Edição LXIX (Terça Livre, Revista Esmeril 38, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LXIX

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE


REVISTA ESMERIL 38

Sette-Câmara ou Sete-Pele? (Bruno Fontana)

Deus (Leônidas Pellegrini)





Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
    



28 de Novembro de 2022
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👆 MEMÓRIA: REVISTA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 38 da Revista Terça Livre, de 31 de Março de 2020.


O novo site do Terça Livre está de volta, e com ele, todos os cursos e todas as edições da Revista Terça Livre desde o seu início. acessem:
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COMPORTAMENTO


👆 Tempo de estar nas cordas e tempo de atacar
(por Ricardo da Costa)

A luta parecia perdida. Muhammad Ali (1942-2016) era impiedosamente agredido. Os socos eram desferidos em todas as partes de seu corpo. George Foreman (1949-), ademais, era bem mais jovem (25)! Ali tinha 32. Ficou a maior parte do tempo nas cordas, apenas se defendendo. A cada soar do gongo, eu pensava: “No próximo round, ele vai cair”. Mas não caía. E continuava apanhando. Era uma surra transmitida para todo o mundo! Soco após soco, custava a crer que alguém pudesse resistir àquele massacre.


No último round, repito, no último, e faltando segundos para a luta ser encerrada, a surpresa. Já esgotado de tanto bater, com os braços pesados, Foreman cedeu. Foi quando Ali finalmente atacou. E de modo incisivo. Em uma sequência impressionante de golpes, Ali acertou um bem no queixo do jovem adversário. Lona. Muhammad Ali era novamente campeão do mundo, dez anos após ter perdido o título.

Assisti a esse épico ao vivo, pela televisão. Tinha 11 anos. Nunca esqueci a moral dessa história: atacar sempre esgota. Fragiliza. E perde-se a guerra, ainda que batalhas sejam vencidas. Mas batalhas são momentâneas; uma guerra, para a eternidade. Depois, já estudante de História, aprendi que o Império Romano se tornara um império graças à tática de seu exército: a defesa. Sempre na defensiva, à espera dos inimigos. Júlio César (100-44 a. C.) conquistou a Gália (França) assim. Dez anos de guerras defensivas.

Na política, jogar pôquer costuma ser suicídio. Especialmente com cartadas altas all the time. Xadrez é o jogo! Nele, o enxadrista vence com vários movimentos de antecedência, pois calcula os passos futuros conforme o desenrolar da ação. E tudo em silêncio: o jogo é o silêncio do pensamento. Por isso, o político deve ter sangue-frio e saber a hora certa de investir, o tempo preciso de atacar. E o tempo de se defender. Tempo de Ali e tempo de Foreman.

Sempre encontro uma passagem bíblica que alude a um pensamento que me ocorre para uma determinada situação da vida. Ei-lo: “Tudo tem o seu tempo, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há o tempo de nascer e o tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar; tempo de espalhar e tempo de juntar; tempo de abraçar e tempo de se afastar; tempo de
buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de expulsar; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de calar e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar. Tempo de guerra e tempo de paz.” (Ecl 3, 1-8).

O político precisa aprender os tempos. Precisa saber ficar nas cordas e apanhar. Defender-se bem para assentar suas bases, como o exército imperial romano. Não pode se deixar levar pelo fígado. Caso seja um rompante calculado, deve saber o tempo de seu rompante – e o público para o qual se destina seu destempero. Pois certamente há um tempo de gritar e um tempo de calar. E o que o político nunca pode fazer é dar vazão à emoção fora do tempo, fora da melhor circunstância. Após aprender a ficar nas cordas, deve responder com o silêncio que o escudo de Minerva proporciona ao guerreiro: pensar enquanto apanha. Melhor: pensar em apanhar antes de apanhar. E apanhar, apanhar, e aguardar e saber o momento certo de atacar. Isso porque é humanamente impossível atacar o tempo todo. Essa é uma estratégia de tolos. E derrota na certa. Pois o ataque desgasta muito mais que a defesa. No ataque, as possibilidades de erro são muito maiores que as da defesa. Apanhar é mais fácil que bater.

Aprendi isso no ginásio. Adolescente, participei de uma competição preparada por meu professor de História. Dois alunos ficariam frente a frente na sala de aula, diante da turma, e fariam perguntas, alternadamente, um para o outro. O primeiro que não conseguisse responder à pergunta feita por seu adversário, perderia o jogo.

Infelizmente, não me preparei bem. O que fiz? Fazia uma pergunta atrás da outra para o colega diante de mim, sem deixá-lo ter tempo de me perguntar, só de me responder (o que fazia muito bem). O professor e a turma logo perceberam minha estratégia de sempre atacar, nunca me defender. Eu sabia que, à primeira pergunta feita, perderia. Não saberia responder porque não estudara suficientemente. Dito e feito. Fiz três ou quatro perguntas de supetão, o estudioso rapaz respondeu tudo e, quando fez a sua única pergunta, eu não sabia a resposta. Perdi o jogo. Moral da história: o planejamento de uma guerra é sempre, antes de tudo, saber como se defender. Como abastecer seu exército, como deixá-lo no melhor terreno e como prepará-lo para suportar os ataques.

