Edição XLIV (Terça Livre, Revista Esmeril 28, Revista Nada Que Calar 02, Opinião e mais)

Tempo de Leitura XLIV

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril, na Revista Nada que Calar e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
   


(TdL - Antes de começarmos: a partir desta edição, a revista A Verdade a qual eu era assinante não mais fará parte da grade, passando a ser substituída pela revista Nada Que Calar. Foi uma decisão editorial minha devido ao direcionamento de conteúdo que eu queria dar ao meu blog. Desejo ao pessoal do Jornal da Cidade Online tudo de bom e que continuem, pois sei como é difícil, e continuarei a acompanhá-los apenas pelas notícias diárias.)

REVISTA ESMERIL 28

As origens de São Paulo e a narrativa da desconstrução (Maria Ester Cacchi)

Nazismo é de direita? (Eduardo Vieira)

JUSTIÇA | Instituto Brasil Pela Liberdade entra com representações contra Procuradores-Gerais e juiz (Leônidas Pellegrini)



REVISTA NADA QUE CALAR 02

ARISTOCRACIA DE SINAL TROCADO (Ricardo Roveran)










Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
     

8 de Fevereiro de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!





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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)



Hoje voltaremos no tempo para a edição 13 da Revista Terça Livre, de 08 de Outubro de 2019.

Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV saiu do ar, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.



CULTURAL


👆 Só a direita é censurada na internet
(por Ricardo Roveran)

Advogado especializado em defender influenciadores digitais confirma perseguição

O advogado Emerson Grigollette, especialista em direito digital, atua há 15 anos defendendo influenciadores digitais na internet. Nesse período, depois de estudar casos, cruzar dados de redes sociais, aplicativos e diferentes plataformas, Grigollette chegou a uma conclusão que já parece clara para os usuários de internet. “Só a direita sofre censura”, afirma o advogado.

O Terça Livre ouviu o especialista, que fez questão de traçar um panorama partindo da própria experiência e de pesquisas na área para justificar as conclusões a que chegou.

Questionado sobre como teve início e se desenvolveu a censura virtual, Emerson Grigollette respondeu que, nos estudos e levantamentos de dados realizados por ele nos últimos seis anos, houve uma onda crescente de reclamações de internautas sobre penalizações sofridas nas redes sociais, com destaque para o Facebook.

Os proprietários de páginas reclamavam que haviam sofrido algum tipo de sanção ou bloqueio. A princípio, a rede bloqueava os usuários de três a cinco dias. Em seguida, o “gancho” chegava a uma semana. Depois, dez dias e, no ápice, até um mês.

Usuários que possuíam negócios virtuais e usavam as redes sociais para fins de captação de clientes ficaram sem acesso aos perfis, de acordo com o relato do advogado. Eles “impulsionavam” os conteúdos, pagando às redes sociais para aumentar a exposição das postagens, mas chegou-se ao ponto de perderem completamente o acesso a seus perfis, acarretando prejuízos às vendas e transações.

As suspensões foram se tornando mais severas, a ponto de se converterem em banimento. Ou seja, em vez de serem apenas impedidos de postar ou acessar as redes, usuários tiveram seus perfis cancelados.

"Muitas pessoas, quando a gente fala sobre censura, não têm a dimensão de vários outros direitos que afetam essas pessoas", afirma Emerson.

"Estas páginas [censuradas] geralmente têm um blog ou site vinculado a elas, e nesses blogs elas disponibilizavam espaços publicitários para anunciantes em potencial, ou ferramentas que disponibilizavam essa publicidade através de grandes empresas, para que pudessem divulgar seus produtos e serviços dentro desses sites”, diz.

"O interesse dos anunciantes só vai ser consolidado quando houver audiência nos sites, o que na verdade é representado na questão da web pelo tráfego dos usuários. Então, quanto mais usuários estivessem navegando naquele site, maior seria o percentual que ele receberia de monetização", diz Grigollette.

O especialista explica que os internautas, a fim de atrair o público, criavam postagens nas redes sociais. As mensagens, por sua vez, eram remetidas aos sites com conteúdo monetizado. Assim, conseguiam aumentar seus ganhos com os anunciantes que exibiam a publicidade nas páginas web.

Grigollette afirma que os valores, embora muito pequenos, por vezes frações de centavos, de acordo com a habilidade do dono do site em se comunicar com seu público, era capaz de atrair um grande volume de visitantes, às vezes na faixa de 1 milhão de acessos semanais. Os valores captados poderiam variar de R$ 300 a R$ 50 mil.

"A partir do momento em se tira a página do ar, perde-se o tráfego do blog ou do site", afirma o advogado.

Politicamente correto

Emerson Grigollette afirma que tudo começou entre 2013 e 2014, com páginas de humor que faziam piadas com algum partido político e com o governo da época.

Ele conta que de início duvidou, pensou tratar-se apenas de uma impressão momentânea dos reclamantes.

"Custou muito pra eu ver que havia indícios pelo menos muitos fortes, de uma espécie de censura ideológica, uma seletividade de conteúdos, porque as páginas de humor que começaram a publicar eram páginas que faziam um humor um pouco mais ácido, mais arrojado, vamos dizer assim, e começaram a fazer piadas, sempre fizeram piadas e nunca tiveram problemas. Quando começaram a fazer piadas, por exemplo, com os governantes da época, coincidentemente, começaram a sofrer bloqueios, e tais bloqueios nunca foram bem explicados pelas redes sociais", diz o advogado.

Seletividade ideológica

O especialista em meios digitais explica que as páginas tidas como de direita, como aquelas com conteúdo que enaltece o trabalho da polícia militar e demais autoridades constituídas, foram "literalmente perseguidas" e sumariamente banidas.

Um dos usuários que ajuizou um processo contra uma rede social teve uma resposta no mínimo curiosa.

"Existem informações no processo, dentro do processo, nós fizemos uma análise, que indicam ali uma questão um pouco estranha. A rede social, o Facebook no caso, em vez de se focar em sua defesa, dentro do que há de direito específico sobre as supostas violações cometidas, acabou trazendo algumas informações um pouco delicadas, fezendo até uma acusação à proprietária da página, dizendo que a mesma fora banida porque havia ofendido a filha da deputada Maria do Rosário, mas onde residem a autoridade e a legitimidade de uma rede social que justifica o banimento de um perfil ou de uma página pela ofensa à filha de uma deputada? Coisa estranha. E isso é informação oficial, consta no processo."

Grigollette questiona como uma empresa privada pode fazer isso, ignorando a isonomia, e acrescenta que a suposta ofensa ocorreu muito depois do banimento da página. "Existe uma questão de litigância de má fé, porque se alegou que o motivo do banimento foi em tese esse. Mas isso (o episódio envolvendo a filha da deputada) aconteceu muito depois de ajuizada a ação."

