Edição XXI (Revista Terça Livre 111, revista A Verdade 51, opinião e mais)

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GERAL


ENTREVISTA COM CHARLES KOLBE BORCHARDT
(por Leônidas Pellegrini)


Um engenheiro aeronáutico que não gostava de literatura, após ter contato com as aulas do professor Olavo de Carvalho, começa a ler os clássicos e seu imaginário se expande. Depois de algum tempo, preocupado com o que os filhos podem estar consumindo na internet, ele resolve criar uma história, uma fábula para educá-los, tendo como pano de fundo o futebol, interesse de um dos seus filhos. E eis que, de um despretensioso conto, desenvolve-se um belo romance juvenil.

Esta é mais ou menos a gênese do livro Time de Leões, do estreante escritor Charles Kolbe Bordchardt, que acaba de ser publicado pela editora BKCC. Em uma trama de garra e superação, Time de Leões, ao narrar a história de um campeonato de futebol entre animais, escancara de maneira simples e clara como se processam esquema bilionários de corrupção que se apoderaram desse esporte nas últimas décadas, envolvendo dirigentes inescrupulosos, patrocinadores, imprensa, técnicos vaidosos e arrogantes e atletas deslumbrados. Além disso, a obra revela-se uma bela fábula sobre formação da personalidade e o sentido da vida em meio às maldades diárias que atentam contra nossa inteligência. Um livro de pai para filhos, para ser lido por todos.

Charles é o entrevistado desta semana na Revista Terça Livre. Confira a seguir!

Terça Livre: Em primeiro lugar, fale aos nossos leitores sobre você: quem é o Charles, sua formação de vida, sua formação como leitor e escritor etc.

Charles: Nasci em 07 dezembro de 1984, numa cidade do interior do Rio Grande do Sul chamada Cruz Alta. Nasci na mesma cidade e no mesmo mês de Érico Veríssimo, talvez o maior escritor da história do estado. Uma coincidência feliz para quem está lançando um livro, não é mesmo?

Apesar de ter nascido em Cruz Alta, cresci em Santo Ângelo, cidade próxima, e também pertencente ao interior do RS. Construí uma história legal nessa cidade, com muitos amigos com quem tenho contato até hoje. Na adolescência, nos mudamos para Santa Maria, onde morei até os 18 anos, quando saí de casa para ir para Campinas, frequentar a Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Lá estudei durante o ano de 2003 e, em 2004, prossegui minha formação na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), me formando em 2007. Um ano após a formatura, me casei com minha atual esposa, a Reijane. Eu tinha 23 anos. Para os padrões atuais, casei muito jovem, mas vejo hoje como a decisão mais acertada que tomei na minha vida.

Algum tempo após formado na AMAN eu tive a oportunidade de prestar um concurso para cursar engenharia. No período que me preparava para a prova, minha esposa ficou grávida. Acabei sendo aprovado e alguns meses depois de ter recebido o resultado veio minha primeira filha, Laura, que nasceu a exatos 11 dias antes de iniciarem minhas aulas de Engenharia Aeronáutica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Quando estava no 5º semestre do curso, tivemos o segundo filho, Eduardo. Como é possível perceber, foram anos intensos, e só consegui passar tudo isso porque contei sempre com o apoio da Reijane. Sem ela, tudo isso seria impossível.

No início deste ano, ainda tivemos mais um bebê, o Davi.

Mas, e a literatura, né? De fato, minha vida foi muito mais ligada aos livros técnicos que aos romances. Na verdade, só comecei a ter algum interesse neste tipo de leitura após os 30 anos de idade. Eu realmente não gostava de ler livros de literatura na escola, assim como a maioria dos jovens não gosta. Já ouvi falar que literatura não é para adolescentes. Eu discordo. O que eu acho é que tiram o encanto da literatura e, consequentemente, a possibilidade de interesse pelos jovens. Gosto de um exemplo que ouvi uma vez para tentar explicar o que acho errado. Muitos, quando pensam em uma relação amorosa, lembram de Romeu e Julieta. Essa história está impregnada no imaginário das pessoas, mesmo das que não leram a peça. Ou seja, Shakespeare conseguiu captar a essência do sentimento amoroso (que é vivido pelas pessoas hoje, era vivido há 1000 anos e permanecerá sendo vivido enquanto o ser humano existir) e colocá-lo numa obra de tal forma que, se você nunca experimentou esse sentimento, você vai ler e, quando tiver a experiência, vai pensar: “era disso que Shakespeare estava falando”.

Isso facilita de forma drástica a percepção das complexidades da vida. Os bons autores da história foram aqueles que conseguiram descrever o que viveram, assim como Shakespeare, de forma a nos ajudar a perceber o mundo. As obras clássicas têm esse poder. Mas aprendemos isso na escola? Definitivamente não. Em vez disso, aprendemos que o autor fulano de tal teve influência barroca, que o outro teve influência renascentista, que o terceiro teve influência iluminista. Esse tipo de análise técnica seria interessante num próximo passo, após o aluno captar a essência da obra. Mas não, estudamos apenas isso. Quem pode gostar de estudar literatura assim?

Terça Livre: A BKCC acaba de publicar um livro infanto-juvenil seu, o Time de Leões. Antes de falarmos sobre seu livro propriamente, como ele fala sobre o mundo do futebol, conte um pouco sobre a sua relação com esse esporte.

Charles: Desde muito novo sempre pratiquei muito esporte e eu realmente gostava de futebol. Cheguei a competir o estadual de futsal no RS quando tinha por volta de 12 anos. Além disso, no RS a rivalidade Grêmio e Inter é bem forte e presente. Ser gaúcho é ser ou gremista ou colorado. Lá, o futebol faz parte da rotina do povo. Piadas e brincadeiras são normais e isso acaba se fixando na nossa mente.

Terça Livre: Agora, relate um pouco sobre a gênese do Time de Leões, as motivações que encontrou para escrevê-lo, seu desenvolvimento etc.

Charles: Na época que escrevi o livro eu estava lendo e estudando bastante. Foi nessa época também que assisti às primeiras aulas do professor Olavo de Carvalho, o que me ajudou demais. Somado a isso, meu filho, o Eduardo, só queria saber de jogar futebol e, quando estava em casa, só assistia a vídeos do YouTube que estavam relacionados a futebol. Com isso, passei a perceber que ele estava desenvolvendo uma certa vaidade. Deixou de falar tanto no esporte, propriamente, para falar de fama, dinheiro, etc. Para uma criança da idade dele (uns 6 ou 7 anos na época), aquilo me preocupava. Tinha a Laura também, que eu sabia que cedo ou tarde iria precisar dos mesmos ensinamentos. Até que surgiu a ideia de tentar ensiná-los através de uma história.

Comecei escrevendo pensando em um conto rápido, mas a história foi tomando corpo até que virou um livro. A cada capítulo que eu escrevia, eu mandava para meus irmãos lerem. Meu irmão, principalmente, gostava muito e fazia comentários que me faziam acreditar que a história estava ficando legal. Assim, o livro foi surgindo até tomar corpo. 

