Edição XLVI (Terça Livre, Revista Esmeril 29, Revista Nada Que Calar 03, Opinião e mais)

  Tempo de Leitura XLVI

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril, na Revista Nada que Calar e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
   


REVISTA ESMERIL 29

João Filho comenta as cinzas de 22 (Leônidas Pellegrini)

Poemas sobre a única certeza da vida (Vitor Marcolin)

Editora PHVox lança ensaio de Dr. Plínio Correia de Oliveira sobre corrupção da linguagem (Leônidas Pellegrini)


REVISTA NADA QUE CALAR 03

CONHECENDO O PROFESSOR OLAVO (Mauro Fagundes)










Onde quer ir primeiro?



     

8 de Fevereiro de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!





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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 15 da Revista Terça Livre, de 22 de Outubro de 2019.

Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV saiu do ar, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.



GERAL


👆 Teatro macabro: como a esquerda instrumentaliza os mortos
(por Priscila Dalcin)


Tática usa cadáveres para manter agenda socialista em pauta

ONem remorso, nem culpa: a utilização da morte de pessoas como palanque político é encarada pela esquerda brasileira como uma ótima oportunidade de geração de um ícone representativo de suas ideologias. A ideia é, através de uma imagem, evocar de uma só vez diversas mensagens subliminares que previamente terão sido calcadas no imaginário social da população. Dessa forma, as pessoas assimilam os conceitos revolucionários sem resistência, e aderem às tais ideias sem sequer perceber. Além disso, as pautas revolucionárias se fortalecem, mantendo-se sempre em debate.

Dentro de toda a estratégia de tomada do poder, a ação é praticamente uma tática  e guerra, na qual o adversário é rendido e conduzido a fazer aquilo que o inimigo pretende sem nem sequer perceber. O imaginário social passa a ser uma conquista de território que, pouco a pouco, vai sendo entorpecido por mensagens diretas ou subliminares em que a associação da imagem do morto aos temas previamente trabalhados acontece praticamente de imediato. Para tanto, utilizam-se da prática de repetição que, com o tempo, leva as pessoas a fixarem suas mensagens instantaneamente.

Apesar da repulsa proporcionada na sociedade, os revolucionários não demonstram o menor pudor com a prática. Pelo contrário, permanecem realizando seus “necromícios” na busca incessante do ícone perfeito, por meio do qual consigam solidificar conceitos e emplacar suas pautas no imaginário social. E o resultado dessa ação transcende a solidificação das temáticas revolucionárias no interior das pessoas, pois elas ganham força sobre o indivíduo, enfraquecendo-o psicológica e espiritualmente, e começam a moldar comportamentos.

A associação dos conceitos ao ícone escolhido também visa a criar uma conexão direta entre vocábulos e sensações, entre palavras e estados afetivos. Dessa forma, o indivíduo passa a não só pensar como os revolucionários, mas também a agir como eles querem. “Começa a virar hábito e vira senso comum”, explica o professor Pedro Augusto, do Instituto Borborema (PR).

Em menos de três anos, a esquerda conseguiu erguer seu palanque sobre quatro cadáveres: Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula, falecida em fevereiro de 2017; a então vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, falecida em março de 2018; o neto do ex-presidente, Arthur Lula da Silva, falecido em abril deste ano; ainda, a menina Ágatha Félix, atingida por uma proveniente da troca de tiros entre policiais e bandidos no Complexo do Alemão no último dia 20 deste mês.

Todas essas pessoas serviram como objeto de associação das pautas progressistas e manutenção das respectivas narrativas na grande mídia ao longo de semanas. E eles não se intimidam: quanto mais próximo do futuro revolucionário – que é um futuro perfeito nunca comprovado, mas que serve como causa orientadora das ações dos socialistas – o ato torna-se aceitável e moral, dentro desse entendimento de mundo. “O ato moral não tem valor em si, podendo ser o ato mais vil deles, considerado melhor do que um ato virtuoso da Irmã Dulce. Como os atos deles são julgados em função do futuro revolucionário e esse futuro nunca chega, então, no final das contas, os atos deles nunca são julgados”, diz Pedro Augusto.

O Brasil em plena guerra

Enquanto séculos atrás os exércitos guerreavam visando a expandir geograficamente seus reinados, neste século XXI a guerra é travada pela conquista da mente dos brasileiros, tratando-se de quem vai conquistá-las. Pedro Augusto explica o que acontecia entre os antigos reinados, diferenciando da guerra presente. “Quando um rei traçava seu plano de poder e pretendia conquistar uma nação, ele treinava seus exércitos com armas e técnicas de guerra.”

