Edição XXX (Homenagem ao Terça Livre, revista A Verdade 60, Opinião e mais)

Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista A Verdade, da qual sou assinante, e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim, todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo. Assinem o conteúdo da revista pelo link e vejam muito mais conteúdo.



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ÍNDICE


REVISTA A VERDADE

- Os novos clichês de Hollywood (Giorgio Cappelli)

Simulacros de moralidade (Carlos Adriano Ferraz)

PALAVRA DE OLAVO DE CARVALHO

OPINIÃO DO AUTOR

- Provérbios 29:23

HUMOR 

LEITURA RECOMENDADA

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Boa leitura!

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👆 HOMENAGEM AO TERÇA LIVRE
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
23 de Outubro de 2021

 
   Creio que desde o começo do meu blog eu nunca falei o que me levou a criá-lo. Bom, tudo começou em Março deste ano, quando o canal do Terça Livre no YouTube foi excluído pela primeira vez. Foi o início do climax de uma censura e perseguição que já vinha de algum tempo. Então eu vi a live que o Ítalo Lorenzon fez no mesmo dia, tarde da noite, e aquilo me subiu o sangue. Eu finalmente senti que eu deveria fazer alguma coisa, mesmo que pequena, para colaborar com eles.

    O motivo é que eu comecei a sentir um medo absolutamente real de censura. Eu já era assinante antigo dos produtos do Terça Livre. Comecei assinando a revista. Depois assinei o plano Premium deles. Aí, com os cancelamentos, eu assinei o Juntos. A cada plano que eu aderia, mais maravilhado com o conteúdo eu ficava. Comecei a salvar no Rumble vídeos de boletins do Terça fora do YouTube, quando eles faziam lives no Instagram, no Facebook, etc. Mas eu senti que eu queria começar a falar e a mostrar para outras pessoas como que o conteúdo restrito do Terça era fantástico, e assim, angariar pra eles mais algumas assinaturas.

    Eu nunca esperei por reconhecimento nem nada disso. A razão de eu ter feito tudo isso é a mesma razão pela qual Ítalo, Allan dos Santos, Max Cardoso, Kássio Freitas, Carlos Dias, Anderson e toda a equipe queriam ir para a TV e a rádio: eu queria ajudar meu país a recuperar a sua alta-cultura e livrá-lo do Comunismo. Para isso, bolei um nome para o Blog (que vai continuar, como legado da empresa) cujas iniciais rimassem com o TL deles. Eles sempre diziam que aproveitavam o TL de Terça Livre para ajudar a suprimir a famigerada Teologia da Libertação. Aí, um dia, vendo um artigo no site do Padre Paulo Ricardo, eu vi lá escrito uma especificação: "tempo de leitura". Achei o nome! É isso! Rima com o TL, pois eu queria deixar claro que não estava suprimindo eles, mas estava junto com eles. Sem contar que era um conceito simples que poderia ter mais significados, como "é hora de ler", ou "a era que as pessoas leem", tanto pra se informar, quanto para ganharem alguma bagagem cultural e de conhecimento de mundo.

    E assim foi feito de Março até o presente momento. Esta edição XXX do meu blog quebra toda essa continuidade e tristemente inaugura um tempo no meu blog onde não teremos mais as análises perspicazes de Alexandre Costa, de Paulo Moura, de Bruno Dornelles, ou as entrevistas e textos inspiradores de Leônidas Pellegrini e a altíssima bagagem cultural de Ernesto Araújo. Pelo menos não da revista de costume. Todos puderam ver o altíssimo nível daquele conteúdo. Agora, o que se tem, não é mais o site do Terça, belo e bonito na nossa tela. Agora, o que sobrou dos destroços do Terça, é um pequeno repositório (que ia ser o novo site do Terça), que ainda está terminando de ser configurado, em que vocês poderão acessar, se forem membros como eu, o conteúdo das revistas e diários, bem como os cursos maravilhosos de Latim, de História, de Filosofia, de Literatura, e muitos mais, e as Masterclass e ainda alguns cortes de boletins. Há uma gama enorme de vídeos e escritos para ver. É o que sobrou do Terça Livre. Ao menos algo não se perdeu totalmente.

