Edição III (Revista Terça Livre 92, Revista A Verdade 32 e mais)

Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Terça Livre, da qual sou assinante, com autorização pública dos próprios autores da revista digital. Nenhum texto aqui pertence a mim, todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo. Assinem o conteúdo da revista pelo link e vejam muito mais conteúdo.




CULTURAL

Entrevista com Felipe Folgosi
(por Leônidas Pellegrini)

O ator, roteirista e escritor Felipe Folgosi lançou ontem a campanha de financiamento da HQ “Omega”, seu sexto trabalho no gênero. A obra fecha a trilogia iniciada com “Aurora” (2015) e seguida por “Chaos” (2019).

A trilogia de Folgosi, conforme comentado em uma entrevista anterior à Revista Terça Livre, revela um conhecimento profundo e preciso sobre os planos e o andamento da Nova Ordem Mundial, e é como se o leitor estivesse em contato com um “Alexandre Costa em quadrinhos”, em uma saga cheia de suspense, romance e ação.

No release da página de apoio da campanha de financiamento, Felipe comenta: “‘Omega’ começou a ser desenvolvido logo após o lançamento de ‘Aurora’, devido à resposta positiva de público e crítica. A trama começa onde ‘Chaos’ parou, com o Gabriel dominando a cena no combate à Nova Ordem Mundial, ao lado de Ryan, Babuska e Arja, mas também tendo de lidar com a morte da família. Claro que ainda teremos novos heróis e vilões, muitas sequências de ação eletrizantes e, assim como no Aurora e no Chaos, tudo isso muito bem amarrado numa trama que envolve ciência, filosofia, política,
sociedades secretas, ação, sacrifício, emoção e aventura.”

Ao comentar sobre os eventos que motivaram a criação de sua trilogia, Folgosi revela sua preocupação em despertar no público a consciência sobre a liberdade que lhe está sendo roubada e que precisa ser preservada: “Transhumanismo, cibernética e tecnocracia são temas que até poucos anos eram ausentes de qualquer roda de conversa, ficando restritos muitas vezes aos quadrinhos. Desde ‘Aurora’, tenho abordado nas HQs esses temas para que, de forma narrativa, o público se familiarize e reflita sobre essas questões. Cada vez mais, vemos os impactos da tecnologia sobre a sociedade, desde a digitalização da economia, passando pelo estado de vigilância e a crescente interface entre homem e máquina. Em ‘Omega’ os personagens lutam, se apaixonam e se sacrificam em busca de preservar sua humanidade em um sistema que tenta constantemente desumanizá-los. A resiliência do pequeno Gabriel, da corajosa Arja, da forte Babuska e do questionador Ryan é uma mensagem necessária em tempos como os que estamos vivendo. Personagens são valores em ação, e os de ‘Omega’ trazem em si modelos com os quais o leitor pode se identificar e até mesmo inspirar-se na busca por uma sociedade mais humana e livre”.

Além de Folgosi, a produção de Omega conta o ilustrador Chris Ciuffi e do colorista colorista Vinicius Townsend, com quem Felipe trabalhou recentemente na HQ “Knock Me Out!” Felipe enfatiza que “parte integral do resultado é o talento e a contribuição dos artistas. Estou muito feliz com o empenho e dedicação demonstrado pelo Chris, ao correr essa maratona que é desenhar 182 páginas, além de repetir a parceria com o Vinicius que sempre eleva a qualidade do trabalho.”

Após o encerramento da campanha e a produção da HQ concluída, haverá o coquetel de lançamento para imprensa e convidados, com a presença do autor.

Os prêmios para os colaboradores da campanha vão de um exemplar autografado de “Omega”, camiseta e adesivos exclusivos, exemplares de outros trabalhos do autor, à participação no coquetel de lançamento da HQ (previsto para dezembro deste ano) ou mesmo a participação especial como personagem da história, ganhando desenho exclusivo na HQ.  A campanha ficará disponível por 3 meses a partir deste 12 de abril no link www.catarse.me/omegahq.

Em uma segunda entrevista exclusiva à Revista Terça Livre, Felipe revelou detalhes da produção de “Omega” e indicou que seu engajamento com obras que expõem o cenário geopolítico atual não se encerra com o final desta saga. Confira a seguir:

Terça Livre: Antes de falarmos da obra em si, explique para nossos leitores como funciona a produção de uma obra por financiamento coletivo e qual a importância desse tipo de engajamento. 

