Edição XVII (Revista Terça Livre 107, revista A Verdade 47, opinião e mais)

Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Terça Livre, da qual sou assinante, com autorização pública dos próprios autores da revista digital. Nenhum texto aqui pertence a mim, todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo. Assinem o conteúdo da revista pelo link e vejam muito mais conteúdo.



CULTURAL



Intelecto humilhado
(por Lucas Campos)


O equilíbrio entre o fideísmo e o racionalismo talvez seja uma das grandes tensões na Igreja. Gosto de chamar essa celeuma de intelecto humilhado. Esse conceito não busca eliminar um desses legítimos elementos da civilização, mas encontrar, com razoabilidade, um saudável debate entre fé e racionalidade.

É salutar que a razão encontre espaço no joelho dobrado em oração, que se prostra diante da revelação divina, do Cristo, dos Sacramentos, não abandonando o ofício racional inerente. É como se recebesse a revelação, através dos componentes da fé, entendendo que ele, o intelecto, deve ser parte disso; e muito embora seja diferente do fideísmo, é indissociável, pelo menos para que haja sanidade.

A palavra de Deus - revelada no Cordeiro - impede que a razão possa agir por si mesma, ou que seu único guia seja a ignorância do materialismo histórico. A razão precisa do elemento transcendental, provido do Eterno, para que sobreviva decentemente e contribua no entendimento da própria revelação divina. Afinal, não faz sentido a alienação do concreto ou o misticismo puro, somente.

O racionalismo assiste e julga todo e qualquer movimento que intitule-se "espiritual". Há uma necessidade intrínseca, no ser humano, tanto do fideísmo, quanto do racionalismo; e que se busque conhecê-los permanentemente. O intelecto humilhado não cai em extremos, não torna-se obscuro ou arrogante, mas modesto e razoável; consolidado na realidade.

Para ampliar nosso horizonte de consciência, gosto de usar como exemplo Santo Agostinho, no texto consagrado das "Confissões". Ali, o leitor sente-se um intruso e depara-se com o conceito de "intelecto humilhado". Um homem, antes, seguro de si, apoiado no ego, agora, reconhecido errante, confessando-se para um ser divino. É a razão do homem materialista subjugada ao deleite da fé advinda do Deus-Homem.

O sentimento é de que a privacidade de Santo Agostinho está sendo exposta por ele mesmo e invadida pelo leitor sem constrangimento algum de sua parte, por meio de uma confissão extravagante. Suas orações confessionais são impregnadas das Santas Escrituras. É como se, agora, nosso Patrício, usando o texto da primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, lamentasse conhecer a Deus apenas como que por um espelho, uma imagem que, à época, não refletia a realidade plena. Ou seja, o pecador obstinado não O conhecia com clareza. No entanto, parece-me que havia, ainda que não exaustivamente, uma intimidade com o Senhor. É o elemento fideísta compondo, com precisão cirúrgica, o racionalismo absoluto. E é fato: o homem não conhece a Deus em Sua plenitude, entretanto Deus conhece o homem intimamente - e isso bastou para que o intelecto de Santo Agostinho se humilhasse.

O fato de Deus nos conhecer integralmente, em um momento incipiente, nos humilha mesmo. Estamos nus diante do Criador; humilhados e, feito criança surpreendida fazendo travessuras, fomos "descobertos" em nossos pecados. Agostinho entendeu que somos ignorantes de nós mesmos, e só temos qualquer tipo de autoconhecimento quando este é dado por Deus. Assim sendo, como falaremos de Deus, se não conhecemos nem a nós mesmos?

Para tratar do divino, faz-se necessário atentar-se para o que Santo Agostinho chamava de ‘’CORAM DEO’’, que significa ‘’diante de Deus’’. Portanto, para falar do inefável, o racionalista precisaria "andar" com Ele; ter uma vida devocional. Como lidar com um Ser sabendo que Ele é onisciente? Podemos falar tão somente do conhecimento que nós temos de d'Ele, e não do que Ele tem de nós. Logo, quando o santo fala do "conhecimento através do espelho", ele quer dizer que a possibilidade de conhecer a Deus é apenas através de mediações. O racionalista só pode crer nisso se, como diria Rudolf Bultmann, der um "salto de fé". Somente o Senhor tem conhecimento pleno, face a face, a nosso respeito. Se Deus conhece o homem mais do que ele mesmo, a razão humana precisa dobrar-se à verdade de que ela precisa do "salto de fé" em direção ao Eterno para que o homem se conheça. O ser humano só tenha acesso ao que nele está em oculto, quando busca o conhecimento daquele que o criou e tem poder sobre a sua vida.

Faz-se primordial a busca por Deus da parte do racionalista. O autoconhecimento, por si só, ou a filosofia crua, não levam o homem ao saber necessário dele mesmo. Por isso, o homem deve ir ao encontro de Deus, o seu genitor. Como buscá-lo, senão pelos Sacramentos, pelo Rito, pelas orações e pelo amor ao próximo? Deste modo, Deus revelar-se-á para que o homem O conheça e, consequentemente, aumente o conhecimento de si mesmo.

Todas as premissas que afastam a fé da razão devem cair quando nos achegamos a Deus. A razão enche-se de esperança quando o substrato divino é a base. O intelecto humilhado coloca o homem no seu devido lugar. O caminho do racionalista atingido pelo fideísmo é esse: converte-se em paciente de Deus, vislumbra o amor ao próximo e encontra, por fim, a moderação entre fé e razão.

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COMPORTAMENTO


O quarto “chinês” de Jack
(por Kauê Varela)

Caso o leitor ainda não tenha contemplado uma das obras cinematográficas inspirada no mito platônico da caverna, devo dizer que está realmente perdendo uma ótima experiência. Não só pelas ótimas atuações, mas também pelas reflexões que ela fatalmente irá lhe proporcionar.

O enredo é simples: uma mãe está confinada há anos em um pequeno quarto com seu filho. No entanto, apenas a mãe conhece o mundo real... a liberdade! A criança nasceu nesta condição e desconhece o que é o mundo. Para ele, o mundo é o quarto. Bom, não podemos sentir falta do que não experienciamos. Michel de Montaigne já dizia que para quem nunca viu o mar, qualquer poça d’água é oceano! Ou seja, para aquela criança, o normal é a rotina do confinamento, pois ela nunca experimentou a liberdade. O normal é o mundo com uma metragem pequena onde ele pode se locomover. A mãe até tenta inserir a simbologia da liberdade, dos campos floridos e até mesmo das cores básicas do dia, mas tudo isso é em vão, pois não há a associação do símbolo verbal com o ente real tangível... tudo que a criança tem é uma vaga aproximação do real¹: o azul do lápis de cor é, e não é, o azul celeste que um belo dia sem nuvens nos oferece. O sol amarelo que foi desenhado não passa nem perto do que é o sol... e esse desenho do sol não é quente como o sol... na verdade o quente do sol é como o quente do fogão, mas não é a mesma coisa. Perceberam a dificuldade que é explicar coisas tão básicas que a experiência nos fornece para quem nunca as experimentou? E essa é a realidade do Jack: uma pobreza e limitação da experiência do real.

Mas diferentemente do título que forneci ao texto que você está lendo, o filme se chama “O quarto de Jack”. Então, qual é o motivo do verbete “chinês” ser inserido? Explico.