    Mas perdemos uma grande e inspiradora empresa de comunicação, formação e informação. Uma empresa que iria fazer 7 anos agora em Novembro. Tudo isso por causa da sanha ditatorial de membros de uma suprema corte. Como resultado, temos um jornalista exilado nos EUA, um analista político que terá que recomeçar do zero, e vários outros jornalistas e escritores que ficaram sem emprego. Todos eles, pessoas do mais altíssimo gabarito e credibilidade no que faziam. E a perda maior, é nossa, que vamos ficar sem diversas informações importantes que a velha e carcomida mídia não nos passará.


    No entanto, eu aprendi com os anos, uma lição muito importante com Allan, Ítalo e sua equipe: aprender a transformar sua frustração em ação. Eu já chorei muito a perda do Terça Livre esses últimos dias. Agora, chegou a hora de transformar isso em algo que traga frutos e benefícios para nós. Pegar limões e fazer uma limonada. Allan vai continuar em seu site pessoal. Ítalo vai mudar a abordagem para a literatura, mas também não vai parar. E até onde eu sei, a iniciativa Artigo 220, que abrigou o Terça Livre em seus últimos dias, também vai seguir, mesmo sob a censura de uma ordem judicial. Porém, desistir não é uma opção. Me pergunto se alguém imaginava que, em pleno séc XXI, estaríamos sob a égide de uma tirania deslavada. Há 10 anos atrás, provavelmente a resposta seria "não". Onde foi que nós chegamos...


    Mesmo sem um noticiário como o do TL, temos (ainda!) uma gama de opções. Resta saber até quando.

    Temos o Brasil Sem Medo fundado pelo professor Olavo de Carvalho (que agora passa a ser o maior jornal conservador do Brasil), o Mídia Sem Máscara (que também é do Olavo e é mais antigo), o Jornal da Cidade Online (que vai passar a estrelar as matérias iniciais do meu blog, pelo menos por enquanto), temos também a baiana Brado Rádio que faz par com o TL para muita gente e que inclusive tem seu canal no YouTube (é o que eu vou acompanhar a partir de agora), o jornal NQC (Nada Que Calar) composto de ex-TLs Ricardo Roveran e Mauro Fagundes, o canal PHVox onde vocês ainda podem ver o Seu Sepúlveda em grandes análises com Paulo Henrique Araújo e Ivan Kleber, o Senso Incomum do Flavio Morgenstern e irmãos Trielli, temos Bruna Torlay com sua Revista Esmeril que é uma excelente publicação cultural conservadora, o Crítica Nacional (que tem um tom muito mais crítico em relação ao governo do que os demais), o Folha Política, o Tribuna Diária, o Estudos Nacionais de Josair Bastos e Cristian Derosa, o Bastidores de Brasília de Emilio Kerber, o MBC (Movimento Brasil Conservador) e a Gazeta do Povo onde você acha colunas do Guilherme Fiúza e Augusto Nunes

    Há também os canais do Seu Sepúlveda, do Gustavo Gayer, do Paulo Figueiredo com seu programa Conexão América, do Guilherme Fiúza, do Alexandre Garcia, do Ed Raposo, da Paula Marisa, da Barbara Te Atualizei, do Will Rauber, e de diversos outros jornalistas e influenciadores. Temos agora o Artigo 220 do Allan dos Santos, que apesar de bloqueado no YouTube está funcional no Twitch e tem outro perfil alternativo mais ativo agora (por enquanto), o canal do Ítalo Lorenzon com suas análises de livros e Estudos Políticos, e o site do Allan dos Santos, que nasce no entardecer do Terça Livre. E eu espero mesmo, de coração, que a ida da Jovem Pan para a TV aberta seja de fato um diferencial em relação à essa mídia canalha e mentirosa que vemos hoje. 

