Edição LVI (Terça Livre, Revista Esmeril 31, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LVI

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
   


REVISTA ESMERIL 31

Humor e censura: hipócrita é quem, afinal? (Leônidas Pellegrini)

Os últimos segundos de Matias (Leônidas Pellegrini)



Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
     

17 de Maio de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!




ALLAN DOS SANTOS: GDOPlay.com || Gettr || Clouthub || Bom Perfil || Rumble.

ÍTALO LORENZON: Ligando os Pontos || Canal Reserva || Telegram || Gettr || Twitter || Instagram.

MAX CARDOSO: YouTube || Expressão Brasil || Telegram || Twitter || Instagram.

CARLOS DIAS: Portal Factum || Expressão Brasil || YouTube || Twitter.

KASSIO FREITAS: Telegram || Instagram || Twitter || Ligando os Pontos.


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JOSÉ CARLOS SEPÚLVEDA: YouTube || Ligando os Pontos || PHVox || Gettr || Twitter || Facebook.

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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)

Hoje voltaremos no tempo para a edição 25 da Revista Terça Livre, de 31 de Dezembro de 2019.

Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV saiu do ar, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.



GERAL

👆 A farra da publicidade estatal
(por Max Cardoso)

Governos FHC, Lula e Dilma gastaram R$ 34,6 bilhões entre os anos de 2000 a 2016 para divulgar ações da administração

Nas última décadas, era uma prática comum do governo federal encher os cofres das empresas de comunicação com publicidade oficial. Os governos Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma despejaram bilhões de reais sob a justificativa de divulgar as ações da administração direta e indireta. Entre os anos de 2000 e 2016 foram gastos R$ 34,6 bilhões em publicidade. Deste total, mais de 60% foram repassados às emissoras de televisão (R$ 21,5 bilhões). Jornais (R$ 3,4 bilhões), rádios (R$ 3,0 bilhões), revistas (R$ 2,7 bilhões), mídia exterior (R$ 2,1 bilhão), internet (R$ 1,5 bilhão) e cinema (R$ 191,8 mil) ficaram com o restante. Para se ter uma ideia, apenas o Grupo Globo - principal destino dos recursos de publicidade estatal - recebeu nesse período a bagatela de R$ 10,2 bilhões. Esse valor contabiliza os gastos com a TV Globo, os sites do Grupo Globo, o Jornal O Globo e a revista Época.

Os dados são do Instituto de Acompanhamento da Publicidade (IAP), criado em 1999, ainda no governo
FHC. As agências de publicidade que faziam serviços para o governo eram obrigadas a enviar os chamados “pedidos de inserção” (PIs) para o instituto. Elas enviavam para o instituto as informações sobre os valores pagos pelos anúncios por cada órgão do governo. Dessa forma, o IAP podia compilar os dados sobre os gastos do governo federal em publicidade com relação a todos os meios de comunicação: televisão, rádio, jornal, revista etc.

O governo federal mudou esse cenário e começou a reduzir consideravelmente essas despesas, que são
totalmente injustificáveis num país com tantas necessidades. Ao analisar os gastos do governo com publicidade em televisão este ano, nota-se uma queda considerável. Ao comparar os números gastos com a TV 
Globo neste ano com o do ano passado isso fica bem claro. No ano passado, o governo teria gasto, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU), R$ 400 milhões com publicidade na emissora. Neste ano, a estimativa é de que os gastos sejam entre R$ 150 e 170 milhões.

Qualquer um pode perceber que a fala do presidente Jair Bolsonaro na época de sua campanha sobre os bilhões que a Rede Globo recebia do governo não era descabida, como alguns quiseram afirmar. O problema foi que muitos interpretaram que ele se referia a um ganho anual, mas ao alarga-se a visão para as últimas duas décadas chega-se facilmente à cifra de uma dezena bilionária de faturamento.

Alguém poderia perguntar-se por que se está falando apenas do faturamento até o ano de 2016. Onde estão os registros dos faturamentos ocorridos nos anos de 2017 e 2018? O problema é que o IAP foi descontinuado em março de 2017, durante o governo de Michel Temer. Isso levou a uma grande perda de transparência nos gastos públicos em publicidade. Aqueles que vêm acompanhando a revista Terça Livre desde outubro 
passado, certamente se recordam de que muitos esquemas de corrupção estavam envolvidos com a publicidade e entendem bem o perigo da perda do controle desses gastos.

O que aconteceu nessa situação é que o IAP era financiado por uma parte do lucro das agências de publicidade, que deviam pagar uma porcentagem para a manutenção do Instituto. Mas no ano de 2017 as agências não quiseram mais pagar essa porcentagem e o Planalto aceitou. O que resultou no fechamento do IAP e na descontinuidade do acompanhamento de preciosos dados para o futuro.

Investigações reforçam a necessidade de controle dos gastos

As recentes investigações da polícia federal endossam ainda mais a questão da importância do controle de gastos com os veículos de comunicação. Tudo indica que nos anos de governo PT foram inúmeras as ramificações utilizadas para passar o dinheiro recebido de propinas oriundas das mais diversas fontes. E o interessante é que a mídia, de uma maneira ou de outra, parece sempre estar no meio disso tudo.

A emissora de televisão TVT (Televisão dos Trabalhadores), que é controlada pela Fundação Sociedade Comunicação Cultura e Trabalho, também está sendo investigada pela Polícia Federal. É aquela mesma Televisão dos Trabalhadores a que já nos referimos aqui na matéria sobre quem são os donos da mídia no Brasil. Ela foi criada pelo sindicato dos metalúrgicos do ABC e tem sede em São Bernardo do Campo. Só pode entrar no ar graças a um decreto assinado por Lula, quando era presidente, ainda em 2005. É a mesma emissora que contou com a presença de Lula em sua estreia e que possui a participação assídua em sua programação de vários líderes sindicais.

A PF descobriu, em uma investigação posta em evidência há pouco tempo, que a fundação que controla
a emissora TVT repassou quase meio milhão de reais à FlexBR A empresa é de propriedade de Sandro Luís Lula da Silva, um dos filhos de Lula. Segundo o relatório da Polícia Federal, foram 36 pagamentos entre os anos de 2014 e 2016. Esses pagamentos eram muito semelhantes 
aos que a TVT recebeu do Instituto Lula antes da Lava Jato. Isso levantou uma suspeita de que a TVT, com o decorrer das investigações, estaria sendo utilizada como laranja para ocultar os repasses do Instituto Lula para a empresa do filho de Lula.

