Edição LXIV (Terça Livre, Revista Esmeril 35, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LXIV

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
   



REVISTA ESMERIL 35

Joel Gracioso fala sobre a natureza dos Anjos e suas ações junto a nós (Leônidas Pellegrini)

A droga da ideologia (Roberto Lacerda)







Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
    

05 de Setembro de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!




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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 33 da Revista Terça Livre, de 25 de Fevereiro de 2020.


Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV está sendo reformulado, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.





CULTURAL


👆 O verdadeiro sentido do Oscar
(por Alexandre Costa)


Qualquer comentário ou análise sobre o Oscar deve levar em conta algumas informações a respeito do prêmio oferecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS, na sigla em inglês) desde 1929. The Academy Awards, nome oficial da premiação, sempre foi motivo de controvérsias, e as discussões em torno do mérito dos vencedores ou das ausências injustificadas costumam ser acaloradas devido a estas questões.


Em primeiro lugar, nunca devemos esquecer que a iniciativa faz parte do poderoso arsenal de marketing utilizado com precisão pelos produtores, pelos estúdios, distribuidores e centenas de outras empresas que orbitam os grandes filmes e repartem as montanhas de dinheiro que eles produzem. Mais do que multiplicar os recursos investidos, a indústria do cinema busca sempre lucrar altíssimos percentuais, de maneira a possibilitar as invejáveis remunerações deste privilegiado segmento, que corresponde a um recorte relativamente pequeno do mercado cinematográfico.


Desta forma, fica claro que os interesses financeiros e empresariais normalmente pautam a escolha dos indicados e dos premiados. Mesmo assim, precisamos olhar com muita atenção para estes movimentos, porque dificilmente conheceremos os meandros e os reais objetivos de toda parafernália envolvida, não apenas no presente, mas também no futuro próximo. Além disso, dentro desse aspecto é importante observar também que a maioria das empresas que fazem parte do mais conceituado prêmio artístico do mundo compõem um emaranhado de sociedades e 
participações quase incompreensível por quem não faz parte daquele mundo. Uma rápida pesquisa sobre essa característica do segmento pode mostrar como produtores e estúdios, grandes, médios e pequenos, estão entrelaçados como acionistas ou parceiros.


A segunda informação imprescindível para entender, de fato, o que vem a ser o Oscar, pode ser observada de maneira mais simples. A mídia, no seu sentido mais amplo, ou seja, como “meio” por onde passam os dados relacionados às notícias e ao entretenimento, corresponde à parte visível do establishment, ou do estamento burocrático, como escreveu Raimundo Faoro. Nesse sentido, deve ser entendida como uma arma de sustentação e manutenção do
status quo. E mesmo quando aparenta algum tipo de dissonância em relação aos pares, isso ocorre dentro de um espectro controlado, pois a mídia sempre estará engajada em defender os interesses daqueles que ocupam o topo dessa cadeia de transmissão. “Quem paga a conta, escolhe o prato”.


A ideologia do Partido Democrata, facilmente identificável neste segmento, seja pelas declarações públicas dos profissionais de cinema, seja pela hegemonia eleitoral de Hollywood ou de outros distritos de Los Angeles, deve influenciar as decisões, mas não acredito que se sobreponha a interesses mais profundos e na maioria das vezes não declarados. Embora a ideologia dos participantes tenha influência nas escolhas, e sabemos como a fauna de Hollywood é simpática ao coletivismo, ao politicamente correto e aos ideais utópicos presentes em todos os regimes socialistas, penso que a dicotomia esquerda-direita não alcança todos os pontos necessários para a compreensão deste assunto, da mesma forma que ocorre com as iniciativas globalistas – por sinal, pauta extremamente apreciada 
pela maioria das pessoas responsáveis pelas premiações.


Como escrevi em uma coluna anterior, “a mídia não é mais a mesma”, o interesse genuíno pela transmissão de informações deu lugar a um projeto de formação de mentalidades adequadas às exigências da nova ordem mundial que estão construindo. Quem deseja criar um “novo homem” precisa criar um ambiente cultural que substitua valores e princípios, e para alcançar esse objetivo totalitário precisam destruir o que existe para impor as “novidades” em seu lugar.