    Mas nenhum deles será de fato um Terça Livre. Terça Livre enfrentava o narcotráfico de peito aberto. Terça Livre denunciava muitos poderosos. Terça Livre chamava as coisas pelo nome, sem sofismas. Esses dias eu fiz uma comparação do pessoal da Rádio Brado, dos Pingos nos Is, e de outros ícones do jornalismo independente. Não há, e não haverá outro Terça Livre. Não haverá Carlos Dias com suas análises incisivas; não haverá Ítalo com suas comparações e o deboche intelectual que promovia de figuras nefastas. Não haverá um Paulo Figueiredo e um Seu Sepúlveda, que com suas discussões animadas de segunda à noite promoviam um verdadeiro despertar na consciência das pessoas para os verdadeiros problemas. Não haverá um Max Cardoso que com sua calma e classe habitual era capaz de revelar uma notícia ruim com aquele mesmo senso de surpresa e indignação que todos nós sentimos. E certamente não haverá um Allan dos Santos, que através de sua retórica impecável, argumenta, prova, xinga, chama de "bípede", e desnuda a podridão e a pequenês dos poderosos e inimigos da vida como ele fazia, trazendo de volta aquela veia forte de Paulo Francis para o jornalismo e reavivando a profissão. 

    Apesar disso, eu peço a você que se inscreva e apoie esses canais acima, e assine os de sua preferência se puder contribuir. Temos que fortalecer as mídias conservadoras antes que vejamos elas todas sumirem por causa de tiranos e psicopatas. Eu escolhi assinar o Terça Livre desde sempre por causa de seu vasto conteúdo de qualidade, mas como não tenho mais essa opção, sigo assinando o Jornal da Cidade Online, e agora assino o Brasil Sem Medo e a Revista Esmeril.


    Os primeiros veículos independentes conservadores criados foram o True Outspeak e o antigo Mídia Sem Máscara, ambos do nosso querido prof. Olavo de Carvalho. A partir disso, e com as eleições fraudadas de 2014, nasceu o Terça Livre, que foi a força motriz que fez com que o universo conservador se expandisse para fora da bolha. O Terça Livre foi um verdadeiro marco! Eu me lembro exatamente de estar assistindo a primeira transmissão deles em 2014, seguindo aquela atmosfera ruim que a reeleição da marmota me causou. Agora, esse marco deixa na nossa história um verdadeiro legado.

    Não sei se voltarão ainda. Gostaria muito. Mas talvez tenhamos que superar isso e seguir em frente. Claro, não sem observarmos atentamente a crescente curva de censura e perseguição que acomete cada um de nós. Com ou sem Terça Livre, eu vou continuar, afinal, foi por causa deles que esse blog passou a existir, e por isso eu nutro a esperança de ver esse pessoal de volta em um dado momento, mas não podemos ficar contando com isso.

    Vocês ainda podem assistir a boletins antigos do Terça Livre nos serviços do BitChute e do Rumble, este último em mais de um canal diferente. Lá, quem nunca viu o Terça, poderá sentir de fato o que era, e porque foi tão importante. No fim das contas, eles podem tentar apagar o Terça Livre, mas não podem apagar o legado que a empresa deixou, e que vai durar para sempre. Talvez os maus não tenham se dado conta ainda de que eles criaram uma empresa-mártir. E quando finalmente notarem, será tarde demais para eles. Que assim Deus queira!

    Obrigado, muito obrigado Terça Livre, por quase 7 anos de muito aprendizado e de ter me inspirado a levar a verdade para as pessoas. Nossa luta continua.

    Fiquem ligados para outras mudanças nas próximas edições do Tempo de Leitura.


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CULTURA
👆 Os novos clichês de Hollywood
(por Giorgio Cappelli)

Esqueça o vilão que conta seu esquema maligno para dar tempo ao mocinho reagir, o herói que precisa desarmar uma bomba com contador digital, a linda garota caminhando em câmera lenta com fundo musical, a dupla good cop, bad cop ou... são tantos clichês, não? E eles teimam em se reproduzir.

Hollywood, porém (e o cinema de entretenimento como um todo), nunca se cansa de xerocar a si mesma. Refilma e destrói clássicos amados por milhões de pessoas. – vide Poltergeist, Vingador do Futuro e Caça-fantasmas, caso você goste de passar raiva. Os grandes estúdios acharam por bem reciclar-se e criar novos conceitos, a ser repetidos ad nauseam et eternum. Vamos conhecer alguns?

Desrespeito à Igreja: o local em que se rezam missas, celebram-se casamentos e se fazem batizados deixou de ser sacro. Em A Máscara do Zorro, o vilão coadjuvante mete bala em um confessionário. Em Demolidor e Venom 2, capelas viram palco de um quebra- quebra entre super-herói e supervilão. E já que falamos em refilmagem, a mais recente versão de Sete Homens e um Destino culmina com o assassinato do vilão-mor da história em solo sagrado.