No entanto, no século XXI, o que vivenciamos no Brasil é literalmente uma guerra no campo da cultura, em que a disputa é por aquilo que compõe o pensar, o agir, o falar do indivíduo. O professor do Instituto Borborema explica que esse conceito de guerra cultural começou a aparecer na Alemanha, por volta do século XIX, quando começou a haver uma fragilidade da religião cristã, dentro do contexto de uma fragmentação religiosa. No Ocidente, esse conceito ganha força no século XX, por volta da década de 60, nos Estados Unidos. “A guerra cultural começa querendo definir quem vai ter a hegemonia”, diz.

No Brasil, o campo da guerra é fértil, porém revela-se assimétrica. Enquanto socialistas dominaram a imprensa, as universidades, artes plásticas, literatura, cinema, escolas e a arquitetura, os conservadores ainda estão se capacitando para a guerra. E a esquerda só conquistou esses espaços porque não houve resistência alguma. Essa abertura de espaço de atuação ocorreu porque, segundo o filósofo Olavo de Carvalho, os militares assumiram o poder político entre meados dos anos 60 e 80, mas abandonaram completamente a cultura e a educação nas mãos da esquerda naquele período. “A indolência desses militares não permitiu sequer que eles acompanhassem a revolução gramsciana que estava acontecendo sob suas barbas”, diz.

Olavo explica que durante os 20 anos em que estiveram no poder, os militares não se preocuparam com a questão cultural, deixando essa esfera à mercê da esquerda, que, por sua vez, dominou-a com excelência. O professor revela que durante anos frequentou o Clube Militar alertando sobre a questão da guerra cultural. No entanto, os militares jamais tomaram uma atitude profícua quanto à situação, mesmo tendo a oportunidade. “Quando sugeriram ao General Castelo Branco formar um departamento de propaganda para alertar as pessoas sobre o que é o comunismo, ele disse que não queria seguir o exemplo da ditadura de Getúlio Vargas. Ele tinha que fazer isso, mas preferiu o “bom-mocismo”, e isso é covardia”, diz.

Olavo acusa-os de não terem se preocupado com a questão política, uma vez que tentaram administrar o
país de forma técnica apenas. “Os militares foram honestos, administraram o melhor possível, mas
liquidaram as lideranças civis”, diz. Ele alerta que é premente aos conservadores ocuparem espaços na área cultural. Os militares tomaram o poder contra a luta armada do comunismo, tiveram a responsabilidade de zelar pelas próximas gerações, mas não o fizeram. “Se você toma o poder para defender o país contra o comunismo, você tem a obrigação de preparar as novas gerações para que não caiam no engodo comunista. Vocês os deixaram livres”, afirma.

Ícone da transformação cultural do país, Olavo de Carvalho retirou o pensamento de milhares de jovens do lamaçal da mentalidade revolucionária através de seus cursos, mas reconhece que, sozinho, não tem braços que alcancem todas as áreas necessárias para que haja uma verdadeira retomada do conservadorismo no país. Em razão disso, constantemente estimula que o brasileiro se empenhe nos estudos para obter entendimento de cultura política, e que atue ocupando espaços em todas as áreas da sociedade. É um trabalho de longo prazo em função da educação, da percepção e cognição da população terem sido reduzidas à mais baixa esfera. Segundo o filósofo, “Precisamos de pelo menos 30 anos para reconstruir o país.”

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REVISTA ESMERIL - Ed. 28, de 28/01/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


ENTREVISTA

👆 João Filho comenta as cinzas de 22



(por Leônidas Pellegrini)


Se eu pedir para o leitor rememorar suas aulas de Literatura do Ensino Médio, especificamente sobre o Modernismo e a Semana de 22, é bem provável que se lembre de algum professor entusiasmado com a “genialidade” de um Mário ou de um Oswald, a “ruptura com uma cultura elitista e engessada”, a “afirmação de uma nova brasilidade”, o tal “nacionalismo crítico”, o “rompimento com padrões estéticos europeus”, e por aí vai. Também é capaz que se lembre de sentir-se um pouco burro, pois, ao entrar em contato com algumas das “obras-primas” citadas pelo professor, não as tenha entendido por não ter encontrado toda aquela genialidade intrínseca.  

Caso o leitor confirme pelo menos em parte as impressões elencadas acima, saiba: a imensa maioria das pessoas que frequentou o Ensino Médio (ou seus equivalentes anteriores) terá mais ou menos o mesmo sentimento que você. Isso porque a dita Semana e, sobretudo, seus organizadores, atendiam (mesmo que nem sempre de maneira consciente) a um projeto de poder político (importado da Europa, inclusive) que, com a promoção da mediocridade e da picaretagem artística, investe na corrupção da linguagem, da inteligência e da cultura. E os frutos são inúmeros e diversos, desde a empulhação concretista até a tropicália; a geração mimeógrafo e sua poesia marginal; Caetano, Chico, Gil e quejandos; Arnaldo Antunes e patota; É o Tcham, Tiririca, Anitta, Jojo Todyinho e ladeira abaixo.