Felipe Folgosi: O “Omega” será o quinto livro que produzo através do Catarse, que é um dos sites de financiamento coletivo. Essa ferramenta tem sido essencial em possibilitar que artistas consigam produzir cultura sem depender de verba pública ou de patrocínio. Além disso, ela promove uma maior aproximação entre o artista e, no meu caso, o leitor, porque ele se torna um colaborador na produção. Existem diversas categorias de recompensas, que são exclusivas para quem colabora durante a campanha, como o nome na lista de colaboradores impresso no livro, adesivo, poster, camiseta, convite para a festa de lançamento, uma arte feita sobre a foto do colaborador chamada "Efeito Omega" e a mais especial de todas, poder virar um dos personagens da história. Tudo isso, que só é disponível durante a campanha, motiva e engaja o leitor a participar, não só pelas recompensas exclusivas, mas também por saber que sua colaboração é responsável na produção de uma obra cultural.

Terça Livre: Você lançou nesta semana a campanha de financiamento para sua nova HQ, “Omega”, que completa uma trilogia iniciada com “Aurora” e seguida por “Chaos”. Fale um pouco para nossos leitores sobre essa saga e o que eles podem esperar de “Omega”. 

Felipe Folgosi: Muita ação, suspense, romance, comédia, novos personagens, batalhas épicas e o fechamento da saga que com certeza irá surpreender os leitores. Serão 190 páginas, a maior que já escrevi, para não deixar nada pendente e fechar com chave de ouro.

Terça Livre: Em nossa última entrevista, cheguei a comentar sobre você ter um conhecimento profundo e preciso sobre os planos e o andamento da Nova Ordem Mundial (que já estamos vivendo neste exato momento), e que você consegue transmitir esses conhecimentos de maneira muito precisa em sua saga. Comente como é transformar todo esse conhecimento da realidade, que sabemos que envolve uma grande carga de estudos, em arte, em literatura, e sem ser de uma maneira dogmática, proselitista, ou, como mencionou recentemente o professor Rodrigo Gurgel, rompendo com uma literatura puramente ideológica? 

Felipe Folgosi: Um dos meus objetivos com esses livros, além de entreter e emocionar, é exatamente trazer esses conhecimentos de forma atrativa e palatável para quem nunca ouviu falar no assunto, ou não se aprofundou no tema. Procuro atrair o leitor para dentro da história, com personagens cativantes que passam por conflitos com os quais ele possa se identificar, e nesse processo experimentar vicariamente como lutar e sobreviver a essa agenda que cada vez mais torna-se real.

Terça Livre: Algumas das questões que giram em torno de sua saga são o transhumanismo, a cibernética e a tecnocracia em direção à implementação de um governo global. O que te motivou a abordar esses temas? 

Felipe Folgosi: Há mais de duas décadas estudo esses temas, e, ao longo dos anos, fui percebendo como eles estavam sendo implementados gradativamente na sociedade, sem que a maioria das pessoas percebessem. Talvez esses termos possam parecer distantes e complexos para grande parte da população, então minha estratégia foi exatamente usar a arte, a princípio escrevendo como roteiros de cinema que acabei adaptando para quadrinhos, para destrinchar os conceitos a fim de que eles fossem absorvidos através dos conflitos e ações dos personagens, e assim poder compartilhar com as pessoas essas informações de forma acessível e instigante.  

Terça Livre: Ganham destaque nessa edição o ilustrador Chris Ciuffi e o colorista Vinicius Townsend, com quem você já trabalhou na HQ “Knock Me Out”. Comente um pouco sobre a importância desse trabalho integrado na produção de uma boa HQ, e como isso influencia na finalização de “Omega”. 

Felipe Folgosi: Fazer um bom time de artistas é essencial em qualquer produção artística, e no Chris e no Vinicius encontrei artistas que além de tecnicamente primorosos, entendiam e compartilhavam muitos dos valores que inseri na obra. Essa confluência de talentos e princípios está transparecendo em cada página, o que  me deixa extremamente satisfeito com o resultado.

Terça Livre: Você tem planos de novas obras que sigam a linha dessa saga, no sentido de denunciar a realidade geopolítica mundial e seus problemas?  

Felipe Folgosi: A saga que foi iniciada com o Aurora, continuou com o Chaos, termina no Omega. Mas tenho outras ideias guardadas há algum tempo que penso em desenvolver em breve, que abordam esses assuntos, mas dessa vez se passando no Brasil. Aguardem!