Reforço à ingratidão: em duas produções Netflix – a saber: Amor e Monstros e o episódio Grama Alta, da série Love + Death + Robots – o personagem principal se vê em grande perigo, quando alguém mais corajoso se intromete e o salva. Esperei por um agradecimento da parte interessada, que não veio. Então alguém evita uma morte horrível, e “ninguém lhe diz ao menos obrigado”?

Glamourização do novo: não interessa que você seja um profissional competente com anos de experiência; o cinema de entretenimento vai pintá-lo como um incapaz, refratário a mudanças, que o novo é sempre melhor, mais “descoladinho” e vai salvá-lo da ruína. Embora não seja esse o mote de Tinha que ser ele?, é justamente isso que se mostra ao final da trama. Sem contar que, quase o tempo todo, a comédia faz apologia das drogas e do sexo, mas tudo embalado em cenas hilárias, para deixar tudo mais palatável.

Todo conservador é hipócrita: na comédia Família do Bagulho, um traficante reúne três conhecidos, a fim de se passarem por uma família respeitável e poder transportar um carregamento de marijuana. Em dado momento, conhecem a família de um policial; cristãos praticantes, armamentistas e moralistas. Mas adoram perversões e jogos sexuais. O mesmo se dá na série The Big Bang Theory: Sheldon Cooper tem uma mãe viúva e católica, que dá suas “escapadinhas” com outros homens.

Boa parte dessas produções busca divertir e cumpre o que promete. Mas cuidado. Há um conceito chamado “mensagem subliminar” que, em tempos recentes, deixou de ser comentado. Serve para transmitir conceitos imperceptivelmente. Exagero? Então preste atenção à sua volta. Acreditar que o mundo muda de forma espontânea é de uma ingenuidade atroz.

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SOCIEDADE


👆 Simulacros de moralidade
(por Carlos Adriano Ferraz)

Nos dias que correm, temos testemunhado o avanço de uma espécie de “incontinência emotiva”, a qual é, aliás, uma das características marcantes de nosso tempo. Isso fica evidente especialmente quando nos deparamos com os “simulacros de moralidade”. Tais “simulacros” não têm qualquer base racional, estando assentados sobre meros sentimentalismos perniciosos.

Cito, aqui, dois exemplos. Primeiramente há o caso das ações afirmativas. Baseadas mais em sentimentalismo do que em razoabilidade, boa parte do discurso vigente recorre mais a sentimentos do que a razões. Ignora-se, inclusive, a realidade. E, na medida em que instituições como as universidades adotam tal discurso sentimentalista, emotivo, dir-se-ia que estamos diante de um “sentimentalismo estrutural”. E desse sentimentalismo advêm dogmas, como o da ação afirmativa (cotas, por exemplo). No entanto, tal dogma é simplesmente solapado quando o colocamos diante da realidade e de razões. Duas obras que esclarecem o aspecto deletério das ações afirmativas são, por exemplo, “Ações Afirmativas ao redor do mundo” (2004), de Thomas Sowell, e “Mismatch: How Affirmative Action hurts students It is intended to help, and why Universities won’t admit It” (2012), de Richard Sander e Stuart Taylor.

Essas são apenas duas obras fundamentais para analisarmos racionalmente a questão, sem sentimentalismos, especialmente nesse momento em que tais ações se impuseram dogmaticamente e parecem estar avançando, sobretudo em concursos públicos, seleções para ingresso em universidades, etc.

Mas eis algumas passagens importantes da obra “Mismatch: How Affirmative Action hurts students It is intended to help, and why Universities won’t admit It”:

“(...) é dada pouca atenção a políticas mais modestas que poderiam ajudar a classe trabalhadora e os pobres de todas as raças”.

“Preferências mais abrangentes, geralmente colocam os estudantes em ambientes nos quais eles não podem nem aprender e nem competir com eficiência”.

“Políticas de preferência racial geralmente estigmatizam as minorias, reforçam os estereótipos perniciosos e solapam a autoestima dos beneficiários, ao invés criarem as utopias raciais tão frequentemente anunciadas nas brochuras dos Campi Universitários”.

