Edição XCII - Terça Livre, opinião do autor e mais
(por Terça Livre - 10/04/24)
A live "O Resgate da Liberdade" que marcou o retorno definitivo do Terça Livre no X (antigo Twitter) bateu mais de 170 mil pessoas ao vivo e segue crescendo em número de visualizações.
A live de ontem, terça-feira (09/04), O Resgate da Liberdade com o jornalista Allan dos Santos, marcou o retorno definitivo do Terça Livre no X (antigo Twitter) bateu mais de 170 mil pessoas ao vivo e segue crescendo em visualizações.
Muitas pessoas não conseguiram acessar a live de ontem devido aos bloqueios impostos por Alexandre de Moraes (STF). Mas para que todos possam ter acesso ao conteúdo, fizemos questão de baixar toda a live em um site seguro, onde todos terão acesso total ao conteúdo na íntegra apresentado pelo jornalista Allan dos Santos. Veja a live aqui!
A live marcou o retorno oficial do canal Terça Livre nas redes sociais, principalmente na plataforma de Elon Musk, X (antigo Twitter). O evento contou com milhares de pessoas que assistiram, ao vivo, dentro e fora do Brasil.
O jornalista Allan dos Santos apresentou novas denúncias, provas e informações dos bastidores da censura implementada no Brasil, os crimes que envolvem as ações do ministro Alexandre de Moraes contra opositores do governo Lula e informou ao seu público quais serão as estratégias e ações para combater o totalitarismo imposto pelo Regime PT-STF a partir de agora.
O retorno do Terça livre contará com uma nova estratégia de formações que será dada exclusivamente pelo jornalista Allan dos Santos, amparado por sua nova equipe diretamente dos Estados Unidos e fora dele.
Além das já tradicionais formações e cursos no site da Academia Conservadora, Allan dos Santos estreará uma Jornada de Formação exclusiva e contínua durante os próximos três meses. As formações semanais serão para um grupo seleto de pessoas que se inscreverem nessa nova jornada.
Segundo Allan dos Santos, a nova formação tem o objetivo de encontrar pessoas que buscam reconstruir o Terça Livre junto com Allan dos Santos, pessoas que querem formação intelectual, estratégias de novas ações na prática para vencerem o totalitarismo e a censura implementadas pelo ministro Alexandre de Moraes (STF) e vencer os obstáculos impostos pelo Regime PT-STF. Além disso, a formação semanal vai trazer um novo método de como combater a desinformação e mentiras propagadas pelo consórcio da grande mídia financiada pelo governo Lula.
Não perca essa importante e única oportunidade. Venha fazer parte desse grupo exclusivo de pessoas que serão cruciais para o retorno das ações do Terça Livre e de grupos capazes de combater a atual censura que Moraes tenta impor no Brasil.
Tudo isso foi desenvolvido de maneira segura e com total discrição. Toda a tecnologia será implementada de plataformas nativas dos Estados Unidos, sem mais aqueles constantes bloqueios impostos por Alexandre de Moraes (STF) ao trabalho e atuação do jornalista Allan dos Santos e do canal Terça Livre.
“Feérico Luar no Copacabana Palace” inaugura o catálogo de 2024 da Editora Danúbio
A Editora Danúbio, que que tem entre seus principais focos a publicação de bons autores contemporâneos de nossa literatura (a que o editor Diogo Fontana chama de Nova Literatura Brasileira) estreou nesta semana o catálogo de 2024 com o romance Feérico Luar no Copacabana Palace, de Alexandre Soares Silva.
O enredo gira em torno de Lilico Bensaúde, um dândi brasileiro, herdeiro de um grande conglomerado comercial e de vastas plantações de café, que passa os seus dias suavemente na idílica Copacabana dos anos 20. Mas Lilico padece de um problema: a timidez. Seu acanhamento e seus modos desajustados o fazem impopular com as mulheres.
Quando uma estrela de Hollywood vem ao Rio de Janeiro gravar um blockbuster do cinema mudo, Lilico se apaixona. Agora, ele tem uma grande prova pela frente e a oportunidade de vencer os seus próprios medos. Conseguirá Lilico se tornar um homem à altura dos seus sonhos?
Feérico Luar no Copacabana Palace é o quinto romance de Alexandre Soares Silva, um dos mais criativos escritores da literatura brasileira contemporânea. Ambientado num Rio antigo tão nostálgico quanto ideal, e escrito num tom leve e agradável, a narrativa nos apresenta uma galeria de personagens cômicos e situações divertidas, que inserem a obra dentro da tradição dos grandes humoristas literários como Saki e P. G. Wodehouse.