A situação foi se agravando a partir de 2016, conta o advogado. "Outras páginas de conteúdo com viés de direita começaram a ser banidas, nós tivemos vários casos", diz.

Em 2018 a situação chegou ao ápice, marcado pela divulgação da ideia de que existiam "milícias virtuais", que se tratariam de grupos articulados cujo objetivo seria desencadear ataques em massa às reputações de figuras públicas quando, na verdade, diz o advogado, isso nunca aconteceu. “Eram pessoas que tinham alguma afinidade relacionada a algum posicionamento ideológico, e que exerciam sua liberdade de expressão. E, curiosamente, justamente essas pessoas, todas com posicionamentos ideológicos de direita, sofreram mais banimentos."

O especialista ressalta que não identificou uma única página com conteúdo de viés ideológico de esquerda que tenha sido banida. Nenhuma.

Confira a entrevista completa

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REVISTA ESMERIL - Ed. 28, de 28/01/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


PERFIL

👆 As origens de São Paulo e a narrativa da desconstrução



(por Maria Ester Cacchi)


Alcântara Machado em Vida e Morte do bandeirante, livro publicado em 1929, dizia que “Pelas vielas do povoado, ou através das lavouras, deslizam sombras. Rebanhos trágicos de negros da terra ou da Guiné. Mamelucos madraços e atrevidos. Potentados de grande séquito, cheios de rudeza e gravidade, que passam e de repente desaparecem, tragados pelo sertão.

Em 1554, quando alguns padres da Companhia de Jesus começaram a erguer casebres de pau-a-pique na região dos rios Anhangabaú e Tamanduateí, a colônia, que viria a se chamar Brasil, tornava-se cada vez mais interessante para os portugueses. Os casebres dariam origem a um povoado conhecido como São Paulo de Piratininga. Para proteger o vilarejo dos “gentios bravios” foi erguida uma paliçada ao seu redor. Formalmente começava a história da cidade de São Paulo.

Para Portugal, era a colheita de anos de investimentos nas navegações no “Mar Oceano”. Da chegada à Ceuta, em 1415, ao Tratado de Tordesilhas, firmado em 1494 com a Espanha, os esforços lusitanos em dominar a navegação no Atlântico Sul não foi tarefa simples.

Quando Cabral aportou no Brasil em 1500, a delimitação das terras da Coroa Portuguesa já estava firmada há seis anos e a chegada às Índias havia acontecido dois anos antes (1498).

O Brasil (que ainda não tinha esse nome) era mais um lugar, uma possibilidade, uma incógnita a ser desvendada.

O interesse pelas novas terras foi mantido porque havia uma grande esperança de encontrar ouro (como os espanhóis em Potosí) e a extração do pau-brasil era muito interessante nessa “rota das cores”, de comércio de especiarias, de tecidos, de novidades.

Somente em 1534 foi estabelecido o sistema das malfadadas capitanias hereditárias. Não deu certo. Enfrentar uma empreitada em um território distante, com “índios bravios” e sem a certeza de um retorno financeiro não estava entre os planos de boa parte dos agraciados com a concessão de terras longínquas. 

Assim, em 1549, foi organizada uma nova forma de administrar o território além-mar, estabeleceu-se o Governo Geral. A sistematização administrativa da colônia através de uma maior centralização política exercida pelo Governador-Geral se deu em um momento em que os franceses estavam invadindo o litoral do Rio de Janeiro e exatamente no mesmo ano do fechamento do entreposto comercial na Antuérpia. Ou seja, sinais de que o monopólio do comércio com as Índias Orientais não era algo fácil de ser mantido. 

Era preciso extrair melhores recursos da colônia. 

Dessa forma, através da centralização do poder, Portugal instituiu também a indústria açucareira. O Nordeste tornava-se muito importante na economia colonial.

A grande questão é que capitanias mais distantes, como São Vicente, ficaram esquecidas e assim, a vila de São Paulo de Piratininga foi um reflexo desse processo, dessa falta de interesse.

Se o Nordeste, produtor de açúcar, tornava-se o centro da economia colonial, as “capitanias de baixo” eram consideradas como parte do “sertão” a ser explorado, por isso, as relações entre portugueses e índios foram decisivas para a continuidade da colonização e manutenção do território para os portugueses. 

Ou seja, não é possível entender nossa história sem olhar para esse passado de paradoxos entre as capitanias. Para além das mistificações feitas sobre o bandeirantismo durante o período da primeira república (1889-1930) ou sua demonização (que também traz elementos de idealização pejorativa), há uma relação direta entre todos esses aspectos na formação territorial, econômica e social do Brasil.

Em tese, a Coroa portuguesa proibiu a escravização do indígena em 1570, liberando apenas os casos dos “índios bravios”, capturados nas “guerras justas”. Impedir que índios fossem usados para “serviços obrigatórios” era muito difícil e as expedições para apresamento dos nativos passaram a ser comuns no final do século XVI, ainda que a fase de maior intensidade tenha ocorrido ao longo do século XVII, sobretudo na segunda metade. 

Porém, um detalhe que fez diferença entre os séculos XVI e XVII foi a reviravolta sofrida pelo Império Português com a morte de D. Sebastião em 1578, na Batalha de Alcácer-Quibir. Sem herdeiros, o trono passou para D. Henrique II que faleceu dois anos depois igualmente sem sucessor direto.

Felipe II, filho de Carlos V com uma portuguesa, reivindica o trono português. Era o início da Monarquia Dual, da União Ibérica, que durou de 1580 a 1640.

Dessa fatalidade, duas consequências atingiram diretamente a história do Brasil: a herança dos inimigos espanhóis, como os holandeses que vão invadir Pernambuco e lá se estabelecem de 1630 a 1654 e o afrouxamento das fronteiras. Oras, se a Espanha anexou o reino português, as convenções de Tordesilhas já não faziam sentido. A penetração para o interior e para a região amazônica aumentam. Organizadas pelos paulistas, as bandeiras eram uma iniciativa de homens pobres em busca de indígenas, de pedras e metais preciosos e de drogas do sertão (baunilha, guaraná, anil, pau-cravo, castanha-do-pará, etc). Diversos historiadores concordam que essa foi a grande marca deixada pelos paulistas na vida colonial.

Entender o bandeirantismo para além da estátua (feia) do Borba Gato é essencial para entender a lógica da economia interna do sul/sudeste do Brasil colonial anterior ao século XVIII. 