“Temos uma confluência de forças colocando estudantes em turmas para as quais eles não estão preparados, causando neles a perda da confiança, fazendo com que eles tenham um desempenho cada vez mais baixo, enquanto, ao mesmo tempo, consolida-se o estereótipo segundo o qual eles são estudantes inerentemente medíocres”.

“O desejo de ser sensível blindou programas fracassados de um escrutínio e de um diálogo necessário para um progresso bem-sucedido”.

Com efeito, como também demonstrado por Thomas Sowell em diversas obras, a classe média negra nunca foi beneficiada pelas ações afirmativas. Em verdade, ela não foi beneficiada por qualquer programa estatal de assistência social. A economia de mercado (liberdade individual) sempre foi o mecanismo mais eficiente para assegurar a prosperidade. Sowell ataca duramente a “mentalidade vitimista” que subjaz à discussão sobre ações afirmativas. Desse modo, no contexto de suas abordagens acerca da ação afirmativa ele demonstra que o racismo (ou a escravidão) nunca foi causa de pobreza, criminalidade e desempenho medíocre nos estudos. Dentre as causas estão, por exemplo, a dissolução da estrutura familiar, o relativismo moral, a ideia de que todas as culturas têm o mesmo valor, o próprio vitimismo, etc.

E qual é a alternativa diante desse quadro?

Ora, a alternativa seria, dentre outras coisas, a rejeição do estado de bem-estar social, o fim do monopólio da educação pública e, claro, a adoção de um comportamento autônomo, responsável. Não apenas isso, é preciso reconhecermos que há, sim, culturas melhores que outras. Há culturas, particularmente a ocidental cristã, que asseguram de forma mais eficiente a autorrealização individual e a prosperidade social.

Não obstante, dado o “simulacro de moralidade” vigente, atualmente há uma abrangente defesa das ações afirmativas, especialmente na forma de ‘cotas raciais’.

Elas têm avançado imensamente nos últimos anos, notadamente nas universidades e em concursos públicos. Não obstante, a ação afirmativa se colocou como um ‘dogma’, o que significa dizer: ela foi imposta sem uma discussão sobre sua legitimidade e, mesmo, sobre seus efeitos (individuais e sociais) em longo prazo. Em verdade, ela se apresenta, hoje, quase de forma inquestionável (daí seu status de ‘dogma’). Assume-se que ela é legítima e disso se depreendem diversas ações com o propósito de assegurá-la (mediante cotas em concursos, cotas na graduação, cotas na pós-graduação, etc). Questioná-las não é bem visto, de tal forma que o discurso sobre sua [suposta] importância ganha força especialmente na fala de populistas sem grande alcance intelectual. Não obstante, Thomas Sowell critica robustamente o fato de uma ‘ungida’ “elite acadêmica branca de esquerda” propor políticas como as relacionadas às ações afirmativas.

Segundo ele, tais ‘ungidos’ não se preocupam com os negros, mas simplesmente querem “se sentir bem com si mesmos” (se realmente estivessem preocupados com os negros leriam estudos como os de Sowell e de Richard Sander e iriam ao cerne do problema, ao invés de propor ‘cotas’, por exemplo. Ou seja: iriam aos fatos e às causas e efeitos).

O fato é que noutros temas, a preocupação dessa mesma “elite acadêmica branca de esquerda” é apenas com o discurso (“simulacro de moralidade”) e com a demanda por mais intromissão do Estado.

Eis o segundo exemplo:

Dentre os “dogmas” da perspectiva “progressista” (ou esquerdista simplesmente) dos ‘ungidos’ está a suposta preocupação com o meio ambiente. Mas além do problema do dogma mesmo (da preocupação ambiental e sua histeria em torno disso), há outro ponto: o da hipocrisia daqueles que se julgam moralmente superiores, preocupados com a “justiça social” e com o meio ambiente. Eis um interessante estudo (longitudinal, realizado ao longo de um ano e publicado em 2018) que demonstra que, em geral, os ‘ungidos’ corroboram o que chamei de “simulacro de moralidade”. Esse estudo (“Believing in climate change, but not behaving sustainably: Evidence from a one-year longitudinal study”), publicado no ‘Journal of Environmental Psychology’, e conduzido por pesquisadores da Cornell University e da University of Michigan, revelou que quanto mais alguém se diz preocupado com o meio ambiente, menos essa pessoa se comporta individualmente de forma sustentável. Dito de outra forma, esse estudo mostrou que os ‘ungidos’ (esquerdistas) que mais demandam intervenção do Estado no controle do meio ambiente, são os que menos se preocupam em agir de forma sustentável em nível individual. Os ‘céticos’ (liberais e conservadores, por exemplo, que nem acreditam no drama ambiental nem em intervenções do Estado), que simplesmente não se envolvem com essas questões e não demandam que o Estado crie políticas para intervir sobre o meio ambiente, são os que mais se preocupam em simplesmente agir de forma sustentável no dia a dia.