Nesses tempos de pandemia, uma frase muito comum estava no início, está no meio e provavelmente permanecerá até o fim (haverá um fim?): uso de máscaras e distanciamento social são o “NOVO NORMAL”. Ou seja, a partir de agora, esta será nossa nova realidade. Tratamento impessoal (sem os calorosos abraços e beijos na face, como nos é tão cultural no Brasil). Muito bem, mas eu, sinceramente, me nego a introjetar esse “novo normal”. Uso máscaras apenas em ambientes fechados, pois pela própria natureza viral, dificilmente serei contagiado ao ar livre em um parque. Mas está claro que há, dentre algumas camadas anteriores, o objetivo sociopolítico de se estabelecer um novo hábito na humanidade: uso de máscaras e distanciamento social. Talvez eu entre mais a fundo em outro artigo sobre os estudos psicológicos, ainda em andamento, claro, sobre os efeitos deste novo hábito, mas aqui atentarei apenas ao fato óbvio e nítido que sim, há uma inserção de um novo hábito global; o que em si mesmo já poderia ser objeto de longos estudos. No entanto, dentro deste objetivo, há um alvo principal e, sinto muito, não somos nós! Lembram do filme citado acima? A mãe sente falta do mundo fora do quarto, mas o “lá fora” não existe para o pequeno Jack. Nós, que temos mais de 20 anos sabemos o que estamos perdendo, e ainda que nos dobremos a esta nova realidade, sempre teremos um sentimento de falta. Agora, e para a geração que está nascendo nesta nova realidade? Como poderão sentir falta do que nunca tiveram? Quando meu filho de 2 anos entra em uma loja, todos estão com os rostos cobertos e o eventual sorriso de uma idosa simpática (se é que ela terá coragem de sair de casa) estará ofuscado por um pedaço de pano que cobre 40% do seu rosto.

Em suma, a realidade em que nossos filhos estão crescendo é uma realidade sem demonstrações públicas de afeto... sem abraços, sem beijos; sem sorrisos! A pergunta que venho me fazendo há certo tempo é: qual será a consequência psicológica a médio/longo prazo deste “novo normal” para esta nova geração? Como se portarão nas escolas, impossibilitadas de abraçar os amiguinhos ou simplesmente sorrir depois de uma piada com a professora? Aliás, a professora será reconhecida na rua pelas crianças?

Vejo somente duas possibilidades, a primeira é que isso não seja aceito como hábito e voltemos ao “antigo normal”, ou que isso se solidifique como um hábito perpétuo e que a atual geração sofrerá graves consequências psicossociais nunca vistas na história humana.

Que Deus nos ajude!!

¹ Eles foram confinados em um quarto sem janelas, ou seja, não tem acesso ao dia, a noite ou aos cheiros que o dia a dia nos proporciona.

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CULTURAL




A desconstrução de tudo…E a decadência da inteligência
(por Bruno Dornelles)


Não é nenhuma descoberta da roda afirmar que a ausência de inteligência está afetando o mundo e tornando a humanidade deficiente em abstrair a realidade, lidar com problemas práticos que exigem uma leitura pontual antes da entrega ao efeito do pavor fatalista, ou da incapacidade de vislumbrar luzes para si e para os outros, nos bons e nos maus momentos. Ao arrepio da simples política ou da conversão da religião em materialismo filantrópico, os fatores que geraram essa desinteligência se iniciaram justamente nos ambientes que vivemos e na desconstrução das nossas referências originárias sobre as coisas que possuímos e consumimos, o que muita gente nem faz ideia. E, como somos apegados ao fator humano, belo e harmônico de todas essas coisas, são justamente elas o alvo de um esvaziamento muito claro do utilitarismo liberal e do materialismo revolucionário.

Entenda inteligência como a capacidade lógica de inteligir com a realidade. Quem consegue manter os pés no chão, entender a sua inserção perante a vida e interpretar suas circunstâncias a níveis psicológico, sociológico e cosmológico, consegue daí projetar um mapa mental maior do que o dos outros, e, consequentemente, trará luzes reais diante de um mar de superficialidades.

Mas, como se trata de uma atividade que exige mais do que o uso das faculdades mentais frias, como também do coração e da capacidade de amar, para inteligir melhor com as coisas é necessário que o ser humano as contemple amorosamente para daí se relacionar com elas. Sobretudo, evitando ao máximo julgá-las em prol dessas capacidades caritativas, como bem ensinam as Sagradas Escrituras.

Ronald Robson ensina no seu livro “Conhecimento por Presença”, que o processo revolucionário marxista nasce na mudança de mentalidade dentro dessas camadas contemplativas. Após anos de filosofia analítica - que visava entender ou traduzir o mundo e as ideias -, Marx faz o chamamento para que a disciplina sirva como base para a mudança das desigualdades do mundo, gerando - com a mudança da práxis analítica para a ativista - hordas de mentalidades histéricas, as quais passaram a exigir uma mudança de comportamento individual a nível coletivo e antidemocrático, influenciando também a desconstrução radical da simbólica dos ambientes e das coisas.

Duas foram as respostas do Ocidente a esse desvio totalitário: (I) através da Igreja Católica, que passou a condenar o comunismo antes mesmo do advento do Manifesto de Marx e Engels, instituindo em algumas décadas posteriores a Rerum Novarum, que expôs sua natureza revolucionária como destrutiva para as estruturas do mundo e para a alma; e, por outro lado, (II) setores burgueses modernos passaram a questionar o “altruísmo" marxista - de sua práxis modificadora das injustiças sociais -, respondendo, não com uma manutenção de virtudes, senão com a elevação indevida do vício do egoísmo como um valor, o que fundamentou o pensamento de Ayn Rand e dos meios libertários capitalistas.

Porém, se uma pessoa não consegue contemplar e amar as coisas como elas são - seja desejando que elas sejam diferentes e “mais justas”, seja tentando utilizá-las em seu favor - daí que os resultados dialéticos do libertarianismo de Rand são meros redutores de danos em relação ao resultado a ser obtido pelo marxismo. Isso porque, embora o marxismo traga a revolução para dentro da seara política - onde todo povo acaba escravizado, morto e oprimido, como sempre ocorreu nos regimes comunistas -, na esfera de Rand, o egoísmo hipercapitalista acaba também por ir desconstruindo a beleza, a harmonia e a própria natureza humana das coisas, como bem acontece nos fenômenos da arquitetura, design, culinária, música, etc. Assim, ao invés de preservar a sanidade humana pelos fundamentos metafísicos e ocidentais, tornam-se mais importantes a paixão, as sensações obtidas, a usabilidade imediata, o lucro e, claro, as grandes escalas de produção.

Em que pese isso tenha gerado um óbvio enriquecimento das nações e povos, por outro lado a mentalidade extremamente mercadológica imposta pelo capitalismo selvagem também foi tirando aquilo que de mais precioso e elevado as pessoas possuíam em termos de elevação do ser humano ao seu nível de dignidade, o que certamente resultou numa súbita decadência dos processos democráticos, na libertinagem comportamental e no automatismo moderno. Em vez de a riqueza mais acessível se tornar uma razão de alegria, se tornou também um problema diante das incertezas, da tecnocracia dos processos produtivos e de um ressecamento humano que tornou a sociedade claramente mais desanimada, depressiva e lidando constantemente com uma morte real das suas almas.