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BRASIL

O que mais falta acontecer?
(por Alberto Alves)

A cada dia que passa a maioria esmagadora do nosso povo segue assistindo passivamente às nossas liberdades sendo esmagadas impiedosamente por quem alega fazê-lo “para o nosso bem”. Infelizmente, muito pouco tem sido feito para impedir isso. No entanto, como bem disse o filósofo Olavo de Carvalho: “Não existe boa intenção sem amor à verdade. A ilusão de boas intenções é uma das formas mais pérfidas de maldade. É a ternura do diabo.” O que mais falta acontecer para o povo saber que está sendo enganado?

A maioria de nós segue passiva e alheia a tudo como se essa realidade cruel fosse inevitável. Talvez inebriada pelo medo do desconhecido, fomentada pela mídia terrorista, a sociedade brasileira parece seguir acreditando nos discursos “solidários” de líderes oportunistas desonestos e especialistas mal-intencionados que têm se apresentado nos últimos tempos, que enxergam na benevolência do brasileiro comum a licença para escravizá-lo, sem qualquer apreço à sua dignidade.

Ou talvez por não saber decidir quem está certo na guerra de propaganda política, dada a abundância de desinformação, o que lhe confere o “direito” de permanecer neutra e não querer tomar partido. Acontece que essa neutralidade só tem dado mais espaço para os discursos de oposição ao presidente, que tem sido o único grande líder político realmente preocupado com seu povo.

Vamos recordar o discurso da imprensa e de especialistas há mais ou menos um ano em oposição clara ao que dizia Bolsonaro.

Bastou o Governo Federal decretar emergência sanitária em fevereiro do 2020, medida padrão em qualquer situação de pandemia, que logo a imprensa se manifestou contra essas medidas, tentando diminuir a gravidade do problema. Quem não lembra do “resfriadinho de nada” de Drauzio Varella, traduzido ironicamente como “gripezinha” por Bolsonaro, mas que foi amplamente utilizado contra ele como se ele tivesse sido o primeiro a tentar diminuir o problema? Quem não lembra que tivemos Carnaval e que foi fomentado por todos os ditos “especialistas”, líderes de governos e a imprensa, ignorando completamente o perigo do contágio do vírus chinês apenas para servir de contraponto ao que o presidente falava e agia em suas medidas sanitárias?

No entanto, bastou o povo marcar os protestos do dia 15 de março em favor de Bolsonaro para a imprensa e a oposição mudarem o disco em peso, em favor do “fique em casa”. Essa prática de contraponto ao que o presidente dizia já vinha bem antes disso, já nas medidas de combate à dengue. Curiosamente, este ano já estamos saindo do verão e não se fala em epidemia nessa doença há pelo menos dois anos. Os registros simplesmente sumiram dos dados oficiais. Ou eles foram transferidos para os casos de Covid-19, ou nunca existiram realmente como epidemia.

E o que dizer do já bem conhecido problema com a hidroxicloroquina? Bastou Bolsonaro e Trump defenderem seu uso para as imprensas nacional e internacional utilizarem essa droga conhecida há mais de setenta anos como vilã contra a saúde humana. Depois vêm a Ivermectina e o tratamento precoce, que agora virou tratamento imediato, mas que segue ignorado pelos hospitais, governadores e pela imprensa, que insiste em não admitir sua eficácia alegando falta de comprovação científica.

No entanto, basta dar uma olhada no site c19hcq.com,  utilizado por médicos do mundo todo como banco de dados de orientação especializada atestando que já são mais de 280 artigos científicos atestando a eficácia da hidroxicloroquina, por exemplo, com mais de 208 artigos revisados por pares e 232 estudos comparando grupos de tratamento e controle. 

Ao invés disso, a imprensa e toda a esquerda defendem o método do “só venha quando tiver falta de ar”, orientado pelo então ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta, para não sobrecarregar os hospitais.

Estes ativistas que se dizem defensores da ciência e da vida são os mesmos que censuram qualquer cientista, líder político ou pessoa comum que defenda o tratamento precoce. Agora querem levantar uma CPI para investigar o Governo Federal por omissão no combate ao vírus chinês.