Ainda conforme o relatório da PF, uma funcionária da fundação teria repassado por e-mail uma planilha de prestações de contas para o instituto indicando que os gastos da TVT com a FlexBR por supostos serviços prestados, que eram da alçada do Instituto Lula. Para a investigação, não faz sentido a cobrança desses valores ao instituto. E muito menos se compreende como a empresa poderia prestar os serviços contratados para a emissora, se ela sequer possuía um quadro de funcionários.

A conclusão dos investigadores é que a FlexBR emitia notas frias para lavar dinheiro de propina. Além disso, ela recebia repasses de outras empresas, como a G4 de Fábio Luís, o Lulinha, e a Lils, que promovia as palestras de Lula. Essas empresas recebiam também dinheiro da Oi, Odebrecht e Andrade Gutierrez, que confessaram pagamento de subornos.

A Polícia Federal também indiciou Lula no último dia 23 por supostamente ter recebido mais de R$ 4 milhões da Odebrecht. Os valores seriam referentes a propinas disfarçadas de doações ao Instituto Lula. Outro relatório da PF aponta que a empresa Lils, a mesma anteriormente citada, recebeu mais de R$ 450 mil a Infoglobo Comunicação e Participações, em outubro de 2013. A Globo informou que os gastos foram para cobrir um evento naquele ano em que Lula seria um dos palestrantes.

Ao analisar tudo isso, pode-se perceber como o assunto é espinhoso. Um dos grandes objetivos do governo do Bolsonaro, desde o início, é o desmonte dos oligopólios, que por décadas vêm destruindo o livre mercado do país e constituindo-se num dos maiores obstáculos para um crescimento saudável da economia brasileira.

As mudanças vêm acontecendo pouco a pouco, mas estão sendo reais e concretas. Sem acabar com os monopólios que assolam o país nas mais diversas áreas, não há como seguir em frente. É como se estivéssemos diante de um organismo doente que não consegue crescer e se desenvolver por causa dos parasitas que lhe 
roubam os nutrientes. O que temos visto repetidamente este ano, e certamente veremos também nos próximos, são os parasitas sendo exterminados e se contorcendo para não morrerem.

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REVISTA ESMERIL - Ed. 31, de 27/04/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


POLÍTICA E SOCIEDADE

👆 Humor e censura: hipócrita é quem, afinal?



(por Leônidas Pellegrini)

Entrevista com Bismark Fugaza, do canal Hipócritas


Conheci o Canal Hipócritas há mais ou menos cinco anos, por ocasião do clipe Bolsomito, em que se parodiava o hit de 2017, Despacito, de Luis Fonsi, em favor da pré-campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República. De lá para cá, o canal cresceu muito, e como toda mídia conservadora, tomando um strike aqui, outro lá, mas sempre seguindo firme em sua missão, que, segundo os próprios sócios, é o princípio ridendo castigat mores (rindo, corrigem-se os costumes), ou “rir e fazer rir, pensar e fazer pensar”.

Acontece, no entanto, que, além de o canal ter crescido demais, passando de um milhão de inscritos, recentemente resolveram cutucar com vara curta a onça-mor e diva suprema do Judiciário brasileiro, aquele cujo nome não pode ser mencionado, em um vídeo em que satirizam os abusos de poder do cabeça de ovo em relação ao deputado federal Daniel Silveira. Isso bastou para que, dias depois, o alcance do Hipócritas fosse reduzido no Instagram e o canal, proibido de publicar vídeos no Youtube, estratégia já manjada de estrangulamento financeiro promovida pela tirania das Big Tech.

O protagonista e diva do referido vídeo (por enquanto ainda no YouTube), aliás, é interpretado Bismark Fugaza, um dos sócios do Grupo Hipócritas que nos concedeu a entrevista a seguir. A mensagem ao final do vídeo (assistam antes que apaguem!) é bastante clara: Quem é o hipócrita, afinal?

Revista Esmeril: Gostaria que falasse um pouco sobre a história do Hipócritas. Como tudo começou, se desenvolveu e o que vocês oferecem hoje?

Bismark: O Hipócritas começou em 2014, o Paulo Souza e outras pessoas, mas não conseguiram desenvolver muito o trabalho. Em 2017, Paulo estava trabalhando na minha empresa, e acabei entrando como sócio.

Voltamos ao ar com um primeiro vídeo que fez muito sucesso, Bolsomito, que fez muito sucesso na época. Três ou quatro vídeos depois, chamamos o Augusto Pacheco, que também se tornou sócio.

O nosso intuito, a nossa missão, é rir e fazer rir, pensar e fazer pensar. Nosso ideal é libertar as mentes das pessoas, para que possam encontrar a Verdade.  Na Palavra de Deus, em João 3, 16 (Bolsonaro cita esse versículo muitas vezes), lemos: “E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. E fazemos isso através do humor, que acreditamos ser uma ferramenta muito importante para isso.

Revista Esmeril: Quem mantém otrabalho de vocês, e como?

Bismark: Nunca recebemos um centavo de dinheiro de Governo. Todo mundo que nos ajuda são pessoas físicas, por meio de  doações através do Pix, espectadores que assinam a nossa plataforma e que assistem ao YouTube (porque o nosso canal no YouTube é monetizado, o nosso Facebook também), pessoas que ajudam a compartilhar  e curtir nosso conteúdo. Todos os que fazem isso nos ajudam de alguma forma. Aqueles que dão um Pix de 1, 2, 5,10, 20, 30 reais, tudo ajuda muito o nosso canal.

Também temos a nossa plataforma para assinantes.  Lá temos todos os cursos do extinto Terça Livre (Terça Livre Escola e Terça Livre Academia), cuja migração para nossa plataforma conseguimos através de um acordo, todos os nossos teatros, e tudo que vamos fazer de novo. Lançaremos um curta-metragem, um longa-metragem. Teremos novos teatros. E tem materiais que são exclusivos só para quem assina nossa plataforma.

Revista Esmeril: Quais foram os maiores desafios que você enfrentaram e ainda enfrentam devido às posturas político-ideológicas de vocês (censura, desmonetização, cancelamentos, processos, problemas na vida privada etc.)? E o que os motiva a continuar esse trabalho, mesmo com tais desafios?