Bem, até aqui referi-me aos atores. Pois são eles que conduzem o espetáculo da vida. E, graças a eles, a plateia reage. Agora, quanto aos espectadores, muitos adeptos que vão ao teatro para acompanhar a peça, a realpolitikficam atônitos com um enredo confuso, sem o tempo certo, sem a entonação precisa das palavras. Pois o teatro da política, além de exigir frieza, requer um ritmo para o discurso. Não se dança twist ao som de um merengue.

Além disso, as ideias não podem ser expressas com sangue nos olhos – aliás, ler textos com fel é quase garantia da queda. E quanto maior a audiência, mais pesadas são as consequências de palavras mal postas, de semblantes pesados – não dizem que Richard Nixon (1913-1994) perdeu uma eleição presidencial para John Kennedy (1917-1963) pelo fato de a televisão ter captado uma gota de suor a escorrer em sua testa ao responder a uma pergunta de seu adversário? Ganha-se nos detalhes. E perde-se também.

Para sopesar tudo isso no momento de agir após apanhar, é fundamental uma assessoria atuante, incisiva, mas sobretudo livre, isto é, que não tenha receio de expor suas ideias, que não tema perder seu cargo na corte ao discordar do rei. Sem um grupo com esse perfil corajoso, a probabilidade da criação de um séquito de bajuladores não é pequena. E bajuladores não aconselham bem. Um político não pode se cercar de assessores que sempre concordem entre si. Pelo contrário, deve ter em seu time pessoas com opiniões divergentes, com percepções variadas, com sugestões múltiplas, para exercitar seu raciocínio e ter um leque de opções para decidir o que fazer – e como. O “como”! O “como” é o “x” da questão. Pois podemos dizer a mesma coisa, agir do mesmo modo, de várias formas.

“Eu te amo” dito apressadamente e com ira nos olhos é bastante diferente de “eu te amo” dito lentamente e com um olhar lânguido. Do mesmo modo, você pode gritar algo e dizer o mesmo em voz baixa. O que surtirá maior efeito? Cães que ladram não mordem, diz o provérbio popular. Ameace com um tom baixo de voz: o efeito será muito maior do que se fizer o mesmo aos gritos. A forma é essencial ao discurso. Aliás, a forma é tudo. Saber dizer vale mais do que dizer com conteúdo. Para as multidões, o efeito é mais impactante do que o que se diz.

Toco aqui em um ponto essencial: como dizer o que se quer dizer para as massas. E quando as circunstâncias são dramáticas – por exemplo, uma peste, uma pandemia, uma tragédia – a forma do que se diz é ainda mais importante. E não se trata de mentir, por favor! O que se quer aqui é propor que se diga a verdade, como ensinava a Retórica clássica, sempre a verdade, nada mais do que a verdade, mas de uma forma adequada, para que ela seja apreendida tanto por um simplório quanto por um scholar. Não adianta dizê-la de modo atabalhoado, ou agressivo, ou apressado, mas com uma face serena, um tom preciso, uma intensidade medida. Mesmo sob ataque dos adversários. Mesmo nas cordas.

Caso não aprenda – e rapidamente – a lidar com suas emoções, com seu fígado, e a responder seus críticos com moderação, nunca no mesmo tom, jamais em uma intensidade superior à que foi atacado, o político sempre estará fadado ao fracasso. O povo sempre prefere o agredido ao agressor. É melhor sofrer uma injustiça do que
cometê-la, ensinou Sócrates; é melhor oferecer a outra face do que esbofeteá-la, ensinou Cristo. Diga a verdade, político, mas na forma exata, na intensidade certa, da melhor e mais vívida maneira.


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Allan dos Santos via Locals - 23 de Novembro






PODER CONSTITUINTE




















👆 ERRANDO MAIS UMA VEZ
(por Allan dos Santos)

Quando o povo foi às ruas no fim do ano de 2014 e assim permaneceu até 2016, ninguém estava pedindo o impeachment de Dilma Rousseff. O pedido surgiu dentro dos gabinetes dos políticos que com facilidade usou o MBL para “orientar” a massa para encontrar uma “via institucional” que fosse “viável”.


De uma insatisfação popular legítima, o país foi levado à uma ação tática politiqueira que conduzia o povo para uma estratégia totalmente alheia ao que se ouvia nas ruas. Sem representatividade, o povo foi aos poucos engolindo as próprias reivindicações para aceitar o que vinha “de cima”, do alto do poder constituído, era o patrão ouvindo o funcionário.