Se já não bastasse tamanho disparate, estes são os mesmos que proíbem o trabalho dos pequenos empresários e vendedores, colocando-os na cadeia por tentarem levar o pão para casa pelo suor de seu trabalho. São os mesmos que ignoram a fome dos desempregados, a saúde mental das pessoas com exaustivas propagandas de terror na TV a fim de convencê-las de um perigo que só existe na gravidade de seus discursos.

É claro que a doença existe e que ela tem o potencial de matar, mas não é claro que tais perigos justifiquem a condenação de milhões de pessoas a passarem fome por não ter como se sustentar e a morte de outros por causa de tais efeitos.

O que têm a dizer aqueles que defendem o “fique em casa” em benefício da vida quando se deparam com a notícias das mortes de outros tantos provocadas por suicídios e falta de atendimento médico apropriado justamente por causa dessas medidas restritivas?  São estas mortes menos dignas de valor do que as primeiras? A fome, a miséria e os óbitos provocadas pelas restrições são menos valiosas e dignas de pena pelos ativistas esquerdistas do que aquelas provocadas pelo vírus?

Tais contradições discursivas revelam inequivocamente aqueles que são cheios de “boas intenções”, mas que são completamente alheios à verdade que nos cerca. Como se os sofrimentos provocados pela pandemia fossem inevitáveis.

A doença já tem tratamento e felizmente ele funciona. Não há mais nenhum motivo para privar o povo das suas liberdades, tampouco de evitar a normalidade.

Admitir isso não é ser insensível àqueles que têm o risco de padecer com essa doença potencialmente grave. Apenas revela a assimilação da realidade de que tais eventos fazem parte da vida como ela é. Só no Brasil, morrem todos os anos mais de um milhão de pessoas vítimas da tuberculose e o mundo nunca parou por causa disso. É insensibilidade? Claro que não! Se reconhecer essa realidade significa ser insensível com a vida alheia, o que dizer daqueles que, por causa das medidas radicais do “fique em casa”, sofrem de depressão, fome e morrem por causa direta disso?

Se já não bastasse tamanha contradição, nem mais a nossa fé poderá ser manifestada, segundo o entendimento do STF. O cristianismo é reconhecido pelas transformações sociais que ele promove. É impossível praticar a liturgia de nossa fé sem a relação direta com o próximo.

Nos momentos mais difíceis da humanidade foi quando o cristianismo prevaleceu. Basta lembrar que os maiores santos do catolicismo surgiram durante a pandemia da peste negra no Século XIV. A pandemia que matou cerca de 200 milhões de pessoas no mundo onde existiam cerca de 475 milhões de habitantes. Após a Segunda Guerra Mundial foi quando os direitos humanos – não aquele sequestrado pela esquerda – foram assegurados como um direito fundamental como premissa cristã.

Hoje em dia, a maioria das pessoas simplesmente aceita ter suas liberdades de culto cerceadas por uma minoria incrédula, cuja alegação é motivada por um problema que o cristianismo é mais eficiente em resolver. A própria ciência, que tantos destes incrédulos alegam defender, nasceu como consequência direta de uma visão cristã.

É na adversidade que somos mais fortes e a História já provou isso de forma contundente e inequívoca. Infelizmente, a maioria de nós parece não acreditar mais nisso.

O que mais falta acontecer para o nosso povo acordar e perceber que está sendo enganado por essa esquerda nefasta que não pensa duas vezes em sacrificar a vida de inocentes em nome de seus discursos hipócritas?

É o que bem disse o filósofo Olavo de Carvalho: “quanto mais nos ‘libertamos’ de um passado que daria sentido de historicidade à nossa inteligência, mais nos tornamos escravos de uma atualidade invasiva que a desorienta e debilita”. Dar ouvidos ao que a esquerda diz é carimbar seu passaporte rumo ao estado de escravidão.

O grande filósofo brasileiro já nos adverte: “a maior falha dos direitistas médios é sua incapacidade, ou recusa irracional, de reconhecer a dose de maldade que existe num coração de comunista”.

Ao que segue, portanto, que as “nossas ações não devem ser determinadas nem pela esperança de vencer, nem pelo medo de perder, mas pelo senso de responsabilidade de lutar sempre da melhor maneira possível”. E a melhor maneira possível agora é ir às ruas em defesa da nossa liberdade!

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COMPORTAMENTO

Fontes indicam... Uma reflexão
(por Alexandre Costa)

O que acontece quando uma pessoa revela um fato escandaloso, que não possui a verossimilhança necessária para a aceitação imediata? 