Para fins de comparação dessa perda de referências, pegue-se, por exemplo, as poltronas produzidas no passado em relação àquelas projetadas pela escola de Bauhaus, que influenciou todo o esvaziamento simbólico da produção moderna. O conceito minimalista e a influência simplista do seu design certamente cooperaram com a diminuição dos custos de produção, como também do acesso a esses bens. Entretanto, a poltrona não mais “protege" ou “assenta" o corpo de uma pessoa, abraçando-a desde o seu torso até os seus ombros, mas a introduz e a “joga" ao relento do ambiente. Passando a pessoa a fazer parte do ambiente, de maneira sutil ela vai entendendo não mais ser aquela criação especial e dotada de valor, senão uma mera célula integrante de uma coletividade de altas escalas de utilidade, na qual ela também usa e é usada.

Na culinária, a coisa se torna ainda mais óbvia. Primeiro, no movimento de "gourmetização", onde a mercadologia foi determinando quantidades cada vez menores sob o escudo do “requinte” e da “sofisticação", o que tornou a alimentação um objeto do deslumbramento pelo acesso e não mais da simples vontade de ser saciado e alimentado. Não obstante, os movimentos de gastronomia moderna também desconstruíram o que antes era medido pela qualidade do alimento entregue ao prato por uma mera experiência mental minimalista, despertando nas cabeças mais revolucionárias do mundo da alimentação a vaidade da criação autoral e de mensagens cerebrais diferentes da alimentação ordinária, tudo influenciado pelos critérios de difícil obtenção da avaliação francesa Michelin.

Um dos chefs máximos deste movimento de desconstrução é Massimo Botura, dono do controverso Osteria Francescana, um restaurante surpreendente sediado na Itália, onde a modificação de pratos tradicionais pode render desde meras ofensas até ameaças ao cozinheiro desconstrutor. Contudo, isso não impediu Botura de inventar a sobremesa “Opa, eu deixei a torta de limão cair”, que, em relação à original “lemon pie”, faz com que o deslumbrado consumidor, que paga mais de 400 euros numa conta de restaurante, ache o maior barato modificar suas cognições mais básicas diante de uma celebração da maldade humana em servir uma torta recolhida do chão em um prato quebrado. Embora os efeitos cerebrais sejam sutis, são também velados. Porém, pior é pensar que essa espécie de desconstrução está voltada principalmente às elites, de onde as influências culturais mais fortes se originam.

Já na arquitetura e nas artes, toda a desconstrução acompanha o mais óbvio declínio da humanidade. Na pintura, a desconstrução do belo inicia-se com o realismo francês e a necessidade de “demonstrar as injustiças sociais” na obra. Isso, claro, modificando toda a sua assimetria, harmonia e composição fiel das cores e da luz, desafio este que trespassava todos os artistas desde o renascimento até o barroco, e fora plenamente abandonado a partir do século XIX na França revolucionária.

Mais do que a pintura, a simplificação da arquitetura daí segue a desconstrução mais violenta da moral religiosa, deixando de serem as fachadas dos prédios os espelhos da natureza ordenada e representada de maneira perfeita, própria dos ambientes que nos aguardariam nos céus. Essa “prévia das alturas" foi substituída por grandes construções quadradas, simplistas e vazias. Além da feiura e a mera utilidade se tornarem condicionais, a baixeza e a perda de sentido na ausência arquitetônica tornam quase que certa a impressão de que os ambientes externos das cidades perderam suas dignidades, bastando ao tempo expor a decadência do processo de marginalização e abandono dessas edificações.

Sendo perdido o trato humano em prol da mera utilidade das coisas, perdemos o significado do apreço e do amor pela realidade. Tudo parece estéril, chato, inalcançável e impossível, além de elevar o caráter de “mar de lágrimas” à impressão de que estamos constantemente sendo reduzidos a meros animais de sensações, passíveis de utilizar, de maquiar, de enganar e até de mentir de maneira absolutamente natural e justificados por um senso de sobrevivência desesperado.

A tortura da modernidade consiste, ao contrário de um discurso moralista religioso, a própria perda das referências humanas de nossos ambientes e coisas. Quando a humanidade retornar a questionar seriamente as tristezas e desinteligências geradas por todas essas brincadeiras filosóficas, que ditaram a mentira e a dispersão das qualidades e das virtudes nas quais também vão se resultar todos os processos dialéticos que elaboram os nossos ambientes e coisas, quem sabe daí o resultado a ser obtido por uma geração notável e rebelde a essa decadência inclua grandes feitos que determinem uma era um pouco mais feliz e consolável.

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COMPORTAMENTO

Senta, que o leão é manso
(por Alexandre Costa)

De onde vem a mania brasileira de fingir normalidade diante de uma situação ameaçadora?

"Aquela história do sujeito que tinha apenas três neurônios - o de emissão, o de recepção e o de bloqueio geral – já se tornou demasiado complexa para ser verdade¹". Olavo de Carvalho

De onde vem a mania brasileira de fingir normalidade diante de uma situação ameaçadora?

Na verdade, nem posso dizer que o fenômeno (transtorno) seja eminentemente brasileiro, pois nunca pesquisei esse aspecto do tema, mas é evidente que essa maneira de agir em desacordo com a realidade é algo bem fácil de perceber no nosso cotidiano. Reagir sem a devida proporção exigida pela circunstância é tão brasileiro quanto a cachaça. E ambos entorpecem...

E como sei que uma cultura devastada favorece reações desproporcionais, desconfio ser essa a explicação para que a recorrência desse tipo de comportamento seja bastante natural por essas bandas.  De qualquer forma, seja tupiniquim ou universal, esse senso descalibrado das proporções, quando diante de um desafio mais sério, costuma ofuscar a interpretação e limitar ou distorcer a capacidade de reagir de forma pontualmente adequada. Esse comportamento tem colaborado decisivamente para a manutenção do ambiente opressor que cresce seguindo uma tendência.

A expressão que dá título a este texto, até onde sei, tem origem em uma piada antiga, que não me atrevo a contar, e que ouvi várias vezes contada por meu pai, que sempre ria enquanto contava, antecipando o final dramático e explosivo.

Mais tarde ouvi Olavo de Carvalho usando a piada e a expressão para definir a tentativa sempre frustrada de usar o fingimento, o disfarce como forma de esconder o pavor, o desespero e a total sensação de impotência. Nesse contexto a frase ganha precisão cirúrgica para descrever o comportamento típico de quem, ao se deparar com uma realidade apavorante, precisa externar uma falsa aparência de normalidade e passar a impressão de controle quando, na verdade, está fingindo também para si mesmo, porque não quer enfrentar o desespero de não encontrar uma saída, de não saber o que fazer. Se fosse sincero diria: estou fingindo que está tudo normal porque não sei o que fazer e, embora seja vergonhoso dizer, no curto prazo sempre é mais fácil e confortável pensar que as coisas são assim mesmo e não vão mudar. No longo prazo sabemos que a atitude intelectualmente preguiçosa sempre traz prejuízos materiais e psicológicos: segundo a lenda, colocar a cabeça no buraco pode parecer um escape perfeito, mas não melhora em nada a vida do avestruz apavorado.

Ousando acrescentar mais algum significado e sugerir um uso mais amplo para a expressão “senta, que o leão é manso”, podemos olhar para o campo inverso da interlocução, o do receptor que acredita realmente na sentença, e não percebe quando ela é utilizada para deliberadamente distorcer a sua percepção da realidade. Algo parecido com o policial que procura dispersar a multidão de curiosos: “circulando, circulando”.