Imaginar as bandeiras parte de uma supremacia branca é desconhecer a realidade da pobreza de um lugar que não era importante para a metrópole portuguesa. Tal como o movimento literário romântico criou uma idealização de índio como Peri, uma Moema de formas esculturais europeizada, uma tentativa de poesia épica com a Confederação dos Tamoios de Gonçalves de Magalhães durante o século XIX, os paulistas do começo do século XX vão cantar as glórias de seus antepassados. Era preciso mostrar que a força de São Paulo era muito anterior ao próprio café. Vestiram o bandeirante, deram-lhe traços europeus, roupa galante, chapéu garboso e botas monumentais. Ou seja, forjou-se uma narrativa que virou história e monumento, mas que é pouco real. 

Porém, para surpresa de ninguém, a história vai além das narrativas. É feita de gente comum. Gente que nem sempre pode ser encarcerada em estereótipos de mocinho ou bandido. 

As bandeiras reuniam, às vezes, milhares de índios que se lançavam sobre o sertão buscando outros indígenas a serem escravizados, além de metais preciosos. 

Por que o indígena participava dessas expedições? Justamente porque a guerra (e não a agricultura) era uma atividade própria do homem na sociedade indígena. 

E, (pasmem!) o número de mamelucos e índios SEMPRE superou a quantidade de brancos. Querem um exemplo? Segundo o historiador Boris Fausto, em seu livro História do Brasil (Edusp), a grande bandeira de Manuel Preto e Raposo Tavares que atacou a região do Guaíra (Oeste do Paraná) em 1629 era composta por 69 brancos, 900 mamelucos e 2 mil indígenas.

A idealização do bandeirante ganhou força com historiadores paulistas como Alfredo Ellis Jr. E Afonso Taunay, cujas obras foram publicadas entre 1920 e 1950. No livro Raça de Gigantes, Ellis Jr. propõe a explicação de uma suposta superioridade racial dos paulistas por conta de uma população branca de onde deriva uma miscigenação interessante com o indígena.



Mas, a verdade é que mestiços (sobretudo mamelucos), brancos e índios utilizavam as técnicas dos próprios indígenas para conseguir sobreviver em ambientes tão inóspitos. Caminhavam descalço, com os pés voltados para dentro para cansar menos, usavam arco-e-flecha para ataque e defesa. 

Confrontar os mitos e as idealizações é parte de uma análise histórica verossímil e séria. E é preciso coragem para olhar o passado individual. Mas, é preciso honestidade intelectual para olhar o passado que se pretende coletivo.


Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, conteúdo gratuito de 10 de Fevereiro



ESMERIL NEWS | OPINIÃO






👆 Nazismo é de direita?
(por Eduardo Vieira - 10/02/2022)


(*) – Na foto, cartaz de
 propaganda soviética da
 segunda guerra com os
 dizeres: “A Pátria-mãe
 está chamando” –
 (родина мать зовет).
Quando fazemos uma pergunta a primeira coisa que devemos considerar é a relevância da mesma. Vale o esforço de responder? A resposta trará algum benefício? Neste caso a resposta é sim. Especialmente porque essa alegação é acima de tudo uma cortina de fumaça para dar ao mundo um aspecto condenável do totalitarismo ao mesmo tempo em que outras barbaridades passam sem maiores condenações.

A esquerda procurou defender essa noção de forma a fazer parecer uma questão simples, baseada no maior aspecto de divergência entre o nazismo e o comunismo, que seria o nacionalismo. Mas se deixarmos de lado o simplismo e observarmos tanto a história quanto a estrutura completa dessas ideologias teremos mais facilidade de responder adequadamente à essa questão.

Uma forma muito usada por quem não tem o poder numa nação e deseja obtê-lo é a criação de um inimigo, usualmente um espantalho que deve ser combatido pelo povo daquele país. Ao mesmo tempo que cria o espantalho o espertalhão levanta as bandeiras da urgência do combate e repete isso até que ganhe massa crítica e ascenda ao poder. Nesse processo gradativo de fomento ao ódio vale tudo, em especial o uso de violência pontual para gerar reações e fortalecer tanto a narrativa quanto o medo da oposição mais razoável.

O nazismo usou os conceitos de eugenia, populares no final do século XIX para fundamentar sua teoria de que judeus, negros, ciganos e outros fossem inferiores aos arianos e portanto devessem ser perseguidos e destruídos. Aos judeus, especialmente, se atribuiu a culpa de todos os problemas derivados da Primeira Guerra Mundial, principalmente porque o judeu alemão teve sucesso na preservação de suas condições econômicas. Isso gerou mais um elemento de manipulação além da eugenista: a do privilégio econômico.

Já o comunismo pulou diretamente para esse aspecto, demonizando os ricos na tentativa de angariar apoio das massas. Na Rússia da década de 1910 isso funcionou de forma muito limitada e se não fosse o vasto capital investido do exterior a revolução teria fracassado de forma retumbante. Curiosamente uma grande parte desse capital veio da Alemanha e dos EUA, e boa parte veio de judeus. Mas isso é um detalhe apenas. O mais interessante nessa questão é que o alvo do comunismo se tornou difuso demais para que gerasse identificação, como disse o amigo Gabriel Coelho Teixeira numa bela reflexão. Isso facilitou a campanha de descolamento que viria depois.

Então, em termos de estratégia, ambos utilizaram a mesma, mudando apenas os detalhes: ódio a um grupo social.

DIZE-ME COM QUEM ANDAS E TE DIREI QUEM ÉS

Esse ditado é sábio e pode ser usado para nos ajudar nessa questão. Quando coexistiram, como foi o comportamento de um regime em relação ao outro

Irmanados no ódio, como exposto acima, a identificação entre os dois foi imediata. De fato a União Soviética na década de 1930 colaborou grandemente com o desenvolvimento militar alemão, burlando as restrições estabelecidas no Tratado de Versailles (1919), que encerrou a Primeira Grande Guerra.

Nessa época a Internacional Socialista expediu o comando para que seus agentes na mídia e na intelectualidade defendessem o Nazismo e seus ideais. Nessa época não se dizia que este fosse algo “de direita”. Destaco aqui como ilustração os apoios de de Jean-Paul Sartre, na França, e de Jorge Amado, no Brasil. Este último chegou a publicar um livro defendendo o nazismo, do qual se arrependeu ainda em vida. Há quem diga que a motivação foi puramente econômica mas eu não compro essa noção, de forma alguma. Os comandos do Komintern deveriam ser obedecidos pelos seus lacaios sob pena de dores de cabeça e até mesmo de picaretadas nesse importante órgão, como ocorreu com Trótsky após desavenças com seu ex-aliado Stálin.]

A intelectualidade de esquerda francesa, aliás, se portou da forma mais abjeta possível, tendo colaborado abertamente com os invasores nazistas em 1941. Após a guerra fizeram todos os esforços para que fossem identificados como membros da Resistência mas essa era composta por gente comum, conservadores sob o comando de Charles de Gaulle, que depois tornou-se presidente da França. Até hoje é odiado pela esquerda.