Pense um pouco.

Para pessoas normais, que possuem um senso crítico apurado, que procura estabelecer critérios mínimos para acreditar em uma informação, a continuidade da conversa requer alguma substância, algum indício de que aquilo faz sentido, não apenas dentro da construção linguística, mas no confronto com a realidade.

Normalmente a primeira, ou pelo menos uma das primeiras questões que serão levantadas diz respeito à origem da informação: “quem disse isso?” ou “de onde você tirou esses dados?”.

Se a resposta for vaga, insuficiente ou ainda mais inverossímil que a primeira informação, costuma-se descartar o conjunto de dados apresentado. Seja de forma declarada ou dissimulada, a descrença se impõe. 

É claro que existem exceções, e elas sempre estão relacionadas à credibilidade do mensageiro. Caso não existam indícios que confirmem a versão apresentada, resta a confiança naquele que traz a informação. Nesse momento são pesadas as experiências anteriores e um potencial conflito de interesses entre o emissário e os dados apresentados. Pessoas normais agem – ou deveriam agir – desta forma no seu cotidiano. E isso não é uma recomendação arbitrária, isso se chama sensatez. 

Quando uma vizinha fofoqueira conta um caso que pode provocar alguma intriga ou busca difamar alguém que você conhece, sem oferecer indícios que confirmem a sua fala, como você costuma reagir? 

1. Acredita e, desta forma, fortalece a narrativa e colabora com uma possível difamação? 
2. Reage fazendo perguntas incômodas para a difamadora? 
3. Ignora, finge que acredita e procura mudar o rumo da conversa? 

A experiência tem mostrado que normalmente acertamos mais quando adotamos uma das duas últimas alternativas da enquete acima.

Quantas vezes você passou por uma situação parecida? Acredito que muitas pessoas enfrentaram pelo menos um caso como esse durante a vida. Talvez mais. E acredito também que as reações, na maioria das vezes, foram contrárias à continuidade da difamação, ou seja, obedeceram a um reflexo de verificação de verossimilhança e credibilidade que deve fazer parte do comportamento instintivo.   

A reflexão que proponho diz respeito à dissonância entre o hábito natural e cotidiano de modular o ceticismo de acordo com a probabilidade da veracidade e a confiança na fonte, de um lado, e de outro a aceitação imediata e sem critérios que as pessoas apresentam diante da grande imprensa.

Por que confiar na mídia quando ela traz informações inverossímeis se o seu histórico de confiabilidade corrobora no sentido exatamente contrário? 

Diariamente temos visto “notícias” plantadas com informações de visível fragilidade factual. Quase sempre ancoradas em artifícios manjados, que buscam garantir a credibilidade usando supostas declarações de fontes que não podem ser nomeadas, exatamente como a vizinha fofoqueira que alega não poder revelar “a pessoa que me contou” no mesmo instante que garante “mas ela está falando a verdade”.

Manchetes com frases como “fontes do Planalto”, “deputados da base aliada confidenciaram”, “corredores de Brasília”, “assessor do fulano que não quis se identificar” já se tornaram tão comuns e repetitivas que apenas podem convencer idiotas desinformados ou intelectualmente debilitados por uma ingenuidade doentia.

Este tipo de chavão, que antes só era frequente nas revistas de fofoca, agora dominam o jornalismo mainstream e estampam as capas do jornal, os telejornais e os portais da grande imprensa todos os dias. Sem falar dos evidentes conflitos de interesse e dos conteúdos que desmentem os títulos.  

Fico espantado que ainda existam pessoas que baseiam suas análises da realidade com base nessa montanha de clichês midiáticos, e antes que alguém compreenda de forma equivocada o meu ponto, deixo claro que sou completamente favorável ao sigilo da fonte, desde que não incorra no crime de calúnia, que é a falsa imputação de crime. O problema é outro. É confiar por antecipação em quem já provou ser inconfiável.

Para piorar, esse método de manipulação das notícias vai além da editoria política e alcançou aquilo que os ignorantes pensam ser “ciência”, essa deusa infalível e inquestionável que não possui interesses diferentes daqueles declarados oficialmente. 

Travestidos de “científicos”, inúmeros interesses (materiais ou ideológicos) estão sendo inseridos na discussão pública sem a devida contestação. Como fazem parte de uma agenda, com objetivos imediatos ou perenes, e não possuem sustentação factual, são implantados nas notícias usando o mesmo tipo de artifícios enganadores: “estudos indicam”, “especialistas afirmam”, “pesquisas revelam”. 

