escapar de seu cativeiro e retornar para reencontrar seus discípulos, mas o sistema toma conta de tudo e ela precisa se aliar à Freder e Josaphat para salvar as pessoas do caos que a robô gerou.

Tem muitas passagens bíblicas muito boas no filme. Há a passagem que Freder está numa igreja e nela ele vê os Sete Pecados Capitais e a morte; há a passagem da Torre de Babel que Maria narra para os operários nas catacumbas; há a passagem de Apocalipse 17, da Prostituta Babilônia, e outras referências que complementam a narrativa de forma rica e fundamenta as ações que os protagonistas tomam nela. E se pararmos para pensar no mundo atual, veremos que a humanidade já violou todo e qualquer pecado imaginável, ergueu a sua nova Torre de Babel na figura das redes sociais, e já se entregou na devassidão como nunca havia se entregado antes na história. Nossa Senhora em suas aparições já deixou claro: a humanidade vive um tempo muito pior do que os tempos de Noé, do que os tempos de Sodoma e Gomorra. Muito pior.

Há muitas outras passagens interessantes, mas para não me alongar muito mais, até porque esta é uma conclusão que tem um objetivo, vamos para o final deste épico do cinema mudo: depois do caos provocado pelos trabalhadores e da luta entre Freder e Rotwang em um dos telhados do subterrâneo, temos a reconciliação. Os trabalhadores chegam em peso para falar com Fredersen, senhor de Metrópolis. Lá está também Freder, Josaphat e Maria.

E é neste ponto que a obra de Marx é destruída. Vejam, Marx previa que os trabalhadores fariam a revolução, certo? Mas assim como no mundo real, não foi o que aconteceu. Fredersen e Grot se veem face a face para buscar uma reconciliação após todo o infortúnio. Temos aí a representação da razão entre as ideologias, o globalismo e o socialismo sem referências. Sim, porque Grot se trata do socialista orgânico, que perdeu suas referências. Imagine como se toda literatura socialista sumisse e todos os intelectuais tivessem morrido, sobrando somente a massa. Grot é tudo que sobrou desse lado. Portanto, ele já não detém tanto o poder. Fredersen também não, após os trabalhadores se rebelarem. Então a razão de uma ideologia louca encontra com a razão de outra ideologia louca. Mas eles não conseguem se dar as mãos, deixar o passado ideológico para trás e trabalharem juntos. Falta-lhes aquele que irá lhes mostrar o caminho. Entra Pedro, Freder. Maria intercede e lhe diz que falta o coração para que homens de razão e obras larguem suas ideologias e voltem a se verem como irmãos. Impulsionado por Maria, Freder será a ponte que ligará os dois, e faz com que suas mãos se reencontrem. Aparece o epigrama do filme:

"O MEDIADOR ENTRE MENTES E MÃOS DEVE SER O CORAÇÃO."

Razão encontra Fé e descobre o poder curador do Amor de entrega. Ágape. O filme termina com a promessa que essas forças agora trabalharão para restaurar uma sociedade em ruinas e acolher todos novamente em um "chão comum", em que todos caminharão juntos para a Terra Prometida. Fim.

O tratado comunista de Marx é rasgado. Não houve renovação após a revolução. Houve desgraça, morte e destruição. Isso é o que uma ideologia é capaz de causar. Intencional ou não, a mensagem anticomunista e antimarxista de Lang ressoa ainda nos nossos dias. Através de uma tese comunista, Lang desenvolve uma anti-tese. E olhem, não estou agora santificando o nome de Fritz Lang. Ele pendia para um pensamento socialista, era um homem de centro-esquerda. Mas era lúcido. Não se pode dizer, sob aspecto algum que seu pensamento é o de um comunista, basta olhar Fritz Lang RASGANDO o Manifesto Comunista na cara da audiência com o final de seu filme. Ele sabia que aquelas ideias loucas de Marx não funcionavam. Podemos dizer que Lang era um Ateu, e de fato ele o era. Mas gostava muito de usar a Bíblia para compôr as suas obras, dizia que apesar de ser ateu, via nos textos da Bíblia ensinamentos valiosos de moral e de beleza incomparáveis. Portanto, sem querer colocar os ateus nos altares, digo aqui que é melhor um ateu que acredita nos ensinamentos das escrituras do que um ateu que combate as escrituras. E Lang foi justamente o primeiro. Com Metropolis, sua carta magna, ele deixa uma contribuição sensacional para nós e prova, por A mais B, que Marx era nada mais do que um LUNÁTICO com problemas mentais, assim como o é todo e qualquer ideólogo de plantão.

Com isso, após muito tempo, termino aqui esta série curta sobre o filme Metrópolis. Peço desculpas pela demora na conclusão, mas é aquela coisa: as trevas podem tentar atrapalhar nossa vida, e de fato atrapalham bastante. Mas uma pessoa determinada e firme jamais desiste. É como o mestre Olavo dizia: quem estiver de pé no final, vence. Rezemos para que as pessoas cada vez mais se deem conta disso.

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👆 HUMOR

As True Outstrips de hoje estão mais light, mas com aquele mesmo teor ácido! E nas tiras de hoje:

- Extra-extra: homem reencontra a família após 3 anos de afastamento, e uma figura histórica aparece de repente para celebrar o reencontro! FALANDO SÉRIO, PARABÉNS, ALLAN DOS SANTOS! VOCÊ MERECE!;

- Daí tem grandes famosos da história que foram muito mais do que se esperava! GOOOOIN' THE DISTANCE!!;

- A seguir, mestre Olavo, Star Trek e a utopia do orifício... só o mestre mesmo pra aturar tanta coisa malcheirosa...;

- E fechando a edição light de hoje... o antes... o depois... e o AGORA!! CORRAM PARA AS COLINAS!!!

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- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!

E como sempre... 

Se nada acontecer comigo, a gente se vê de novo em 15 dias!
E não se esqueçam! VEM AÍ...


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LEITURA RECOMENDADA

Lhes recomendo hoje, no nosso mundo tão carente de bons explanadores da doutrina, o livro do Dr. Angélico, Santo Tomás de Aquino sobre a Lei, "Os Dez Mandamentos". Em um prólogo e dez capítulos, São Tomás explica os conceitos por trás da Lei de Deus como nenhum outro. Esta é uma obra de comentários de São Tomás que me ajudou a crescer na Fé, e espero que lhe ajude também.

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