Pelos frutos, os conhecereis…  

Essa ladeira, no entanto, tem lá suas inúmeras rochas e protuberâncias, que, se bem conservadas e, principalmente, promovidas como se promovem os detritos do barreiro que se lhe escorre diariamente, ainda podem preservar, mesmo capenga, algo da dignidade da cultura nacional.  

Uma dessas rochas pode vir a ser o poeta João Filho1, com quem conversei sobre impressões pessoais a respeito desta que aqui chamamos Semana da Infâmia, e à qual ele se refere como uma gourmetização da mentira –  lembra daquele seu professor? Então… 

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Revista Esmeril: Em primeiro lugar, gostaria que expusesse, de maneira geral, suas percepções pessoais sobre a Semana de 22. 

João Filho: Hoje, aos 47 anos, desconfio de rupturas bruscas com o passado. Ainda mais impostas de cima para baixo. De modo geral, o brasileiro tem uma relação ruim com as grandes questões do espírito, relação superficial, ou medrosa pura e simplesmente. Considero que a Semana de 22 agravou esse aspecto daninho da nossa psique. Ela praticamente implantou a carnavalização como método literário, ou seja, festa, superfície e fuga quando se trata de temas vitais para a condição humana.    

Revista Esmeril: Para você, a Semana de 22 foi uma revolta literária, conforme compreende Otto Maria Carpeaux, uma imitação ou importação do que de pior apresentava a Europa em suas vanguardas, parte de um projeto político-cultural, ou um pouco de tudo? 

João Filho: Um pouco de tudo do que você citou. Como revolta literária foi mais danosa do que benéfica. O seu maior legado foram os cacoetes da facilidade literária, o humor chinfrim, a cosmovisão redutora. Como importação cultural foi algo bem forçado: havia, antes, um caminho natural, se assim posso dizer, nas nossas letras: Machado de Assis, Augusto dos Anjos, Adelino Magalhães, escritor hoje quase esquecido etc. A Semana, se não interrompeu, pelo menos atrapalhou esse percurso das nossas letras.   

Revista Esmeril: Em sua percepção, autores como Mário e Oswald, e mesmo Bandeira, foram injustos com os românticos e parnasianos?  

João Filho: Bandeira não entra nesse pacote. O grande pernambucano foi estudioso e crítico equilibrado do nosso passado poético imediato ou não. Uma surpresa para mim da vida de Oswald de Andrade: ao me dar conta da vida e obra de muitos autores antes de 1922, quem estava em quase todos os enterros desses poetas e prosadores? Isso mesmo, Oswald. Ele admirou e, depois, “cuspiu” no túmulo dessa gente. Ele e Mário foram injustos com os românticos e parnasianos.     

Revista Esmeril: Por falar em Bandeira, como você encara sua participação na Semana, considerando que, apesar de algumas tendências ao experimentalismo, ele sempre foi um poeta mais voltado à beleza das palavras, a um apuro linguístico e poético maior que seus pares de então? 

João Filho: O primeiro livro de Bandeira – A cinza das horas – é de 1917. Sua participação na famigerada semana foi como a batalha de Itararé – não houve. É ele quem diz no seu Itinerário de Pasárgada: “Foi assim que me vi associado a uma geração que, em verdade, não era a minha, pois, excetuados Paulo Prado, Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida, todos aqueles rapazes eram em média uns dez anos mais moços do que eu. A minha colaboração com ela (como, por outros motivos, também a de Ribeiro Couto) sempre se fez com restrições.” Bandeira tentou, depois, uns concretismos, mas os bons também erram.   

Revista Esmeril: E por falar em Mário e Oswald, como você percebe o prestígio que ambos têm até os dias de hoje, desde as salas de aula e livros didáticos, até a Academia? 

João Filho: Prestígio equivocado. As obras são fracas, não se sustentam. Li grande parte da obra dos dois. Nem adianta me xingar porque não as li inteiras. Já tenho penitências suficientes em minha vida. O prestígio vem da política cultural. O que, como estratégia, não acho errado. Ruim é a obra deles.  

Revista Esmeril: Uma outra questão interessante em relação à geração de 22 é um nacionalismo bastante peculiar. Como você entende esse assunto? 

João Filho: Amar o seu país sem patriotada é algo bom. Mas, no caso da geração de 1922, é um ensimesmamento estéril. Eles se fecharam nas miudezas linguísticas, geográficas, psicológicas, enfim, folclóricas de identidade nacional. O folclore é válido, mas eles gourmetizaram a coisa toda, ou seja, falsearam. Como diz meu amigo e compadre Adriano Ferreira Leite ao falar de Cecília Meireles: “Ela não estava interessada no ser brasileiro. Estava interessada no Ser.”   

Revista Esmeril: Para finalizar, qual é, em sua percepção, o saldo do que a Semana deixou como herança cultural no país?  