Ou seja, temos aqui aquilo que se poderia chamar de “hipocrisia verde”. Nos termos dos pesquisadores: “Os mais preocupados eram os que mais apoiavam políticas governamentais atinentes ao clima, mas eram os menos propensos a relatar ações correspondentes em nível individual, enquanto os ‘céticos’, que se opunham a soluções políticas, eram mais propensos a reportar engajamento em um nível individual de comportamento pró-meio ambiente”.

Estudos como o citado mostram a hipocrisia do “ativismo” dos “justiceiros sociais”, seja qual for a causa. Em suma, esses “posers de moralismo” não querem realmente resolver os problemas. São ressentidos que apenas querem se sentir bem consigo mesmos. Não apenas isso, desejam sustentar a imagem de moralmente superiores (pois supostamente se preocupam com as ‘minorias’, com o meio ambiente, etc). A propósito, ainda sobre realmente se preocupar com os demais, um estudo nos USA, baseado em dados da Receita Federal (IRS - Internal Revenue Service), reforçou a impressão acima. Publicado em ‘The Chronicle of Philanthropy’, o estudo “How America Gives” conseguiu rastrear em torno de 80% de todo o dinheiro doado para a caridade em 2012. O estudo identificou alguns padrões, dentre os quais está o de que Republicanos (conservadores e apoiadores do liberalismo e de menos intervenção estatal) são os que mais doam dinheiro para a caridade. Isso não é surpresa. O livro de Arthur Brooks (Who Really Cares) já havia demonstrado esse fato em 2006. Ele demonstrou que “conservadores são mais generosos”. Ou seja, aquele que defende menor intervenção do Estado em problemas sociais é o que mais faz, individualmente, para dirimir esses problemas.

Ou seja, os ditos progressistas não são efetivamente agentes morais, mas também “simulacros de moralidade”.

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👆 PALAVRA DE OLAVO DE CARVALHO!

"Qualquer um que, falando em nome da fé católica, espalhe acusações de heresia sem antes haver dado ao suposto heresiarca, EM PRIVADO, a oportunidade de desfazer equívocos, é um farsante e um canalha em toda a linha, um semeador de intrigas e agente de Satanás. Não tem NADA de católico." (20/10/2021)

"Um desses canalhas, que me associa a pensadores ingleses dos quais não recebi influência NENHUMA, chega a dizer que recomendo Roger Scruton "sem nenhuma ressalva ou restrição", quando justamente dei um curso inteiro para apresentar essas ressalvas e restrições." (20/10/2021)

"Com a minha capacidade de trabalho reduzida a um quase nada, este é o momento ideal para pequenos jovens vigaristas aparecerem posando de defensores da fé contra o "perigoso hegeliano" Olavo de Carvalho." (20/10/2021)

"No célebre regime militar, ninguém jamais foi preso sem processo e sem direito de defesa..." (24/10/2021)

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OPINIÃO DO AUTOR
Provérbios 29:23
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
24 de Outubro de 2021

"O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra."

Vamos aproveitar o tempo que nós estamos vivendo e tentar tirar algum fruto disso. Nós estamos vivendo um tempo de soberba e apostasia, inclusive do lado de dentro mesmo da própria Igreja.

O que quero dizer com isso?

Vamos primeiro definir os termos que estamos usando aqui, porque nós estamos em um tempo em que os termos que usamos tem que ser esmiuçados e definidos, um tempo em que se tem que desenhar o que estamos explicando, infelizmente! As pessoas perderam a capacidade de abstração e de compreensão, perderam palavras de seu vocabulário.