Confira a seguir a entrevista que o autor concedeu à Esmeril.
Revista Esmeril: Como surgiu a ideia de escrever este novo romance?
Alexandre Soares Silva: Muitos anos atrás, me surgiu a vontade de escrever sobre um playboy fracassado num Rio de Janeiro fantasioso dos anos 20, mas na época eu queria escrever isso em inglês, e ficar rico. Só no ano passado me veio o impulso de escrever a história em português mesmo, porque as frases do narrador começaram a aparecer na minha cabeça. É como se o narrador tivesse cansado de falar em inglês comigo. Assim que resolveu falar em português, o livro deslanchou.
Revista Esmeril: O que o fez escolher o Rio de Janeiro década de 1920 para o cenário de sua história?
Alexandre Soares Silva: Aquele filme do Fred Astaire, Voando para o Rio, em que ele vem para um Rio muito melhor que o Rio verdadeiro de qualquer época. Minha intenção era fazer uma Nárnia carioca, um Rio só com o lado bom, sem violência, sem nem sequer a sordidez de Nelson Rodrigues. Um Brasil melhor, como ele deveria ser.
Revista Esmeril: Como se deu a criação de seu protagonista, Lilico Bensaúde? Ele foi inspirado em algum personagem histórico em particular, ou é mais um tipo social de época?
Alexandre Soares Silva: Ele é uma mistura de dândis da literatura antiga e eu mesmo, porque tenho um pouco da mesma ingenuidade, do mesmo desajeitamento com mulheres. Isso melhorou para mim nos últimos anos, mas gostei de exagerar esses traços por motivos cômicos. E, claro, por que não, dei pra ele a imensa fortuna e o tempo livre que eu gostaria de ter.
Revista Esmeril: Quais são os escritores que te serviram como referência e inspiração neste romance?
Alexandre Soares Silva: O espectro de Machado de Assis ronda o livro, literalmente, ou quase. E também no torneado de algumas frases em alguns capítulos curtos. Mas a influência maior é a do escritor inglês P.G. Wodehouse.
Liberdade e ordem
(Publicado originalmente no Diário do Comércio, em 15 de Fevereiro de 2010, disponível no site do professor)
Diário do Comércio, 15 de fevereiro de 2010
Sei que magôo profundamente os sentimentos de meus amigos liberais ao afirmar que nenhuma filosofia política séria pode tomar como princípios fundantes as idéias de “liberdade” e “propriedade” – precisamente as mais queridas dos corações liberais. Mas, sinto muito, as coisas são mesmo assim.
Entendo por filosofia política séria aquela que não se constitui de meras justificativas idealísticas ou pragmáticas para ações que se inspiram, de fato, em razões de outra ordem, quer sejam estas ignoradas ou propositadamente escondidas pelo agente.
A missão da filosofia política não é dar uma aparência de racionalidade a opções e decisões pré-racionais. É dar inteligibilidade ao campo inteiro dos fenômenos políticos, possibilitando que ações e decisões tenham firme ancoragem na realidade dos fatos e na natureza das coisas. Para isso é estritamente necessário que seus próprios conceitos tenham inteligibilidade máxima, para que não se caia no erro de explicar obscurum per obscurius.
A liberdade, embora clara e nítida enquanto vivência subjetiva, não se deixa traduzir facilmente num conceito classificatório que se possa aplicar à variedade das situações de fato. A noção e a própria experiência da liberdade são de natureza essencialmente escalar e relativa. De um lado, é muito difícil dar um significado substantivo à noção de liberdade política sem ter esclarecido primeiro o da liberdade em sentido metafísico – uma questão das mais encrencadas. De que adianta defender a liberdade política de uma criatura à qual se nega, ao mesmo tempo, toda autonomia real? Se somos produtos do meio, de um condicionamento genético ou de um destino pré-estabelecido, é ridículo esperar que a mera promulgação de leis reverta a ordem dos fatores, assegurando-nos o direito de fazer aquilo que, de fato, não podemos fazer. Lembro-me, sem conter o riso, de uma conferência em que o filósofo da hermenêutica, Hans-Georg Gadamer, negava toda autonomia à consciência individual, fazendo dela o efeito passivo de mil e um fatores externos, e logo adiante reclamava dos regulamentos da universidade alemã, que não concediam espaço suficiente à liberdade de expressão individual. Com toda a evidência, ele exigia que a burocracia universitária revogasse mediante portaria a estrutura da realidade tal como ele próprio tinha acabado de descrevê-la.