João Filho: O saldo “cultural” não é bom. Uma das ondas literárias tardias da semana de 1922 foi a geração mimeógrafo da década de 1970. Que fez uma poesia qualquer nota: rala, frouxa, sem profundidade ou grandeza. E o pior: marginalizou tudo aquilo que, porventura, tivesse a dimensão do belo, do bom e do verdadeiro. Um exemplo? A geração 65 de Pernambuco. Quem se interessar, procure ler as obras de poetas como Alberto da Cunha Melo, Ângelo Monteiro, Jaci Bezerra, Marcus Accioly, Tereza Tenório etc.


Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, conteúdo gratuito de 02 de Março



ESMERIL NEWS | LITERATURA





👆 Poemas sobre a única certeza da vida
(por Vitor Marcolin - 02/03/2022)

É sempre um exercício de lucidez pensar sobre as cinzas para as quais haveremos de voltar


A vida fora do tempo, a vida na Eternidade, é o que objetivamente importa. Mas há uma pedra no meio do caminho. Nesta quarta-feira de cinzas, selecionamos alguns poemas à guisa de reflexão sobre a realidade da morte.

Inscrição para um portão de cemitério — Mário Quintana

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce – uma estrela,
Quando se morre – uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
“Ponham-me a cruz no princípio…
E a luz da estrela no fim!”

Prece — Fernando Pessoa

Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu! Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também. Onde nada está tu habitas e onde tudo está – (o teu templo) – eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar. Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.

[…]

Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama. Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.

Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.

Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.

Psicologia de um vencido — Augusto dos Anjos

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

A morte absoluta — Manuel Bandeira

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão – felizes! – num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante…
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?…”

Morrer mais completamente ainda,
– Sem deixar sequer esse nome.
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“Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar (…)”.

Trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
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ESMERIL NEWS | ACONTECE






👆 Editora PHVox lança ensaio de Dr. Plínio Correia de Oliveira sobre corrupção da linguagem
(por Leônidas Pellegrini - 02/03/2022)


Intelectual brasileiro também foi líder católico, escritor, professor, político e jornalista



“A transformação das mentalidades por meio da utilização de certas palavras ou expressões é uma das armas poderosas da guerra psicológica revolucionária, guerra que vem se desenvolvendo num campo de batalha muito particular: a alma humana. O presente ensaio, publicado pela primeira vez nos anos sessenta, denuncia com profundidade uma forma arguta de manipular a opinião pública: a utilização de palavras-talismã. A corrupção e decadência moral do homem moderno enfraqueceu de tal modo o uso da razão nas nossas sociedades que é comum observar esta manipulação mesmo em meios universitários.

Vivemos a ditadura do relativismo, denunciada por um Sumo Pontífice. Para combater esta ditadura é preciso rigor na observação dos acontecimentos, precisão na linguagem e o amor pelas verdades eternas. Nos tempos de penúria intelectual em que vivemos, este ensaio serve como luminosa e poderosa arma para denunciar os erros que se difundem argutamente pelo manuseio da linguagem. Explicitando o insidioso artifício, denuncia o autor a intrínseca perversidade da dialética hegeliana em tudo distinta da dialética tradicional, a qual sempre buscou sem tréguas alcançar a Verdade.”

Segundo Ibsen Noronha, que assina a sinopse de contracapa da edição

Além do conteúdo original, a edição da PHVox também conta com o relato do impacto desta obra atrás da cortina de ferro soviética na Polônia, duas palestras de Dr. Plínio inéditas em livros (uma nos EUA e outra no Brasil) e um capítulo especial, escrito pelo jornalista e analista político José Carlos Sepúlveda, que foi discípulo direto do Dr. Plínio Corrêa de Oliveira.

O livro por enquanto está disponível para venda na Livraria PHVox e na Amazon, e em breve constará no catálogo de todas as livrarias afiliadas ao CEDET.

Em tempos de torcida organizada de políticos e “de que lado eu devo ficar?” entre os próprios militantes da direita, eis uma obra que se faz mais que essencial.

Compre o livro AQUI
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Se a Revolução é desordem, a Contra-Revolução é a restauração da ordem

— Dr. Plínio Correia de Oliveira
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REVISTA NQC 03 (01/03/2022)



👆 CONHECENDO O PROFESSOR OLAVO
(por Mauro Fagundes)


Em 2013 a sociedade Brasileira estava imersa no grande caos do politicamente correto.

Cai o diabólico plano implementado há 13 anos por uma corja de vagabundos que tomou o poder.

Os petistas implementavam sua agenda a passos largos. Não podíamos dizer mais nada, tudo era motivo pra frescura: Machismo,
feminismo, preconceito, homofobia, gordofobia, expressões essas que se tornaram predominantes nas falas da sociedade.