Após o teatral impeachment, o povo continuou a reivindicar as mesmas coisas, elege Bolsonaro e nada mudava o desejo do povo: ver os criminosos atrás das grades. Durante quatro anos, a população estava se “segurando” para que nada atrapalhasse o mantenimento do único representante que queriam no poder executivo. Toleraram tudo para Bolsonaro fosse reeleito. Isso não ocorreu e quem deveria estar na cadeia, teve não apenas a “absolvição” garantida pela Globo e pelo TSE/STF. A coisa piorou e o LADRÃO foi “eleito” pelos mesmos que o consideram “inocente”, ou seja, Globo e STE/STF.

Lá vai o povo às ruas novamente. Dessa vez o pedido podia ser visto na lente dos drones, nas faixas em português e em inglês: SOS FFAA. E o que significa SOS FFAA? Um claro pedido para que Lula, Moraes e demais criminosos fosse presos imediatamente. Não precisa ter décadas de estudo para entender isso. O pedido está claro.

O que fazem os políticos? Pedem uma CPI. O pedido de SOS não estava em grego, tampouco em mandarim. Por que os deputados e senadores não levaram às tribunas o pedido do POVO, o poder CONSTITUINTE? Por que não levam ao Congresso o pedido de uma INTERVENÇÃO MILITAR, prevista no artigo 142 etc?

Pelo simples motivo de ter esses políticos na cabeça o enquadramento feito pelos comunistas: eles já se autosabotam aceitando passivamente que um pedido constitucional feito pelo PODER CONSTITUINTE seria “antidemocrático”.

Sinto muito ser estraga prazer, mas qualquer teatro em CPI não levará Moraes e Lula para a cadeia. Depois não reclamem quando a população de todo o país imitar o pessoal do agronegócio que entrou na Assembléia Legislativa para se impor, senhores políticos. Afinal, o povo fala e vocês inventam uma interpretação que só beneficia os seus cargos.




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REVISTA ESMERIL - Ed. 38, de 17/11/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


BATE-BOCA

👆 Sette-Câmara ou Sete-Pele?
(por Bruno Fontana)

Coitada da “Nova Direita” – seja lá o que isso signifique! Mal nasceu e já começa a ser apedrejada pela própria Direita. Sei que o propósito da Esmeril do mês é fazer uma defesa do conservadorismo contra as críticas absurdas da Esquerda. Mas sob o risco maior de que, feito a economia soviética, os direitistas se auto-destruam, optarei por estabelecer antes uma resistência ao socialismo interno do que ao externo, antes à Direita esquerdista, por assim dizer, do que à Esquerda propriamente dita. Não sendo minha intenção fazer com que o leitor fique zonzo diante de tamanha confusão espacial e termine o texto sem nem mais saber se é destro ou canhoto, vou desde já nomear o Tinhoso que será assunto de meu texto: seu nome é Pedro Sette-Câmara (ou – quem sabe?! – devêssemos apelida-lo Pedro Sete-Pele).

Escolhi falar de Pedro não só porque ele, a meu ver, é hoje o mais importante crítico da direita olavista e cultural, mas também por ser ele um dos principais responsáveis pela popularização da própria expressão “Nova Direita”. 

Se bem analisado, aliás, esse rótulo descreve muito mal o conteúdo. Desde a década de 90, Olavo alerta seus leitores e alunos para o fato de que a guerra cultural jamais deve ser reduzida a uma bandeira política: a sincera busca da verdade só pode encontrar expressão autêntica em consciências individuais, jamais em coletivos abstratos feito “a Direita” ou “a Esquerda”. Mas, apesar da má vontade na classificação de todo um movimento intelectual que se aproxima cada vez mais de mudar para sempre os rumos da cultura nacional, muitas das críticas de Sette-Câmara são justíssimas – inclusive porque carecem de extensão –, como, para citar apenas essas, as que compõem os textos A direita do inferno ao purgatório e  As consequências têm ideias

Os problemas começam a surgir quando Pedro se põe a tratar de questões que nitidamente fogem à alçada de um “apenas professor de literatura, especialista em René Girard”, como ele mesmo se descreve. Por exemplo, em “Ai, só leio clássicos”, outro textículo de Instagram, mostra-se nítida sua incompreensão do real e deplorável estado da educação brasileira. Contra a moda “direitista” atual de revalorizar os clássicos, ele começa por dizer que “não há coisa mais triste que só ler os clássicos”. O argumento é o seguinte: fechar-se à descoberta de novos autores, com o pretexto de ler apenas aquilo que já foi consagrado pelo tempo, é um ato de covardia, é querer encontrar segurança demais num mundo que, por sua própria natureza, não tem nada de seguro: o mundo das aventuras das ideias. 