Somando esses dois sentidos, o do impotente fingindo normalidade, e o do ignorante que acredita mesmo na normalidade narrada pelo discurso oficial, temos uma gama enorme de pessoas que tendem a reagir de forma desproporcional ao tamanho do problema. Sempre, como demonstram as mais variadas observações, desde a tendência a preferir a interpretação que melhor se adapte ao conhecimento adquirido e assimilado, o chamado “viés de confirmação”, até os gatilhos psicológicos mais profundos, plantados no imaginário após constante bombardeio de informações deturpadas diluídas nas artes, no entretenimento e no jornalismo mainstream.

O mundo atravessa um momento decisivo. Esse clichê nem precisa de explicação, muito menos de fonte ou referência. Desde o advento da Covid-19, todas as nações, instituições, empresas e pessoas sofreram algum tipo de transformação nas suas atividades, na sua estrutura e em alguns casos, até mesmo na sua essência. Não há como negar esse fato e, portanto, não é possível nenhuma análise, nenhum raciocínio e nenhum planejamento sem considerar o imenso conjunto de dados envolvidos e sua influência na ordem que subsistirá nos próximos anos e nas próximas décadas.

Como exemplo das iniciativas totalitárias implantadas sob o pretexto da pandemia, que ainda nem começaram e já alcançam as mais profundas camadas da sociedade, podemos citar desde o aumento do poder burocrático e a concentração de mercados até o passaporte sanitário – que, aos poucos e na prática, vai tornando a vacinação obrigatória. E tudo indica que nos próximos meses veremos mais e mais tentativas de aumentar ou aperfeiçoar o controle sobre a sociedade e, principalmente, sobre os indivíduos.

Além do ataque circunstancial aos nossos direitos e liberdades, o ambiente cultural também colabora para o estabelecimento de regimes cada vez mais opressivos. Ao conciliar servidão voluntária com rebeldia teleguiada – controlada desde fora e condicionada a interesses ideológicos ou objetivos partidários –, a mentalidade derivada desse ambiente aparelhado tende a nublar a percepção da realidade e, assim, facilitar a manipulação para aqueles que detêm a “máquina” responsável por emitir as sentenças “aceitas” pelo establishment.

No meu entender, o avanço das pautas que gradualmente eliminam ou enfraquecem direitos naturais dos indivíduos é evidente a ponto de parecer inegável.  Dadas as circunstâncias e o momento histórico, as condições culturais existentes, e o cenário acadêmico e artístico hegemônico, creio que sem uma ruptura intempestiva, essa tendência parece forte o suficiente para perdurar por um bom tempo.

Estamos diante não de apenas um leão, mas de várias alcateias, de vários bandos de leões famintos que apenas os covardes e os exageradamente ingênuos podem ignorar. Sentar agora para fingir normalidade vai apenas garantir um almoço tranquilo e sem sobressaltos para os leões.

[1] Miséria Linguística, artigo de 5 de agosto de 2000 – Compõe o livro “O Leão e os Ossos – O que restou do imbecil – Volume III.

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CULTURAL


Aos avós
(por Leônidas Pellegrini)


Bergoglio instituiu o dia 25 de julho como Dia Internacional dos Avós e Idosos. No entanto, independentemente das vontades do portenho pontífice, eu mesmo continuarei a comemorar o Dia dos Avós na data em que ele tradicionalmente é celebrado em Portugal, Espanha e Brasil, que é o 26 de julho, deixando o 25 para os idosos e também para São Cristóvão.

É importante que lembremos que o Dia dos Avós é há muito tempo celebrado no dia 26 por ser este o dia de São Joaquim e Santa Ana, pais de Nossa Senhora e avós de Nosso Senhor Jesus Cristo. Estes dois santos foram responsáveis pela criação de Maria e foram coautores de seu caminho de santidade. Em honra àqueles santos avós e a todos os avós, portanto, deixo aqui hoje uma breve homenagem aos meus.

Vô Manuel

Pai da minha mãe, é o avô que não conheci pessoalmente, pois faleceu cinco anos antes de eu nascer. O que conheço dele é pelas histórias contadas por minha mãe. Era austero e de poucas palavras, e sua maior marca era a honestidade a toda prova. Começou a trabalhar ainda bem novo como funcionário do Ministério da Fazenda, e foi progredindo na carreira até que descobriu um esquema de corrupção dentro no trabalho. Ficou indignado e alertou todos os colegas, que se indignaram junto e lhe deram todo o apoio (ou quase).

Fez a denúncia do esquema em uma carta aberta ao presidente da República publicada nos jornais. Um escândalo. Derrubou gente graúda e poderosa, mas caiu junto – assinou sozinho a carta, pois o tal apoio dos colegas foi apenas moral. Passou a ser perseguido e ameaçado de morte, precisou literalmente esconder a esposa e os três filhos em uma casa no meio do mato em Carapicuíba e foi trabalhar como caminhoneiro durante alguns anos. Foi um período de fome e carestia que minha avó, minha mãe e meus tios nunca mais esqueceram, e cujo trauma se refletiu em suas vidas anos afora e chegou mesmo a moldar a personalidade das crianças.

Vô Manuel conseguiu se reerguer quando já nos anos 50 mudou para Londrina, que já foi terra de recomeço e novas esperanças para tanta gente. Voltou a ser funcionário do Estado, desta vez na Receita Federal, galgando postos até se tornar auditor. Era linha dura e não deixava passar nada, e, talvez por isso mesmo, foi sendo rodeado de toda sorte de bajuladores e “amigos” – por se fazer temido, acabou de fazendo “amado”, e esse amor se refletiu em seu funeral, no qual estiveram presentes, além da família, apenas dois amigos de fato.

Apesar da volta por cima, a vida do Vô Manuel nunca mais foi a mesma. Ele chegou a sofrer dois atentados dos quais conseguiu escapar, e sua morte em um acidente de carro no Triângulo Mineiro envolve mistérios que nunca foram muito bem esclarecidos.

Um último fato curioso sobre este avô que foi um exemplo de coragem e firmeza: quando ele faleceu, minha mãe estava no meio da gravidez de minha irmã Rita, que, lá da sua vida intrauterina, traz lembranças perfeitas do Vô Manuel. Além da voz e do cheiro dele, ela descreve com exatidão alguns episódios com o vô que ela “não conheceu” pessoalmente. Nada mal para um “amontoado de células”, não?

 Vó Maria 

Esposa do Vô Manuel, era conhecida como “a Vó de Casa”, já que morava em casa com a gente, e a outra avó (a “Vó do Apartamento”) também chamava Maria. Passou a maior parte de sua vida de viúva reclusa em seu quarto, silenciosa, rezando o Santo Rosário, lendo a Bíblia, livros de espiritualidade católica e alguns de autoajuda. Tinha lá seus netos preferidos, e eu era um deles. Ela me ensinou o Pai Nosso, a Ave Maria e a oração do Anjo da Guarda. Praguejava contra quem falasse palavrão em casa. Fazia sua fezinha mensal na Tele Sena, não perdia uma novela das seis (as outras achava indecentes e escandalosas) e aos domingos sempre assistia à Fórmula 1 (era fã do Senna) e ao programa do Sílvio Santos. Adorava tutu de feijão - inevitavelmente, sempre lembro dela só de sentir o cheiro...