Sartre, depois de elogiar e apoiar a invasão nazista, seguiu fiel como servo do comunismo, declarando em 1954 após visita à URSS que esse era país mais livre do planeta. Nisso ele estava acompanhado pelo americano ganhador do Pulitzer Walter Duranty, correspondente em Moscou do New York Times. O acobertamento de ambos foi amplamente revelado com o artigo de Gareth Jones sobre o Holodomor e o livro Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenitsky, que revelou os campos de trabalhos forçados soviéticos ao mundo. O francês, uma vez exposto, teve que condenar o comunismo finalmente, após a sangrenta invasão da Hungria.

Vale lembrar que Sartre e sua esposa Simone de Beauvoir eram pedófilos, tendo essa sido proibida de lecionar por esse motivo. Isso não é um mero detalhe mas uma importante ilustração do conjunto moral de apoiadores de ideologias como nazismo e comunismo.

A briga dos cães raivosos

Como todos sabemos, em 1941 Hitler deu início à ofensiva conhecida como Operação Barbarrossa, invadindo a URSS de Stálin. Tal fato é usado pelos apologistas como prova de que o Nazismo teria sido inimigo e portanto distinto do comunismo. Mas o que antecedeu esse momento?

Em 1939, após anos de colaboração militar entra os países, os chanceleres Ribbentropp (Alemanha) e Molotov (URSS) assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop. Neste pacto os dois países acordaram muitas coisas, entre elas a divisão da Polônia. Poucos se lembram que no início da Segunda Guerra Mundial a Alemanha invadiu a Polônia pelo oeste e poucos dias depois a União Soviética invadiu pelo Leste. As tropas se encontraram curiosamente na cidade de Brest-Litovsky, onde anos antes os soviéticos assinaram um pacto humilhante, cedendo a todas as demandas alemães ainda na Primeira Guerra Mundial.

Dois anos depois Hitler invadiu a URSS para grande surpresa de seu aliado Stálin. De fato tão grande foi a surpresa que Stálin executou os primeiros mensageiros, suspeitando traição. Entre nações totalitárias com líderes amorais e absolutamente cruéis tais traições ocorrem. Mas não representam nenhum aspecto positivo de oposição ideológica mas apenas a busca de interesses pontuais.

É como o conflito entre Alien e Predador. Não importa quem ganhe. Você perde.

A OCULTAÇÃO

Depois de tanta história conjunta a defesa do comunismo ficaria muito prejudicada, justamente por suas tremendas similaridades com o nazismo. A máquina de propaganda soviética, com ajuda de seus satélites, tratou de lançar forte campanha de separação entre as duas ideologias irmãs. Recomendo os livros A KGB e a Desinformação Soviética, de Ladislav Bittman e Desinformação, de Ion Mihai Pacepa, sobre o tema.

O esforço foi encampado por todos os agentes do comunismo pelo mundo e foi extremamente exitoso. Hoje é difícil sequer descobrir o nome do livro de Jorge Amado e a óbvia semelhança entre nazismo e comunismo é recebida pela burritzia brasileira como ridícula teoria da conspiração. Todavia é algo evidentemente verdadeiro.

O que fazem dois irmãos?

Dois irmãos podem ter suas diferenças mas sua estrutura genética é suficiente para comprovar o parentesco. No caso dessas ideologias ocorre o mesmo, tendo o esforço de ocultação sido concentrado na maior diferença realmente visível, o nacionalismo, como dito no início deste texto.

Claro que a URSS não se furtou ao uso do nacionalismo quando foi-lhe útil. A propaganda da Terra Materna Russa foi amplamente utilizada como mecanismo de incentivo à guerra.

Outra diferença é que o nazismo se baseou numa falsa teoria biológica enquanto que o comunismo se baseou numa falsa teoria econômica. Mas vamos às semelhanças:- Os dois regimes são totalitários estatistas;- Os dois regimes são coletivistas;- Nos dois regimes o Estado controla a produção (diretamente no comunismo e indiretamente no nazismo);- Os dois regimes pregam o materialismo em franca oposição às religiões, especialmente o Cristianismo e o Judaísmo;- Os dois regimes fizeram uso de desumanos campos de concentração e morte;- Os dois regimes atacaram a família e removeram a autoridade dos pais;- Os dois regimes se opõe às liberdades de mercado e individual;- Os dois regimes causaram diretamente a morte de milhões de pessoas nativas de seus territórios originais.

A RESPOSTA

Portanto, depois dessa simples análise é fácil perceber que a resposta é evidente. O nazismo é irmão do comunismo, só diferindo na vestimenta. A estrutura é similar, os interesses são os mesmos e sua história conjunta foi de mútuo apoio até o momento de ruptura, lamentado pelos comunistas.

Vale lembrar que o comunismo está presente e forte no mundo hoje, influenciando milhões de mentes e mantém seus mecanismos de ocultação trabalhando. Desta vez a ocultação não é de sua intimidade com o nazismo mas de sua própria existência.

Para conseguir se desvencilhar da herança sangrenta soviética e chinesa (ver Mao Tsé-Tung e a Revolução Cultural) o comunismo mudou de nome e de táticas. Mas hoje ele pode ser reconhecido por trás de outros nomes, como:- ideologia de gênero;- feminismo;- defesa do aborto;- educação sócio-construtivista;- literatura destrutiva hiper-liberal;- progressismo;- agenda LGBT;- cultura do canelamento;- censura do politicamente correto;- eco-terrorismo ambiental (Greta, etc);- defesa de imigração destrutiva;- multiculturalismo;- anti-cristianismo;- anti-semitismo;- ataques à propriedade privada;- desvalorização da importância familiar;- destruição da imagem paterna;- remoção da autoridade do professor e do pai;- Teoria Crítica do Racismo;- Racismo estrutural;- Cultura “Woke” (EUA)A lista é extensa demais para este artigo. Espero que essas informações os ajudem a seguir lutando contra o totalitarismo dessas ideologias nefastas para que o comunismo siga um dia o mesmo caminho do nazismo e seja rejeitado abertamente em todo o mundo livre.

O NAZISMO É DE ESQUERDA.

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ESMERIL NEWS | NOTICIÁRIO






👆 JUSTIÇA | Instituto Brasil Pela Liberdade entra com representações contra Procuradores-Gerais e juiz
(por Leônidas Pellegrini - 10/02/2022)


Representações foram motivadas por Nota Pública e declaração em entrevista, que atentam contra a liberdade dos pais sobre a vacinação dos filhos


O Instituto Brasil Pela Liberdade entrou com representações no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra os Procuradores-Gerais de Justiça Ivana Lúcia Franco Cei, do Amapá, e Mário Luiz Sarrubbo, de São Paulo.