Já havia me dado conta que algo estava errado, mas entrei em desespero quando fui ao supermercado e vi que o bolo “nega maluca” estava etiquetado como “afrodescendente maluca”. Se meus amigos a palavra “negro” havia sido proibida pois se tratava de algo preconceituoso.

Foi então que em uma tarde de domingo, meu pai me chamou e me apresentou o vídeo de um senhor que falava os maiores impropérios, quem os quais eram temperados por uma sequência brutal de palavrões.

Foi nesse dia que conheci o professor Olavo de Carvalho. Ele estava irritado, ofendia alguns dos ministros do Supremo Tribunal Federal, enquanto os acusava de implementar ou querer implementar pautas comunistas do Brasil, como o casamento gay, a permissão e aborto para anencéfalos, a criminalização da homofobia, a lei Maria da Penha, o sistema de cotas raciais e a implementação da ideologia de gênero.

Nesse momento, vi o quão correto estava o meu pai, que há muito vinha me alertando sobre o risco do comunismo ser implementado no Brasil.

Eu era um estúpido, alegava ser impossível isso acontecer, tendo em vista que a Constituição Federal continha cláusulas pétreas, e, com isso, se fazia por impossível abolir a propriedade privada. Definitivamente, eu era um animal.

Chegava a rir quando ouvia falar no assunto do comunismo. Que eu dizia que não havia mais espaço no mundo para esse tipo de coisa. Sim, eu era um imbecil.

Achei interessante e desde então, há quase 10 anos eu o acompanhei diariamente. Ele fez parte de minha vida todos os dias, seja através da leitura de suas obras, dos seus artigos ou mesmo de seus posts nas redes sociais.

Lembro bem, com o professor Olavo de Carvalho conheci a maligna doutrina de Paulo Freire, o quão nefasta era, o dano que ela havia causado e ainda iria causar na sociedade Brasileira, bem como aprendi a combatê-la. O professor Olavo de Carvalho me ensinou a desmoralizar o adversário quando preciso e me ensinou também, a respeitá-lo quando necessário.

Ele me ensinou o que através de uma fala, de uma comunicação simples é possível levar o mais complexo dos conhecimentos a mais simplória das pessoas.

Ele abriu meus olhos para a sexualização da sociedade, principalmente dos jovens que vinham sendo traumatizados através da mudança dos programas de TV, das revistas, dos gibis, das músicas, das práticas sociais, das danças, dos shows, da educação sexual nas escolas e do kit gay.

O professor Olavo de Carvalho me mostrou um novo mundo até então desconhecido. Passei então a estudar marxismo, gramscismo, o socialismo fabiano e a escola de Frankfurt. Passei a realizar então a leitura de suas obras, bem como a leitura de todas as obras que ele acabava por indicar.

Foi quando descobri então que o professor Olavo fazia um programa chamado True Out Speak.

Escutei o primeiro e pronto, foi paixão à primeira vista ou por melhor dizer, a primeira ouvida.

Tratava-se de um curso de formação que se traduz em um conhecimento inenarrável. Hoje, se fazem por totalmente atuais.

Parecia que o professor Olavo de Carvalho estava descrevendo a realidade na qual iríamos viver dentro de alguns poucos anos.

Ele foi responsável pela grande revolução cultural do Brasil que acendeu uma centelha na sociedade a qual foi a combustão inicial para que o povo pudesse levantar e se voltar contra Dilma Rousseff promovendo então a sua derrocada.

Por mais que muitos digam que nunca conheceram o professor Olavo de Carvalho antes de serem conservadores, aposto que não fazem a menor ideia de que só falam em Foro de São Paulo, socialismo fabiano, escola de Frankfurt, porque, social democracia, dentre outros tantos, por conta dele.

Minha história foi lastreada sob a tutoria desse incrível homem, incrível mestre, meu grande e querido amigo professor Olavo de Carvalho.

Tenho muito orgulho de o ter tido como mestre.

Fui e sempre serei seu aluno.

Esteja onde estiver, sei que é em um lugar bom, e também sei que ele estará olhando por todos nós.

Muito além de homenageá-lo, deixo aqui o registro para a posteridade, de toda a gratidão que o Brasil deve ter para com o seu nome, pois todos têm que ter o direito de saber quem foi o professor que mudou o destino do nosso país e livrou o Brasil do comunismo completo.

Charge de @oilustra publicada no Twitter:



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Brasil Sem Medo - 04 de Março





DIÁRIO DE UM CRONISTA

👆A Guerra na Ucrânia e o Exército da Estupidez
(por Paulo Briguet)

A primeira vítima da guerra é a verdade. A segunda é a inteligência

Todo mundo conhece o famoso ditado, atribuído a Bismarck, segundo o qual a primeira vítima da guerra é a verdade. Acho que poucos discordam disso. Mas há também uma segunda vítima que tomba assim que as bombas começam a explodir: a inteligência. A ânsia por tomar partido, o pânico diante da morte e da destruição e, frequentemente, o uso da tragédia para auferir lucros políticos provocam danos e devastações na já reduzida percepção cognitiva de nossas classes falantes. Às tropas e nações em conflito, soma-se uma terceira força caótica ― o Exército da Estupidez.