De fato, o verdadeiro homem de estudos precisa ter, pelo menos, alguma dose de ousadia, de ambição, de criatividade. Mas reduzir a atual revalorização dos clássicos a uma “mistificação”, como ele o faz, é no mínimo, não compreender as deficiências concretas dos estudantes brasileiros. 

No Brasil, saímos da escola ignorando completamente quem foram homens como Virgílio, Dante e Goethe, ou mesmo Gilberto Freyre e Nelson Rodrigues. É comum que não se tenha noção nem das diferenças básicas entre gêneros literários: poesia, conto, novela, romance etc.

Diante de uma catástrofe educacional feito essa, como incentivar o estudante a deixar os clássicos de lado em nome de um programa de estudos caótico e sem direcionamento? O resultado inevitável seria – como, aliás, já é – uma total perda do senso das proporções, na qual Hamlet e Memórias Póstumas são substituídos por Harry Potter e A culpa é das estrelas

A função do apego inicial aos clássicos é justamente preparar o neófito para, no futuro, poder encontrar, sozinho, o seu próprio caminho. Triste não é ler só os clássicos, triste é não saber nem por onde começar. A índole conscientemente anti-formativa e anti-didática de um professor que só consegue ter algum público hoje em razão do monstruoso esforço formativo e didático, realizado por outro professor no passado (Olavo), chega a soar risível.   

No entanto, o pior das ideias de Sette-Câmara aparece no tratamento de questões de alto teor histórico e filosófico, como aquelas referentes ao problema da “ordem” e da “crise da cultura” no Ocidente. Em texto intitulado Não existe ‘crise da cultura’, Pedro afirma: 

“Se você é ocidental, se você dá valor à filosofia grega, à famosa tradição judaico-cristã, não entendo por que fala em crise da cultura. A cultura é uma crise. Sócrates foi condenado por corromper a cidade. […] O sumo sacerdote Caifás rasgou as vestes ao ouvir Cristo falar. Caifás é a ordem. Cristo é a crise. […] A ‘cultura ocidental’ é uma longa e imensa crise.”

Não se preocupe o leitor, tal argumento não passa de um sofisma barato. Como Sette-Câmara não acredita na existência de uma crise da cultura, talvez ele tenha optado por se dedicar à leitura de Michel Foucault (ele mesmo o confessa) em vez de estudar um pouco de lógica aristotélica e, assim, acabou não se dando conta de que suas próprias faculdades intelectuais é que só podem estar em crise com uma argumentação de tão baixo nível. Parece que as várias infecções de Covid realmente lhe afetaram os nervos.

Sócrates e Jesus representaram, de fato, uma ruptura crítica em relação ao establishment cultural da época. Mas a crise gerada por eles de nada valeria se não tivesse sido ocasionada em nome da instauração de um novo e superior padrão de ordem, uma nova cultura. 

Na verdade mesmo, não só aos olhos de Sócrates, mas também aos de Platão e Aristóteles, a sociedade helênica é que estava mergulhada em uma crise anômica, porque desprovida de valores transcendentais que lhe servissem de orientação. A filosofia nasce com o propósito de revitalizar a pólis grega a partir da substância de ordem presente na alma dos amantes da sabedoria, que educaram seu espírito de acordo com o paradigma das “leis divinas, não escritas”, a estrutura metafísica da realidade: o Logos divino que depois se fez carne e habitou entre nós.

O homem da Alegoria da Caverna não foge simplesmente depois de descobrir a luminosidade do mundo exterior. A fim de incorporar, na esfera da imanência, o que lhe fora revelado pela fonte da verdade transcendente, ele retorna às sombras da gruta e informa os antigos colegas da descoberta que fizera. Jesus, se não tivesse tido mais ou menos o mesmo propósito, jamais teria deixado, antes de ir embora, a Igreja enquanto seu corpo místico na Terra.

Nada garante, é claro, que os novos valores sejam absorvidos com sucesso na cultura universal. Mas se não houvesse qualquer esperança de que essa absorção de algum modo acontecesse, nem o calvário nem a cicuta teriam valido a pena. Ambos os eventos mudaram a história do mundo para sempre: a imitatio Socratis e a imitatio Christi se tornaram os paradigmas irrevogáveis da ordem da cultura ocidental.

Enfim, decerto em razão dos mesmos defeitos cognitivos já mencionados, ele conclui alhures que “a guerra cultural é para idiotas” e que Jordan Peterson, o “pajé canadense”, se alimenta – contrariamente aos ensinamentos de Cristo – do ódio às multidões que ele mesmo critica por serem odientas. Sette-Câmara soa muito espirituoso em tudo que diz. Só não é espirituoso o suficiente para dar-se conta de que seus escritos jamais teriam alguma significância se não possuíssem quase como única e exclusiva finalidade tirar sarro das multidões olavo-direitistas, por meio de uma guerra cultural. Pensando bem, talvez ele tenha tanta espirituosidade que, com isso, esteja chamando a si mesmo de idiota, e nós é que somos incapazes de reconhecer tamanha humildade intelectual em alguém. 