Bismark: Enfrentamos muitos desafios de cancelamento. Estamos experimentando isso no Instagram, onde nosso perfil não pode mais ser marcado. Vemos isso nos alcances, pois os algoritmos são todos contra nós. O nosso alcance tem caído, apesar de termos crescido em números de seguidores inscritos. Agora, perdemos o direito de postar vídeos no Youtube, fonte essencial de recursos para nossa empresa. Há muita censura nessa parte das Big Tech, e justamente pelo estrangulamento financeiro tentam acabar conosco.


Coincidentemente, essa censura mais pesada começou depois de 
um vídeo em que satirizamos o ministro do STF Alexandre de Moraes. A partir desse vídeo, as plataformas começaram, como bem disse o Augusto*, a “passar um pente fino” em nossos conteúdos para encontrar qualquer coisa e tirar a gente do jogo. Só que na verdade o jogo é deles, o campo é deles, o juiz é deles e a gente tem menos jogadores em campo”.  

Temos potencial para lutar e ajudar a promover a contrarrevolução cultural de que o Brasil precisa, mas no momento estamos lutando para sobreviver. Por isso, é tão importante que contemos com nossos apoiadores, como já mencionei, através de doações e, principalmente, de assinaturas dos nossos conteúdos, que não podem mais ser disponibilizados no Youtube.

Nós não temos tanto apoio, também, de pessoas, empresários que poderiam fazê-lo, porque muitos têm medo de se posicionar como empresa, principalmente de vincular a imagem deles com a nossa, por ser um humor bem ideológico da direita conservadora. Por nos posicionarmos desse jeito, acabamos restringindo o mercado para muitas pessoas, porque o empresário/empresa pensa: “Eu tenho que vender para quem é de esquerda, e para quem é de direita”. São poucas as empresas que pensam diferente. Por exemplo, quem se posiciona muito bem é o Luciano Hang, o Véio da Havan. Ele é um cara que poderia nos ajudar, mas não ajuda. Nunca fechamos nada com ele. Então, como eu falei antes, nosso apoio vem só de pessoas físicas.

Enfrentamos processos também, mas o que faz com que continuemos é saber que temos um propósito e que estamos juntos por ele, que é ajudar as pessoas a libertarem as mentes e enxergarem a Verdade, saber o que é a mentira temos vivido há anos nos no Brasil. E queremos fazer isso através do humor.

Revista Esmeril: Pegando um gancho na pergunta anterior, sabemos que a sátira pode tomar rumos diversos, desde a piada sem graça ao humor mais fino ou à ofensa mais grosseira. Vocês acreditam que deva haver alguma regulação em relação ao que fazem os humoristas, ou esse julgamento deve ser feito pelo público?

Bismark: Não, e acredito que os três (Paulo, Augusto e eu) acreditam na mesma coisa: que nunca deve haver regulação. Temos que ter o livre arbítrio para falar o que quisermos.

Agora, quem fala o que quer, ouve o que não quer, como diz aquele ditado. Então, temos que estar preparados pra tomar pedrada.  Tu falou, tu tem que bater no peito. Vimos o caso do Monark, que falou do nazismo. Tem que bater no peito e aguentar as consequências. O Mamãe Falei também, a mesma coisa. Falou as coisas que falou, tem que aguentar as consequências. O MC Gui ficou rindo um tempo atrás de uma menina que tinha câncer, que estava usando uma peruca lá na Disney. Para ele aquilo era humor. Aguenta as consequências.

Entendeu? Acreditamos, como canal, que existe limite no humor, e o limite é cada pessoa. Por exemplo, tem gente que nos acha engraçados, tem gente que não. Então, o limite do nosso humor está nas pessoas que não nos acham engraçados. Por isso, creio que nunca deve haver regulação de coisa alguma. A pessoa deve ter liberdade de expressão para tudo. Mas tem que saber que tem as consequências depois, e tem que aguentar o que vier. Não adianta depois ficar em depressão.

Revista Esmeril: Duas questões sobre projeções futuras: acreditam que haverá um recrudescimento ainda maior em relação às perseguições sobre vocês neste ano em especial? Independentemente dos resultados eleitorais de 2022, quais são os planos futuros para o Grupo Hipócritas?

Bismark: Acreditamos que sempre se tem que estar preparado para tudo, inclusive para o pior.

Vínhamos com um canal muito mais forte do que em 2018. Estávamos com mais inscritos, com mais poder de fala dentro do Brasil.  Então, acabamos nos tornando alvos, mas estamos aqui para isso.

Temos a nossa missão e não vamos deixar de segui-la por medo do que possa acontecer por falarmos aquilo em que acreditamos. Pode acontecer de tudo, como já está acontecendo, que a gente está preparado.

Quanto ao projeto do nosso canal, pretendemos continuar a fazer o que estamos fazendo, e coisas maiores, dentro de nossa plataforma, onde não dependemos de seguir “regras da comunidade”, e, para isso, insisto, precisamos da adesão do nosso público.

 Estamos agora com o projeto do longa-metragem, para ser passado inclusive nos cinemas. Temos também os projetos de curta, mais outros projetos para alguns programas. Quem sabe neste ano ou no ano que vem, se surgir a oportunidade, consigamos entrar na TV aberta no Brasil, que ainda é onde se alcança o grande público.


 O que queremos é fazer com que a nossa voz seja conhecida por aquilo em que acreditamos.


Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, conteúdo gratuito de 15 de Maio



ESMERIL NEWS | LITERATURA





👆 Os últimos segundos de Matias
(por Leônidas Pellegrini - 15/05/2022)


Um conto baseado no martírio de São Matias

Antes que a primeira pedra o atingisse, em poucos segundos Matias viu uma sucessão de cenas.

Viu-se às margens do Jordão, escutando as pregações do Batista, quando chegou aquele seu primo que também pedia pelo Sacramento nas águas. Viu o profeta submergindo-O no rio, e então a luz, aquela luz que desceu do céu sobre Ele. E seu coração palpitou.

A imagem d’Ele o deixou ansioso, e Matias sentiu uma impaciência parecida com a que havia sentido quando o Mestre viajou ao deserto e parecia que não voltaria nunca mais. Mas voltou, para alegria sua e de muitos outros amigos que aguardavam com a mesma inquietação.