Assim, a mídia, termo que uso juntando jornalismo e as várias formas de entretenimento, deve funcionar como principal elemento de persuasão, das mais escandalosas às mais sutis. Algo como um navio quebra-gelo que prepara a invasão dos novos princípios que vão nortear a nova civilização que pretendem criar. Para esta 
tarefa, a de modificar o imaginário popular, além das criações fictícias cujo cinema é o mais poderoso representante, a mídia dispõe de 4 instrumentos extremamente eficientes: jornalismo, pesquisas de opinião,
premiações e agências de checagem. Os 4 Cavaleiros do Engano, nome que dei a esta “caixa de ferramentas”, sempre funcionam em total sincronia com os desejos do establishment, e as premiações como Oscar servem para os mais atentos identificarem as artimanhas por trás da cortina – ou da tela, se preferir.


Outra questão, talvez de menor relevância, mas igualmente constitutiva para uma análise mais apurada, consiste no perfil dos eleitores do Oscar. Como exemplo, podemos usar a fala do cineasta brasileiro Fernando Meirelles, diretor de Cidade de Deus e do filme Dois Papas, vencedor de dois Globos de Ouro e que teve seus atores Antony Hopkins e Jonathan Pryce concorrendo este ano. No 
programa Manhattan Connection, da Globo News, que foi transmitido no mesmo horário da premiação da Academia, Meirelles afirmou que votou no filme de Petra Costa (Democracia em Vertigem) por ela ser
brasileira, e por gostar dela. Nenhuma relação com o produto que deveria ser avaliado.


Misture todos os ingredientes anteriores e estará pronta a receita que permite analisar com substância a essência do Oscar e de outras premiações mais ou menos valorizadas. Essa substância, que fica mais evidente a cada nova reflexão, consiste na elementar, inegável e assombrosa realidade: prêmios não escolhem os melhores. Entre outros interesses paralelos, escolhem aqueles que contribuem para a construção de narrativas interessantes ao establishment.


A inclusão do “documentário” brasileiro entre os filmes indicados em 2020 deixa claro esse processo. Nada na indicação está 
relacionado à qualidade da obra. O filme é ruim, tem um roteiro pueril, uma narração enfadonha e conta uma estória mentirosa, que claramente demonstra o interesse de desmoralizar a operação que desbaratou o mais amplo e profundo episódio de corrupção já conhecido, e criar uma narrativa que alivie para os seus responsáveis, entre eles os políticos endeusados pela diretora, e por empreiteiros como os da sua família, envolvida até o pescoço na Operação Lava Jato. Apesar do filme de Petra Costa (não é minha parente) não levar a famosa estatueta, ganhou espaço internacional para contar sua narrativa mentirosa. Perdeu para um filme equivalente, Indústria Americana, cujos diretores ricos e hipócritas citaram o Manifesto Comunista ao receber o cobiçado prêmio. Lacre por lacre, preferiram o produto financiado pelos Obama.


Alexandre Costa
Site: www.escritoralexandrecosta.com.br
Canal: www.youtube.com/c/AlexandreCosta

Autor de “Introdução à Nova Ordem Mundial”, “Bem-vindo ao Hospício”, “O Brasil e a Nova Ordem Mundial”, “Fazendo Livros” e “O Novato”.

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REVISTA ESMERIL - Ed. 35, de 29/08/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


ESMERIL ENTREVISTA

👆 Joel Gracioso fala sobre a natureza dos Anjos e suas ações junto a nós
(por Leônidas Pellegrini)


P
ara esta edição especialmente dedicada aos Anjos, resolvi conversar com um teólogo a respeito desses seres divinos que, no Céu ou na terra, trabalham incessantemente por nós. O professor de filosofia Joel Gracioso, que recentemente ministrou, no Instituto Veraz, um curso versado a realidade dos Anjos, explica a natureza dessas criaturas e especifica suas formas de ação no mundo, convidando-nos a uma reflexão sobre a perfeição das ações de Deus e Sua infinita bondade em nos prover estes poderosos protetores e intercessores.

Revista Esmeril: Quem são os Anjos? Qual sua origem, sua natureza?

Joel Gracioso: Os anjos são criaturas espirituais feitas por Deus, ou seja, são espíritos puros, pois não possuem matéria ou corporeidade, dotados de inteligência e vontade. Assim, o termo anjo revela a função desta criatura que consiste em ser mensageiro de Deus perante os homens, e não tanto a sua natureza. Enfim, pelo que faz é anjo, pelo que é, é espírito.

Revista Esmeril: Como é a hierarquia dos Anjos?