Tinha horror à pobreza, mas amava ajudar os pobres. Foi uma das pessoas mais piedosas que já conheci. Devota de Santo Antônio e Santa Rita de Cássia, fez a eles muitas promessas, sendo uma delas pela minha vida, quando quase morri aos 12 anos, depois de um atropelamento em 1993. Um ano depois, em 94, teve um derrame e veio a falecer no ano seguinte. Suas promessas “em aberto” foram saldadas por mim.

 Vó Maria (a “Vó do Apartamento”)

Em muitos aspectos, o oposto da outra Vó Maria: expansiva, ativa, faladeira e desbocada, também era bastante caridosa, mas maldizia e xingava como ninguém – eu, quando moleque e adolescente, achava o máximo aquela avó que parecia falar tanto palavrão quanto a Dercy Gonçalves...

Essa vó passou fome na infância, ajudou sua mãe, a Bisa Tiana, a cuidar dos irmãos menores quando o Biso João foi lutar na capital em 32. Assim como foi com o Vô Manuel, sua vida engendrou na “terra prometida” de Londrina, onde passou os últimos anos de infância e a juventude, onde casou, separou e reatou, onde acumulou um sem-número de comadres, compadres e afilhados – a vó era uma casamenteira de mão cheia, procurada por pessoas de outras cidades e estados, sabia arrumar casais como ninguém; se vivesse hoje, deixaria no chinelo qualquer um desses apps de relacionamento.

Foi dona da Pensão Alto-Paraná, uma das primeiras de Londrina, e fez seu pé de meia hospedando sobretudo peões nos tempos áureos do café paranaense. Aliás, as inúmeras histórias e os causos de peões, mascates, camelôs, trambiqueiros e prostitutas dos tempos do café em Londrina constituíram um dos principais alimentos do imaginário de meu pai, que os reproduziu em inúmeros poemas, crônicas, contos e até romances, uma safra que se revela no melhor de sua literatura – a biografia romanceada da vó, inclusive, é seu magistral Herança de Maria, de 2012.  

E por falar em literatura, esta Vó Maria também foi poetisa, até hoje não publicada. A maior parte de seus poemas, escritos no verso branco daquelas antigas embalagens de barras de chocolate grandes – a vó era chocólatra – são declarações de amor ao marido...

 Vô Domingos

O avô entre os avós. Sim, amo todos eles, mas não me vexo de dizer que Vô Domingos foi meu favorito. Daria para encher um livro com histórias minhas com ele, então vou tentar manter aqui o essencial.

Vô Domingos foi o responsável por me proteger com a couraça do batismo. Não conseguiu com meus irmãos mais velhos, já que, quando nasceram, nos anos 70, meus pais eram “livres pensadores” comunistas e não permitiram que os filhos passassem por esse “ritual arcaico e careta de pequenos burgueses”. Quando nasci, em 80, o casamento fundado em Marx já havia virado pó, e nenhum dos dois fez lá grande caso em relação a esse batismo. Vô Domingos, claro, foi o padrinho, e minha tia Anavaly, hoje também já falecida, a madrinha. Acredito piamente que foi esse batismo que me protegeu de me desviar completamente e cair de vez, o que já quase aconteceu inúmeras vezes.

Como eu disse, daria para preencher todo um volume (ou mais) com histórias relacionadas ao Vô Domingos, o que não caberia aqui, em um simples artigo de revista. O essencial, em resumo, seria isto: zagueiro, caminhoneiro, barbeiro e, junto com a esposa, pioneiro de Londrina, foi a pessoa mais piedosa que já conheci. Se alguma coisa boa há nesta minha personalidade miserável hoje, a maior parte disso, sem dúvida, deve-se a ele.

Que Vô Domingos, Vô Manuel e as duas Vós Marias possam estar em companhia de São Joaquim e Santa Ana, da Virgem Maria e do Menino Jesus. Um feliz Dia dos Avós a todos.


Sant’Ana e São Joaquim,
olhai pelo Vô Manuel.
Que sua integridade e honra
lhe valham vaga no Céu.

Sant’Ana e São Joaquim,
olhai pela Vó Maria.
Por sua fé, que ela consiga
no Céu uma sesmaria.

Sant’Ana e São Joaquim,
pela “Vó do Apartamento”
intercedei e a acolhei
em vosso eterno aposento.
 
Sant’Ana e São Joaquim,
por Vô Domingos olhai.
Que ele seja recolhido
nos braços de Nosso Pai.

Sant’Ana e São Joaquim,
cuidai bem de todos nós.
Desejo-vos hoje e sempre
feliz Dia dos Avós.

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COMPORTAMENTO



A linguagem neutra e a Guerra Cultural
(por Robson Oliveira)

Pululam Brasil afora iniciativas legislativas, de viés comunista, que pretendem avançar mudanças na língua portuguesa. Ordinariamente, os legisladores esquerdistas desejam com esta ação criar uma tensão entre a norma culta da língua, com suas regras e estilística, e a língua comum, com seus maneirismos e neologismos.

Com efeito, os proponentes de tais mudanças costumam implementar a linguagem neutra na comunidade lusófona das cidades brasileiras, em desfavor da norma culta, em razão de alguns motivos. Um deles é, segundo suas próprias razões, garantir tolerância e inclusão a todos cidadãos. Mas será que o argumento é razoável? Vejamos.

Os políticos e acadêmicos que defendem a introdução da linguagem neutra no vocabulário sustentam que os vitimados pela disforia de gênero, doença psiquiátrica que atinge menos de 2% da população mundial, sofram com o uso do artigo masculino ou feminino da norma culta da língua portuguesa. De fato, a disforia de gênero é a má percepção da pessoa com relação a seu sexo biológico. Por isso, aos defensores da linguagem neutra, os vitimados por esta doença, que foi recentemente retirada do catálogo de doenças psiquiátricas da OMS, sentir-se-iam mais bem recebidos se tais artigos fossem retirados da língua ou substituídos por desinências neutras.

Além do mais, há aqueles que sustentam a introdução da linguagem neutra para incluir também aqueles que não se reconhecem psicologicamente – não só psiquiatricamente – confortáveis com o seu sexo biológico. Para estes, os artigos designadores de masculino e feminino, mesmo que não relacionados diretamente à própria sexualidade, mas ao gênero masculino e feminino, incomodam-nas. A linguagem neutra as deixaria mais confortáveis.

Mas será que este é o objetivo das diversas ações, capitaneadas por partidos políticos e acadêmicos comunistas? Os argumentos em favor dos proponentes não são razoáveis.

De fato, aquele que sofre de disforia de gênero padece de problemas e dores enormes e incomensuráveis. Dores e sofrimento que, até pouquíssimo tempo atrás, psiquiatras reputavam-nas a doenças clínicas. Ocorre que tais problemas são de foro íntimo. A dor que incomoda o vitimado pela disforia de gênero é interna. Portanto, tais problemas – na medida que são internos – só podem ser minorados e curados por profissionais especialmente treinados e, muitas vezes, com tratamentos alopáticos acompanhados de perto por profissionais. Eis porque questões meramente externas e sociais – como a mudança na língua materna de alguém – não têm qualquer potencial de diminuição das dores ou dos sofrimentos de tais pessoas.