Veio-lhe à mente o rosto da mãe do Mestre, mulher tão boa e tão piedosa, e sentiu o perfume de muitas, muitas rosas. Viu-a com o Mestre naquele casamento em Caná, o perfume das rosas transformou-se cheiro de vinho. Daquele vinho, o melhor que já havia provado em toda a sua vida. E sorriu.

Depois foi um borrão, fatos passando numa velocidade além do que os olhos eram capazes de acompanhar, e de repente sentiu o cheiro do mar, e teve fome. Viu-se ajudando a distribuir aquela infinidade de pão e peixe para uma multidão a perder de vista, e sua fome foi embora.

O cheiro gostoso de mar transformou-se em fedor cadavérico. Viu o Mestre chorando quando soube da morte daquele Seu amigo, Ele mandando abrir o túmulo, e sentiu o fedor ainda mais forte, mais nítido, mas logo desapareceu. Seu coração voltou a palpitar com força, a mesma força de quando viu o amigo do Mestre saindo do túmulo, inteiro, recomposto, vivo. Sorriu novamente.

Viu o Mestre pregando, ensinando. Fixou-se em uma frase, “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, e então viu aquela multidão O recebendo feito um rei. Ele em cima de um burrico e toda aquela gente alegre O saudando, e sentiu aquele cheiro das folhas de palmeira novamente.

Veio então uma sucessão de cenas que fizeram seu coração doer. O Mestre todo maltratado, sangrando mais, e mais, e agora só sentia o cheiro daquele sangue todo. E o cheiro de sangue se misturou ao de madeira. Viu a Cruz e chorou.

Depois sentiu de novo o susto de quando avisaram que o corpo do Mestre havia sumido, e a alegria de quando O viu andando entre eles novamente, e ficou com a imagem d’Ele, todo iluminando, subindo aos Céus. Seu coração alegrou-se.

Sentiu o calor do fogo que vinha dos Céus quando recebeu aquela Luz bendita.  Maria estava ali perto dele, mas o rosto que lhe apareceu de repente foi o de Pedro, e então viu Pedro discursando naquele dia que novamente mudaria sua vida, dizendo que era ele que iria ocupar o lugar do traidor. Por onde andaria Pedro? Será que já estava com o Senhor no Céu? Seu coração teve saudade.  

Viu de novo o rosto do Mestre, o de Maria, o de Pedro, os de tantos amigos, a vida nos últimos anos, a peregrinação constante, as pregações, a emoção das conversões, as perseguições e as fugas, a prisão, o julgamento, a sentença.

Então a primeira pedra atingiu sua testa e uma gota de sangue desceu sobre seu olho direito. Outra pedra. Mais outra. E mais outra. Com a visão turva e avermelhada, e as dores dos ferimentos, ergueu seus olhos para o céu e repetiu as palavras do Mestre: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. E tudo ficou escuro.

Abriu os olhos e já não sentia dor. E sentiu perfumes, e ouviu melodias, e enxergou cores que nunca havia sentido, ouvido ou enxergado antes. Viu vários Anjos, eram eles que cantavam. E viu São José, que lhe trazia lírios, e o reconheceu como se o tivesse conhecido toda a sua vida. E finalmente viu o Mestre, todo de branco, ainda mais iluminado que quando subiu aos Céus. E O abraçou.

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Padre Paulo Ricardo - 12 de Maio





EXORCISMO

👆A verdadeira história de “O Exorcista”
(por Norman Fulkerson)


O filme “O Exorcista” certamente mostrou o horror e a repugnância da possessão demoníaca, mas deixou de fora o principal: Nossa Senhora de Fátima e São Miguel Arcanjo. Sem eles, o jovem possesso da história real jamais teria sido liberto das garras do diabo.


2019 marcou o 70.º aniversário do único exorcismo documentado nos Estados Unidos da América [i]. Trata-se de algo realmente importante porque uma das maiores mentiras do diabo é convencer a humanidade de que ele não existe. Isso talvez explique a reação atordoada do público à versão dramatizada desse exorcismo no filme O Exorcista, de 1973 [ii].

As cenas foram tão horríveis, que fizeram muitos espectadores vomitar, enquanto outros desmaiaram e tiveram de ser levados de ambulância. Um homem, ao sair do cinema, disse o melhor: “Eu acredito, eu acredito”. Este foi o testemunho de alguém que mais uma vez acreditou no diabo.

Mas se as cenas vívidas do filme mostraram o horror e a repugnância da possessão demoníaca, deixaram de fora a parte mais importante da história real do menino possuído de Maryland: ele foi libertado das garras do diabo pela intercessão de Nossa Senhora de Fátima e pelo poder de São Miguel.

Tabuleiro Ouija e Possessão

A figura central da história era um adolescente conhecido pelos pseudônimos “Robbie Mannheim” ou “Roland Doe”. Embora a verdadeira identidade de Robbie e de seus pais permaneça em segredo, os detalhes dos eventos extraordinários deste exorcismo de 1949 foram meticulosamente registrados no livro Possessed [“Exorcismo”, no Brasil], de Thomas Allen.

Robbie cresceu em Mount Rainier, Maryland. Filho único de Karl e Phyllis Mannheim (também pseudônimos), ele costumava brincar com adultos. Um deles era sua tia Harriet, uma espírita, que morava em St. Louis, Missouri, e visitava com frequência os Mannheims. Durante uma visita em janeiro de 1949, ela ensinou o sobrinho de treze anos a usar um tabuleiro Ouija.

Não muito tempo depois, os Mannheims notaram coisas estranhas ao redor de seu filho. Ouviram ruídos estranhos no quarto, como o som incessante de goteira e depois um ruído de arranhões, como se garras raspassem a madeira. Na mesma época, Harriet morreu e Robbie começou a usar o tabuleiro Ouija para falar com ela. Ele usaria o tabuleiro por horas a fio, até que o jogo se tornasse uma obsessão, em sentido figurado e literal.

Seus pais logo notaram anormalidades físicas preocupantes no corpo do filho, como marcas de arranhões, vergões e hematomas, que surgiam sem motivo aparente. Mais perturbador ainda foi a transformação da personalidade. O garoto, normalmente quieto e tímido, de repente se tornou agressivo, com frequentes explosões de raiva e acessos de ira violentos contra eles. Começou a falar em latim, uma língua que não tinha meios de conhecer. Foi aí que os pais decidiram que precisavam de ajuda.