Eu nunca achei que seria capaz de escrever um livro, especialmente um livro de literatura... mas também nunca achei que seria engenheiro aeronáutico formado no ITA. A vida é assim. Tem vezes que acontecem coisas que vão além dos nossos sonhos mais ousados. 

Terça Livre: O enredo de seu livro está centrado em dois protagonistas, Gânio e Taffarito. Conte um pouco como foi o processo de criação e desenvolvimento desses dois personagens.

Charles: Essa resposta tem link com a anterior. O Gânio era o personagem que eu queria que mostrasse a meus filhos como é a vida de alguém que acaba buscando as superficialidades no que faz. Você já se deu conta de como o YouTube trabalha? Procure um desenho ou um vídeo para uma criança assistir e deixe o YouTube escolher os próximos de acordo com a inteligência artificial dele. O décimo vídeo depois disso já será algo totalmente fútil. Mas o YouTube faz isso de forma sutil, sem você perceber. Ele vai desviando do assunto pouco a pouco, de forma que se você visse o décimo vídeo na logo após o primeiro, você perceberia a mudança, mas como ela ocorre aos poucos, não é perceptível. Isso acontece na nossa vida também, e o Gânio deveria personificar isso: alguém que iniciou com o objetivo certo, mas que foi sendo levado pelas futilidades, foi se deixando levar pela vaidade, sem perceber.

O Taffarito já seria um amigo ingênuo e maduro capaz de ajudá-lo. Perceba que uso a palavra “ingênuo” num tom positivo. Pouco antes de escrever o Time de Leões eu havia lido O Idiota, do Dostoievski, e nele, o personagem principal é uma pessoa extremamente ingênua a ponto de ser tida como idiota (dando o nome ao livro). Você já se deu conta como os personagens ingênuos são perenes? Posso citar alguns: Chaves, Chapolin, Forrest Gump, Dom Quixote, Charlie Brown. Estes são personagens que não morrem, pois não nos cansam. Eu assistia Chaves todos os dias quando criança, assisto até hoje, sou capaz de continuar assistindo e não me canso. Continuo achando graça. Os personagens ingênuos têm isso. Eles são como uma comida amarga: nunca enjoa, por mais que a gente consuma todos os dias. São a cerveja, o chocolate, o café do mundo da ficção. Isso mostra que há verdade na ingenuidade, pois é algo que permanece apesar do tempo. Diante disso e da necessidade de que Gânio tivesse um amigo capaz de ajudá-lo, surgiu o Níkolas Taffarito.

Terça Livre: Ainda sobre Gânio e Taffarito, pude perceber, ao ler seu livro, que a construção deles está bastante relacionada ao próprio processo de formação das personalidades humanas, sobre a qual é decisivo o papel da família – o que também fica evidente em sua história. Gostaria que comentasse um pouco sobre isso. 

Charles: Essa pergunta é muito interessante, pois eu não havia me atentado a isso desse jeito. Realmente, isso se enquadra na história.

Existe uma frase de José Ortega y Gasset que diz assim: “Eu sou eu e minhas circunstâncias”. A formação das personalidades tem características que são inatas ao indivíduo e outras que são consequência das circunstâncias. A soma disso forma a personalidade.

No convívio com meus filhos, percebo o quanto nós pais somos decisivos na formação das opiniões, dos gostos, do jeito deles. Somos um fator das “circunstâncias” que tem um peso tremendo, especialmente na infância, e que, portanto, define muito sobre a personalidade. Porém, mais importante que a tentativa de parecer ser correto, é a verdade dos atos. Eu acredito na frase “as palavras convencem, mas o exemplo arrasta”, mas acho que hoje ela é usada de forma errada. Distorceram o propósito real desta frase, pois as pessoas não querem mais dar o exemplo, elas querem parecer que estão dando o exemplo, ou seja, elas não agem por convicção daquele ato, mas pelo fato de ter alguém vendo e, agindo daquela forma, querem influenciar aquele que assiste. O único exemplo que se está dando nesse caso é o de fingir ser o que não é. 

Isso é gritante nos pais de hoje. Estão tão preocupados em parecerem certos, têm tanto medo de que seus filhos tomem um caminho errado e se sintam culpados por isso, que são dominados pelos filhos. Por que existem casos em que os filhos, mesmo com pais que teoricamente dão “maus exemplos”, se tornam boas pessoas, e outros, onde os pais fazem de tudo para dar “bons exemplos”, se afundam em depressão e drogas? É como se o mundo perdoasse os erros dos primeiros e fosse extremamente rígido com os segundos. Eu entendo que quando isso acontece é porque há verdade nos atos daqueles e fingimento nos destes, e esse é o exemplo que esses pais estão passando a seus filhos e, assim, influenciando na personalidade deles. 

Terça Livre: Há um outro personagem muito bem construído no Time de Leões, o treinador Santiago, que me fez lembrar de alguns técnicos da história do nosso futebol, sobretudo um em especial. Você poderia falar um pouco sobre a construção desse personagem em particular? 

Charles: O Santiago não foi inspirado em nenhum técnico do nosso futebol, apesar de que, depois que você falou, eu pensei num que realmente tem um comportamento parecido com o dele. Na verdade, devem existir vários assim, mas personalidades como a do Santiago não são uma exclusividade do mundo do futebol. A criação dele foi baseada em pessoas que passaram pela minha vida e que eu percebi que tinham um comportamento quase padrão. Cada um, claro, com suas particularidades, mas com uma essência muito parecida com a do Santiago. São pessoas que são capazes de conseguir o que querem. Quase sempre conseguem, mas para isso abusam de outras pessoas. Conviver com elas é terrível, é depressivo, é angustiante. Parecem ser indestrutíveis, mas quando são desmascaradas e enfrentadas, desmoronam. Claro, não é tão simples assim, mas é mais ou menos assim.

Terça Livre: Por falar no Santiago, o outro foco do seu livro é a corrupção no mundo do futebol, em que são arquitetados esquemas bilionários envolvendo dirigentes, patrocinadores, imprensa, técnicos e atletas deslumbrados. Nesse sentido, houve alguma pesquisa feita para que você pudesse evidenciar com tanta competência esses esquemas em um livro infanto-juvenil?

Charles: Não fiz pesquisa com o objetivo de colocar isso no livro. Na verdade, as pesquisas que eu fiz foram ao longo da vida. A corrupção faz parte do imaginário do brasileiro. É relativamente fácil para um brasileiro descrever um esquema de corrupção. Somos expostos a isso diariamente. É até difícil para o nosso povo acreditar que não existe corrupção em algum lugar.

Terça Livre: Para finalizar: seu livro, de certa forma, pode ser interpretado como uma fábula, (ainda que longa), gênero em que essencialmente se ilustra um preceito moral. Fale um pouco sobre qual seria o preceito moral fundamental de sua história, quando entendida nesse sentido.

Charles: Moral da história: “Unos estão o abutre e o presunçoso”.

A história tem várias “morais”, eu acho. Devem existir algumas que nem mesmo eu sei. Apesar do livro mostrar que seguir um caminho de vaidade e enganação traz consequências que são ruins, as vezes é preciso segui-lo, pois é inevitável.