As representações, datadas de 4 de fevereiro, requerem instauração de procedimento disciplinar, por ocasião da Nota Técnica 2022/2, assinada pelos representados em nome do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais do Ministério Público (CNPGMP).

Segundo uma nota pública do IBPL, o documento, expedido em reunião que contou com a presença do governador do Estado de São Paulo, João Dória (PSDB), prevê medidas para “compelir promotores e procuradores a obrigarem pais e responsáveis legais a inocularem seus filhos contra a covid-19, sob pena de perda da guarda, com o encaminhamento das crianças a um abrigo ou família substituta com uso da força policial e prisão.”


    Foto publicada no perfil oficial do CNPG no Facebook

Segundo o IBPL, a Nota subscrita pelos procuradores-gerais, além de conter graves erros jurídicos, “agride a atribuição privativa do Ministério da Saúde de determinar que espécie de vacina é obrigatória, prevista no art. 3º da Lei 6.259/75, vilipendia o poder familiar e destrói a relação médico-família – ao menos é isto que quem a subscreveu pretende que ocorra”.

Em 27 de janeiro, o IBPL informou que havia entrado com uma representação contra o juiz de direito Iberê de Castro Dias, no Conselho Nacional de Justiça (CNH), depois que “o mesmo deu uma entrevista como magistrado e declarou que os genitores que não vacinarem seus filhos poderão ser multados em 3 a 20 salários mínimos e até perder a guarda dos filhos”.

Com informações de IBPL


A ditadura é um estado em que todos temem alguém

— Alberto Moravia

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REVISTA NQC 02 (07/02/2022)



👆 ARISTOCRACIA DE SINAL TROCADO
(por Ricardo Roveran)


Em comunicação estuda-se o framing (enquadramento noticioso) de dois antropólogos: Bateson, da década de 50, e Goffman, dos anos 70.

Bateson tentava entender como o caos social se instalou na sociedade européia e se pôs a pesquisar. A conclusão dele é que a imprensa estava insuflando as pessoas na forma como elaboravam as notícias.

O framing no jornalismo, funciona assim: algo acontece de relevância para a sociedade e temos um fato, o jornalista que o contará o ocorrido ao público dá enfoque de maneira a determinar o culpado, independente do que a Justiça dirá. A forma ardilosa como a notícia é elaborada encerra o debate e provoca a indignação.

Na prática é uma mistura do argumentum ad populum com argumentum ad passiones. Um apelo à emoção do público misturado com a impressão que um grande vulto popular concorda com o que se narra.

Este é o framing que a grande mídia usa contra o presidente. A mídia brasileira chegou a cogitar que uma ema teria consciência política e que estaria atacando Bolsonaro por desaprovar a gestão. Absurdo? Sim, mas aconteceu.

Do outro lado da mesma moeda da comunicação, Saul Alinsky, na década de 70, cria outro tipo de framing, muito usado na guerra publicitária da política: o enquadramento moral.

Trata-se de cobrar o inimigo pelo próprio código moral dele.

Se o sujeito diz que é contra corrupção, por exemplo, basta encontrar algum fato que sugira corrupção, ou nele ou em alguém próximo, como amigos, parentes ou parceiros comerciais. Tais acusações não são notícias sérias, são pelo contrário, campanha difamatória.

Se por um lado o jornalismo consiste em levar ao espectador os fatos de interesse público, por outro, o framing de Alinsky busca destruir a honra objetiva do alvo.

Assim, a imprensa repetiu por dois anos, incessantemente, que o presidente foi eleito com notícias falsas - quando eles é que fizeram e na realidade houve condenação judicial que comprova isto; que ele é “negacionista”, termo criado para dizer que ele é contra a vacinação da Covid-19, entre outros, que no fundo não descrevem prática jornalística, mas guerra publicitária travestida de opinião.

Tanto o enquadramento noticioso quanto o moral, são técnicas de manipulação, profundamente imorais, que deixam claro que embora exista um código de ética, a profissão do jornalismo é ainda um tema aberto para a ciência, um desafio contemporâneo para o Estado e um degrau a ser superado pelo próprio ofício.

Não há abundância de estudos sobre os efeitos socioculturais e políticos, os impactos na economia, os prejuízos ou lucros que eventualmente possam ter gerado nos mais diversos setores da sociedade, sequer existem registros das publicações.

Some-se a este cenário que, os altos índices de analfabetismo funcional contribuem para o dano catastrófico que vitima toda sociedade.

Esta equação possui ainda outro parâmetro: a falta de caráter dos comunicadores, que já é pública e notória, citada em tom de denúncia, mas sem suporte do código penal, que transforma o ambiente político num caos estressante e impossibilita o processo dialético das propostas, cujo vulgo cruel é "democracia".

Neste momento os profissionais da imprensa choram com a queda vertiginosa da audiência, a diáspora dos anunciantes, os desdobramentos sociais e a degradação do próprio ofício.

Ser chamado de jornalista hoje, já é quase uma ofensa.

Criaram o monstro que os engoliria no final, e, para estes, já não há salvação.

Na tentativa natimorta de salvar o Titanic jornalístico, endossam os "checadores de fatos" como se a moral que jaz a sete palmos de condenação da opinião pública pudesse em algum momento ser ressuscitada ou ressurgir como uma fênix na noite das publicações com as cinzas esvoaçantes das memórias das antigas redações.

A curva do tempo é etérea, só Deus pode tocá-la e ressuscitar é um milagre, inacessível à miséria humana por definição.

Apresentando-se como heróis ao cadáver do jornalismo, os checadores adotam as mesmas técnicas de framing dos condenados que tentam defender e se tornam iguais, cometendo o mesmo erro, e acabam por unir-se à marcha fúnebre da imprensa tradicional.

Os patrões da mídia assistem este filme desesperados. Estamos na cena em que é pior para imagem de um político ser endossado como caridoso no horário nobre da TV, do que ser apontado como narcotraficante num tabloide.

No melhor dos casos, se o jornalista afirmar que a figura pública é portadora das melhores intenções e dotada de espírito público, o espectador suspeita, de imediato, que o elogio foi comprado com verba pública.

O patronato midiático quer a boa fama, ele pagou caro por isso, participou de concessões, investiu pesado em doutrinação de adolescentes no ensino médio e nas universidades, preparando pseudo-publicitários desonestos para no final serem louvados por essa prole intelectualmente raquítica.

Descontentes com o resultado, partem para o ataque: CPMI de fake news, inquéritos no STF, perseguição jurídica, presos políticos, mais difamação midiática e etc, num ciclo vicioso que retroalimenta. É o processo da própria histeria, que cega, não percebe que o teatro está cada dia mais vazio.