Eles tentaram de tudo, desde um médico regular até psicólogos, psiquiatras e até mesmo um vidente, antes de finalmente recorrerem ao seu ministro, o pastor Luther Miles Schulze. Enquanto os pais já consideravam a possibilidade de possessão diabólica, o pastor Schulze mantinha-se cético. Ele considerava a possessão “uma relíquia medieval, algo que havia sido deixado para os católicos quando a Reforma liderada por Lutero dividiu o mundo cristão” [iii].

    Cena do clássico de terror “O Exorcista”, de 1973.

“Você tem de ver um padre católico”

O pastor Schulze decidiu descobrir por si mesmo o que estava acontecendo, e convidou Robbie para passar uma noite em sua casa. Naquela noite, viu com seus próprios olhos a cama de Robbie mover-se para frente e para trás e depois pular para cima e para baixo. Quando ele pediu ao menino que tentasse dormir numa cadeira, esta se moveu pelo quarto e caiu de lado, deixando Robbie esparramado no chão. Como Schulze não conseguisse manter a cadeira em pé, percebeu que estava na presença de uma força colossal e mudou de ideia. Levou Robbie para casa e disse aos pais dele: “Vocês têm de ver um padre católico. Os católicos sabem dessas coisas” [iv].

Os Mannheims então visitaram a igreja católica St. James, não muito longe de casa. Pe. E. Albert Hughes foi escolhido para ajudar os pais, mas mostrou-se totalmente inadequado para a tarefa. Ele viu o potencial de violência de Robbie e ordenou que ele fosse mandado a um hospital.

Quando Hughes começou as orações rituais, o menino conseguiu libertar o braço da mordaça, chegar debaixo da cama e remover uma das molas. Ele então a usou como arma e cortou o antebraço do padre do pulso ao cotovelo. Foram necessários cem pontos para fechar a ferida.

Pouco depois, os Mannheims se mudaram para St. Louis, Missouri, para ficar com o irmão de Karl, George, e sua esposa, Catherine. Coisas aterrorizantes continuaram a acontecer com Robbie. A filha deles, Elizabeth, que estudava na Universidade de St. Louis, abordou seu professor, Pe. Raymond J. Bishop, para lhe falar sobre o primo.

Após uma avaliação inicial, o padre entregou o caso a Pe. William S. Bowdern, S.J., pároco da Igreja Católica de São Francisco Xavier, que acabou designado pelo então Arcebispo Joseph Ritter para realizar o exorcismo. Pe. Bowdern, descrito por um colega jesuíta como “totalmente destemido”, foi assistido por Pe. Walter Halloran e Pe. William Van Roo.

A história de Fátima leva à conversão

Imagem da Virgem
de Fátima.

Desde o início do exorcismo, Pe. Bowdern colocou Nossa Senhora de Fátima no centro da luta. Em sua primeira visita à casa, em 11 de março de 1949, ele estava conversando com os Mannheims quando ouviram gritos terríveis no andar de cima vindos do quarto de Robbie. Quando entraram, o menino estava sentado na cama, visivelmente assustado com o que sentiu ser uma presença maligna no quarto. Bowdern corajosamente pôs as contas no pescoço do menino e começou a rezar o Rosário.

Depois de terminar, o padre Bowdern pregou uma “homilia espontânea”, na qual “falou a Robbie sobre três crianças da sua idade que tinham visto algo que outras pessoas não tinham visto” [v]. Bowdern então lhe explicou as aparições de Fátima e como aquelas três crianças haviam recebido o privilégio especial de ver a Mãe de Deus, cujo nome é Maria. Isso ajudou a explicar a Ave-Maria ao menino, que não era católico.

O adolescente ficou fascinado com a história de Fátima, e Pe. Bowdern a repetiu várias vezes nos 38 dias seguintes. Isso levou Robbie a perguntar mais sobre a fé católica e, finalmente, levou à sua conversão e, mais tarde, à de seus pais.

Em 23 de março, ele começou seu estudo do catecismo e foi batizado em 1.º de abril. No dia seguinte, Robbie recebeu a primeira comunhão. Bowdern sugeriu sabiamente que, por ser o primeiro sábado do mês, rezassem o Terço em honra de Nossa Senhora de Fátima.

Em 10 de abril, Domingo de Ramos, Robbie foi levado para o Hospital Alexian Brothers e internado na ala psiquiátrica. Isso proporcionou ao exorcista mais privacidade, mas também meios de lidar com o menino. Após o batismo, os demônios que possuíam Robbie tornaram-se mais violentos. À sua chegada, “o Irmão [reitor] Cornélio trouxe uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e colocou-a no corredor principal ao rés do chão” [vi].

“Não irei até que uma certa palavra seja pronunciada”

Nas semanas seguintes, Bowdern e o padre assistente sofreram insultos indescritíveis, blasfêmias, linguagem suja e até violência dos demônios que possuíam o menino. A certa altura, Pe. Halloran quebrou o nariz quando Robbie o acertou com um golpe preciso de olhos fechados.

Durante todo o processo, Bowdern ponderou sobre algo que o diabo havia dito no início. “Eu não irei”, disse a voz gutural, “até que certa palavra seja pronunciada, e não permitirei que este menino a diga”.

Durante a Semana Santa, Pe. Bowdern tinha grandes esperanças de que Nosso Senhor pudesse libertar Robbie no dia de sua ressurreição gloriosa. No Sábado Santo, o Irmão Cornélio mandou trazer uma estátua de São Miguel para o quarto de Robbie e colocá-la no canto.

No entanto, o Domingo de Páscoa chegou e passou, mas na manhã seguinte algo realmente extraordinário aconteceu. Robbie acordou furioso, e a mesma voz rouca zombou dos padres. “Ele tem de dizer mais uma palavra, uma pequena palavra, quero dizer uma GRANDE palavra. Ele nunca vai dizer isso. Estou sempre nele. Posso não ter muito poder sempre, mas estou nele. Ele nunca dirá essa palavra” [vii].

Sempre que o espírito maligno se manifestava em Robbie, ele entrava no que parecia ser um ataque. A voz do menino nessas ocasiões se distinguia por seu tom cínico, áspero e diabólico. Ao longo do dia, Bowdern e seu assistente ouviam essa voz. Naquela noite, porém, algo mudou. Uma voz totalmente diferente veio de Robbie.