Retomando a sugestão feita no início do texto, os engraçadíssimos apelidos criados por Olavo contra seus desafetos jamais foram escolhidos a esmo. Tudo era muito bem calculado para descrever a essência patética da figura pública em questão: Leandro Espiritual, Márcia Tiburra, Kim Katacoquinho, Tico Senta-cus, Arruinaldo Azevedo etc. 

Não será possível manter-se fiel às doutrinas do mestre, sem reproduzir também sua filosofia do humor, seu, tipicamente brasileiro, sarcasmo intelectual. Está na hora, portanto, de criar novos apelidos para novos desafetos. A partir de hoje Pedro Sette-Câmara se muda em Pedro Sete-Pele. Como se vê claramente nos seus textos, o que haveria de mais típico no comportamento do Tinhoso, o príncipe da enganação, do que o propósito de “acusar os outros do que você faz, e chama-los do que você é”?

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Esmeril, conteúdo liberado de 27 de Novembro



CONTEÚDO LIBERADO | SANTO CONTO




👆 Deus
(por Leônidas Pellegrini - 27/11/2022)

Baseado no poema homônimo de Casimiro de Abreu

Vivendo no litoral, em hipótese alguma o garoto podia tomar sol, então sua mãe o levava à praia no horário da primeira claridade do dia, quando os minutos eram contados até que precisasse cobri-lo e escondê-lo dos raios solares, ou quando chovia, e o pequeno podia aproveitar à vontade o passeio. Ele adorava o contato dos pés descalços na areia, amava o mar, e não se importava com a chuva. Na verdade, tratava-a com reverência, como uma fada madrinha que lhe possibilitava desfrutar soberano de todo um mundo de água, sal e silício. Tudo o que desabava do céu – e quanto mais, melhor – era recebido com amizade, afeição, e fazia parte da diversão, da aventura.

Aquela manhã era uma dessas: céu cor de chumbo, chuva grossa e insistente, duradoura, sem hora para acabar. E a praia, seu parque particular, seu reino. A mãe ali perto, sempre atenta e solícita para participar das brincadeiras se ele a chamasse. Naquele dia ele brincou sozinho, desafiando as ondas que chegavam ali na areia, investindo contra elas como se fossem inimigos, depois jogava a espuma branca para o alto. Quando cansou, sentou e ficou observando o mar um longo tempo, fixando-se ora na espuma que vinha lamber a areia, ora na imensidão de água que se estendia para o horizonte, o céu carregado, os raios que tanto o encantavam, lá em alto-mar. A mãe sentou-se ao seu lado, afagou-lhe os cachos molhados. Então, ele perguntou:

– Mãe! Tem coisa maior que o mar?

– Tem sim, filho…

Sem dar tempo de ela continuar, o pequeno disparou:

– E mais poderoso que o vento?

– Te…

– E mais bonito que a chuva? Que os raios? Tem?

– Tem…

– O que é, mãe? O que é? Me mostra?

– Mas vocês já conhece…

– Já???

A mãe sorriu enquanto ainda acarinhava os cachinhos, os dedos deslizando por entre os anéis. O menino insistia, inquieto, ansioso. O que era maior que o mar? Mais forte e poderoso que o vento? Mais bonito que a chuva e os raios? O quê? Então, ela tomou o olhou bem nos olhos, e falou com simplicidade:

– É Deus.


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Padre Paulo Ricardo - 17 de Novembro


LITURGIA

👆Por que o culto católico requer a melhor arte?
(por Peter Kwasniewski)

O propósito da boa liturgia e da boa música é treinar os nossos sentidos, habituar-nos à beleza, conduzir-nos a uma forma mais elevada de vida. Infelizmente, fomos ensinados a nos contentar com muito menos do que nossa dignidade humana merece e é capaz.

Era necessário alterar nossa forma de adorar, adaptando-a ao “homem moderno”? Era necessário abrir mão de nossa gloriosa herança musical, substituindo-a por uma recém-criada música de conveniência, parecida com os estilos do mundo secular? Este, afinal, foi o argumento usado para abolir o latim, o canto gregoriano e a polifonia renascentista: todas essas coisas são produtos de outras épocas, de outros contextos culturais; portanto, são “antiquados” e não nos “dizem” nada no estágio em que nos encontramos.
   

Mas isso é evidentemente falso. Muitas pessoas não só podem corresponder a esse tipo de música e de arte, como já as amam, ou consideram-nas intrigantes e convincentes quando a elas expostas — é algo “autêntico”. Elas amam o som do latim e do canto gregoriano, o visual das catedrais góticas, os vitrais e as nobres esculturas. Repare na contínua popularidade das gravações de música medieval ou renascentista, ou dos livros de arte repletos de fotografias das grandes igrejas, retábulos e tapeçarias do passado. Tais coisas são perenemente atrativas a todo o mundo, do iletrado à pessoa com educação superior. Basta prestar atenção nas expressões de espanto e maravilhamento de tantas pessoas que visitam as catedrais góticas na Europa. A beleza majestosa ainda expressa de modo poderoso o que é divino, eterno, imortal e espiritual. Trata-se de catequese sensível, de mistagogia experimental. Nós, seres humanos, precisamos disso.