Joel Gracioso: A Tradição católica geralmente fala de três hierarquias e em cada uma há três coros angélicos. A primeira é a dos que contemplam a Deus: Serafins, Querubins e Tronos. A segunda hierarquia se ocupa do governo do mundo: Dominações, Virtudes e Potestades. A terceira é encarregada de efetivar as ordens divinas: Principados, Arcanjos e Anjos.

Revista Esmeril: Os Anjos agem sobre este mundo e sobre as pessoas? De que maneiras?

Joel Gracioso: Eles agem nos protegendo de todo perigo e malefício. Iluminando a nossa inteligência, nos orientando e governando para não cairmos nas tentações e pecados. Mas não podem intervir diretamente sobre a nossa vontade. Ademais, podem agir sobre as nossas potências sensitivas, como a imaginação, e sobre a matéria em geral, produzindo fenômenos surpreendentes.

Revista Emeril: Pegando carona na pergunta anterior: existe algum papel dos Anjos na História humana, para além de eventos mais conhecidos (como a Queda de Adão e Eva e a Anunciação a Maria, por exemplo)? Como isso acontece ao longo dos séculos?

Joel Gracioso: Além dos pontos mencionados não podemos esquecer que desde o princípio da História há uma batalha espiritual ocorrendo entre anjos bons e anjos maus (demônios). Cada povo e cada pessoa participa deste processo, colaborando ou com um, ou com o outro lado em batalha.

Revista Esmeril: O que acontece com nossas Anjos da Guarda depois que morremos?

Joel Gracioso: Eles nos acompanham nesta vida e depois da morte. Se formos para o Paraíso, para o Céu, irão nos acompanhar para sempre; se formos para o Purgatório, vão interceder por nós; se formos condenados, não irão nos acompanhar.

Cada um tem o seu Anjo da guarda e, portanto, sua grande missão é nos ajudar a atingir a salvação e ficar conosco contemplando a Deus para sempre.

Revista Esmeril: Para finalizar, poderia deixar mensagem final sobre os Anjos para os nossos leitores, sobretudo os mais céticos?

Joel Gracioso: Se de fato o mundo foi chamado à existência por um Criador perfeito, a existência de espíritos puros inteligentes neste universo criado parece ser algo plausível, pois se temos o puramente material e o homem que tem algo material e espiritual, não seria importante ter também um ser que fosse apenas espiritual para expressar a perfeição da obra na sua totalidade? Boa reflexão!


Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, coluna semanal de 31 de Agosto



COLUNAS SEMANAIS





👆 A Droga da Ideologia
(por Roberto Lacerda - 31/08/2022)

Colunista d’uma revista “politicamente correta” dá chilique de mentalidade racista e intolerância para defender traficantes


Só o título “Guerra às Drogas é álibi para moer gente preta” já seria o suficiente para denunciar a mentalidade racista d’um colunista com a cabeça em outro mundo, no qual traficante é sinônimo de “gente preta”. Mas o viciado em afetar virtudes sente uma coceira peculiar – não só no nariz esbranquiçado -, que lhe obriga a violentar a religião de quase 90% dos cidadãos, colocando a imagem abaixo.

Um traficante baleado, sangrando sobre uma cruz de cocaína? E, obviamente, preto! Desculpe… “Gente preta”. O traficante peruano Marcola, líder da principal facção criminosa do país, deve ser da cor de Fernandinho Beira-Mar, que importava cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC); fundadas pelos hiper-gente-preta (pero no mucho) Manuel Marullanda Velez (Tiro Fijo) e Raul Reyes. Ao menos deve ser assim na visão turva e dificultada pelos olhos avermelhados do colunista. 

Mentalidade racista e intolerância religiosa, em defesa dos traficantes, nada novo sob a câmara de bronzear da gente limpinha e platinada. E para melhorar, uma ironia: o nome do defensor de traficantes é Pablo; não o Escobar! A quinta-série que habita em mim, cumprimenta a quinta-série que habita em ti.

Tão certo quanto sair para trabalhar todos os dias, as operações policiais fazem parte do cotidiano da maioria dos cariocas, seja acompanhando mortes e apreensões pelos jornais, seja vivendo pessoalmente esses momentos – o que muitas vezes significa sentir medo e apreensão, deixar de ir ao trabalho ou à escola e ter a vida suspensa durante o tempo em que os policiais permanecem no território“.