De outro lado, a “liberdade” é, com freqüência, nada mais que um adorno retórico usado para encobrir a vigência de algum princípio totalmente diverso. Quando, com a cara mais bisonha do mundo, o liberal proclama que “a liberdade de um termina onde começa a do outro”, ele está reconhecendo implicitamente – embora quase nunca o perceba – que essa liberdade é apenas a margem de manobra deixada ao cidadão dentro da rede de relações determinada por uma ordem jurídica estabelecida. O princípio aí fundante é, pois, o de “ordem”, não o de “liberdade”. Isso basta para demonstrar que a “liberdade” não é jamais um princípio, mas apenas a decorrência mais ou menos acidental da aplicação de um princípio totalmente diverso.
Compare-se, por exemplo, a noção de liberdade com a de “direito à vida”. Esta é um princípio universal que não admite exceções nem limitações de espécie alguma. Quando você mata em legítima defesa, ou para proteger uma vítima inerme, não está “limitando” a vigência do princípio, mas aplicando-o na sua mais plena extensão: a morte do agressor aparece aí como um acidente de facto, que em nada afeta o princípio, já que é imposto pelas circunstâncias em vista da defesa desse mesmo princípio. Nenhum raciocínio similar se pode fazer com relação à “liberdade”. Quando você limita a liberdade de um para preservar a de outro, o que aí está sendo aplicado não é o princípio da “liberdade”, mas o da “ordem” necessária à preservação de muitas liberdades relativas.
Do mesmo modo, não existe “propriedade absoluta”, de vez que a propriedade é essencialmente um direito, portanto uma obrigação imposta a terceiros. O mero poder de uso de uma coisa não é propriedade, é posse. A propriedade só surge na relação social fundada pela “ordem”. O mero fato de que existam propriedades legítimas e ilegítimas mostra que a propriedade é dependente da ordem, portanto não é um princípio em si. Só para fins de contraste, imaginem se pode existir um “direito à vida” meramente relativo. Esse direito é um princípio que está na base mesma da ordem, a qual se torna desordem no instante em que o nega ou relativiza. A própria ordem, nesse sentido, não é um princípio (ao contrário do que imaginam seus defensores tradicionalistas e reacionários). Se, na hierarquia dos conceitos, toda ordem se coloca acima da “liberdade”, como garantia da possibilidade de haver liberdade em qualquer dose que seja, nem por isso a noção de “ordem absoluta” deixa de ser impensável.
O primeiro dever de uma filosofia política séria é depurar os seus conceitos de toda contradição intrínseca e de toda confusão categorial. Sem isso, qualquer diagnóstico de um estado de fato ou todo fundamento que se possa alegar para ações e decisões é apenas um sistema de pretextos retóricos destinado a enganar não só o público, mas o próprio agente. Infelizmente a maioria dos opinadores políticos, acadêmicos ou jornalísticos, está incapacitada para essas distinções, que lhes parecem demasiado abstratas e etéreas, quando, por uma fatalidade inerente à inteligência humana, nunca é possível apreender cognitivamente o fato concreto senão subindo no grau de abstração dos conceitos usados para descrevê-lo.
Diário do Comércio, 15 de fevereiro de 2010
Sei que magôo profundamente os sentimentos de meus amigos liberais ao afirmar que nenhuma filosofia política séria pode tomar como princípios fundantes as idéias de “liberdade” e “propriedade” – precisamente as mais queridas dos corações liberais. Mas, sinto muito, as coisas são mesmo assim.
Entendo por filosofia política séria aquela que não se constitui de meras justificativas idealísticas ou pragmáticas para ações que se inspiram, de fato, em razões de outra ordem, quer sejam estas ignoradas ou propositadamente escondidas pelo agente.
A missão da filosofia política não é dar uma aparência de racionalidade a opções e decisões pré-racionais. É dar inteligibilidade ao campo inteiro dos fenômenos políticos, possibilitando que ações e decisões tenham firme ancoragem na realidade dos fatos e na natureza das coisas. Para isso é estritamente necessário que seus próprios conceitos tenham inteligibilidade máxima, para que não se caia no erro de explicar obscurum per obscurius.