O propósito da boa liturgia e da boa música é treinar os sentidos, habituar as pessoas à beleza, conduzi-las a uma forma mais elevada de vida, pensamento e sentimento. Quando nascemos, somos pessoas simplórias que podem aprender a se contentar com muito menos do que nossa dignidade humana merece e é capaz. As antigas obras-primas são dons de Deus para a cultura cristã e deveriam ser a norma usada para medir todas as outras contribuições. Na verdade, seria exatamente um retrocesso permitir que as preferências da cultura popular, e seu desvio em direção à pseudoarte comercializada em massa, ditassem o que os católicos mais devem estimar.   

Chamamos de “grandes” as obras-primas da arte porque seus valores transcendem o tempo; até a língua latina é atemporal, um bem comum a todas as nações e que não pertence a ninguém. A qual nação pertence a Missa Papae Marcelli, de Palestrina? A qual período está limitado o Requiem, de Mozart? A que classe social estão restritas as fugas do Magnificat, de Pachelbel? A que ocasião especial estão limitados os próprios gregorianos? Perguntas tolas, todas elas! A grande música sacra e todas as grandes obras de arte pertencem a todos. São uma herança e uma bênção para todos os membros do Corpo Místico de Cristo, a alegria de todas as almas onde quer que a Igreja Católica construa suas igrejas e consagre seus altares. Quem poderia dizer que as obras de Johann Sebastian Bach — como a Missa em Si menor — são “antiquadas” e não conseguem mais tocar os corações das pessoas? As obras de Bach tocam o coração da forma mais profunda possível.

    Aqueles que acompanham o universo das belas artes sabem que sempre houve e continua havendo excelentes obras de arte modernas em todos os meios artísticos. Se tomarmos como exemplo apenas a música sacra, veremos que o repertório para organistas e para corais está sempre crescendo com novos e valiosos acréscimos. Tais obras podem ser integradas sem maiores esforços ao panorama mais amplo da tradição, já que emergem naturalmente dela e a enriquecem de forma simbiótica, incorporando os mesmos ideais e servindo aos mesmos propósitos. Nunca houve necessidade alguma de romper o vínculo com o passado, substituindo-o às pressas com produtos de qualidade inferior. Enquanto a grande música é eternamente vigorosa, a música medíocre embaraçosamente mostra a sua idade.    

    Todas as grandes religiões do mundo preservam tradições seculares (ou milenares) de culto, linguagem ritual, artefatos e música. Esta é uma constatação preocupante, pois indica que somente os católicos — ou, sem dúvida alguma, muito mais do que outros grupos —  abandonaram sua vasta herança artística e litúrgica para dar preferência a uma agenda contemporânea e limitada. O catolicismo se apresenta como uma religião disposta a mudar suas práticas mais solenes, mostrando assim que não leva tão a sério as próprias tradições

    Se eu já não fosse católico, mas estivesse à procura da religião verdadeira, essa enorme desconexão entre o que a Igreja diz que é e como ela tem agido nos últimos cinquenta anos teria me levado a desviar do caminho. Eu teria pensado: “Os judeus ortodoxos, os cristãos ortodoxos, os anglicanos da high church e os muçulmanos — todos eles se apegaram com fidelidade e firmeza às suas antigas tradições, cultivaram-nas e valorizaram-nas, sem jamais abrir mão delas. Certamente há muita sabedoria em sua atitude, caso creiam que estão de posse da verdade. Mas depois do Vaticano II, os católicos descartaram o que fora considerado mais sagrado e solene, mais belo e digno. Concluo que a Igreja Católica não sabe exatamente o que está fazendo. Tamanha tolice é uma prova convincente de que o espírito de religião, fidelidade e continuidade não se encontra nela.”  

    Se essa conclusão é falsa e inaceitável, também deve sê-lo a postura míope e ingrata a respeito da tradição que sustenta essa inferência. A única solução? Apegarmo-nos com fidelidade e firmeza às antigas tradições. “Eis o que diz o Senhor: Parai no caminho e vede, perguntai quais são as antigas veredas, qual o caminho da salvação e andai por ele, e achareis repouso para as vossas almas” (Jr 6, 16).

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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


Arte e revolução
(Publicado originalmente no Diário do Comércio, em 25 de Julho de 2008, disponível no site do professor)

O estudante sério, como se sabe, é uma espécie da qual presumo haver salvado da extinção alguns dos poucos exemplares que ainda restam no Brasil, e até fomentado a geração de uns quantos em proveta, longe daquela raça temível de predadores que são os pedagogos e os burocratas do Ministério da Educação.