A descrição desse problema crônico que assola (não só) o Estado do Rio de Janeiro – apesar do super conhecedor dessa realidade falar só sobre os cidadãos da capital, excluindo os Fluminenses -, não poderia ficar desacompanhada da militância raivosa anti-polícia. Essa polícia malvada, que obriga os cidadãos a faltarem ao trabalho ou às escolas, por sua presença “no território”. Claro, culpada polícia “faxista”, jamais do traficante e seus soldados, que barbarizam as favelas e atiram com “canhões .50” em helicópteros do BOPE. 

Mas não esqueçam, os traficantes que utilizam artilharia anti-aérea e anti-tanque, se servindo da população local como escudo, não são os responsáveis pelo terror. Oras, pelo raciocínio só Sr. Pablo, mas não o Escobar, se são traficantes, são “gente preta”, e devem ter o direito de traficar, assassinar, barbarizar e usar pobres de escudo; a Polícia que está errada em combater esses coitadinhos.

A Rede de Observatórios da Segurança monitora há mais de dois anos todas as ações de policiamento através de notícias de imprensa, relatos de redes sociais e postagens de blogs e contas oficiais das polícias nas redes sociais“. Que método sensacional para um estudo sobre esse tema: a grande imprensa e a militância em ambientes virtuais (ambos progressistas, como o colunista); e uma cotinha de dados “oficiais”. 

E as afetações acompanham a lógica tirada da bunda do piauísta. “O relatório “Raio X das ações de policiamento”, publicado na semana passada, apresenta um cenário desolador: nos cinco estados analisados, os 20.243 registros de ações de policiamento revelam que as polícias seguem investindo quase que exclusivamente em operações policiais em detrimento de ações de inteligência com foco na apreensão de armas e munições“… Alguém pergunte ao especialista por correspondência em operações policiais, como haverá “apreensão de armas e munições” sem o uso de operações policiais? 

As “ações de inteligência’ consistem em levar professores da UFRJ ou da UFF, ou algum político do PSOL, para soltar pombinhas brancas na favela e sensibilizar os traficantes, que entregarão suas armas em nome do “bem social”? O colunista formou seu imaginário através da leitura de fanfics dos MAV’s no Facebook, ou está sob o efeito de algum alucinógeno? Talvez seja uma mistura de ambos; explicando também o porquê não falou em apreensão de drogas, mas só de armas e munições. Medo da escassez inflacionar o preço? 

A guerra às drogas é o grande pretexto que mantém as polícias atuando de maneira descoordenada, com violência, preocupada com o varejo do tráfico de drogas, enquanto aqueles que se ocupam do atacado seguem em paz em apartamentos de alto padrão nos bairros mais ricos do Brasil“. Estamos no período de maior apreensão de drogas da história brasileira, mas é só “o varejo do tráfico”? Para ser considerado atacado, precisa apreender um Titanic cheio de drogas e ricaços brindando com garrafas de US$50 mil? Bater recordes em apreensão deve ser irrelevante para o colunista.

Mas se a “guerra às drogas é álibi para moer gente preta”, e o colunista só considera como ”guerra às drogas” o combate ao ‘varejo’… A “gente preta” não está nos tais “apartamentos de alto padrão”? Sua mentalidade lhe impede de conceber “gente preta” morando fora da favela? Nos “bairros mais ricos”? 

O Sr. Pablo, mas não o Escobar, se informa só pela Piauí e demais panfletos declaradamente ideológicos? Sequer olha aqueles que tentam disfarçar a militância. Isso é leitura ou memória seletiva? Esqueceu dos megacriminosos presos em operações policiais e soltos pela Corte Máxima? “Por mais que no último ano as ações tenham reduzido em comparação ao ano anterior, impressiona a manutenção da lógica de policiamento, voltadas à repressão do tráfico de drogas nas favelas e comunidades, com violência e sem investigação. Uma política que não tem produzido mudanças na segurança pública e tem custos bilionários todos os anos“… É, parece que sim!

Então, as operações policiais conseguem apreender toneladas de drogas nas favelas, mas não sem investigações? Usam mágica, adivinhação, videntes, macumba? Também não devem usar “violência”. Que tal o colunista “subir a favela” e pedir educadamente para os traficantes entregarem as drogas e armas? Só não esqueça de levar muita vaselina, pois precisará. 