Esta semana, para ficar em apenas um exemplo – entre dezenas ou centenas – um “estudo”, feito por “especialistas” e baseado em uma “pesquisa”, revelou que as palmadas e o abuso sexual têm o mesmo efeito psicológico nas crianças. Se você acreditou nessa informação porque confia nas credenciais da fonte, está bem perto de acreditar na primeira fofoqueira que disser que viu uma baleia voando.

 Alexandre Costa

Autor de “Introdução à Nova Ordem Mundial”, “Bem-vindo ao Hospício”, “O Brasil e a Nova Ordem Mundial”, “Fazendo Livros”, “O Novato”; e organizador do livro coletivo “As várias faces da Nova Ordem Mundial”, lançado em fevereiro de 2021.



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GERAL

Os Templos Intocáveis
(por Robson Oliveira)

O ataque do STF aos templos religiosos e ao direito ao culto trouxe à luz os “templos” relevantes para os senhores deste mundo.

O bem mais importante para uma pessoa é aquele contra o qual não admite qualquer restrição ou limite. E tanto mais importante é o bem para este indivíduo quanto menos possibilidade de cerceamento ou perda imagina. É o que Evangelho de Mateus fala: onde está seu tesouro (seu bem mais importante), lá também estará seu coração. Tornou-se patente o valor que os ministros supremos do Brasil pensam de algumas religiões, mas também o que uma parte da população (ainda que minoritária) pensa sobre a fé cristã. 

Com efeito, ao permitir que executivos regionais interfiram nos cultos religiosos, o Supremo Tribunal Federal não apenas caracteriza o menosprezo que possui contra a fé cristã e contra aqueles credos que exigem culto público, como indica que tipo de religiosidade lhe agrada. Sim, pois ao permitir a possibilidade de se fecharem alguns templos, mas sem sequer questionar limitações a outros, os ministros – e os cidadãos concordes a este absurdo inconstitucional – indicam que deuses comandam seus corações. Pois é pura tolice imaginar que haja homem na face da terra que não se mova por algum sentido religioso, ainda que às ocultas e em segredo.

Afinal, imaginar que o homem contemporâneo não pretenda qualquer relação com o sagrado é um erro crasso. Antes, é demasiado evidente que muitas divindades disputam a alma humana, mesmo nestes dias confusos, e cabe ao homem atento entender os movimentos destas pequenas divindades e como pretendem assenhorar-se de suas vítimas. Como um dia disse Santo Agostinho, o coração humano anseia errático, inquieto, desassossegado em busca do bem capaz de plenificá-lo. E caso não encontre a verdadeira bondade, felicidade e beleza, preencherá esta lacuna com qualquer simulacro que apresente nem que seja a mínima esperança de realização dessas aspirações. Aos negacionistas, aos que negam o caráter idólatra destes tempos, vou demonstrar-lhes como os anticristãos são religiosos a seu modo e como sequer imaginam ter suas religiões cerceadas minimamente, como fazem contra o credo cristão. 

Perceba um aspecto do fenômeno religioso: para que haja religião, ainda que falsa ou imprecisa, é preciso possuir algumas liturgias, práticas comuns a todo fenômeno religioso, práticas exteriores. Portanto, a idolatria destes tempos necessita de um rito capaz de identificar a atividade religiosa em si mesma. E um item necessário para a fé do ateu do século XXI é o templo ou o lugar onde sua prática “religiosa” se apresente externamente. Ora, não há “um” templo nesta religião contemporânea. Há muitos templos, todos solicitando a atenção humana e tentando rivalizar com o Templo verdadeiro. 

Há o Templo do Hedonismo, que pretende concentrar as atenções do “iluminista” contemporâneo, o que diz não crer em Deus, mas submete tudo a seus prazeres e confortos. Este templo é caracterizado pelos shoppings e bordéis, mercados e restaurantes, lugares que sofreram muito menos ou até nenhuma limitação dos senhores deste mundo, que pretendem impor barreiras e até o fechamento de templos religiosos, mas não imaginam impor fechamentos absolutos a este oásis onde os senhores deste mundo vão encontrar o lábio carnudo, o tálamo ardente e o whisky gelandinho, enquanto impede o trabalhador de rezar buscando a esperança que lhe foi roubada justamente pelos senhores deste mundo.