Além do mais, aqueles que não se sentem confortáveis com seu sexo biológico igualmente podem sofrer – e acredito que efetivamente sofrem – de dores que sequer imagino, dificuldades e dramas realmente incomensuráveis. Mas é preciso dizer que tais dramas – ainda que reais e contra os quais eu não seria maluco de diminuir – não são dramas menores dos que as dificuldades e desafios de outros cidadãos, que se lamentam sob o nanismo e que todos os dias veem sua situação de baixa altura ser relacionada com palavras negativas: “baixa autoestima”, “baixo astral”, “baixo PIB”, “baixa taxa de açúcar” são expressões que ligam a palavra “baixa” a situações negativas. Embora tais palavras possam significar um caráter negativo e muito embora os vitimados pelo nanismo também sofram dramas psicológicos grandíssimos, não há um movimento nacional ou local para banir do vocabulário da língua culta, como ocorre com o movimento da linguagem neutra. O mesmo com os pobres, que são parcela considerável em qualquer cidade do Brasil, que há tanto tempo aumenta o fosso que separa não apenas ricos e pobres. Hoje o fosso separa pobres de miseráveis. Mas nem por isso os pobres das cidades promovem ações políticas ou tentam impor a outros cidadãos que sua situação de pobreza seja ligada a palavras com significados negativos: “pobreza de espírito”, “pobreza cultural”, “pobre de alma” são expressões cotidianas que não vemos rejeitadas pelos pobres da cidade, que são muito mais numerosos e que sofrem muito, muito mais física e psicologicamente que os seus concidadãos pró-linguagem neutra. O mesmo ocorre com os negros, que igualmente poderiam sustentar que a cor de sua pele gera constrangimento e dramas psicológicos, quando leem palavras como: “nuvem negra”, “denegrir”, “língua negra”. Tais palavras insinuam que a cor preta traz algum caráter negativo, mas nem por isso há movimentos para banir tais palavras do vocabulário ordinário do português. Afinal de contas, seria um absurdo fazer isso, sabendo que há exemplos justamente opostos como “elefante branco”, “dar branco”, “martírio branco”, os quais denotam à brancura caráter igualmente negativo e prejudicial.

Como se vê, linguagem neutra não quer incluir ninguém. Na verdade, o objetivo deste movimento não é proteger pessoa alguma. Não se trata de inclusão, não se trata de tolerância, mas de instrumentalização da educação para os objetivos político francamente explícitos. Trata-se da Guerra Cultural para impor a alma comunista e o espírito socialista nas estruturas e instituições da cidade. E as famílias cristãs e conservadoras não podem se deixar enganar.


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REVISTA "A VERDADE" - Ed. 47, de 26/07/2021 
(Uma publicação digital semanal do Jornal da Cidade Online)


OPINIÃO

Os males do 'multiculturalismo'
(por Carlos Adriano Ferraz)

Como esclareci em um texto publicado aqui em ‘A Verdade’ na semana passada (19/07), a universidade perdeu seu propósito fundamental, a saber, nos levar à prosperidade (material e “espiritual”). Atualmente ela serve mais a uma agenda política torpe e perniciosa do que à elevação humana:


Assim, nas últimas décadas temos acompanhado um discurso acadêmico que glorifica o fracasso. Estou me referindo, aqui, especialmente à ideia de “multiculturalismo”, sobretudo a como ela é enaltecida especialmente em nossas universidades (ligada à ideia de “diversidade”). Em nome do “multiculturalismo” temos sido reiteradamente ensinados que “todas as culturas importam igualmente”, que “todas as culturas possuem o mesmo valor”, etc.

Mas será mesmo assim?

Pois bem. De largada quero deixar claro que penso que não, que não é assim. Ou seja: acredito que algumas culturas são, sim, melhores do que outras. Ou alguém tem dúvidas de que estamos em condições humanamente melhores do que povos que viviam (alguns ainda vivem) em pardieiros, como bárbaros, sujos, sem acesso à medicina, à alta cultura, etc?

(Aliás, se todas as culturas são iguais, por que alguns fogem desesperadamente de suas sociedades, tentando encontrar uma vida melhor em sociedades que fomentaram e institucionalizaram certos valores, como uma ética cristã, uma ideia de liberdade individual, etc? - a propósito, alguém sabe de ao menos um caso em que um sujeito atravessou o oceano fugindo da Flórida/USA para Cuba?)

Com efeito, o “multiculturalismo” enaltece justamente modos de vida e culturas que simplesmente (e talvez por boas razões) não deram certo, as quais ou acabaram ou estão em vias de extinguir-se. O poeta e crítico literário Matthew Arnold (1822-1888) escreveu, entre 1867 e 1868, uma série de ensaios, “Cultura e Anarquia”, nos quais encontramos a ideia de “busca pela perfeição”, a qual seria alcançada precisamente pela formação erudita, ou seja, pelo ensino daquilo que de melhor nossa civilização produziu. Temos, então, um “melhor eu”, nossa personalidade mais profunda, a qual está potencialmente designada para a perfeição (pleno desenvolvimento – uma atividade inerentemente ligada à natureza humana). Daí a ideia de Arnold, segundo a qual “ter cultura significa travar conhecimento com tudo quanto de melhor se sabe e diz do mundo”. Ou seja, ser culto (ou erudito) significa nos familiarizarmos com aqueles conhecimentos que poderíamos denominar de “melhores” (do ponto de vista do aperfeiçoamento humano, individual e social). Além disso, dado se tratar de uma oportunidade para alcançarmos a perfeição, ela não poderia ser um privilégio para poucos, mas o mais abrangente possível: todos deveriam poder se beneficiar, em alguma medida, dessa cultura “mais elevada”. Afinal, a cultura mais “elevada” nos elevaria como humanos. Daí a necessidade do acesso universal ao que de melhor foi escrito, pensado, pintado, etc.

Não obstante, o que temos testemunhado, nas últimas décadas, é o avanço de uma canalhice acadêmica em diversos departamentos, especialmente (nas humanidades) quando voltados para os chamados “estudos”, tais quais “estudos étnicos”, “estudos raciais”, “estudos de gênero”, etc. Na verdade, frequentemente uma linha que começa sua denominação com o termo “estudos” indica, de imediato, que estamos diante de alguma vigarice pseudo-intelectual. Noutros termos, estamos entrando nas favelas do meio acadêmico, as quais têm espraiado sua miséria para os demais âmbitos da universidade e, mesmo, da sociedade civil. Na verdade, o “multiculturalismo” é um aspecto de ideias relativistas e anti ocidentais, as quais pretendem fazer colapsar os pilares da civilização ocidental mediante a instrumentalização (para fins políticos torpes) de nossas universidades, e isso com o fim de causar a decadência cultural, institucional e, consequentemente, social. Consideremos apenas alguns exemplos sintomáticos da patologia vigente no meio acadêmico. Em 2017 os estudantes da School of Oriental and African Studies, da universidade de Londres, exigiram que autores como Platão, Descartes e Immanuel Kant fossem removidos do currículo. Justificativa? Os referidos filósofos eram homens brancos ocidentais. Com tal atitude esses estudantes pretendiam “decolonizar” as Universidades. Outro exemplo: O caso dos estudantes de inglês da universidade de Yale, os quais demandaram, em 2016, que fossem retirados do currículo os grandes poetas ingleses (como Shakespeare e John Milton), uma vez que eles eram escritores brancos e do sexo masculino (duplamente condenável, portanto). Nos termos deles: “Pedimos que os grandes poetas ingleses sejam abolidos” (observem que eles não exigem o acréscimo de outros autores, mas a abolição dos clássicos). Ora, somente em um estado de coisas no qual vige o assim chamado “multiculturalismo” (e aspectos que lhe são inerentes, como o anti ocidentalismo) encontramos demandas como essas, as quais são, em verdade, expressões de uma total e abjeta estupidez, algo, aliás, inconcebível há algumas poucas décadas (quando as universidades ainda estavam fortemente designadas para a busca pela verdade, pelo bem e pelo belo).