Dessa forma, estes aristocratas de sinal trocado contraem a chaga mortífera e num instante juntam-se ao mármore do velório midiático, deitados ao lado do jornalismo e dos checadores.

A opinião pública os condena: mandantes e cúmplices. O Ministério Público assovia olhando as nuvens, não há crime, dirão estes parceiros do jornalismo que morreu.

Se as autoridades nutrem a crença que estão imunes, estão iludidos, o problema é que esta maré ainda não subiu completamente. É um fenômeno social: onde há responsabilidade, há crítica, e onde há frustração, há culpa. É simples como uma cadeia composta por peças de dominó sequenciais, basta cair a primeira. E antes que me esqueça, na última ponta desta cadeia estão os procuradores do Ministério Público, logo após os parlamentares.

Mas então, três caixões aguardam o sepultamento do exercício cartorial apelidado de grande mídia: jornalistas, checadores e políticos.

Estes talvez sejam os limites do problema, uma vez que o financiamento disso é ao mesmo tempo velado e explícito: consta nos portais de transparência, mas novamente, não há figura penal que preceda o fato.

Não há boa vontade nem capacidade no Congresso para resolver o problema.

Sendo generoso, nosso parlamento é composto por analfabetos.

Em outro contexto, quando um grupo armado vende proteção contra si mesmo, chamamos de máfia.

"Trocou a cor da grama o burro não pasta", diriam com razão os antigos.

Este é um caso no qual a arma não é um objeto que dispara projéteis e fere o corpo, mas uma pessoa que dispara meias verdades e fere a honra. A ação vem do mesmo molde: "me paga que não te bato", só que a arma é o texto, não o projétil.

O que Bateson e Goffman entenderam, foi que o fenômeno midiático é capaz de desestabilizar a sociedade selecionando o que e como noticiar.

É imperioso: se há conflito no país hoje - e sim, há -, a grande mídia é a grande responsável - e sim, é.



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Brasil Sem Medo - 10 de Fevereiro





DIÁRIO DE UM CRONISTA

👆Os irmãos gêmeos do mal
(por Paulo Briguet)

O que existe em comum entre os dois sistemas mais perversos da história?

Entre os diversos autores que me ajudaram a perder as ilusões sobre a revolução e enxergar no socialismo-comunismo um sistema essencialmente perverso e homicida, o escritor espanhol Jorge Semprun ocupa uma posição de destaque. A leitura de “Autobiografia de Federico Sánchez”, volume de memórias em que Semprun relata sua experiência como militante clandestino do Partido Comunista Espanhol, e seu romance “A Algaravia”, em que o autor imagina como seria a França caso o movimento de maio de 1968 tivesse triunfado em suas ambições mais radicais, permitiram-me conceber imaginativamente toda a devastação provocada pelo comunismo. A partir dos livros de Semprun, eu tomei fôlego para encarar as obras que retratavam o sistema comunista em toda a sua dimensão criminosa e demoníaca, tais como “Arquipélago Gulag”, de Aleksandr Soljenítsin, “O Zero e o Infinito”, de Arthur Kloester, “Contos de Kolimá”, de Varlam Chalámov, e “Cisnes Selvagens”, de Jung Chang.

Mas voltemos a Semprun. Embora não tenha jamais abandonado as ideias de esquerda (chegou a ser ministro da Cultura do socialista Felipe Gonzáles), o escritor espanhol escreveu dois livros memorialísticos que expõem o caráter maligno do comunismo em contato e contraste com seu gêmeo rival, o nazismo (abreviatura para nacional-socialismo). “Um Belo Domingo” (1980) e “A Escrita ou a Vida” (1993), livros já escritos na maturidade do autor, relatam sua experiência como prisioneiro do campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha nazista.

Quando li “Um Belo Domingo”, aos 27 anos, eu ainda era comunista. Li-o esperando encontrar ali uma contundente denúncia sobre os crimes nazistas ― e, de fato, os crimes nazistas estavam lá, assim como nas duas obras-primas de Primo Levi, o grande autor judeu-italiano sobrevivente de Auschwitz: “É Isto um Homem?” e “Os Afogados e os Sobreviventes”. Qualquer um que tenha lido esses relatos jamais poderá conceber o nazismo como algo tolerável.

Diferentemente dos livros de Levi, “Um Belo Domingo” traz aspectos adicionais sobre algo que o autor conhecia de perto: o movimento comunista internacional. Semprun descreve o comportamento dos kapos comunistas (kapos eram chefes de setor, nomeados pela SS entre os prisioneiros) e suas manobras sórdidas para privilegiar os companheiros de partido, fazendo com que os prisioneiros não-comunistas fossem inseridos nas listas de execução da SS. O irmão do autor, Carlos Semprun, chegou a dizer que Jorge foi um desses kapos (o que ele jamais admitiu).

Ao final do livro, Semprun faz uma revelação terrível: a de que Buchenwald, libertado pelas tropas americanas em abril de 1945, passou a ser administrado pela União Soviética e foi transformado em um campo de concentração comunista. Sob a administração nazista, de 1937 a 1945, pereceram 56 mil pessoas. Em poucos meses, sob o comando comunista, morreram 7 mil. Todas essas mortes são igualmente lamentáveis. Qualquer tentativa de relativizá-las esbarra no absoluto dos números: se o nazismo matou 10 milhões de pessoas nos campos de extermínio, o comunismo matou mais de 150 milhões não apenas nos campos, mas também em coletivizações, expurgos e perseguições de toda ordem.

Há vários livros importantes para quem deseja fazer uma análise comparativa entre os gêmeos totalitários, mas eu gostaria hoje de citar dois. “O Grande Culpado”, do ex-oficial soviético Viktor Suvorov, conta como Josef Stálin, durante a vigência do Pacto Ribbentrop-Molotov, fortaleceu e armou a Alemanha nazista na expectativa de que Hitler iniciasse um conflito mundial. Depois de relatar em detalhes essa aliança entre os dois genocidas ― da qual pouco se fala até hoje ―, Suvorov conclui: “Stálin foi um criminoso de guerra e deveria ter sido julgado em Nuremberg em 1946”.

Outra obra fundamental para compreender as semelhanças e diferenças entre o nazismo e o comunismo ― sendo que estas são bem menos numerosas do que aquelas ― é “Os Ditadores ― A Rússia de Stálin e a Alemanha de Hitler”, do historiador britânico Richard Overy. O trabalho de Overy contempla as ditaduras totalitárias sob diversos aspectos: a política, a economia, a cultura, a religião, a moralidade e o universo concentracionário. Sobre esse livro, que estou relendo com grande atenção, após os acontecimentos dos últimos dias, vale falar em outra oportunidade. Mas adianto que a releitura de Overy fortaleceu a minha convicção de que nazismo e comunismo possuem o mesmo objetivo maligno: a criação de uma classe de não-pessoas. Aí está o mais evidente e perigoso traço comum entre os irmãos gêmeos do mal.

Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM.

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Fogo nos cristãos
(por Paulo Briguet)

O que vai acontecer se não reagirmos à invasão da Igreja pelos comunistas

Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.”
(Mt 5, 11)

Você duvidou quando eu disse que os comunistas não se contentariam com a invasão à Igreja do Rosário. Que o próximo passo seria queimar igrejas e destruir as imagens sacras, exatamente como fizeram no Chile. Você achou que eu estava exagerando, lendo Olavo demais, dando crédito a teorias de terraplanistas de chapéu de alumínio.

Você não me levou a sério quando eu disse que eles iriam proibir a leitura da Bíblia em público e punir criminalmente a citação de passagens da Escritura que pudessem ofender minorias. Você não acreditou quando eu disse que multariam quem fizesse o sinal da cruz diante da igreja ou fosse flagrado com um terço ou mesmo um simples crucifixo em locais de uso comunitário.

Você não se preocupou quando eles começaram a dizer que todos eram racistas, e que admitir o próprio racismo era um pré-requisito fundamental para a vida em sociedade. Você nem deu bola quando eles disseram que todos os descendentes de imigrantes europeus eram cúmplices morais do genocídio e da escravidão. Você não prestou atenção quando eles chamaram todos os cristãos de estupradores e pedófilos. Riu quando eu disse que o companheiro Daniel alimentava essas narrativas e que seus empregadinhos seguiam bovinamente as ordens do Chefe.

Você nem ligou quando eles proibiram o uso das palavras “mãe” e “pai”, não apenas nos documentos, mas na linguagem cotidiana (é claro que começaram com os documentos e com as festinhas de escola). Quando pediram a censura global do Pai Nosso por ser uma oração do patriarcado opressor, você deu de ombros. E fez o mesmo quando disseram que a Ave Maria tinha de ser banida, por representar a submissão da mulher às ordens de um tirano.

Você estranhou um pouco, mas não a ponto de perder o sono, quando inseriram dados sobre racismo, machismo, fundamentalismo, fanatismo e discurso de ódio no passaporte de crédito social. Afinal, você não era racista nem machista (embora para todos os efeitos admitisse ser). Quanto a fundamentalismo, fanatismo e discurso de ódio, você passou a frequentar somente as igrejas admitidas pelo Soviete Iluminista. Alguns amigos foram presos; você não achou isso bom, mas fazer o quê, todo mundo tem uma família pra sustentar, você não queria se envolver com essas politicagens.

Por falar em família, você ignorou solenemente quando eles começaram a tirar as guardas de nossos filhos não injetados; quando proibiram filhos de visitarem os pais; quando concediam divórcio sem divisão de bens em casos de negacionismo familiar; quando o aborto passou a ser obrigatório em caso de segundo filho; quando proibiram o funcionamento das pequenas empresas familiares que questionassem o valor do imposto ambiental, passando o controle das firmas para as grandes corporações sustentavelmente responsáveis.

Você não ligou quando eles ameaçaram tocar fogo nos racistas; quando eles disseram que todos eram racistas; quando eles disseram que o cristianismo era racista; quando eles decidiram tocar fogo nas igrejas; e quando finalmente eles decidiram queimar todos aqueles que não renegassem publicamente a Deus.

Mesmo assim, eu vou ajudar você a escapar. Venha, irmão.

― Paulo Briguet é escritor e editor-chefe do BSM.

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Allan dos Santos
 - 04 de Fevereiro




LIBERDADE



👆 O Canadá, a liberdade
(por Maria Fernanda Senna - 04/02/2022)

Maria Fernanda Senna

O ponto principal sobre a liberdade teve sua utilização plena em Aristóteles, uma das almas filosóficas mais extraordinárias da humanidade. Desde então a liberdade é traduzida como a atividade de homens livres em horizonte político e social.  “A liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo para um determinado agir ou sua omissão,” afirmou o sábio filósofo. 

Daquele tempo até hoje, nunca a humanidade se desvinculou da ânsia pela liberdade. Tempos depois na maior potência mundial, os Estados Unidos, em 4 de julho de 1776 na lei fundamental do sistema de governo federal do país e documento de referência do mundo ocidental, na autoria de Thomas Jefferson, escreve: “Todos os homens são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade.” Trata-se de direitos que não podem ser tirados e nem cedidos voluntariamente por nenhum indivíduo. 

Há cerca de dois anos o mundo vive um cenário desafiador, com a pandemia ocasionada pelo coronavírus, todas as atitudes governamentais estão sob a limiar do vírus. Diante das circunstâncias coisas absurdas começam a se desenhar mundo a fora. Com o surgimento das vacinas contra a COVID-19, autoridades começam a querer uma regulamentação da medida. Chegamos aotempo do “passaporte de vacinação”, algo aparentemente inofensivo, taxado como a grande solução para dar fim a era de caos que o mundo vivencia. 

Importante ressaltar que farmacêuticas como a Pfizer assinaram contratos de venda em que não se responsabiliza pelos possíveis efeitos colaterais da vacina. Hoje, existe ao menos 5 tipos de imunizantes disponíveis, e é um debate ferrenho qual é o mais eficaz que realmente, garante a imunização, outro ponto é a quantidade de doses suficientes, quem poderá regulamentar quantas doses e quais tipos de vacinas são validas internacionalmente? Uma vez que estas regras vêm sendo impostas em âmbito municipal e nacional, estamos enfim, na era de viver e morrer onde estamos? Imóveis, um possível imunizante pode parar os mais ousados. Sim, é preciso ser muito ousado para desobedecer ao sistema e recusar a vacina neste momento. Seria impossível listar aqui, com base cientifica, os muitos motivos que levam parte das pessoas a tomarem a decisão de não tomar nenhum tipo de vacina contra a COVID-19. 

Sob a ótica do medo, muitas cabeças pararam de pensar, ninguém em sã consciência negativa a vacina, o que precisa ser pensado, questionado é a obrigatoriedade da medida. Estamos vivendo uma grande experiencia totalitária, que resultara em segregação, o escândalo ético que o mundo está inserido só poderá mudar se tivermos homens de muita coragem para lutar. 

Na última semana, o Canadá impôs a vacinação obrigatória para quem cruzar a fronteira com os EUA; a população então foi às ruas contra a tirania. A grande mídia tentou sufocar o acontecido, mas a internet não perdoa e o mundo ficou chocado com as cenas, muitas pessoas em um frio, quase insuportável, ali, tomados pelo sentimento de liberdade.   Importante ressaltar que em alguns países, a exemplo, Inglaterra e Dinamarca o passaporte caiu depois de manifestações. Com um povo que luta a medida pode cair pacificamente.