O termo “guerra às drogas” foi gestado nos Estados Unidos na década de 1970, apelando ao sentimento moralista de que algumas substâncias entorpecentes desvirtuam mentes e corações“. E num passe de mágica – como das operações policiais sem investigações – saímos da mentalidade racista para a intolerante religiosa; para o “moralismo permitido” do discursinho fofinho e (glub) cheiradosinho (glub) do “politicamente correto”. Que se dane se as tais “substâncias entorpecentes” têm efeitos comprovados de “desvirtuar mentes e corações”. Literalmente, que se dane, pois “nessa visão proibicionista, as drogas colaborariam para o aumento da violência e da desorganização social, sendo muitas vezes mobilizadas para explicar o porquê de determinada cidade ser violenta, ter problemas na escolarização de jovens etc“.

Visão proibicionista?

O colunista sabe da existência de uma coisa chamada “Cracolândias”? Deve ser amigo d’um certo padre herético, ou está ainda só na ‘realidade’ das favelas do Rio? Tão bem organizadas e seguras, sob o domínio do tráfico – não esqueçam, que para o colunista a culpa pela violência é da polícia! Quer apostar como todos esses sofismas, e detrimento da lógica, do bom senso e do bem-estar de cidadãos inocentes, servem para o piauísta preparar seu discursinho engajado de legalização das drogas? “O fato é que boa parte das drogas que hoje são proibidas no Brasil e em outros países do mundo são menos danosas ao usuário e aos que se relacionam com ele do que as substâncias legalizadas e fartamente consumidas“. Bingo! 

Em plena era das drogas pesadas e aumento das overdoses, o colunista da Piauí fala uma sandice dessas? Novamente demonstrando seu exímio conhecimento de fontes jornalísticas, o Sr. Pablo, não o Escobar, cita uma “análise de membros” do Independent Cientific Committee on Drugs, sob “múltiplos critérios”, para afirmar que o álcool é pior. Filhinho, vem cá, quer dizer que encher alcoólatras de bebida alcoólica até destruir seus organismos demonstra que o álcool “produz o maior dano quando somados os danos ao usuário e aos outros“? Pior, usar como grupo de controle, para mensurar “danos aos outros”, os indivíduos bêbados que causaram acidentes ou cometeram crimes? Tais afirmações do Sr. Pablo não o Escobar provam a existência dos efeitos nocivos de “algumas substâncias entorpecentes”. Mas quais?

Maconha e cocaína, drogas que motivam boa parte das ações violentas das polícias no Brasil, produzem cerca de um terço dos danos causados pelo álcool das bebidas, sempre presentes em reuniões familiares e de amigos, nos estádios de futebol e nos jantares de políticos e empresários“. Realmente, o álcool é comparável à maconha e à cocaína, pois as pessoas roubam, matam, agridem até a mãe, vendem o patrimônio de familiares e vão parar na merda, para comprar cachaça. Nem todos são iguais ao candidato preferido de vocês à presidência. 

Não estou aqui propondo que reorientemos a direção do proibicionismo e que passemos a coibir também o álcool. A proibição não funciona“… E blá blá blá, porque a Lei Seca falhou e blá blá blá. Comparar o fracasso da lei seca, uma política de proibição e combate a bebida alcoólica? Por que não fala sobre o crack? Já que maconha e cocaína estão em sua composição. Há Cracolândias, mas quantas “Álcoolândias”? Me dirá que os cracudos estão ali por causa da proibição? Os traficantes “varejistas” montam pequenas estruturas nesses locais, inclusive sob proteção de capangas armados, porque há concentração de clientes, se movendo conforme essa horda zumbificada. Quantos botecos fazem isso?

“Ah, mas a proibição”… Deixariam de consumir e ter e causar todos esses problemas, se fosse “legalizado”? Ser proibido é a causa do vício e dos crimes cometidos para sustentar? “Não é mais proibido? Parei de consumir e virei um cidadão ordeiro!”. Alice, Alice, devolva o chá ao Coelho e ao chapeleiro. 

A questão está no que e em como definimos o “problema” das drogas. Se o leitor acessar agora o Google Acadêmico, serviço que reúne estudos científicos em diferentes áreas do conhecimento, e pesquisar “álcool” e “acidente de trânsito” vai encontrar mais de 16 mil estudos; “álcool” e “violência contra mulher”’, mais de 60 mil; os estudos associando o consumo de álcool ao suicídio são quase 50 mil“. Olha o grupo controle aí!