Um daqueles raros sobreviventes envia-me uma pergunta das mais interessantes, merecedora de resposta em jornal. Quer ele saber se o artista, o poeta, o escritor infectado de mentalidade revolucionária está irremediavelmente perdido para a criação artística ou pode, pelo gênio pessoal, transcender nela a mecanicidade grosseira do pensamento revolucionário.

Se aceitamos a definição croceana da arte como “expressão de impressões” – e até hoje não vi motivo para rejeitá-la –, a resposta à pergunta torna-se auto-evidente. A mentalidade revolucionária é essencialmente a inversão do sentido do tempo, a arrogância psicótica de interpretar o presente e o passado à luz das virtudes imaginárias de um futuro hipotético. O futuro enquanto tal não pode ser objeto de impressão, só de conjeturação imaginativa ou de construção mental. Uso estes dois termos para designar atividades diametralmente opostas: a primeira consiste em ampliar simbolicamente as impressões do presente e jogá-las num futuro imaginário, como fizeram George Orwell e Aldous Huxley em “1984” e no “Admirável Mundo Novo” respectivamente. A segunda inventa o futuro e remolda à luz dele as impressões do presente. É esta a única via aberta à “arte revolucionária”. Mas é certo que essa arte já não é mais arte e sim mero revestimento estético de uma construção conceptual. Cabe aí a distinção que Saul Bellow fazia entre os “intelectuais” e os “escritores”, estes incumbindo-se do ofício propriamente artístico de transmitir as “impressões autênticas”, aqueles tratando de deformá-las segundo uma construção hipotética.

A mentalidade revolucionária é intrinsecamente hostil à criação artística, porque volta as costas às “impressões autênticas”, reconstruindo o mundo segundo os cânones de uma “segunda realidade” artificial e artificiosa. O termo “segunda realidade” é de Robert Musil, e quem o leu sabe do gigantesco esforço que esse escritor dispendeu para restaurar a arte do romance numa atmosfera cultural em que as idéias e ideologias pareciam ter sepultado esse gênero sob a grossa placa de chumbo das construções conceptuais.

Isso não quer dizer, no entanto, que todo artista politicamente comprometido com uma causa revolucionária permaneça escravo dela no exercício do seu mister criativo. A história das artes no século XX – e especialmente da literatura – é uma galeria de consciências dilaceradas entre a fidelidade ao futuro hipotético oferecido pelas ideologias e a realidade presente das “impressões autênticas”.

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Sobre cebolas e escravidão
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
28 de Novembro de 2022

Eu adoro comer cebola. Tem gente que não gosta, mas eu gosto. Aquela cebola temperada na carne com aquele bifão acebolado, não tem nem discussão. Faço questão de, caso seja possível, encher o prato com essas delícias, pra garantir o meu lote, antes que fique sem! No entanto, eu não sou maníaco pela coisa. Se tiver que comer só a carne sem cebola, eu como, sem nenhum problema.

Tinha até uma propaganda da minha época que era de um molho de tomate que vendiam, eu achava bem engraçada. Eram várias pessoas comendo, e quando achavam cebola na comida, achavam ruim, e quando anunciava o molho de tomate sem cebola, mostrava um dos atores feliz em comer. Eu nunca entendi essa aversão à coisa, pois gosto de comer cebola, e se tiver no meio da comida, da carne, do arroz, melhor ainda.

Gozado que toda essa história sempre me faz lembrar as tais cebolas do Egito. Conta a história do Antigo Testamento, livro dos Números, que o povo hebreu, após ser liberto da escravidão egípcia, começou a reclamar no meio do deserto de que estavam comendo maná todos os dias, e que sentiam saudades das cebolas, pepinos, alhos, e outras iguarias do Egito. Cito aqui as cebolas porque é a referência mais famosa.

O que aconteceu foi que Deus, através de Moisés, resgatou um povo inteiro da sua escravidão. Porém, não se cansavam de reclamar, durante sua caminhada pelo deserto, dos mais variados problemas. Reclamavam que estavam com fome. "Pelo menos no Egito podíamos comer." Deus faz cair maná dos céus e eles tem o que comer. Paralelo a isso, reclamavam que Moisés os tirou do Egito para morrer no deserto. Ninguém até aquele ponto tinha morrido por causa de Deus ou de Moisés. Mais tarde, comendo maná todos os dias, reclamavam que era a única coisa que tinham para comer. Em Números 11:5 lê-se o seguinte: "Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos."