“Eu sou São Miguel e te ordeno”

“São Miguel Arcanjo”, por
 Claudio Coello.

Às 22h45min, Robbie ficou muito calmo e entrou em estado de transe, como de costume. No entanto, os que estavam na sala ficaram surpresos quando ouviram uma voz completamente diferente sair do menino. A voz não provocava medo e desgosto, mas confiança e esperança. Em tom claro e autoritário, disse um augusto personagem: “Satanás! Satanás! Eu sou São Miguel, e ordeno a vós, Satanás e outros espíritos malignos, que deixeis este corpo em nome de Dominus, imediatamente. Agora, AGORA, AGORA!” [viii]

Robbie então teve as convulsões mais violentas de todo o exorcismo. Finalmente se acalmou e disse aos que cercavam sua cama: “Ele se foi”.

Robbie explicou o que viu. São Miguel apareceu como um homem muito bonito de cabelos ondulados e esvoaçantes que sopravam na brisa, enquanto ele estava no meio de uma luz branca brilhante. “Na mão direita, ele segurava uma espada ondulada e ardente à sua frente. Com a mão esquerda apontou para um poço”. O menino descreveu como sentiu o calor sair, mas também viu o diabo resistir cinicamente a São Miguel.

O que aconteceu a seguir mostrou claramente que o diabo fora superado pelo aparecimento abrupto de seu inimigo angelical neste campo de batalha. São Miguel virou-se para Robbie, sorriu e então falou. No entanto, a única palavra que Robbie ouviu enquanto estava em transe foi a que seu algoz jurou que não permitiria que ele dissesse: Dominus. Com essa única palavra, Robbie estava finalmente livre.

Após esses eventos horríveis, Robbie passou a levar uma vida normal. Ele se casou e chamou seu primeiro filho de Miguel, em homenagem ao anjo guerreiro que veio em seu socorro em tempo de necessidade urgente.

Pe. William Bowdern permaneceu pároco de São Francisco Xavier até 1956. Embora possa parecer que sua vida também continuou como de costume, a verdade é outra. Parentes dizem que, até sua morte em 1983, aos 86 anos, esse heroico padre sofreu mental e fisicamente pelo que passou durante o exorcismo.

“Eu acredito, eu acredito”

Esta impressionante vitória de São Miguel sobre o diabo no caso de Robbie Mannheim é apenas a continuação de uma guerra que começou no início da Criação. O fato de que este episódio particular entre este anjo de luz e seu eterno inimigo tenha se centrado em uma palavra, Dominus, não surpreende. Na verdade, está ligado à mensagem de Fátima.

Em uma de suas aparições às três crianças, Nossa Senhora disse que, se a humanidade não se convertesse, a Rússia espalharia seus erros por todo o mundo. Um dos erros, na verdade o principal, é o igualitarismo, uma filosofia que rejeita qualquer superioridade. Referir-se a alguém, na verdade a qualquer um, como Dominus — latim para Senhor — é uma afronta ao espírito igualitário. Isso explica a alegria quase infantil demonstrada por São Miguel ao sorrir para Robbie antes de pronunciar categoricamente aquela palavra “detestável”. Ele reafirmou assim a superioridade de Deus e também seu poder sobre o inimigo do homem.

Nos 70 anos desde o exorcismo, a crença em Satanás — mesmo que seja uma versão hollywoodiana — realmente aumentou. Muito lamentavelmente, a crença em São Miguel e nos anjos que estão esperando para ajudar os fiéis diminuiu. Deve-se, portanto, meditar a extraordinária história da intercessão desse anjo guerreiro na vida de um menino indefeso e repetir as palavras do homem que deixou o cinema em 1973: “Eu acredito, eu acredito!”

Notas

i.Embora tenha havido muitos exorcismos, esta é uma referência ao único que foi meticulosamente documentado pelos jesuítas que o realizaram (N.A.). Como data de 2019 a publicação do texto original, esta primeira frase foi levemente adaptada para esta publicação (N.T.).

  1. Não é porque mencionamos uma produção cinematográfica que a recomendamos sem restrições. Na verdade, sempre que você quiser saber se um filme é apropriado ou não, para você e sua família, aconselhamos que procure por ele no site IMDb e consulte a seção Parents Guide, que apresenta a classificação indicativa do filme e descreve quaisquer cenas com conteúdo impróprio que nele possa haver (N.T.).
  2. Thomas B. Allen, Possessed: The True Story of An Exorcism, iUniverse, 1994, p. 17.
  3. Ibid., p. 24.
  4. Ibid., p. 70.
  5. Ibid., p. 201.
  6. Chad Garrison, The True Story of the St. Louis House That Inspired The Exorcist.
  7. Id.
  8. Thomas B. Allen, op. cit., p. 290.
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Terça Livre TV EUA / Allan dos Santos
 - 08 de Maio




LIBERDADE RELIGIOSA | CENSURA



👆 Perseguição: Colégio cristão vira alvo do Ministério Público por causa de “homofobia”
(por Allan dos Santos - 14/05/2022)


A notícia das últimas semanas é o suposto caso de homofobia que teria sido praticado pelo Colégio Recanto do Espírito Santo, em Itaúna (MG), por meio de publicação de um comunicado em janeiro deste ano. O comunicado foi interno e direcionado apenas aos pais de alunos matriculados na instituição. Tal comunicado orientou os pais acerca do significado dos desenhos impressos no material escolar como cadernos, mochilas e camisetas, disponíveis para aquisição nas livrarias.

O material informativo cita, por exemplo, a imagem de caveira, explicando que se refere à representação da cultura da morte; o rosto de Che Guevara, como símbolo do comunismo; aborda a imagem do arco-íris, destacando que “o arco-íris, que é um símbolo de aliança de Deus com seu povo, foi raptado pela militância LGBT”. E, quanto à figura do unicórnio, orienta o texto: “Também tem sido muito presente no cotidiano infantil a figura do unicórnio. Ele é sempre representado como uma figura doce e encantadora. Sua origem é diversa, mas o perigo é o que ele representa atualmente, pois também é utilizado por personalidades para identificar alguém de gênero não binário, que não se identifica como homem, como mulher, e nem mesmo como um transexual”.