Só há um probleminha: qual a incidência de crimes cometidos pelas bilhões de pessoas que consumem bebidas alcoólicas em comparação com os consumidores de drogas? Usou o mínimo recorte das pessoas que cometeram crimes, entre as bilhões que consumem álcool e não cometeram, e comparou com os usuários de drogas e traficantes. É desonestidade ou burrice (não que sejam necessariamente excludentes)? 

No caso dos acidentes, quantos são testados também para drogas como maconha e cocaína? Precisamos avisar ao palpiteiro de segurança pública e operações policiais, que não é regra essa testagem. Basta perguntar a algum oficial da Polícia Militar, ou Delegado, ou Agente da Polícia Rodoviária etc. 

Os fatos demonstram que as definições de drogas legais e ilegais se ancoram muito mais em desinformação, moralismo e racismo do que em provas factuais e estudos científicos“. Se estiver falando sobre si mesmo, pela mentalidade exposta em seu artigo, caro colunista, podemos atestar que num ponto tens razão. 

A guerra às drogas não é uma guerra contra as substâncias“. Obviamente, pois as operações policiais apreendem tangerinas e são motivadas pelo tráfico de soja – não que isso lhe deixaria de afetar. “Não vemos todos os dias policiais invadindo apartamentos no Leblon, nos Jardins em São Paulo, no Meireles em Fortaleza ou no Rio Vermelho em Salvador à procura de jovens que fazem delivery de maconha, cocaína e outras substâncias ilegais. Não vemos donos de helicópteros carregando toneladas de drogas sendo presos, nem os operadores de esquemas em portos e aeroportos que mantêm a rede nacional e transnacional de tráfico de drogas e armas funcionando a todo vapor“. Há um erro no texto, pois quem não escolhe só panfletos ideológicos para se informar, vê grandes apreensões. E como supostamente sabe tão bem sobre como e onde operariam os megatraficantes? Ihhhhh… Eis o caso do colunista que usa análise baseada em “imprensa”, trabalha na “imprensa”, mas ignora a “imprensa”. 

Aliás, só não veremos mesmo essas operações no Leblon, ou os políticos de esquerda, principalmente os que pregam o paradoxo do “socialismo e liberdade”, seriam presos. E eles ainda são muito influentes. Esqueceremos a entrevista de Raul Reyes à Folha de São Paulo – lembrando que a Piauí está hospedada no domínio desse ex-jornal -, na qual afirma conexões das FARC com o então presidente Lula, e especialmente com os assessores especiais da presidência Emir Sader e Frei Betto? Que pena! 

Pergunto diretamente: apoiaria operações policiais nos Teatros e túneis da Praça Roosevelt,  no Centro de São Paulo (SP)? De certo, se está tão bem informado sobre portos e aeroportos, deve saber o que se passa ali. Ainda é assunto proibido ou tens medo d’algum mascarado lhe bater à porta? 

O que vemos todos os dias são corpos de jovens negros sendo empilhados, vestindo bermudas e chinelos, mortos em vielas dos bairros mais pobres das cidades”. Para os progressistas, se considera negro nas prisões, favelas e mortos em operações policiais contra o tráfico, quem tiver “um dedinho na negritude”, mas se for nas universidades, precisam ser da cor da meia noite. Uma régua tão torta quanto as mentes em putrefação que a criaram. 

Essa lógica racista de perseguição a determinadas drogas se estrutura no Brasil após a abolição da escravidão, quando todo o aparato de controle dos escravizados precisa de uma nova justificativa para continuar controlando a vida dos negros“. A polícia prende ou mata um traficante, criminoso da pior espécie, com arsenal de guerra e pronto para assassinar qualquer agente da lei, por causa da cor… Como nunca reparei nisso? Caramba! Devia estar muito atento às drogas e artilharia anti-aérea aprendidas com os pobrezinhos. “O racismo entranhado em nossa sociedade sempre encontra novas formas de se apresentar“. Uma mentalidade na qual traficante é sinônimo de “gente preta” também conta? 

Seja pela bala da polícia que atinge negros de forma desproporcional, seja pelas disputas violentas de grupos criminosos que controlam a venda ilegal de drogas, parte considerável das mortes violentas registradas pelo país todos os anos poderia deixar de acontecer se mudássemos o enfoque criminal dado às drogas“. Balas racistas! Atingem só negros… Que também são mortos, ou se matam, nas guerras entre facções. E tudo isso pode ser evitado se mudarmos “o enfoque criminal “, ou seja, liberar as drogas transformará traficantes em “cidadãos do bem” e fará os drogados saírem dessa vida e irem capinar um lote. Para quem acredita em sucesso e operações policiais sem investigações, essa mágica pode parecer possível.