A liberdade, embora clara e nítida enquanto vivência subjetiva, não se deixa traduzir facilmente num conceito classificatório que se possa aplicar à variedade das situações de fato. A noção e a própria experiência da liberdade são de natureza essencialmente escalar e relativa. De um lado, é muito difícil dar um significado substantivo à noção de liberdade política sem ter esclarecido primeiro o da liberdade em sentido metafísico – uma questão das mais encrencadas. De que adianta defender a liberdade política de uma criatura à qual se nega, ao mesmo tempo, toda autonomia real? Se somos produtos do meio, de um condicionamento genético ou de um destino pré-estabelecido, é ridículo esperar que a mera promulgação de leis reverta a ordem dos fatores, assegurando-nos o direito de fazer aquilo que, de fato, não podemos fazer. Lembro-me, sem conter o riso, de uma conferência em que o filósofo da hermenêutica, Hans-Georg Gadamer, negava toda autonomia à consciência individual, fazendo dela o efeito passivo de mil e um fatores externos, e logo adiante reclamava dos regulamentos da universidade alemã, que não concediam espaço suficiente à liberdade de expressão individual. Com toda a evidência, ele exigia que a burocracia universitária revogasse mediante portaria a estrutura da realidade tal como ele próprio tinha acabado de descrevê-la.
De outro lado, a “liberdade” é, com freqüência, nada mais que um adorno retórico usado para encobrir a vigência de algum princípio totalmente diverso. Quando, com a cara mais bisonha do mundo, o liberal proclama que “a liberdade de um termina onde começa a do outro”, ele está reconhecendo implicitamente – embora quase nunca o perceba – que essa liberdade é apenas a margem de manobra deixada ao cidadão dentro da rede de relações determinada por uma ordem jurídica estabelecida. O princípio aí fundante é, pois, o de “ordem”, não o de “liberdade”. Isso basta para demonstrar que a “liberdade” não é jamais um princípio, mas apenas a decorrência mais ou menos acidental da aplicação de um princípio totalmente diverso.
Compare-se, por exemplo, a noção de liberdade com a de “direito à vida”. Esta é um princípio universal que não admite exceções nem limitações de espécie alguma. Quando você mata em legítima defesa, ou para proteger uma vítima inerme, não está “limitando” a vigência do princípio, mas aplicando-o na sua mais plena extensão: a morte do agressor aparece aí como um acidente de facto, que em nada afeta o princípio, já que é imposto pelas circunstâncias em vista da defesa desse mesmo princípio. Nenhum raciocínio similar se pode fazer com relação à “liberdade”. Quando você limita a liberdade de um para preservar a de outro, o que aí está sendo aplicado não é o princípio da “liberdade”, mas o da “ordem” necessária à preservação de muitas liberdades relativas.
Do mesmo modo, não existe “propriedade absoluta”, de vez que a propriedade é essencialmente um direito, portanto uma obrigação imposta a terceiros. O mero poder de uso de uma coisa não é propriedade, é posse. A propriedade só surge na relação social fundada pela “ordem”. O mero fato de que existam propriedades legítimas e ilegítimas mostra que a propriedade é dependente da ordem, portanto não é um princípio em si. Só para fins de contraste, imaginem se pode existir um “direito à vida” meramente relativo. Esse direito é um princípio que está na base mesma da ordem, a qual se torna desordem no instante em que o nega ou relativiza. A própria ordem, nesse sentido, não é um princípio (ao contrário do que imaginam seus defensores tradicionalistas e reacionários). Se, na hierarquia dos conceitos, toda ordem se coloca acima da “liberdade”, como garantia da possibilidade de haver liberdade em qualquer dose que seja, nem por isso a noção de “ordem absoluta” deixa de ser impensável.
O primeiro dever de uma filosofia política séria é depurar os seus conceitos de toda contradição intrínseca e de toda confusão categorial. Sem isso, qualquer diagnóstico de um estado de fato ou todo fundamento que se possa alegar para ações e decisões é apenas um sistema de pretextos retóricos destinado a enganar não só o público, mas o próprio agente. Infelizmente a maioria dos opinadores políticos, acadêmicos ou jornalísticos, está incapacitada para essas distinções, que lhes parecem demasiado abstratas e etéreas, quando, por uma fatalidade inerente à inteligência humana, nunca é possível apreender cognitivamente o fato concreto senão subindo no grau de abstração dos conceitos usados para descrevê-lo.
Comprar |
O TEMPO DE LEITURA precisa de uma equipe, virar um jornal e cobrar assinatura!!!!!!
ResponderExcluirGiorgio, essa era minha intenção lá no início: começar digital e ampliar para edições impressas. Quem sabe ainda poderei fazer isso...
Excluir