Esse é o cenário; partir dele e de denúncias, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar os fatos e, por entender que o conteúdo do comunicado configura discurso odioso de cunho LGBTfóbico, propôs ação civil pública contra o colégio católico Recanto do Espírito Santo, em abril deste ano, com o intuito de responsabilizar civilmente o colégio pela propagação de discurso preconceituoso e discriminatório contra a comunidade LGBTQIA+, requerendo sua condenação para indenizar a referida comunidade no valor de R$ 500 mil.

O MP deveria prontamente arquivar as denúncias ofertadas em reconhecimento aos fundamentos de nossa República, à laicidade brasileira e às liberdades civis fundamentais, mas não o fez


Em razão da ampla repercussão nacional, muitas vezes induzindo os leitores a crer que o colégio realmente praticou atos homofóbicos e, especialmente, em razão da absurda propositura da ação por parte do MP – que deveria prontamente arquivar as denúncias ofertadas em reconhecimento aos fundamentos de nossa República, à laicidade brasileira e às liberdades civis fundamentais, mas não o fez, pedindo condenação de uma escola que simplesmente agiu de acordo com sua liberdade educacional, religiosa e de crença em um país que ainda é democrático, plural e livre –, o Grupo de Estudos Constitucionais e Legislativos do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) lançou um parecer brilhante, que reproduzimos na íntegra abaixo. O texto é longo, mas vale a pena a leitura atenta de cada linha.


Da confessionalidade do colégio Recanto do Espírito Santo

A legislação brasileira permite a existência de instituições de ensino privadas e comunitárias, podendo ser qualificadas como confessionais, as quais atenderão a orientação confessional, a doutrina e a teologia específica da instituição que representam. Nesse sentido dispõe o artigo 19 da Lei 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional:


Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas:
I – públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo poder público;
II – privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
III – comunitárias, na forma da lei.
§ 1.º As instituições de ensino a que se referem os incisos II e III do caput deste artigo podem qualificar-se como confessionais, atendidas a orientação confessional e a ideologia específica.”


As instituições confessionais, em sua maioria particulares, são mantidas por igrejas e congregações, cujos fundadores estão congregados na mesma fé e pelos valores morais e religiosos, com intuito de agregar esses princípios à educação que oferecem à comunidade. Estas instituições educacionais confessionais prestam serviços na educação infantil, ensino fundamental, médio e superior.

Falar de educação é falar do cristianismo. Sem a fé cristã, qual seria o nível educacional que teríamos hoje? O Brasil, por exemplo, deve o início de seu processo educacional aos jesuítas


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), no artigo 33, prevê a possibilidade de oferta do ensino religioso também na educação pública, mas de caráter facultativo:


Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§ 1.º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.
§ 2.º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.”


No mesmo sentido dispõe o artigo 11, §1.º, do Decreto 7.107/2010, a concordata entre o governo da República Federativa do Brasil e a Santa Sé:


Art. 11, §1.º: O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação.”


Denota-se dos textos legais que a legislação brasileira permite a existência de instituições educacionais privadas ou comunitárias de ensino confessional, nas quais o ensino será ministrado de acordo com a fé, valores morais e religiosos de seus fundadores, sem qualquer objeção do Estado, pois a vinculação com estas instituições é de livre escolha do cidadão e das famílias que congregam com seus ideais.


Além do ensino religioso nas instituições confessionais, o Brasil permite o ensino religioso nas escolas públicas, até mesmo de forma confessional, como já decidiu o STF na ADI 4439/DF, reconhecendo-o como parte integrante da formação do cidadão, mas com matricula facultativa, em respeito à diversidade cultural religiosa existente no Brasil e ao princípio da liberdade religiosa insculpida na Constituição Federal (artigo 210, § 1.º), conteúdo jurídico essencial da laicidade.


No caso em tela, denota-se que o colégio Recanto do Espírito Santo é uma instituição de ensino confessional cristã, ou seja, sua didática está de acordo com a fé professada por seus fundadores, fundamentada na doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, e, consequentemente, da família dos alunos que frequentam a instituição e congregam da mesma fé, valores e princípios.

A legislação brasileira permite a existência de instituições educacionais privadas ou comunitárias de ensino confessional, nas quais o ensino será ministrado de acordo com a fé, valores morais e religiosos de seus fundadores, sem qualquer objeção do Estado

 

Neste ponto, é de fundamental importância ressaltar que a educação dos filhos cabe aos pais, que a partir de seus valores e crenças têm a liberdade de escolha da instituição que seus filhos frequentarão. Este direito está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, que no artigo 22 dispõe: “aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores”, e no parágrafo único estabelece que a educação familiar será exercida “devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas”.


Esse é um direito humano fundamental, reconhecido por documentos internacionais, como a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário, que em seu artigo 12, item 4, estabelece:



“Art. 12. [...] 4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.”


Por sua vez, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 26, item 3, também estabelece o direito dos pais de educarem seus filhos conforme suas convicções, nos seguintes termos:


Artigo 26º. [...] 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.”

Destarte, é evidente o direito dos pais em escolher a instituição de ensino que congrega com os ensinamentos de sua fé e religião, portanto não deve prosperar a tentativa de criminalizar uma escola confessional por orientar e promover ensino que está de acordo com a crença de sua própria confissão. Tratar-se-ia de um contrassenso, também de uma ilegalidade, além de ser oposto ao direito humano de os pais assegurarem educação à sua prole conforme seus próprios valores familiares, e, não menos importante, atuaria em contrariedade à liberdade religiosa da escola, dos pais e alunos.


Leiam o artigo completo dessa perseguição abjeta e atroz: A vítima da vez, o colégio Recanto do Espírito Santo


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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


Sobre os erros das filosofias gnósticas (racionais)
(extraído de minhas notas pessoais - aula 06 do COF, 03/05/2009)

Augusto Comte / Karl Marx, HegelPositivismo / Comunismo
FALSOS EM SUAS BASES.
Por quê?
Porque tentam observar a história como um objeto desde fora. A ordem que pessoas como Comte, Marx e Hegel projetam é a ordem como apenas eles mesmos a concebem, e por sua vez ocupam um lugar determinado nas sucessivas buscas da ordem, e nada além disso. A busca não acaba e não se sabe para onde leva. Toda tentativa de traçar a história humana como um trajeto que deve conduzir a um determinado fim, ESTÁ ERRADA NA BASE! Não se sabe como a história termina. Podemos fazer isto com uma biografia porque a vida humana é finita.