Dessa maneira, o que temos testemunhado, estarrecidos, é o célere avanço dessa mentalidade “multiculturalista”. Uma de suas metas, atualmente, é, então, "descolonizar" as disciplinas, especialmente nas humanidades. Afinal, em que outro lugar ideias ridículas como essas prosperam? Parece-me difícil que estudantes de Física demandem que não sejam mais estudados, por exemplo, Newton, Kepler, Einstein, Faraday, Tesla, Maxwell, et al. Também julgo difícil vermos estudantes de Matemática demandando que seja abolido o estudo de matemáticos tais quais Euclides, Arquimedes, Carl Gauss, Leonhard Euler, et al. Ou seja, embora não seja improvável (em verdade, tentativas já estão ocorrendo enquanto escrevo esse texto), é mais difícil “descolonizarmos” essas áreas. Portanto, suspeito que não encontraremos, nelas, pelo momento, teses focadas em sistemas cosmológicos e de cálculo a partir da cultura Caingangue, Ianomâmi, Pataxó, etc. E isso por uma razão simples: nessas áreas será transmitido o que de melhor se produziu em termos de cosmologia e de cálculo. Simples assim.

Mas as humanidades, por outro lado, se tornaram solo fértil para ideias estéreis tais quais a de “decolonização”. Ou seja: nelas, “tudo quanto de melhor se sabe e diz do mundo” tem sido deixado de lado e substituído por ideias fracassadas, as quais deveriam se limitar ao que realmente são: coadjuvantes no processo civilizatório.

Dessa forma, o ponto é que, assim como não há como discutirmos, por exemplo, o “contexto colonial” do teorema da incompletude, de Gödel, não há como discutirmos, também, o “contexto colonial” daquilo que se produziu em outras áreas e que foi causa de prosperidade, seja na área mesma em que foi produzida, seja na história civilizatória humana de uma maneira mais abrangente. Noutros termos, há ideias, hoje combatidas pelo “multiculturalismo”, que pavimentaram o caminho para a civilização da qual todos, em alguma medida, se beneficiam. Ideias tais quais as de “dignidade da pessoa humana”, “economia de mercado”, “absolutos morais” (como os tradicionais ‘não matarás’, ‘não adulterarás’, ‘não furtarás’, ‘não darás falso testemunho’, ‘não cobiçarás a casa do teu próximo’, etc, bem como a ‘regra de ouro’), ‘estado de direito’, ‘liberdade’, ‘igualdade moral entre os indivíduos’, ‘lógica’, ‘ciência’, etc, formam a “força vital” de nossa civilização. E essa força está em risco diante dos ataques implacáveis do “multiculturalismo”, o qual não apenas as relativiza, mas as descreve como “opressoras”, como se elas fossem meras concepções particulares de homens brancos, e não verdades universais pertencentes à humanidade, possuindo, pois, multietnicidade.

Dessa maneira, a hostilidade de alguns departamentos de nossas universidades em relação a essas ideias (oriundas especialmente das fontes originárias de nossa “força vital”, Atenas e Jerusalém) enaltece o fracasso em detrimento da transmissão daquilo que de melhor foi produzido pela cultura humana. Daí vermos os chamados “estudos” focados na rejeição da cultura (“opressora”) ocidental, promovendo a dissolução de ideias tais quais as de “economia de mercado”, “empreendedorismo”, “absolutos morais”, etc, em defesa de culturas ou extintas ou fadadas à miséria e ao eventual fim. Dito de outra forma, ao invés de promoverem os móbeis do progresso, os “multiculturalistas” se empenham em estimular a adoção de valores que, se incorporados à nossa cultura, nos conduzirão à degenerescência e ao fim.

Como complemento ao que escrevi acima remeto o leitor a esse texto que publiquei no JCO:


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OPINIÃO DO AUTOR

Não há salvação pelo homem
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
24 de Julho de 2021


Primeiro de tudo, há de se exaltar o excelente trabalho que a banda britânica de Heavy Metal, Iron Maiden, (como de costume) realizou. Eu gostaria que vocês assistissem primeiramente o clipe da nova música deles, "The Writing on the Wall", que vai constar no novo álbum chamado "Senjutsu", o 17° de estúdio de sua longa carreira. Não tem problema se você não entende inglês, ou se não gosta de Heavy Metal como eu gosto, basta ver o clipe, que pelas imagens você já vai compôr um pequeno imaginário na sua cabeça. A reflexão que vamos fazer será baseada nele, portanto, eu vou deixar ele aqui embaixo pra você assistir.


Já assistiu?... Ótimo, vamos lá! Quando Adão e Eva vieram a este mundo, eles foram feitos sem pecados, e em amizade completa para com Deus. Desde o pecado original da maçã, essa pequena e deliciosa fruta passou a ser a causa de todos os problemas que temos neste mundo até hoje. Padre Paulo Ricardo nos ensina que Eva foi tentada de modo a confiar em Satanás, disfarçado de serpente, e a trair Deus, colocando toda a confiança de seu destino nela mesma, ou seja, em sua natureza humana. Nesta hora, a soberba tomou conta dela e de Adão, a mesma soberba que acometeu Lúcifer no Céu segundo as Escrituras, e imediatamente os dois cortaram as relações de amizade e comunhão que tinham com Deus, e assim a humanidade perdeu o Paraíso e, desde então, estamos nesta caminhada pelo mundo para podermos voltar a ter a felicidade que tínhamos antes do Pecado Original.

E o homem peregrinou pelo deserto árido, tentando escapar dos egípcios, que os oprimiam. Moisés, o profeta que Deus escolheu para tirar os hebreus do Egito, guiou seu povo em direção à terra prometida, mas não pôde entrar nela, pois Moisés desagradou a Deus quando bateu na pedra com seu cajado. Dessa forma, coube à Josué terminar de liderar o povo para a terra. Josué era um guerreiro, diferente de Moisés, e liderou seu povo pela espada, derrubando os muros de Jericó, conquistando nações e fortalecendo seu povo.

No entanto, os hebreus, fracos, teimosos e ignorantes viviam reclamando de Deus, fazendo ídolos de ouro, querendo voltar à suas vidas erradas, idolatrando outros deuses, e assim, caíam constantemente em miséria após um tempo de prosperidade. Passam-se as eras, reis vem e vão, e então chegamos aos tempos de Daniel, o profeta que se torna grande através do rei Nabucodonosor. O profeta que foi jogado aos leões nos tempos do rei Dário, já bem velho, e nada sofreu. O profeta que soube ler AS ESCRITURAS NA PAREDE que o filho de Nabucodonosor, Belsazar, não soube ler. Este filho do rei, um imperador tão ímpio quanto foi seu pai antes de enxergar a verdade, acabou vendo, de forma amarga, seu reino se reduzir a pó e desgraça, pois era isso mesmo que as escrituras na parede diziam ao rei.

Pois bem, meus amigos. Vamos agora fazer um exercício de imaginação, que é o que Bruce Dickinson nos propõe aqui neste vídeo: nós não temos forças para enfrentar os demônios sem a ajuda divina. Simplesmente não damos conta. Novamente Padre Paulo Ricardo nos ensina que o demônio é muito mais inteligente do que nós, e tem milênios de experiência nos observando. Porém, o homem insiste em querer salvar o mundo sozinho.