Há o Templo da Saúde, que promete vida eterna, bonita e saudável nas academias de ginástica. Para o ateu contemporâneo, fechar lugares de culto é razoável, mas fechar academias e locais de ginástica – mesmo em ambiente fechado e populoso – é bobagem. O corpo se apresenta como única realidade realmente importante, relegando a alma ou as virtudes humanas mais básicas ao desprezo e desimportância. Por isso, é preciso resguardar ao máximo estes lugares.

Também há o Templo da Ganância, que dá ao ateu contemporâneo a segurança no futuro que virá. Este templo se caracteriza pelas instituições financeiras. Não é verdade que permitir o fechamento absoluto dos templos religiosos, mesmo que teoricamente,  mas sequer imaginar a mesma prática para as instituições de finanças denota a importância emprestadas as últimas e o menosprezo impingido aos primeiros?

Gozar eternamente. Viver eternamente. Ter absolutamente. Três promessas repisadas nos templos que guardam a esperança de um futuro feliz para os homens deste tempo tão desorientado e metafisicamente anêmico. Para dar maior razoabilidade aos ídolos contemporâneos, o Deus verdadeiro precisa ser esquecido. Ou ao menos calado. Pois diante da inexorabilidade da morte, os falsos deuses revelam sua cara seca e carcomida, demonstrando a incapacidade de satisfazer o coração humano. 

O ataque aos templos religiosos e ao direito ao culto, realizado pelo STF, trouxe à luz os “templos” relevantes para os senhores deste mundo. E mais que afirmar certa neutralidade quanto ao tema, desvela – pelo seu silêncio – o que realmente importa para os ministros supremos: prazer, carne, dinheiro. Deuses, com certeza, mas como diria o Hulk: deuses fracos.



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REVISTA "A VERDADE" - Ed. 32, de 12/04/2021
(Uma publicação digital semanal do Jornal da Cidade Online)

INTERNACIONAL

O ‘milagre do Texas’ e o silêncio da imprensa funerária no Brasil
(da Redação)

Genocida, negacionista, não pensa nas vidas. Estas foram algumas das acusações que o governador do Texas, Greg Abbott, teve que escutar em quase todo noticiário do seu país, um mês atrás, quando decidiu abrir o estado todo, e pior, abolir a obrigatoriedade de máscaras, deixando essa exigência a cargo de cada empresa privada ou instituição. Um mês depois, os jornalistas e comentaristas, incluindo o indefectível Dr. Fauci, não conseguem explicar porque o estado da estrela solitária não está explodindo de casos. Nas últimas duas semanas, houve queda de 10% no número de novos casos e de 38% no índice de mortes pela doença. E as hospitalizações tiveram redução de 17% nesse período.

Greg Abbott, governador do Texas
Falando do Dr. Fauci (ele é uma espécie de Mandetta dos americanos), o “respeitável” imunologista, em entrevista ao programa Morning Joe, da TV MSNBC, tentou minimizar a redução de casos e disse para não “cantar vitória” tão cedo. Mas ele não soube explicar o motivo do que acontece no estado dos cowboys.

Esse é mais um exemplo de como esta pandemia é política também, e como nossas vidas e a de nossas famílias estão sendo usadas como peões em um tabuleiro. O Brasil, por enquanto, continua tendo governadores e prefeitos fechando a economia, sem se preocuparem com a fome, a pobreza e a falta de liberdade. Quem dera tivéssemos mais Texas no mundo.
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HUMOR

(12/04/2021)


"O #Antamamista disse que paga para ver o presidente na cadeia. Pelo jeito estão se achando os magnatas, com 8
Ear of maize
que recebem do chefinho da Calça a Vácuo.
#CPIcomGovernadoresePrefeitos" (@SalConservador)
(12/04/2021)

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LEITURA RECOMENDADA

Hoje eu recomendo uma leitura edificante: "12 Regras para a Vida", do grande psicólogo canadense Jordan B. Peterson, do qual sou grande admirador. Suas lições neste livro para vencer o caos em sua vida são de extrema valia, e seus exemplos são fáceis de entender. Um livro inesquecível e muito verdadeiro. Este ano sai a sua sequência, "Além da Ordem - Mais 12 Regras para a Vida", e este primeiro livro será uma ótima preparação para quem estiver interessado.

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