Com a invasão da Ucrânia, um professor da Universidade de Milão decidiu suspender um curso sobre Dostoiévski que ministraria nos próximos meses. Em outras universidades, acadêmicos e alunos passaram a boicotar autores russos clássicos, como se Tolstói, Dostoiévski, Turguêniev, Tchekhov, Gogol, Pasternak ou Anna Akhmátova tivessem algum tipo de responsabilidade pelo que Vladimir Putin faz ou deixa de fazer. É o mesmo que deixar de ouvir Bach, Beethoven e Mozart por causa de um celerado austríaco que subiu ao poder na Alemanha em 1933.


Do outro lado, temos grupelhos no Brasil que se unem a militares positivistas e comunistas da velha guarda para defender a expansão da “Rússia histórica” e justificar a invasão de um país soberano. Uma dessas seitas duguinistas tem como slogan Liberdade! Justiça! Revolução! ― como se o último termo não significasse a eliminação dos dois primeiros. Tenho acompanhado as publicações desses grupos na internet. Com o inconfundível estilo de desinformação da velha KGB, eles descrevem o povo ucraniano como uma horda de nazistas e chegam a postar fotos do guru do euranismo, Alexandr Duguin, manejando um baita lançador de granadas e uma singela mensagem: BOM DIA! Em outra imagem, de outubro do ano passado, os duguinistas brasileiros aparecem ao lado do ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, amado pela esquerda e por muitos generais.


No Brasil, ninguém parece interessado em entender o que realmente está acontecendo. A complexidade da geopolítica é substituída pela emoção do torcedor do Festival de Parintins: ou você é Garantido, ou você é Caprichoso. Não é permitido nem citar o nome do time contrário. Mas, à diferença dos bois amazônicos, tem gente indefesa morrendo enquanto rola a treta. Para além dos interesses do bloco eurasiano e do bloco globalista, há pessoas de carne, osso e alma cuja vida está em perigo.

Woody Allen diz que quando serviu o exército foi designado para uma corporação especial, cujo papel estava previamente definido: “Em caso de guerra, eu sou refém”. Essa é a situação do povo ucraniano agora; e poderá ser, amanhã, a situação do povo taiwanês, do povo lituano, do povo letão, do povo estoniano, do povo polonês...


O que têm a dizer aqueles que vibraram com a vitória do velho senil para ocupante da Casa Branca? Nada muito além de alguns tweets. Um vereador liberal, em São Paulo, decidiu mudar o nome da Rua Rússia para Rua Ucrânia. Isso tem tudo para comover o coração do Putin. Por sinal, o homem do Kremlin também deve estar preocupadíssimo com os dois sujeitos que foram para a Ucrânia fabricar coquetéis Molotov e falar mal do Bolsonaro. Mas com máscara, é claro. Afinal, estamos em ano eleitoral, e eles não podem ser confundidos com negacionistas genocidas.

PS: Esse texto foi escrito antes do vazamento dos áudios.

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Allan dos Santos
 - 03 de Março




ELEIÇÕES



👆 É tempo de lutar pelo Brasil
(por Renata Hall - 03/03/2022)

Por Renata Hall

Estamos em reta de eleições e em plena época de desinformação e manipulação dos fatos. As grandes mídias escolheram um lado, há até torcida, vemos diariamente, já nem tentam esconder de mais ninguém. 

Somos mais de 212 milhões de brasileiros sob as influências do que a ‘propaganda midiática’ escolhe ou, poderia dizer, recebe para enaltecer. Boa parte dos brasileiros ainda são regidos pela grande mídia e, do outro lado estamos nós, vistos como loucos por defender nossos valores e ideais e, quase roucos de tanto repetir a mesma palavra: liberdade.  

Mais uma eleição se aproxima e esse tema é conversa garantida quase em toda parte. Não é raro perceber que assim como o resultado das expectativas e percepções do público relativas às chances de certos candidatos vencerem as eleições presidenciais, o processo de apoio a um candidato é, ou era, fortemente influenciado pelos resultados das pesquisas de intenção de voto que veiculam na grande mídia, seja ela a contratante ou apenas o meio que relata e caracteriza a pesquisa.