Soberba: diz-se do indivíduo que é excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso. O indivíduo que te olha e se sente superior a você, que se sente maior do que você. Na etimologia latina, temos o termo "superbĭa", "super", ou seja, mais alto, superior, e "bĭa", vida.

Apostasia: seria o ato de renunciar a uma crença; o apóstata já não acredita mais no que acreditava previamente, ele abandona a sua fé, a sua religião. No latim, temos o termo "apostasĭa", que é deserção, abandono.

O que eu quero dizer então? Quero dizer o seguinte: os tempos que vivemos são de apóstatas soberbos. Eles não mais acreditam em uma entidade superior que a tudo rege. Eles acreditam serem eles mesmos essa entidade. São indivíduos que mais se assemelham a crianças mimadas, aliás, não só se assemelham, muitos deles de fato o são, pois se suas vontades não forem feitas, acabam esperneando em infindáveis ataques de pelanca. São pessoas que se julgam ofendidas com qualquer coisa, e que acham que podem atuar como juízes, juri e executores de sentenças. São seres que estão piamente crentes de sua suposta superioridade moral, chamemos assim. Um caso bem conhecido são os defensores e criadores do chamado "politicamente correto".

O mundo impõe a essas pessoas as credenciais para agirem como tal. Essas mesmas pessoas são, também, soberbas. O que elas nem sequer desconfiam, porque não param pra pensar ou refletir, é que elas fazem com isso o serviço de uma entidade ainda mais soberba do que elas mesmas. Uma entidade cheia do mais puro ódio, e da mais radical indiferença e senso de grandeza ultra superior. "Non faciam!" (Não servirei!), dizem eles embalados em seus devaneios, ou também "mas esse tal Jesus é chatão, hein! Ô 'Jesus histórico', vem cá que eu vou te falar como que cê deve salvar a humanidade, presta atenção!"

Existem ainda outros que acham que estão, de alguma forma, servindo o bem. No entanto, em face de objeções à sua conduta, dizem coisas como "fui ensinado a pensar, não a obedecer!", ou mesmo tem atitude condenatória para com todos, já dando a sentença "vocês todos vão queimar no mármore do inferno!" Hipócrita! É aquela história do ver o tronco que tem no próprio olho antes de ficar vendo os ciscos que têm nos outros olhos.

Em suma, no mundo de hoje, impera a máxima "seja feita a minha vontade, E LOGO!" Porém, a Igreja nos ensina coisas contrárias a isso. Na oração do Pai Nosso, rezamos assim: "seja feita a VOSSA vontade, assim na terra, como no Céu". É a gente que tem que se configurar às vontades de Deus, pois Ele mesmo o disse no AT: "sedes santos, porque Eu Sou Santo". Logo, meu pequeno soberbinho arrogante, a sua vontade NÃO INTERESSA!

Também disse Deus, por meio de Jesus Cristo: "esforçai-vos para passar pela porta estreita, pois larga e espaçosa é a porta que leva à perdição." O soberbo quer que suas vontades sejam feitas primeiro, ele não é capaz de largar seus vícios. Assim nos foi ensinado: devemos nos esvaziar e permitir que Deus aja em nós. Servir antes de ser servido. Padre Paulo Ricardo sempre reforça isso. Então por qual razão as pessoas se perderam tanto?

Porque perderam a fé... apostataram.  Vivemos em um mundo que as pessoas já não acreditam em mais nada. São ovelhas perdidas do rebanho. Deus nos deu o Paraíso. Preferimos a maçã. Deus nos deu a Terra Prometida. Preferimos lhe virar as costas. Deus nos deu SEU PRÓPRIO FILHO em sacrifício. Ninguém quer saber de se sacrificar. Todos preferem os caminhos fáceis e suaves, sem dor ou sacrifício. Preferem as portas largas e espaçosas. Preferem não sentir dor. Preferem o conforto de seus sofazes e séries. Preferem ter suas vontades atendidas como se Deus fosse um garçom que devesse servir-lhes. São muito orgulhosos de si mesmos.