Por exemplo, como falei anteriormente, conviver com pessoas do estilo do Santiago é extremamente difícil. Mas, por vezes, é necessário, e fugir delas é covardia. Ninguém deve procurar o sofrimento, mas é preciso entender que ele existe e que para você ter uma personalidade, inevitavelmente, terá que enfrentar situações difíceis. Faz parte da vida. O que não pode acontecer é se deixar levar pelo sofrimento.

Existem dores que são inatas da vida, mas que nos fazem mais fortes. Mas existem outras que nos apequenam. Tem pais que morrem cedo por contraírem uma doença grave ou algo semelhante. Por vezes deixam filhos pequenos e uma família desamparada. Eu não acho que isso seja triste, mas sim duro. A realidade é dura às vezes, mas não triste. Tristeza, para mim, é um jovem, cheio de saúde, entregá-la para as drogas, ou tirar a própria vida. Isso é triste e acontece quando as pessoas abrem mão de suas personalidades para evitar o sofrimento. A questão é que o sofrimento de se sentir irrelevante é muito maior, pois ninguém é irrelevante. As pessoas dizem que a podemos ser o que quisermos. Não concordo. Temos particularidades que nos distinguem e que nos tornam únicos. Exercer a personalidade é tentar ser o melhor que podemos ser, dentro do que o nosso "eu" e nossas circunstâncias permitem. Somente Albert Einstein pode ser Albert Einstein. Somente o Pelé pode ser o Pelé. Somente Machado de Assis pode ser Machado de Assis. E somente você pode ser você. Nenhum desses personagens teve um caminho fácil para ser o que foi, posso garantir isso.

Talvez essa seja uma das “morais da história”, no meu ponto de vista: mesmo diante das dificuldades, que serão muitas, não deixe de ser você, não esqueça quem você é. Seja o melhor que você pode ser!

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Sócrates na CPI e o oráculo científico dos iluministas
(por Cristian Derosa)

Sócrates era acusado de fake news e de questionar as instituições e, por isso, foi incluído no inquérito de atos antidemocráticos.

A histriônica CPI da Covid, também batizada de CPI do Circo, repete lições morais e históricas que seriam imediatamente percebidas se não fosse a destruição completa de nosso senso de proporções. Da mesma forma, os inquéritos surrealistas de Alexandre de Moraes repetem não apenas episódios catastróficos de regimes totalitários como os acontecimentos mais basilares da civilização ocidental, como o julgamento de Sócrates. O filósofo grego foi condenado à morte pelo crime de “ensinar aos jovens coisas evanescentes” e pouco legítimas, além de questionar a autoridade dos deuses cultuados e “tratar coisas superiores como inferiores”. Ou seja, resumindo, Sócrates era acusado de fake news e de questionar as instituições e, por isso, foi incluído no inquérito de atos antidemocráticos.

As autoridades gregas não viam com bons olhos os filósofos, espécie de influencers, pois eles refletiam e questionavam, buscando causalidades ou explicações alternativas, vistas como “deslegitimadoras” da atribuição dos deuses. Se o filósofo refletisse demais sobre como a natureza se comporta diante dos homens, isso significava que ele poderia estar questionando o papel dos deuses. Mas isso não era por um zelo público à religião como sinal de espiritualidade, mas uma preocupação profundamente política: o panteão grego era a garantia da ordem pública. Era a democracia. 

Assim, os juízes instituíram contra Sócrates um tribunal para punir os crimes contra a democracia, isto é, o questionamento do papel divino (e, portanto, inquestionável) das próprias instituições políticas da pólis. Ora, nem preciso explicar o quanto isso tem a ver com a nova paranoia antiliberdade de expressão.

Segundo Joseph Ratzinger, a religião, para os gregos, não era algo que se podia discutir e questionar em praça pública, por qualquer um, já que deveria tão somente ser obedecida por ser o lastro social do poder político das instituições que garantiam a ordem social. Mas os filósofos eram, segundo as instituições, potenciais inimigos da ordem pública. Segundo Sócrates, a acusação era de “tratar de coisas etéreas”, isto é, debater coisas que diziam respeito aos deuses, o que configurava o crime de apostasia. Não é à toa que o cristianismo veio justamente da filosofia grega e não da religião grega, acrescido depois ao messianismo hebreu. É nisso que consiste, no Evangelho, quando fala-se em “judeus ou gregos”: profetas ou filósofos, a verdade da Promessa e a verdade como um anseio por Deus. A religião cristã, explica Ratzinger, inaugurou, portanto, a “religio vera”, religião da verdade. 

A verdade, para Sócrates, era um bem tão público e universal quanto individual. Era acessível por todos e por cada um, diferente da “verdade” da religião política grega, dependente de instituições e sua autoridade. Estamos diante desse mesmo dilema em nossos dias.

Em cima dessa verdade grega e hebraica, promessa e busca interior, ergueu-se uma civilização, que depois teve o aporte do direito romano. Mas ocorre que, como tudo o que é humano, criaram-se instituições para representar essas verdades, que passaram a ser simbolizadas por homens e máquinas burocráticas para tentar fazer valer, garantir o acesso de todos os homens ao direito de buscar livremente a verdade, tudo em nome da promessa cristã de salvação. E, para a ironia do destino humano, o homem passou a idolatrar justamente essa burocracia, tornando-se, ela própria, fonte de autoridade e de salvação. Previsível. 

Era uma questão de tempo para que essas instituições fossem apropriadas por indivíduos que viam a eles próprios como donatários e fonte de autoridade legítima. A filosofia moderna trouxe a grande novidade, a partir de Kant, de que, se o homem é privado da verdade como ela realmente e, restrito aos seus fenômenos, basta que escolhamos arbitrariamente a verdade e a organização social conforme o consenso da época. Estava dado o golpe que previu o surgimento de Alexandres e Barrosos.

Recomendo ao leitor uma experiência reveladora: assista ao filme britânico Brazil (1985), dirigido Terry Gilliam, e depois passe direto a uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ou às notícias sobre inquéritos do STF. Você precisará ser muito insensível, um canalha ou muito burro para não se escandalizar com a semelhança dos personagens e do contexto.

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COMPORTAMENTO
Muita afetação e pouca estratégia
(por Bruno Dornelles)


O processo de desconstrução da realidade passa pelos seus símbolos, nos quais as pessoas tendem a pensá-los como meras reduções da realidade, quando, na verdade, eles são a própria realidade acontecendo em relação ao meio sobrenatural. Quando pensamos no ideal de família, de religião, de beleza, de geometria, de harmonia, de ordem, estamos pensando de maneira simbólica, e quanto mais perto da glória de Deus e do ser humano isso servir, melhor será para ele e para toda a psique social.

Em meus últimos artigos, venho insistindo em demonstrar a desconstrução simbólica a qual todos passamos, porém, sem muito entrar no mérito quanto à solução para a reconstrução simbólica da realidade. Mais difícil do que mostrar que estamos sendo desconstruídos, desde a culinária refinada que consumimos até a simplificação dos designs arquitetônicos, ou da negação dos gêneros da natureza a até mesmo a inveja completa da propriedade alheia, não é uma tarefa tão difícil quanto mostrar que é possível fazer uma contrarrevolução onde os símbolos são reconstruídos.