Sem destreza individual, as manobras, como o excesso de avaliações positivas que vão na contramão da realidade na qual está um candidato, podem não ser percebidas e sequer as tramoias para minimizar as chances de vitória do outro. Estas avaliações podem ser influenciadas por esta viabilidade desprotegida do sujeito, e ainda pelas características predispostas de alguns (como por exemplo condições sociais e demográficas). Mas, talvez mais importante, estas avaliações são afetadas pela informação e pelas mensagens veiculadas pela mídia durante a campanha e pré campanha – pela cobertura que vai além da disputa. Além disso, enquanto a mídia seleciona o que propagar e enfatizar, os próprios candidatos - e outras fontes de notícias usadas pela grande mídia - exercem um controle substancial sobre suas próprias afirmações e ações que são comunicadas ao público, mesmo que sejam completamente enfadonhas. E nisso está inserida a habilidade, confiabilidade e simpatia teatral de alguns comunicadores específicos que transmitem mensagens através dos grandes meios de comunicação, que podem ser reveladas direta ou indiretamente, como vemos nas opiniões daqueles que ouvem as análises dos fatos previamente determinados e manipulados, de uma forma superficial, sem a devida atenção. Da mesma forma, é possível ver a força e o número de argumentos, por incontáveis vezes sem compromisso algum com a verdade, usados para persuadir a audiência.

Embora não mais de forma tão receptiva, o público reage às mensagens conforme elas são transmitidas inicialmente e além disso responde a elas conforme se repetem e se popularizam. Estes encontros são diretos – na medida em que as próprias pessoas vêem e ouvem os noticiários, ou ouvem a informação de amigos, familiares e outros. Talvez o mais importante seja que este processo envolve discussão e deliberação que são quase impossíveis de estudar de forma válida, sob condições onde é tudo combinado e distribuído sistematicamente.

Para investigar de forma mais intensa as influências da grande mídia durante este período de eleições, precisamos observar atenciosamente a atitude desenvolvida pela psicologia social experimental, e o momento em que estamos inseridos comprovou-se um ótimo case deste tipo de experimento. O modelo de atitude precisa ser examinado de forma tão minuciosa quanto possível no mundo real, onde são possíveis e onde entram em ação as considerações de escolha e se elas de fato são racionais. Aqui a estratégia, juntamente com os efeitos agregados nesse tempo de guerra de informação, não somente influencia mas determina a opinião pública.

Contudo, deparamo-nos mais uma vez com o vigor daqueles que questionaram as grandes mídias por justamente entenderem as manobras de conluio político e, com o avanço do alcance da internet, presente na casa de mais de 80% dos brasileiros, o fenômeno das redes sociais que, por ora não podemos descrever como livre ou totalmente confiável, já é para muitos o único meio de informação. Nesse contexto, um estudo do Instituto DataSenado de 2019 apontou a influência das redes sociais como fonte de informação para o leitor, enquanto neste terreno não havia toda a censura que há hoje. E isso, já sabemos, pôde explicar a escolha de boa parte dos cidadãos nas eleições de 2018, contradizendo o que a mídia vil ‘previa‘.

A escolha presidencial correta neste ano de 2022 é determinante para um rumo mais livre, ainda que cheio de incertezas, dificuldades e muita luta contra toda a intrujice que nos cerca e, faz-se ainda mais importante intensificar a divulgação das informações verdadeiras, mesmo que sintamo-nos fadigados devemos fazê-la com intensidade e vigor, porque mais uma vez a informação auxiliará na escolha do próximo presidente e nessa escolha não poderá haver erro, pois se errarmos estaremos escancarando as portas para um avanço comunista no país e este seria, definitivamente, o mais doloroso dos erros. E, se alguém acha que não é influenciado pelo que está nas mídias, se engana. A dica então é usufruir do direito que ainda temos de escolha e estarmos atentos a realidade que enxergamos e, munidos disso expor as mentiras e os mentirosos, além, claro, de observar e ensinar a quem estiver disposto sobre os fatos conhecidos da nossa história. Arregacem as mangas, é tempo de lutar pelo Brasil.

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👆 FRASES DE OLAVO DE CARVALHO

(TdL: aproveitando a terceira edição da revista NQC, que já fez o serviço por mim.)

"Soltar autores de crimes e punir autores de opiniões: isso é o que no Brasil de hoje se chama "Justiça"."


"Uma das mais perturbadoras capacidades humanas é a de enxergar como bens eternos as coisas mais fúteis e impermanentes."


"Qualquer tolerância para com o comunismo é tão criminosa quanto ele."

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Sobre a hipocrisia
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
07 de Março de 2022


Neste tempo de quaresma, em que nós, Católicos, nos encontramos nesta intensificação da luta contra as tentações, contra os prazeres mundanos e seculares, vale lembrar aqui uma característica do homem que tem feito com que essa luta se torne cada dia mais árdua, cada dia mais difícil e penosa, cada dia mais algo que não precisava ser assim não fosse essa doença que o homem sempre teve, mas sobretudo nos tempos de hoje ela toma uma força quase que incontrolável: a avareza.