Em suma: libertos do jugo da escravidão, muitos hebreus só queriam saber de retornar ao Egito por causa das benditas das cebolas, dos alhos, etc. Feitas todas as reclamações que fizeram nesse episódio do Êxodo, o que era pra ser 40 dias de caminhada passou a ser 40 anos. Esse foi o jugo que Deus impôs a essas pessoas, sem contar que alguns acabaram morrendo pelo caminho, ou seja, as gerações que saíram de lá não viram a terra prometida, somente seus filhos e netos.

Essa situação se assemelha muito a nossa realidade. O Egito agora é a rede Globo. A Copa, as cebolas. O Egito mantinha o monopólio das cebolas aos escravos hebreus, e muitos deles, querendo voltar atrás e abrir mão de sua libertação, pereceram.

TODOS nós sabemos muito bem dos esquemas de corrupção aos quais a Globo está envolvida. TODOS sabemos também do envolvimento dela com o narcotráfico, com a FIFA e de tudo o que acontece em torno disso. Esses esquemas de corrupção estão inclusive retratados no livro Cartão Vermelho, divulgado em 2019 pelo Terça Livre (quando ainda atuava no Brasil), em seus boletins e na Revista Terça Livre através das matérias do jornalista Max Cardoso sobre a bonificação por volume. É também já de conhecimento geral que a Globo segue uma agenda que visa a destruição SUMÁRIA dos valores familiares, cristãos e da boa moral para fins de manipular e escravizar toda a população brasileira, e ela não tem a menor dor na consciência de promover tudo isso.

Diante desse quadro, muitas pessoas ainda assim se veem apegadas à emissora quando se trata da Copa do Mundo. A copa então é a cebola moderna. Midiática, high-tech. Uma cebola que custa cara e que continuará custando cara ao brasileiro devido ao apego geral de todos que sintonizam lá para verem o Neymar cair, o Brasil marcar gol, o Galvão Bueno tagarelar, etc.

Aonde isso tudo nos leva, você pergunta? Bem, o Brasil quer ganhar o HEXA, né?
O HEXA é qual número cardinal mesmo? Repita esse número 3 vezes seguidas e você vai pegar a visão que quero passar. Estou exagerando? Antes tivesse! As pessoas são inocentes e o diabo é matreiro.

O mundo jaz no maligno.

Esse por sua vez lhe oferece cebolas em troca de sua obediência. E o capeta sabe muito bem que o que mais hipnotiza a mente do mundo de 4 em 4 anos é a Copa do Mundo.

Me desculpem, mas por mais que eu aprecie um bom tempero com as tais cebolas na carne, ou mesmo na salada, acho que essas cebolas estão muito, muito caras. É um preço muito alto a se pagar por um brevíssimo e passageiro momento de diversão e deleite.

Como eu disse no começo, eu gosto das tais cebolas, mas não sou escravo delas; já fui chamado de louco, esquisito, e até mesmo de desequilibrado por optar não fazer parte disso tudo. Não importa. Não estou aqui para agradar ninguém. Prefiro passar por louco aos olhos dos homens do que por louco aos olhos de Deus.

Ao menos no que me diz respeito, e banindo o Egito e as suas cebolas de meu lar, eu vou conseguir encostar a cabeça no travesseiro à noite de forma tranquila, sem peso na consciência e poder dormir sossegado, sabendo que eu me recusei a fazer parte dessa balbúrdia e preferi continuar caminhando nas areias do deserto árido, rumo à liberdade prometida por Nosso Senhor.

Meu senso moral fala mais alto do que minha apreciação por cebolas. Ainda sou louco? Não dou a mínima. Você quer? Faça. Cada um sabe o que é melhor pra si. Só não tente me colocar no meio disso.

Eu não sinto saudade das cebolas do Egito.

Prefiro ficar junto do povo que está nas ruas, se recusando também a comer cebolas para que o monopólio das cebolas um dia saia das mãos do Egito.

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje:
A verdadeira função da milicada brasileira revelada pelo mestre!
Aí eu vi, achei lindo, mas como era cebola demais, chorei... nunca gostei de comer pão no circo, sabe?
Aí o mestre fala de amor... não, não quero estragar a piada, hahaha!
Na agenda cheia do mestre hoje, não faltou nem para o clero brasileiro! Padre Paulo Ricardo, vem cá ver isso aqui, rapidão! Hehehe!
O mestre revelando um segredo que ninguém duvidava!
O gordo e o magro redpillados e bem cevadinhos! A conta a gente vê depois. Hahaha!
E por fim, o jeito certo de encarar a coisa!

Se tudo der certo (e se o Lex Luthor não mandar o Uber Black), a gente se vê de novo em 15 dias!
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- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!


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👆 LEITURA RECOMENDADA

Minha recomendação hoje vai para o belíssimo livro de Paulo Henrique Araújo escrito em parceria com José Carlos Sepúlveda da Fonseca, lançado pela editora PHVox. Uma leitura curta, necessária e essencial. Nunca foi tão imediato entendermos sobre o sistema que nos escraviza.

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