Bruce Dickinson, aqui em sua alegoria, faz um exercício de imaginação bastante interessante: eis que há um povo no deserto, um povo que antes havia sido uma civilização próspera e viva, pungente, agora reduzida a um mero farrapo humano decadente, apenas aguardando a hora de sua morte. Essa civilização somos nós. Um povo esfomeado, clamando por justiça no deserto, e como sempre, procurando a felicidade, a terra prometida. Enquanto caminham, são guiados por canalhas abastados que são seus líderes, os atuais donos do mundo, porque esse povo não quis obedecer a Deus e confiou na "força" dos homens deste mundo. Você pode pensar em qualquer tirano e oligarca de famílias dinásticas como Soros, Rothschield, Ford, e por aí vai, os globalistas da chamada Nova Ordem Mundial, ou mesmo tiranos ditadores como Maduro e outros líderes comunistas da China, da Coréia do Norte, de Cuba, e por aí vai.

A atenção aos detalhes, tanto na letra quanto no vídeo é realmente impressionante. Há uma torre em frente ao castelo que se parece muito com uma foice e martelo, os símbolos do Comunismo. As pessoas que caminham no deserto se parecem com zumbis de um mundo pós-apocalíptico, todas as culturas e nações do mundo subjugadas a um governo mundial tirânico e aproveitador trazendo suas mazelas (o dragão dourado com um míssil na boca, uma alusão à China) e suas tradições decadentes (os ingleses com bules de chá em ternos rotos). No meio deles, uma figura, que se parece com um anjo da morte, caminha desapercebido no deserto . Mais tarde, descobrimos que se trata da nova versão de Eddie Hunter, o mascote do Iron, que se veste desta vez com uma belíssima e incrível armadura de samurai para salvar a todo povo decaído e vem acompanhado de um corvo, que se transmuta em ferozes vingadores.

Dentro da fortaleza inimiga, se encontra um ser que promove uma festa carnal. Este ser se alimenta da energia de duas formas humanas, um homem e uma mulher nus, que ele mantém prisioneiros em estado de suspensão. Logo, os líderes de nações chegam à fortaleza, mas só eles são autorizados à atravessar a "terra prometida", qualquer um do povo que tentar atravessar suas barreiras será prontamente aniquilado. Descobrimos mais tarde que este ser da fortaleza se trata de Satanás, a velha serpente, que mantém Adão e Eva prisioneiros... mas não por muito tempo.

Então, o Eddie samurai ataca Satanás, Belzebú, ou mesmo o próprio Belsazar como é sugerido no início do clipe, que revela sua verdadeira forma, e os motoqueiros que o acompanham se revelam versões antigas do Eddie, então você vê lá o Eddie de várias eras do Maiden, como o de "Killers", o de "Somewhere in Time" (com a mira ocular), o de "Powerslave" (vomitando as pragas do Egito) e o último, de "The Book of Souls", o Eddie shaman, que são como Cavaleiros do Apocalipse que vem para exterminar o mal que assola a humanidade e destruir a fortaleza de Satanás. Disse isso só para me dirigir a outros fãs do Iron Maiden que porventura estiverem lendo esse texto.

Enfim, Adão e Eva são libertos de suas prisões e resgatados pelo samurai e seus comparsas, mas preste atenção no grande final: quando estão escapando da destruição iminente da "Babilônia" do clipe, Eddie lhes oferece uma coisa: a maçã. Os dois então se refestelam com ela, enquanto a destruição total fecha o excelente clipe.

Quando Adão e Eva se apaixonam pela maçã novamente, eles estão na verdade retornando ao pecado que lhes tirou a felicidade. Isso nos traz ao final desta reflexão e ao ponto que eu queria chegar: não importa o que aconteça, mesmo que o homem tivesse força para enfrentar Satanás e seus demônios, se não abandonar seus erros e transgressões e abraçar uma nova vida, o homem vai continuar a cair em miséria e destruição, ainda que a humanidade reinicie outras vezes mais.

NÃO EXISTE SALVAÇÃO NO HOMEM!

Não importa se vier o Eddie Hunter em sua bela e reluzente armadura de samurai, o Eddie shaman, ou o Eddie tech do futuro, todos representam o homem em seu estado bruto decaído de fraqueza. Quem é fã do Maiden sabe disso. Eles não vão conseguir te livrar da perdição. Durante a história, desenvolvimentos tecnológicos incríveis tem sido feitos pela humanidade, computadores, servidores, vacinas, toda sorte de aparato tech. Mas tudo isso é insignificante sem a verdadeira Substância. O homem, desde o pecado original, decaiu, como Lúcifer decaiu quando desobedeceu Deus lá no Céu. Qualquer tentativa do homem, com seus brinquedos, querer salvar o mundo por sua própria conta vai resultar em mais erros, mais miséria, mais destruição e mais morte.

Lá no clipe, o samurai faz como o anjo de Daniel, escreve uma estrela na parede com dizeres, para aprisionar o demônio. Mas o homem permaneceu ignorante a isso. O homem nunca sabe ler as escrituras na parede que o alertam quanto a seu destino, para que pare de cometer erros e a desagradar a Deus e viva uma nova vida. Dessa forma, o homem, em nosso mundo apostático, se encontra neste mesmo caminho de destruição, e somente o reconhecimento de suas falhas e o abraçar da verdadeira virtude e da fé nas coisas do Alto é que vai salvá-lo de, novamente, cair em total miséria e destruição.

O principal problema em querer ser o "salvador" do mundo é justamente ter que salvar o mundo e o manter assim. Deus nos enviou um Salvador, Jesus Cristo, que salvou verdadeiramente a todos se doando na Cruz. Mas o homem continua indiferente a isso, querendo ele mesmo ser esse "salvador". E assim, a humanidade segue seu rumo, com suas crises e erros, ignorando Aquilo que pode realmente lhe restaurar a verdadeira Vida e a verdadeira Felicidade.

Uma reflexão muito séria trazida a nós pelo Iron Maiden em tempos de dificuldades em que realmente precisamos refletir sobre nossas vidas e nosso destino final. Como sempre, em uma roupagem bacana e atrativa, que dialoga com o homem moderno, sem perder a essência de sua mensagem de alerta ao iminente apocalipse.

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HUMOR


(26/07/2021)


"Charge de hoje." (@PS_Jindelt_60)
(20/07/2021)


"E os "Tucanalhas" brigam..." (@SalConservador)
(22/07/2021)


"Enquanto isso..." (@SalConservador)
(24/07/2021)


"Lalau e Burrácula..." (@SalConservador)
(26/07/2021)


"Ninguém responde...Rolling on the floor laughingRolling on the floor laughing" (@SalConservador)
(26/07/2021)


"Em Latim pirata...Pimenta no...Rolling on the floor laughingRolling on the floor laughing" (@SalConservador)
(26/07/2021)

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LEITURA RECOMENDADA

Hoje quero trazer aqui um livro bastante importante escrito pelo príncipe e cientista político Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que atualmente é deputado federal por SP. Por que esse livro é importante? Porque o livro se detém a explicar, de forma bem didática e detalhada, as razões das nossas misérias pela história. Através do autor, você vai entender melhor nossa história e o que podemos fazer para começar a avançar.

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