Quando falamos em resultado simbólico da realidade, estamos falando no terceiro discurso de Aristóteles, que é a dialética. Tudo que produz um resultado das narrativas correntes é simbólico. Começamos daí a falar num grau de abstração maior do que a retórica (o segundo discurso) - que costuma descrever a realidade e a aplicação dos valores universais -, ou mesmo o que a poética - que entrava no campo da extensão das possibilidades humanas. Quando falamos em dialética, falamos naquilo que já é abstrato, identificável, mas que não pode ser resumido senão em causas anteriores a ela. Exemplos disso são as nossas constatações anteriores quanto à “existência de corrupção”, a “feiura arquitetônica em massa”, o eterno looping de "saúde e educação", etc.

Porém, como a realidade feita e dirigida por Deus é um resultado das circunstâncias presentes, faz todo o sentido separar em etapas a apresentação dessa realidade, justamente para demonstrar que a abstração nunca é uma coisa, mas uma soma de narrativas que foram acontecendo até chegar naquele ponto. Isso faz toda a diferença quando tratamos de uma etapa posterior à simbólica, que precisa ser chamada à ordem das clarezas narrativas para que a desinteligência que evade a linguagem não sequestre o símbolo para fins de alienar e manipular analfabetos funcionais e iletrados.

Por exemplo: é muito comum ver políticos apelarem com o slogan de "saúde e educação". Enquanto isso, poucos conseguem comprovar a capacidade de resolver os problemas reais que geram as crises da saúde e educação. Pelo contrário: as soluções parecem ser superficiais, irreais e tão fictícias quanto a própria soberba – para não dizer vigarice – de insistir-se em tomar o abstrato munido de crises reais como se fosse facilmente manipulável pelo poder com a mesma facilidade com que o vigarista produz narrativas mentirosas e vazias. Aliás, foi a mesma fé em manipulações abstratas que chegamos a uma crença absoluta de que o estado e o poder no Brasil são absolutamente tudo, além daqueles que conseguem “vencer na vida” encontrarem-se dentro dessa elite inequívoca e iluminada.

O mesmo giro ocorre quando encontramos o famoso jargão da “luta contra a corrupção”. A corrupção jamais foi vista ou mesmo pode ser encontrada, justamente porque ela não é uma coisa ou uma pessoa, ela é um resultado de uma série de opções que se iniciam com o pecado original, passam pela extrema falta de consciência prática, pela facilidade dos meios circunstanciais que a permitem, e pela ausência de referências morais que levam a pessoa a agir daquela maneira – pois, como dizem os santos, se tivéssemos conhecimento do pecado e dos seus resultados, não ofenderíamos a Deus e assim atentaríamos contra nós mesmos.

E é justamente no campo narrativo (segundo discurso) que os resultados a serem obtidos no campo simbólico vão ser colocados à prova. O que não for viável, possível e devidamente aplicável na realidade não funcionará. O que dita a boa experiência da narrativa certeira é o imaginário enriquecido, que permite com que a pessoa possa vislumbrar maiores possibilidades para a solução comum de problemas.

No entanto, como não podemos ignorar que há um processo de desinteligência em massa e, com ele, o problema dos ideais mal compostos das pessoas. Enquanto os imaginários individuais desses agentes políticos, filosóficos ou artísticos forem escassos, as soluções tendem a ser (e também a soarem) moralistas, secas, inférteis e despreparadas para o mundo real, onde serão postas à prova. Sendo assim, tudo tende a se tornar, antes de um renascimento cultural que permita que os agentes se retroalimentem em infindáveis guerras tribais, onde quem segue vencendo é quem consegue melhor aparentar o “fiel” à narrativa corrente (ou melhor habilitado a continuar os jogos de jargões).

No entanto, resultados dialéticos levam ainda mais tempo que a ressurreição do imaginário ou reestruturação de narrativas: demandam a criação de escolas disciplinares, de novas formulações de práticas baseadas na metafísica, de novas e compatíveis referências que adentrem e permeiem toda a realidade. É na teologia, na filosofia e nas artes que devem ser criadas as primeiras tendências simbólicas, como um pontapé inicial para que todo o restante da sociedade também venha a aderir a essas influências, como se aderisse a um espírito conjunto que tudo envolve.

Porém, como explicar que décadas de filosofia tomista no Brasil não foram suficientes para promover essa modificação simbólica? Simples, nunca antes uma resposta à mudança da práxis filosófica do marxismo foi tão necessária como agora, e os católicos da época não estavam interessados - razão pela qual, entregaram seus instrumentos para o domínio total do PT. Agora, se a intenção filosófica era permanecer sob o tecido analítico da realidade, o marxismo surge justamente como uma “filosofia de ação” que visa a desconstrução absoluta da realidade. Como ela é a filosofia que possui o dever de gerar as primeiras mudas que se tornarão o fundamento simbólico de um futuro não tão distante, a ação dos filósofos mais conservadores passou a ser absolutamente necessária.

Diante dos outros países, o Brasil teve muita sorte de ter tido o professor Olavo de Carvalho. Na incapacidade de ação de católicos e evangélicos, todos afetados por correntes puritanas (como o protestantismo e o jansenismo) e de suma incompetência de ação para mudanças culturais, foi Olavo que ressuscitou os quatro discursos de Aristóteles, possibilitando que estratégias dialéticas pudessem agora ser planejadas dentro de um contexto real, sempre contando com a providência viva do sobrenatural.

No entanto, a proposta de reconstrução simbólica passa também pela reprogramação de referências que uma pessoa pode ter. Por exemplo, em Porto Alegre, a Casa de Cultura Mário Quintana, um local de arte conceitual (e bizarra) que leva a fachada do lindíssimo Hotel Majestic, onde viveu o poeta que leva o nome da casa. Porém, a reprogramação – no caso, para demolição dos referenciais – acontece justamente quando a pessoa para de contemplar a fachada – histórica, bela – para adentrar em um mundo de horrores e doenças mentais resultadas dialeticamente por seus artistas do lado de dentro do edifício. O que a pessoa consumiu lá dentro é o que permanecerá nos seus referentes.

Nossas primeiras – e histéricas - impressões tendem sempre a afirmar que “isso não é arte”, ou “isso é absolutamente feio”. Porém, a incapacidade de lidar com o problema simbólico apenas nos conduz ao simples desânimo e ao fatalismo, como se não tivéssemos a opção de produzirmos resultados também aproveitando de técnicas de reconstrução dos referenciais, todas baseadas na própria desconstrução. Sim, é arte. Sim, é filosofia. Sim, é teologia. Somos nós que deixamos que os maus tomassem os locais onde as referências são produzidas, a ponto de desconstruir e desconstruir todo o possível.