Foi essa soberba, a responsável pela queda de Lúcifer. E é essa mesma soberba que será a responsável pela queda de maus juízes, maus funcionários, más pessoas. Ninguém mais se dá conta de que, no fim das contas, não é como o Iluminismo nos apregoa: "faça tudo o que quiser, o importante é ser feliz". Estúpidos! Vocês se esquecem de que no final de suas vidas, vocês estarão diante de um ser que se revelou como JUSTO JUIZ. E esse Justo Juiz vai te dar a fatia de eternidade que lhe cabe. De que adianta censurar e cancelar as pessoas neste mundo? De que adianta receber aplausos do mundão, quando sua alma está se perdendo? Quem vai te proteger da Divina Ira Dele? Onde você vai se esconder Dele? Onde, cara pálida? Me diz aí!

Não há salvação pelo homem. Eu já disse isso em outra ocasião, e outros disseram antes de mim, e até melhor do que eu. Quando você pensar nos aplausos do mundo, se esconda. Quando você estiver com o balão cheio, esvazie antes que exploda, faça ele ficar menor. Quando você se achar superior e digno de condenar os outros, olhe-se no espelho. Você não é tão importante assim quanto pensa! Na década anterior, vimos diversas celebridades que se julgavam deuses e deusas simplesmente desaparecerem, sumirem de vista! Se achavam dignas de aplausos. Idiotas! Quando Jesus via que a multidão vinha aplaudi-lo, ele sumia do lugar onde estava. Não por se sentir superior, apesar de todos sabermos que ele É superior. Mas porque a soberba te enche de sensações de grandeza. E para passar pela porta estreita, é preciso estar pequeno. Como Alice no País das Maravilhas! Para passar pela porta pequena, ela precisava tomar uma poção que a fazia ficar de tamanho menor. A nossa poção se chama oração. A nossa poção é aquela em que pedimos a Deus que se faça em NÓS a VONTADE DELE. Santo Agostinho dizia: "Senhor, onde meus planos não são os seus, destrua-os!" É isso que devemos pedir.

O mundo tem que ter menos soberba. No fim das contas, este é o verdadeiro mal do século. As pessoas tem que retornar àquilo que gerou nossa civilização por primeiro. Existem momentos em que olhar para trás é andar para frente. Jordan Peterson, em seu livro "12 Regras Para a Vida", lá pela 3ª ou 4ª regra, se lembra de que Adão e Eva, antes do Pecado Original, eram a criação que Deus queria. Como o ser humano decaiu após esse pecado, então Deus teve que mandar para nós o Messias, para nos mostrar como que Deus havia nos planejado por primeiro. Logo, progredir não tem nada a ver com abrir nossa mente para ideias diferentes. Não. Progredir, muitas vezes, significa olhar para quando nós éramos perfeitas criações de Deus, antes da maçã. É a isso que devemos almejar, se quisermos ter uma chance de entrar na Felicidade Eterna. Mas para isso a gente tem que largar de ficar admirando a maçã. Largar a maçã. Largar nossa SOBERBA. Recuperar nossa FÉ. Estamos atualmente na direção totalmente oposta. É preciso virar 180 graus e começarmos a caminhar para o outro lado. Que nós tenhamos então a coragem e a determinação de fazermos isso, antes que nosso tempo se esgote e tenhamos que encarar Deus, não como misericordioso AMIGO, mas como JUSTO JUIZ que condena os cheios de si.

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👆 HUMOR (agora com meus comentários!)


Como diria meu pai, do alto dos meus 12 anos, "você nem tirou as fraldas ainda!" Nunca duvide da sabedoria dos mais velhos! 👌
(25/10/2021)


Sal Conservador tá tendo problema com a porcada do jornal. Não, não é a Peppa... É PIOR! Olha aí!
(25/10/2021)


Cartunista Jindelt desenhou bem a situação... para o desgosto geral da nação.
(25/10/2021)

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👆 LEITURA RECOMENDADA

Edição XXX, e é hora de outro livro maravilhoso do professor Olavo de Carvalho. Este livro, lançado este ano, é na verdade um curso avulso que Olavo deu há 11 anos atrás, e foi transcrito na forma de livro pelo seu aluno Ronald Robson, autor do livro "Conhecimento por Presença". É uma excelente reflexão sobre o ser das coisas. Há nele reflexões sobre métodos de leitura, sobre a materialidade do invisível, sobre o próprio processo da nossa existência em diferentes planos, enfim... uma reflexão filosófica magistral e um verdadeiro ensinamento do mestre para a nossa vida. Compre e leia. 

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