E sempre haverá políticos que, na tentativa de angariar votos de setores conservadores da sociedade, seguirão reforçando o discurso da guerra às drogas. Ser visto como o governador que está dando respostas ao problema das drogas, mesmo fazendo uso da violência, é especialmente importante em ano de reeleição“. Culpar os conservadores pela ação policial contra traficantes. Nunca é culpa dos … traficantes. Só de quem não quer ter sua família, vida e propriedade violadas por drogados e outros. 

Para finalizar, mais mentalidade racista. “Enquanto seguirmos tratando a questão das drogas como problema de polícia, amanheceremos com cenas aterrorizantes de trocas de tiros em favelas e corpos negros arrastados por becos e vielas. Não existirá democracia plena no Brasil enquanto vigorar a lógica da guerra às drogas, pois a mesma é o álibi que mantém essa máquina de moer gente preta funcionando todos os dias. Essa na verdade é uma guerra contra os negros e contra as favelas (…)“. Não é problema para a polícia, repito, mas para o Instituto Sou da Paz e os hippies modernos, que fazem cordão do amor em volta da Lagoa Rodrigo de Freitas. Precisamos “democratizar” isso aí, galera! A “gente preta” está sendo moída na guerra às drogas, por essa polícia taxidermista, que mata traficantes em troca de tiros e age contra eles nas favelas, porque não gostam de pobre… 

Verifique a procedência desse colírio para vossos olhos vermelhos, Sr. Pablo não o Escobar. “Tem coisa errada aí, mermão”. 


PARECE QUE ESTAMOS RUMANDO EM DIREÇÃO A UMA SOCIEDADE ONDE NINGUÉM É RESPONSÁVEL PELO QUE FAZ, MAS TODOS NÓS SOMOS RESPONSÁVEIS POR AQUILO QUE OUTRAS PESSOAS FIZERAM, NO PRESENTE OU NO PASSADO

— Thomas Sowell

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Padre Paulo Ricardo - 30 de Agosto





NOTÍCIAS | SOCIEDADE

👆O Experimento Nicarágua
(por Equipe Christo Nihil Præponere)

Está acontecendo neste exato momento, na Nicarágua, o que já aconteceu no passado, e ainda acontece com todo e qualquer país governado por um regime socialista: a Igreja Católica está sendo duramente perseguida.


Está acontecendo neste exato momento, na Nicarágua, o que já aconteceu no passado, e ainda acontece com todo e qualquer país governado por um regime socialista: a Igreja Católica está sendo duramente perseguida.

Segundo o jornal Gazeta do Povo, “os católicos da Nicarágua sofreram mais de 190 ataques e profanações” nos últimos quatro anos, incluindo “um incêndio na Catedral de Manágua, capital do país localizado na América Central, prisões de padres, fechamento de emissoras de rádio e canais de televisão católicos, além da expulsão de 16 freiras missionárias da ordem [fundada por] Madre Teresa de Calcutá”. 

         Dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa, em foto de 2019.

A prisão do bispo de Matagalpa Dom Rolando Álvarez, no último dia 19 de agosto, é uma das últimas notícias que nos chegam, coroando a série de desmandos de Daniel Ortega. Com o prelado foram detidos padres, seminaristas e leigos que desde 4 de agosto eram mantidos em cárcere privado na casa episcopal. Segundo o presidente socialista da Nicarágua, a Igreja estaria tramando um “golpe” contra ele. Daí a sua reação antecipada, como uma espécie de “legítima defesa” de seu governo. (Legítima defesa contra homens e mulheres pacíficos, cujas únicas armas são as espirituais, diga-se de passagem.)

Mas, permitam-nos voltar à linha com que começamos: é assim em todos os lugares onde impera o socialismo. As coisas se desenrolam como n’O Processo, de Franz Kafka. Um dia de manhã alguém é detido “dentro de sua própria moradia”, vítima de “um processo sem sentido” e sem que tenha feito mal algum. Mandado de prisão não existe e, quando se pergunta aos carcereiros qual a acusação que enseja um ato tão arbitrário, a resposta é tão arbitrária quanto: “Não posso lhe dizer que o senhor está sendo acusado, ou melhor, nem mesmo sei se o senhor está sendo acusado. O senhor está detido, isso é certo, mas mais do que isso eu não sei”. 