No entanto, esse é um desafio para pessoas fortes, inteligentes e com estômago para não se assustarem com os resultados a serem produzidos no final. Se o referencial e todo um movimento simbólico cultural podem ser desenvolvidos de dentro para fora pelos progressistas culturais, como não afirmar que o mesmo movimento poderia servir para o lado de fora apresentar-se com baixezas flexíveis ao mundano e o interior ser universal? Claro, isso demandaria um senso de exploração de públicos – ao limite do moralmente aceitável –, o que poderia causar um extremo senso de diversão e ação nessas puras alminhas, desprevenidas dos males mundanos.

Pessoas afetadas com o puritanismo ou com a busca de uma perfeição perene que leve ao “movimento perfeito de direita” estão completamente perdidas e foras de si. Não possuem capacidade alguma de articular reações a nível dialético, salvo se tomarem gosto por uma vida de letramento mínimo ou de simples valorização da intelectualidade universal que demanda vitrines no mundo da política, que é onde o primeiro reflexo do assentamento dos ideais passa a se manifestar. Quem não está pronto para elaborar o movimento cultural a partir do que já existe – ainda que contenha certas referências baixas – não está pensando em salvação de almas, não está pensando na educação cultural que seus filhos poderiam ter no futuro e nem nas possibilidades que as poucas pessoas, afetadas pela simples existência da estratégia, poderiam ter. É necessário ser mais estratégico e menos afetado.

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Não há intermédio entre verdade e mentira
(por Robson Oliveira)

Quem passa por uma crise sem precedentes é a família brasileira e nada mudará enquanto não trabalharmos pela construção de pessoas melhores em seus lares.

Apesar da gravidade com que os problemas nacionais solicitam a atenção do país, é igualmente urgente tratar da causa de todo o mal que abate nosso tempo: a absoluta carência de formação humana. Engana-se redondamente quem imagina que o problema do Brasil reside no STF ou no Congresso Nacional, nas mídias ou nas escolas. Retirar este ou aquele ministro não resolverá as enormes dificuldades que assolam o país. Melhorar o sistema de votação nas eleições, a fim de garantir que a vontade popular seja feita, igualmente não é suficiente para realizar as mudanças que interessam à nação. Dissolver os fundamentos das universidades brasileiras não tiraria o Brasil do lamaçal moral e humano no qual está lançado.

É óbvio que não se trata de ignorar os problemas nacionais, fazendo de conta que não existem. Não se trata disso. Com efeito, a maior causa da insegurança jurídica que amedronta pessoas e instituições brasileiras, já disse o Dr. Ives Gandra, é o STF e suas inovações cotidianas. Evidente que um modelo de votação que seja mais seguro e auditável constitui uma excelente ferramenta para auferir a vontade popular e só um antidemocrático obnubilado pela paixão seria contra inovações deste tipo. O combate ao crime organizado, bem como a luta contra a corrupção endêmica no país, auxiliaria bastante a vida das famílias e dos investidores brasileiros. Tudo isso é mais que desejável. Mas a verdade é que a questão é mais profunda.

Pois imaginemos, por um momento, que todos estes problemas foram resolvidos. Imaginemos que as urnas reflitam perfeitamente a vontade da população brasileira. Imaginemos que se retiraram de todos os tribunais do país os juízes iníquos, que julgam em causa própria, que vendem sentenças, que protegem políticos corruptos para servirem de moeda de troca política. Imaginemos que todas estas mudanças institucionais foram realizadas num piscar de olhos. E agora? De onde virão os magistrados honestos, que não procurarão brechas nas leis ou interpretações inovadores para achacar os próximos políticos corruptos ou mesmo para chantagear empresários milionários? De qual pé de goiaba nascerão os empresários trabalhadores e generosos, que farão de sua fortuna benefício a si mesmo, mas também a toda comunidade? Como os órgãos e instituições nacionais encontrarão os funcionários públicos de honra, com os quais tanto sonha, se as famílias brasileiras não lhes oferecer? Quando os hospitais, colégios, laboratórios encontrarão médicos, professores, biomédicos de brio e coragem, se as famílias não ensinarem – junto com o leite materno – a lição da coragem, da hombridade, do sacrifício, da verdade acima de tudo? Enfim, de onde virão os homens e mulheres de que tanto precisamos, de que tanto se ressente o Brasil, se a família não lhes oferecer tais valores? A verdade é que o Brasil não passa por crise alguma. Quem passa por uma crise sem precedentes é a família brasileira e nada – absolutamente nada – mudará enquanto não investirmos na sua transformação, enquanto não trabalharmos pela construção de pessoas melhores em seus lares.

A crise pandêmica serviu para abrir os olhos de muitas pessoas: médicos renomados nacional e internacionalmente, jornalistas com décadas de redação e trabalho de campo, pesquisadores reconhecidos pela inovação e seriedade estão aprendendo do pior modo como os valores humanos fazem diferença na lida social. Respeito absoluto à verdade; caráter e hombridade no convício social; respeito inamovível à dignidade da pessoa humana são princípios que, num passado recente de nossa história, pautaram o debate público. Talvez esses profissionais compreendam que não se pode permanecer neutro politicamente sem pagar um alto preço. Talvez agora, com a água no pescoço e processos injustos inventados por militantes comunistas, os médicos brilhantes (mas neutros politicamente), os jornalistas honestos (mas de centro, pois não gostam de extremismos), os epidemiologistas geniais (mas isentos, pois não aceitam a leitura binária da vida), talvez agora todos entendam que não existe meio-termo entre liberdade e escravidão, não há meio-termo entre verdade e mentira, não há intermédio entre a busca incessante da verdade e a tentativa inescrupulosa de escondê-la.

No debate público, a isenção política não existe. Na verdade, a isenção política é a ferramenta inventada por um dos lados – ordinariamente mais violento – para enganar os menos belicosos e pressionar o opositor. E é assim, pois não é meio-termo em vida e morte, entre bem e mal, entre direita e esquerda. O fato é que quando você fica a meio caminho entre o copo de bosta e o copo de água limpa, qualquer opção é um copo de água misturada com merda.

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Eu, eu mesmo, Irene em lugar nenhum
(por Kauê Varela)


Sim, o título refere-se ao filme estrelado por Jim Carrey e entendo que essa obra é de peculiar importância para essa pequena e singela proposta nos últimos artigos de investigação de quem somos.

Pois bem, em linhas gerais, o filme é sobre um sujeito que tem lá suas perturbações vindas de uma vida onde ele sofre todo tipo de humilhações e, como forma de extravasar sua raiva reprimida, acaba, por fim, por criar uma outra personalidade resultando em situações cômicas, afinal, estamos falando de Jim Carrey!

Neste filme, temos um bom exemplo, ainda que autolimitando-se ao popular, de variações do eu. No caso da obra citada, por traumas pessoais, mas dentro do contexto da nossa investigação, pelas imposições da vida e do que nos é imposto socialmente. O professor Olavo, em seu curso sobre a consciência de imortalidade, faz a distinção de, basicamente, três “eu”: o eu presencial, o eu social e o eu biográfico. As distinções já são autoevidentes, mas ainda assim cabe uma breve explicação. O eu presencial é aquele percebido pela presença do ser¹ com o real². O eu social são justamente os papéis sociais que representamos ao longo da vida e o eu biográfico é aquele que é capaz de contar a própria história. No entanto, mesmo sabendo e estando certo de que, de fato, somos compostos por essas camadas do Eu, surge uma pergunta inevitável: onde esse “Eu” está?