O problema é que muitas pessoas colocam a palavra "avareza" no sentido apenas de apego ao dinheiro, lembrando do comportamento de personagens como o senhor Scrooge ou o tio Patinhas. Não é apenas isso. É também isso, mas não somente. Avarento também é o cara mesquinho, que não é generoso, que deseja as glórias todas para si. Tivemos um caso recentemente de um sujeito que foi até a Ucrânia, sob o pretexto de dizer que iria lutar e ajudar pessoas por lá, mas no fim das contas terminou como o mais deplorável devido a seus comentários vazados. A avareza também atrai amigos falsos, que vazam segredos da sua vida.

Vejam só, você já tem um cargo público em que você ganha muito dinheiro, mais do que realmente merece. Você vai para fora do país. Você fala e se pronuncia no âmbito social no sentido de ser uma bússola moral para as pessoas, o verdadeiro "sinalizador de virtude". Crendo que ninguém vai descobrir suas verdadeiras sanhas, tira foto em um bar local dizendo a todos que estava ajudando a fazer "coquetéis molotov". Depois fala com seus "amigos" se usando de um palavreado que tem tudo para comprometer você publicamente, caso vaze, te colocando até como turista sexual. Ou seja, você não vive segundo aquilo que fala. O áudio vaza, porque seus amigos são amigos da onça, você sai do país botando panca de herói, e volta a seu país como o maldito dos malditos.

De que adiantou todas aquelas vezes em que você saiu pela rua para desmascarar sujeitos deploráveis e ideias deploráveis? De que adiantou toda a construção de seu "eu" social? De que adiantou toda aquela aura de heroísmo que você achou que tinha? De que adiantou toda coragem? De que adiantou... se você não passa de um HIPÓCRITA?

A avareza fez com que você quisesse mentir, caluniar, enganar e... pior... usar verba do dinheiro PÚBLICO para fazer tudo isso. Antes tivesse bancado a sua jornada de soberba do próprio bolso. Aí você simplesmente seria um idiota que ninguém iria dar mais bola. Quem sabe num futuro próximo você poderia retornar após uma longa temporada pensando nas porcarias que aprontou, de vida nova, talvez até fazendo a coisa certa.

A avareza acompanha a soberba e o auto-engano. A autoestima de si mesmo, ao ponto de esquecer de todo mundo para obter todas as glórias para si. Mas Cristo nos ensina a não se ter autoestima. Isso vem do Altíssimo. Se faço algum bem neste mundo, é por causa dEle. O resto, é hipocrisia.

Sejamos menos soberbos neste tempo de Quaresma. Abaixemos a bola e nossa estima de nós mesmos, e coloquemos verdadeiramente cinzas em nossas cabeças, para poder de fato inspirar outros a melhorarem de vida. Não sejamos avarentos. A GLÓRIA é de Deus. O Prêmio vem dele. Quanto a nós... nada possuímos.

"Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa." (Mateus 6:5).

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje, Olavo e filho explicam os diferentes conceitos de invasão e mostram como um comunista acaba parecendo mais equilibrado do que um histérico do MeBeLelé! E ainda, um ano de ex-fake news!
(07/03/2022)
(07/03/2022)


Aí eu vou sapeando, trombo com o Luiz Camargo e vejo a melhor definição para o que foi essa história do Mamãe Lacrei na Ucrânia. 😂
(04/03/2022)


Também ontem me chamaram a atenção para essa daqui. Não lembro do seu Renato Borges aí que flagrou a surra da mãe com Avaiana de Pau, mas devo confessar que combina! Hehehe!
(07/03/2022)


E, pra acabar com o Mamãe Mamei, não poderia faltar o nosso Sal Conservador de cada semana! 😂
(06/03/2022)


Mas já que o Marreco deu as caras aí em cima, acho que a leva de hoje merece uma "bonus track", cortesia do meu amigo Du Oliveira. Mais perdido que peido em ventania... ou que o Mr. Bean tentando chegar em Cannes! 😂
(07/03/2022)

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👆 LEITURAS RECOMENDADAS

Hoje vai uma recomendação DUPLA de leitura. Um filósofo grego e um bispo de Hipona falam sobre a filha do diabo: a MENTIRA. A recomendação dupla é porque Platão e Santo Agostinho, muito embora este seja um pagão convertido formado com o pensamento Socrático e aquele um pagão de 400 anos antes de Cristo vir ao mundo, ambos dividem aqui uma verdade incontestável, cada um a sua maneira: devemos ser sinceros conosco e com os outros. A mentira é intolerável. Sócrates vivia em uma sociedade politeísta, porém, ele sempre foi fiel à essa máxima em seus questionamentos e diálogos: de que a busca pela verdade implica a mais completa sinceridade consigo mesmo e com suas crenças. Duas leituras pequenas e baratíssimas, mas muito profundas. Leia os dois, e nunca mais aceite que a mentira faça parte de sua vida. 

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