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👆OPINIÃO DO AUTOR

A Verdade assusta, mas existe algo que assusta muito mais!
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
15 de Maio de 2022

Algumas horas antes de ser condenado por Pôncio Pilatos e morrer na Cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo foi reverenciado em Jerusalém. Carregado pelas multidões, ele recebia loas, elogios, era visto como grande taumaturgo, grande líder e grande profeta, além de um grande professor. Para usar a linguagem moderna, Jesus Cristo "tava na moda".

No entanto, na noite que Ele foi traído por Judas Iscariotes, preso pelos guardas de Pôncio Pilatos, machucado, cuspido, humilhado e passou por todo aquele sacrifício, a coisa foi bem diferente. Ele foi ABANDONADO. Teve que carregar uma cruz pesada, logo depois de ser chicoteado e torturado em uma coluna, humilhado com uma coroa de espinhos na cabeça que lhe dilacerou a carne, e zombado por todos. Ele fez tudo isso por puro Amor a nós, mesmo diante do descaso geral. Amor com A maiúsculo mesmo. Leia "Os Quatro Amores" de CS Lewis e vai entender.

Nessa hora, aqueles que estavam próximos a Ele, seus discípulos, não estavam mais por perto. Correram. Se esconderam. Simão o negou 3 vezes. Os outros, sumiram. Só um ficou. João, o discípulo muito amado.

Vejam, vamos abstrair agora a visão Católica / Cristã, ou seja, nos despir da natureza divina óbvia de Jesus por uns minutos e ver algo nesses eventos: vamos olhar Jesus pelo que Ele nos ensinou: a VERDADE.

Jesus diz em João 14:6: "eu sou o Caminho, a VERDADE e a Vida". Ele diz que é a Verdade. E o grande fato que tiramos nisso tudo é que Ele realmente ensinava a Verdade, goste você ou não. Só que a Verdade tem uma natureza meio incômoda para muitas pessoas. É difícil portanto, permanecer nela. É difícil aceitá-la, andar com ela.

"Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?" (João 6:60)

É difícil permanecer nela porque nós estamos acostumados a andar longe dela. Nós, meros seres humanos nesse corpo mortal e cheio de vontades loucas estamos condicionados a seguir por um caminho que nos acostumou a fugir da DOR e buscar o PRAZER. Só que o caminho que a Verdade oferece não é o prazer, não neste mundo. É A DOR. É o martírio. É um caminho pedregoso cheio de espinhos. E nós temos MEDO dele. Temos medo de nos machucar, de nos ferir, de perder aquilo que mais amamos. Nós temos um balão cheio, e esse caminho vai furar nosso balão. Nós somos muito apegados ao nosso balão. No caminho do prazer, nosso balão não fura.

É difícil aceitar essa Verdade, porque nossas vontades e nossa arrogância nos cegam e nos impedem, mas a nossa covardia piora ainda mais essa condição; somos covardes. Eu sei bem o que é covardia, porque eu mesmo sou um grande covarde. Tenho medo de tudo. Se teve algum ato de coragem que fiz nesta vida foi por causa de Deus, e de MAIS NINGUÉM. Certamente não foi por mim mesmo que fiz algo corajoso. Então, peço constantemente a Deus que me dê coragem.

É difícil andar com ela, porque nosso balão está cheio, e nosso orgulho está nesse balão. Aí ele fura. A Verdade então é chamada de MENTIRA, e nossa "biografia" vai ficar feia diante dos olhos das pessoas de nos verem andar com aquela que chamam de "mentira". Então, nos afastamos para preservar nossas biografias. Tomamos outro caminho, negamos, negamos e negamos a Verdade, fingimos que não era conosco, e nos distanciamos. Não queremos que ninguém nos veja perto dAquele que é a própria Verdade.

Só que nós, parafraseando Padre Paulo Ricardo, "nós, pobres nós, desgraçados nós, miseráveis nós", nos esquecemos que lá do Alto, tem Um que vê TUDO. Que vê no mais íntimo das nossas almas. Que nos conhece melhor que a nós mesmos. Que nos AMA, mesmo que nós não O amemos de volta.

E é aí que somos confrontados com a dura Verdade: quando tudo desaparecer, nada mais vai restar para nós a não ser ela: essa Verdade, que a muitos incomodam, Jesus Cristo.

"Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?" (João 6:60)

Lembrando de uma das pregações do Anderson Reis, podemos achar uma resposta: ele contou, em uma live sobre o Purgatório, que uma pessoa, enfrentando a morte, teve que escolher entre um ano inteiro de sofrimentos aqui na terra e um dia de sofrimentos no Purgatório. Inocente, ele optou pelo segundo. Então caiu no Purgatório por alguns minutos, mas olhou para o anjo e disse: "você me enganou, eu já estou sofrendo nesse lugar faz 20 anos!!" O anjo olhou para ele e disse: "eu não enganei você, a sensação é ESSA, mas ainda dá tempo; a misericórdia de Deus me concedeu fazer a troca pra você. Quer voltar pra terra e sofrer por um ano?" Ele concordou.

As pessoas brincam com a sua salvação. Não deveriam.

Eis o momento em que podemos trazer a antiga sabedoria à tona e dizer, com a certeza das certezas: com Deus não se brinca. Não se assuste com a Verdade. Se assuste sim, com as consequências de não viver fechado com ela.
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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje: o filho do Olavo aprende, de maneira amarga, que em mar onde a água é vermelha, todos os peixes tem cara feia! 
(16/05/2022)


Aí o Sal Conservador catou uma cena exótica em Brasília: Humpty Dumpty indo passear com seu animalzinho de estimação. Pareciam estar felizes!
(14/05/2022)

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👆 LEITURA RECOMENDADA

Hoje eu vou recomendar a excelente pequena obra de Dennys Andrade para alimentar o imaginário de vocês sobre a Civilização Ocidental. Como sabemos bem, o mundo ocidental deixou de existir a partir de 2020, e só existe agora em nossos pensamentos, ideais e desejos. Se vocês quiserem trazer pelo menos algo próximo do que era a nossa Civilização Ocidental de volta um dia, terão então que conhecer o que querem recuperar. Portanto, não deixem de ler!

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