Certa vez, em uma de minhas terapias noturnas comigo mesmo, me peguei pensando no homem que fui e que sou. Mas no instante mesmo me deparei com um aparente problema: quem estava julgando o Eu de agora com o Eu de antes e entendendo que o de agora é melhor e que, no decorrer da vida e seus aprendizados, poderá melhorar mais? Certamente não era o eu do passado, pois já passou. Muito menos o do presente, pois este, em tese, não pode sair de si e analisar-se como um todo, afinal, está preso à temporalidade. Ali percebi que esse ato comum a todos nós de analisar suas atitudes e pesá-las em uma balança moral é realizada por uma outra coisa qualquer, mas não pelos que estão sendo analisados! Ao que parece há um moderador que não está preso à temporalidade nem às mudanças intrínsecas da vida que, justamente por estar nesta condição, tem o poder de analisar o que está melhor ou pior em nós. A pergunta de 1 milhão de dólares: o que é isso?

No entanto, antes de avançarmos, é necessário o depoimento de alguns cientistas sobre o que é a consciência e memória humana e seus maiores mistérios.

Sir John Maddox, ex-diretor chefe da renomada Revista Nature, apresentou o seguinte sumário do nosso conhecimento a respeito da consciência, na edição de dezembro de 1999 da Scientific American:

“Ninguém entende como as decisões se formam, ou como a imaginação é liberada. Em que consiste a consciência ou como ela deveria ser definida são outras questões igualmente enigmáticas. Apesar do sucesso maravilhoso da neurociência no século passado, parecemos estar tão longe de entender os processos cognitivos como estávamos há cem anos”.

Stuart Hameroff, doutor em Medicina e renomado pesquisador de neurociência do Departamento de Anestesiologia do Centro de Ciências da Saúde do Arizona, escreveu: “A maior parte das explicações representam o cérebro como um computador. No entanto, ao abordarem não conseguem explicar por que temos sentimentos e consciência, uma vida interior. Assim, não sabemos como o cérebro produz a consciência”.

Outros pesquisadores relatam que os esforços de localização de memórias no cérebro não têm tido sucesso algum. Karl Lashley escreveu: “a memória deveria ser impossível, no entanto ela existe”.

Brian Boycott afirma: “a localização da memória no cérebro parece ser todos os lugares e lugar nenhum”.

Muitos cientistas estão sugerindo que tua mente não está no teu cérebro. Dr. Sam Parnia, médico do Hospital Geral de Southhampton na Inglaterra, diz: “O cérebro, de fato, não é capaz de produzir o fenômeno subjetivo do pensamento”.

Simon Berkovich, professor de Engenharia e Ciência Aplicada do Departamento de Ciência da Computação da Universidade George Washington, escreve: “O cérebro é mero transmissor e receptor de informações, mas não o lugar principal para armazenamento e processamento de informação (i.e.,memórias)”.

O médico Stanislav Grof, psicanalista freudiano e professor assistente de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade John Hoptkins, resumiu a conclusão a que chegou depois de toda uma vida dedicada a estudar a mente e o cérebro: “A minha primeira ideia era de que [a consciência] tinha de estar conectada ao cérebro. Hoje, chego à conclusão de que ela não deriva do cérebro. Nesse sentido, minha conclusão vem dar apoio àquilo em que Aldous Huxley acreditava. Ele chegou à conclusão de que talvez o cérebro aja como uma válvula de redução, a qual na verdade nos protege do excesso de absorção de informação cósmica... Não acho que se pode localizar a fonte da consciência. Estou bastante seguro de que ela não está no cérebro – não dentro do crânio... De acordo com minhas experiências, na verdade, ela estaria para além do tempo e do espaço, não sendo, portanto, localizável. Na realidade, tu chegas à fonte da consciência quando dissolves quaisquer categorias que implicam separação, individualidade, tempo e espaço, e assim por diante. Tu apenas a experimentas como uma presença”.

Sir John Eccles, prêmio Nobel de Medicina, concluiu: “... a mente é uma entidade separada do cérebro e processos mentais não podem ser reduzidos a processos neuroquímicos do cérebro, mas, ao contrário, estes últimos é que são dirigidos pelos processos mentais. E... seria possível conceber a existência da mente sem o cérebro”.

Sir Cyril Burt (eminente historiador da Ciência este senhor): “O cérebro não é um órgão que gera a consciência, mas é um instrumento desenvolvido para transmitir e limitar os processos da consciência e da atenção consciente, de modo a restringi-los àqueles aspectos do ambiente material que são cruciais para o sucesso mundano do indivíduo neste ou naquele momento”.

Wilder Penfield resumiu suas conclusões da seguinte maneira: “... nenhuma das ações que atribuímos à mente foi iniciada por estimulação, por eletrodos ou descarga epilética. Se houvesse um mecanismo no cérebro capaz de fazer o que a mente faz, seria de se esperar que tal mecanismo trairia sua presença de uma maneira convincente através de indícios melhores a ser obtidos pela ativação epilética ou por eletrodos”. A mente, escreve ele, “exerce seu impacto sobre o cérebro”, mas ela não está no cérebro.

Pim van Lommel, cardiologista e autor de um artigo da revista médica The Lancet (publicado em dezembro de 2001), afirma que: “É impossível para o cérebro armazenar tudo o que alguém pensa e experimenta durante a vida. Para fazê-lo, uma velocidade de processamento de 1024 bits por segundo seria necessária. A simples atividade de assistir televisão por uma hora já seria demais para os nossos cérebros”.

Ao que parece, estamos e não estamos em nós mesmos. Erwin Schrödinger³ ia gostar do rumo que estamos indo.

¹ Recomendo o livro “A Presença Total” de Louis Lavelle 



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Hipnose coletiva
(por Alexandre Costa)

Algumas formas de manipulação do comportamento são tão eficientes e de alcance tão profundo, que podem ser chamadas de hipnóticas.

"Não se pode esquecer que tudo que a sugestão produz 
pode ser eliminado pela sugestão."
Ernest Roth

Quando Mesmer começou sua pesquisa sobre a possibilidade de influenciar o subconsciente por meio de sugestionamento, fenômeno que ele chamou de Magnetismo Animal, ele não estava inaugurando um estudo, mas reunindo e conectando um conhecimento disperso acumulado durante os milênios.

Desde o surgimento das primeiras sociedades que temos notícia, na Mesopotâmia, no Egito ou na Anatólia, nas disputas pelo poder, a manipulação antecede o sangue derramado. Registros em escrita cuneiforme ou pictográfica relatam que, além do uso de espiões e desinformantes infiltrados, também já era comum o uso de mentiras, distorções, chantagens e ameaças com o intuito de incentivar o ímpeto guerreiro contra um inimigo externo ou para conter pensamentos subversivos, assim como para persuadir ou modificar comportamentos dos governados.