Também no ano de 1776, Thomas Paine, político britânico, além de panfletário, revolucionário, inventor, intelectual e um dos Pais Fundadores dos EUA, em uma de suas obras afirmou: “Estes são os tempos que põem à prova a alma dos homens.” Talvez tenhamos no ano de 76, um dos maiores exemplos atemporais a serem seguidos na contemporaneidade. Falta a nossa geração a recordação de que somos portadores de direitos inalienáveis; e que este tempo difícil põem à prova a alma dos homens, alma no sentido de que vivemos um período em que o que está em jogo não é apenas uma questão de aparente saúde pública, mas de uma vertente humana que foi conferida por uma transcendência.

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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


O exercício do Necrológio, como originalmente proposto pelo professor Olavo de Carvalho na primeira aula do COF, em 14 de Março de 2009

Extraído do meu caderno de anotações de aula.

"Você vai supor que você morreu e que você é um amigo que conheceu você, e esta pessoa escreverá seu Necrológio, que é uma breve narrativa de toda sua vida. Suponha que você realizou o melhor de si, todas as suas aspirações mais altas foram realizadas em termos humanos. Este seu amigo vai escrever sobre sua vida. Você vai contar sua vida ideal. Isto tem que ser feito com extrema sinceridade e honestidade. Esta imagem pode mudar ao longo do tempo, mas esta imagem vai te orientar durante toda sua vida. É este personagem que vai te orientar, e se você é religioso, é este o personagem que vai falar com Deus.

Se você não tem este ideal alto com Deus, então você se permitirá ser julgado por outras instâncias: seus medos, preconceitos, falatórios de dupla referência incorporados em seu subconsciente, etc, ou seja, desorientação moral. Devemos evitar o estado de dispersão do resto da sociedade."

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Pobreza de opinião
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
13 de Fevereiro de 2022

Uma das lições que o professor Olavo nos ensinava era a de fazer voto de pobreza de opinião. Isso significa que você só se comprometeria em dar sua opinião no dia em que ela estivesse bem firmada na realidade, após você ter refletido muito, muitas vezes durante muitos anos, antes de alcançar uma conclusão apropriada, se a tivesse alcançado.

Olavo justifica este conselho, muito valioso inclusive, através de alguns de seus ensinamentos. Em um deles, eu relembro seu artigo fenomenal chamado de "O Imbecil Juvenil"[1], de 1998. Em um trecho, Olavo deixa claro a volatilidade do eu juvenil, em termos de acatar de qualquer pessoa uma condição ou um conjunto de regras absurdas para que o jovem pertença a um grupo:

"Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria – a supressão, em suma, da personalidade."

Em outras palavras, o jovem ainda se encontra fraco de caráter, não sabendo qual caminho vai trilhar, e as forças externas que o oprimem durante esta fase de sua vida são tão avassaladoras, que podem levá-lo a expressar ideias muito absurdas e não condizentes com a realidade; tudo para lhe dar a sensação de 'pertencimento', um pertencimento vazio de propósito e de sentido.

Continua Olavo:

"Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade."

Olavo tem um ensinamento de vida fenomenal que resume bem esse início do parágrafo anterior: o que realmente importa para um indivíduo é aquilo que ele consegue aprender enquanto caminha para a morte. A morte é nosso destino final. A sinceridade portanto é necessária, uma vez que o eu que estamos tentando construir de nós mesmos, o eu que, em última instância, vai falar com Deus, é o resultado de nossas próprias experiências neste mundo. Portanto, esse eu não pode ser construído na base da mentira, da hipocrisia e do descolamento com o real.

Eis aí a razão de Olavo dizer a seus alunos para fazerem VOTO DE POBREZA EM MATÉRIA DE OPINIÃO. Hoje, o seu eu pode ser tão imbecil, que sua opinião pode também sair de forma imbecil. Na aula 03 do COF, Olavo ensina sobre isso: a sua opinião é algo que será útil? Fará a diferença de alguma forma? Te pediram a sua opinião? Se todas as respostas forem negativas, então por que raios você tem que ter opinião a respeito de determinado assunto? Me parece meio óbvio até apontar isso, mas as pessoas se esquecem do óbvio. Veja só que até as pedras falam isso, uma vez que Raul Seixas dizia em "Metamorfose Ambulante"[2] o seguinte:

"Eu prefiro ser
Essa METAMORFOSE AMBULANTE
Do que ter aquela velha
opinião formada sobre tudo"

Se Raul Seixas estava sendo sincero, provavelmente iria concordar com Olavo. Claro, dentro do perímetro da coerência necessária.

E o segundo ponto que Olavo traz nessa mesma aula é igualmente verdadeiro e justifica a questão da maturidade: nas próprias palavras dele.

"Se você não pensou nada, você não tem opinião, apenas uma reação emotiva que, por ser similar a dos seus colegas, lhe parece significar alguma coisa."

Essa é a arquetípica atitude dos jovens, e infelizmente, a de uns "adultinhos" que vemos por aí também, que não atingiram a plena maturidade. Jovens são confrontados a todo momento com situações externas momentâneas e passageiras com as quais eles não conseguem lidar, e na maioria das vezes não conseguem parar para olharem dentro de si mesmos e formarem a unidade de sua autoconsciência.

Em outras palavras, se você não estudou ou refletiu suficientemente sobre algum determinado assunto para ter uma opinião verdadeira e útil, se você não deixou amadurecer dentro de si mesmo as ideias que julga ter, siga o conselho do mestre e faça voto de pobreza de opinião. Ou, como diria ele em vocábulos populares: "cala a boca, burro!"

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje, Olavo tem um dilema com anões. Mas não se preocupem! Pessoas de camada 12 estão muito acima de machinhos dimenores que não conseguem sair da camada 4! E ainda: um narigudo boca de sapo descobrindo que a tal "fila do pão" é do outro lado da estante...
(11/02/2022)
(14/02/2022)


E o Sal Conservador dessa vez só trouxe MISERÁVIS! Tá que nem o menininho do Sexto Sentido, só vê miserávis o tempo todo! A politicalha baixa do dia que só nos entristece tratada de forma cômica pra dar aquela aliviada, porque ninguém é de ferro.
(09/02/2022)

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👆 LEITURA RECOMENDADA

Hoje eu vou lhes recomendar uma leitura das mais edificantes. "Os Quatro Amores", do grande C.S. Lewis. Um tratado fantástico que fala sobre os 4 diferentes níveis de amores, leitura mais do que necessária para se saber onde nos posicionamos e o quanto ainda podemos avançar.

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