A reunião e o ordenamento dos conhecimentos a respeito da sugestão psicológica foi o grande legado de Franz Anton Mesmer, e seus estudos foram continuados por diversos discípulos, diretos e indiretos.

Mais tarde, Pavlov observou que por meio de estímulos externos era possível alterar comportamentos. Vivendo na transição entre o czarismo e a União Soviética, fez diversos experimentos com cachorros, e nesses estudos identificou o mecanismo de reação a um estímulo externo, na forma de produção de saliva quando associada ao alimento e, simultaneamente, a uma campainha. Com a repetição do exercício, ele conseguiu condicionar a produção de saliva apenas com o soar da campainha, sem a necessidade do prato com a comida.

Apesar de ganhar o Prêmio Nobel pelos estudos sobre o processo digestivo dos animais, Ivan Pavlov ficou mais conhecido pelas descobertas e pelos estudos com reflexos condicionados, além de uma série de experimentos com variadas formas de estímulos, inclusive contraditórios, para entender o funcionamento e a possibilidade de manipular comportamentos e aproveitar reações instintivas. 

Conforme Ivan Pavlov aprofundava seus estudos e apresentava resultados bastante satisfatórios, as ideias de outros pensadores foram recuperadas, inclusive de Anton Mesmer e dos defensores da hipnose ou “Magnetismo Animal” – à época também chamado de “sonambulismo”. Da mesma forma, muitos pesquisadores, contemporâneos a Pavlov ou mais recentes, também complementaram os estudos anteriores incluindo novos aspectos na equação. 

Não é possível enumerar todos os autores que contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento acerca do comportamento humano e, consequentemente, dos mecanismos de seu funcionamento e suas vulnerabilidades. Foram muitas as mentes privilegiadas que contribuíram, consciente ou inconscientemente, para a compreensão do “terreno” e posterior abertura para as mais variadas formas de manipulação psicológica.

Desde o início, os estudos sobre a psicologia por trás dos comportamentos alimentaram outros campos das ciências humanas, como a persuasão e o condicionamento. O avanço destas pesquisas teóricas correu em paralelo com experimentos – na maioria das vezes discretos ou clandestinos –, e gerou técnicas usadas de várias maneiras, desde o script que o vendedor aprende no treinamento de programação neurolinguística até o discurso aparelhado de uma autoridade política ou uma mensagem subliminar cuidadosamente inserida em uma peça de ficção.  

Poucas áreas das ciências humanas receberam mais atenção – e mais verbas – do que os estudos sobre o comportamento humano. É claro que nem todos os pesquisadores têm ou tiveram o objetivo de colaborar com a manipulação ou com a opressão. Acredito até que a maioria dessas pessoas tenha dedicado seu tempo e sua inteligência à nobre busca pelo conhecimento, o combustível do verdadeiro cientista. Acontece que bastam poucos mal-intencionados para aproveitar o trabalho de todos.

E nesse sentido, e levando em consideração os interesses políticos e financeiros envolvidos, e lembrando que normalmente a corda estoura do lado mais fraco, fica um tanto quanto evidente, no meu entender, que todo esse conhecimento acumulado acerca do comportamento humano torna possível inúmeras formas de manipulação, algumas tão eficientes, de alcance tão profundo, que combinando sutileza na diluição e intensidade no bombardeio, podem ser chamadas de hipnóticas.

Na próxima semana veremos como isso ocorre.
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REVISTA "A VERDADE" - Ed. 51, de 23/08/2021 (Uma publicação digital semanal do Jornal da Cidade OnlineAssinar a revista


SOCIEDADE


A história se repete: Conheça os jornais que foram perseguidos por razões políticas

(por Camila Abdo)


Getúlio Vargas - Reprodução internet
O Brasil está vivendo uma era de censura crescente. Tal como a Medusa, ela petrifica e te mata. Te cala. Jornalistas estão sendo vítimas de prisões, buscas e apreensões e sequestro de monetizações para sufocar cada apoiador do presidente. Nos sufocam sem dinheiro e sem poder falar. Tentam nos matar engasgados com as nossas palavras, com o grito preso na garganta e com o nosso senso de Justiça.

Tal prática não é nova. O ‘linchamento’ jornalístico pretendia, ontem e hoje, calar adversários e suprimir opiniões. Por vezes, os ‘linchadores’ incendiavam o local para aniquilar³ a capacidade de sobrevivência do jornal adversário. Destruíam a tipografia, a impressora, os estoques de papel, o prédio e, não raro, atacavam os jornalistas que porventura estivessem refugiados no prédio.

Gazeta da Tarde - Um dos jornais empastelados - Reprodução internet

Segundo o ‘Observatório da Imprensa’, um dos empastelamentos (fechamento de jornais) mais dramáticos, mas pouco referido pelos historiadores, foi o dos jornais Liberdade e Gazeta da Tarde (8 de março de 1897), como represália pelo apoio que supostamente ofereciam aos insurgentes de Canudos. Como os republicanos atribuíam aos monarquistas as vitórias do ‘fanático’ Antônio Conselheiro, resolveram calar os dois jornais da antiga Capital Federal (Rio de Janeiro).

A Era Vargas aconteceu entre 1930 e 1945 e sua relação com a imprensa foi conflituosa e agressiva. Durante o Estado Novo, Vargas controlava a imprensa através do DIP. Em fevereiro de 1932¹ numa época em que o Brasil podia ser chamado de o país dos "tenentes", ocorreu o empastelamento do Diário Carioca, jornal que apoiara com entusiasmo os revolucionários de 1930, mas se mostrou desiludido logo nos primeiros meses do Governo Provisório, passando a defender a constitucionalização do país. A destruição do jornal, por elementos ligados ao Clube 3 de Outubro, desencadeou uma crise entre os revolucionários. Maurício Cardoso, então ministro da justiça, exigiu a apuração das responsabilidades, mas Vargas mostrou-se reticente. Diante disso, Maurício Cardoso, juntamente com outros políticos gaúchos, afastou-se do governo.

Em 1937, Vargas achou que era uma boa ideia abolir a liberdade de expressão da Constituição. Todos os meios de comunicação e artísticos foram submetidos à censura prévia. A imprensa, praticamente estatizada, ganhou o título de “utilidade pública”, o que obrigava todos os jornais a publicar comunicados do governo. O não-cumprimento dessa exigência levava à prisão o diretor do jornal. O responsável pela prisão era o DIP, atualmente chamado de Polícia Federal.

JORNAIS QUE SOFRERAM COM EMPASTELAMENTO

Assis Chateaubriand - Reprodução internet

Ao longo da história diversos jornais tiveram suas sedes empasteladas; no Brasil vários casos se sucederam, numa prática que teve início no II Reinado; dentre estes, alguns notórios²:

- Em 1912 o Diário de Pernambuco, mais antigo jornal da América Latina, sofreu o empastelamento a mando do general Dantas Barreto que, derrotado nas eleições do ano anterior, usara as tropas federais para derrubar o, até então, grupo hegemônico na política pernambucana chefiada pelo coronel Francisco de Assis Rosa e Silva, proprietário do periódico que fora cercado e impedido de circular desde as eleições; em meados de fevereiro um jornalista fora espancado na entrada do jornal e, no dia 23 daquele mês, o filho de Rosa, Chiquinho Rosa e Silva, junto a Assis Chateaubriand, foram presos por dois dias, por soldados armados; libertados, voltaram à redação para escrever uma matéria relatando a arbitrariedade que sofreram e, quando a edição estava prestes a ser impressa, o edifício do jornal foi invadido por homens à paisana que, armados com barras de ferro, destruíram tudo: máquinas, móveis, linotipos, etc. Instaurado um inquérito, chegou-se à conclusão absurda de que o empastelamento fora ordenado pelo próprio dono — Rosa e Silva — acusando Assis Chateaubriand e seu irmão Ganot como os executantes; vendido, o jornal voltou a circular após um ano, sob novos donos.

- A Tribuna, Gazeta do Povo e Folha de Santos, jornais santistas que, durante a Revolução de 1930, tiveram suas sedes empasteladas e até incendiadas por populares no dia 24 de outubro. Destes, a Gazeta encerrou suas atividades, tendo suas caras bobinas e materiais de impressão jogados pelas ruas, conforme uma descrição da época: "atapetando-as [as ruas] com ouro branco da imprensa, como se fosse troféu de vitória pela impensada e covarde arremetida contra uma trincheira que só fazia o bem, por defender o Povo, e da qual muitas famílias hauriam o pão da subsistência".

- O Momento, órgão do Partido Comunista na Bahia, foi empastelado durante o governo de Otávio Mangabeira. O ato, apoiado pelo governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, foi criticado pelo então deputado estadual paulista Salomão Jorge: "Em Berlim, quando começaram a empastelar os jornais, surgiu o nazismo."

- Durante o regime militar uma forma indireta de empastelamento ocorreu quando o regime patrocinou não o ataque às redações, mas às bancas de revistas que vendiam os jornais visados.

- Em 2008, o Observatório da Imprensa sugeriu que o Novo Jornal sofreu empastelamento "virtual", com uso da justiça de Minas Gerais, a fim de omitir notícias negativas sobre Aécio Neves e outros políticos do estado, configurado não somente pela retirada do ar do site que publicou a Lista de Furnas, como na prisão de seu editor, e ainda pelo desaparecimento dos arquivos, após apreensão pela polícia civil, com anuência do Ministério Público Estadual.




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PALAVRA DE OLAVO DE CARVALHO!

Créditos ao Leônidas Pellegrini pelo print do soneto, pois não uso Instagram.Valeu, fera!


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OPINIÃO DO AUTOR

Um breve recado sobre vício e virtude
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
24 de Agosto de 2021

Hoje eu apenas gostaria de reforçar pequenas verdades:

Não existe uma nação de justos se os moradores desta nação não amarem a justiça.
Não existe uma nação virtuosa se os moradores desta nação não amarem a virtude.
Não existe uma nação livre se os moradores desta nação não amarem a liberdade.
Não existe uma nação cristã se os moradores desta nação não amarem a Cristo.

A base se encontra na educação e na cultura de um povo. Desse povo, saem indivíduos. Indivíduos compõem famílias. Famílias tem filhos, praticam os dons da prudência e temperança, educam e ensinam sua cultura e seus bons valores a seus filhos. Esses filhos copiam os valores dos pais, que são a fortaleza na qual esses filhos se incubam, e que vão crescer, tal qual a lagarta se incuba no casulo. Esses filhos aprendem a viver segundo códigos morais de justiça e aprendem a verdade das coisas na vida de oração, levando esses valores para a vida. E através de suas ações virtuosas, você tem um país de virtuosos. Alguns desses virtuosos vão para a política. Consequência: você tem uma política virtuosa.

Ao contrário, se você tem um povo que gosta do perverso, da bagunça, do caos, da anarquia e da injustiça, o resultado é o contrário. Você terá um povo soberbo, amante dos vícios, prisioneiro das concupiscências e nada caridoso. Um povo ignorante gera filhos ignorantes e nada virtuosos, gerando assim uma sociedade de malvados e pervertidos e uma política pior ainda.

Santo Ambrósio nos ensina: "o diabo busca o barulho; Cristo, o silêncio"

Endenderam? Foco na causa, não no sintoma. É só isso por hoje.

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HUMOR

(23/08/2021)


"Depressa, escondam seus pertences!!!" (@SalConservador)
(19/08/2021)


"Muito fácil deputado @JoseMedeirosMT... É o Nhônho Botafogo tentando vestir a farda de secretário para poder atuar no governo do Calcinha Apertada..." (@SalConservador)
(19/08/2021)


"Enquanto isso em SP...Man facepalmingMan facepalmingMan facepalmingMan facepalming" (@SalConservador)
(19/08/2021)


""Çei"..." (@SalConservador)
(23/08/2021)

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RECOMENDAÇÃO DE VIDEO:

Padre Paulo Ricardo, através de sua nova transmissão ao vivo nos vem trazer algumas verdades duras e bastante incômodas, porém, algo que precisamos urgentemente prestar atenção.

Assistam o vídeo "Estas coisas provam a vocação divina do Brasil!" e reflitam bastante sobre essas santas palavras que nos trazem iluminação e verdade.

"Há 199 anos, o então príncipe Dom Pedro de Alcântara, ajoelhado diante de uma pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição, milagrosamente “aparecida”, prometeu consagrar-lhe o Brasil. 

16 dias depois, estava proclamada a Independência! 

Mas qual o significado espiritual desta data? Como podemos colher os frutos desta realidade e ajudar o Brasil a realizar sua vocação divina? É o que Pe. Paulo Ricardo apresenta em nossa transmissão ao vivo de hoje, 23 de agosto, às 21h. Você não pode perder!"



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LEITURAS RECOMENDADAS

A primeira de hoje é um novo quadrinho de meu grande amigo Giorgio Cappelli, já à venda. Em tempos obscuros como os que vivemos, de censura togada e angústia desmedida, é bom relembrarmos de vez em quando como rir, dar gargalhadas para nos mantermos firmes. E meu amigo aqui é excelente nisso! Comprem e se divirtam a valer!

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A segunda dica, o livro do príncipe.

O príncipe, que hoje é deputado federal, economista e cientista político, Luiz Philippe de Orleans e Bragança escreveu um segundo livro que eu gostaria de indicar. A razão é despertá-los para as ideias do autor, que são bastante semelhantes à muitas das ideias de outros conservadores, e também lhes dizer que prestem atenção à essa distinta figura que pode ainda auxiliar os brasileiros em muitas coisas. Seus conhecimentos de economia, mundo e da realidade que nos cerca são muitos, e estão espressos aqui neste livro, que contém recortes de seu pensamento através de postagens no Twitter e análises de situação em documentos muito bem escritos e que resumem bem a nossa realidade, permeada de problemas que parecem não terminar. Uma leitura fácil e bastante esclarecedora.

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