Assim aconteceu também na Romênia, em meados do século passado, no que ficou conhecido como Experimento Pitesti. (Pitesti é a cidade romena onde o “experimento” aconteceu.) A ideia do Partido Comunista Romeno era “reeducar” presos políticos e religiosos, para que eles se tornassem absolutamente leais ao regime vermelho. A forma de recrutar prisioneiros era exatamente como as apresentadas acima:

Meu nome é Tertulian Langa, e 82 são os anos de minha vida que não voltarei a ver. Destes, dezesseis foram passados nas prisões comunistas.

Aos 24 anos de idade, em 1946, eu era um jovem professor assistente na faculdade de filosofia da Universidade de Bucareste. As tropas russas haviam ocupado quase um terço da Romênia, e recebi a sugestão, como membro da faculdade, de me filiar urgentemente ao sindicato dos professores, manipulado pelo Partido Comunista [...].

Eu já conhecia a posição firme do Magistério da Igreja Católica contra o comunismo, definido por ela como intrinsecamente mau. Portanto, não havia lugar em minha consciência para uma acomodação. Renunciei à minha carreira universitária e retirei-me para o campo como trabalhador agrícola, mas isso não foi suficiente, pois eu já era conhecido na faculdade como católico militante e anticomunista. Um dossiê acusatório foi rapidamente improvisado contra mim, e como as acusações se fundavam em circunstâncias ainda não criminalizadas pelo Código Penal (relações com bispos e a nunciatura, apostolado leigo), meu dossiê foi juntado ao dos grandes empresários. Após interrogatórios acompanhados de um tratamento atroz, o procurador declarou, com perfeita lógica comunista: “Não há nenhuma prova de culpa do acusado no dossiê, mas pedimos no entanto a pena máxima: quinze anos de trabalhos forçados. Afinal de contas, se ele não fosse culpado, não estaria aqui”. Protestei: “Mas vocês não podem me condenar sem provas!” E ele: “Não podemos? Eis como podemos: vinte anos de trabalhos forçados por ter protestado contra a justiça do povo”. E esta foi a sentença.

O escritor americano Rod Dreher (autor de “A Opção Beneditina”) também conta um pouco dessa experiência romena em um livro recente, cujos excertos ele reproduziu em seu site (aos leitores de estômago fraco, recomendamos que não prossigam):

A Romênia que as tropas soviéticas ocuparam no final da Segunda Guerra Mundial era um país profundamente religioso. Depois que os stalinistas romenos tomaram o poder e implantaram sua ditadura, em 1947, teve início uma das perseguições anticristãs mais cruéis da história do comunismo soviético.

De 1949 a 1951, o Estado conduziu o Experimento PitestiA prisão de Pitesti foi estabelecida como uma fábrica de reengenharia da alma humana. Seus carcereiros submetiam os prisioneiros políticos, inclusive o clero, a métodos insanos de tortura para destruí-los por completo psicologicamente e transformá-los em cidadãos totalmente obedientes à República Popular.

Richard Wurmbrand, preso desde 1948 até ser libertado para o exílio no Ocidente em 1964, foi prisioneiro em Pitesti. Em 1966, em testemunho perante uma comissão do Senado dos EUA, Wurmbrand falou de como os comunistas quebravam ossos, usavam ferros quentes e praticavam todo tipo de tortura física. Eles também eram espiritual e psicologicamente sádicos, quase além do imaginável.

Wurmbrand contou a história de um jovem cristão prisioneiro em Pitesti, que ficou amarrado a uma cruz durante dias. Duas vezes por dia, a cruz com o homem era deitada no chão, e uma centena de outros reclusos eram forçados pelos guardas a urinar e defecar sobre ele.

Então a cruz era novamente erguida e os comunistas blasfemavam e zombavam: “Olhai para o vosso Cristo, olhai para o vosso Cristo! Como ele é belo! Adorai-o, ajoelhai-vos diante dele! Como ele cheira bem, o vosso Cristo!” Chegou então o domingo de manhã e um padre católico, conhecido meu, foi algemado, posto na sujeira de uma cela com 100 prisioneiros, e deram-lhe dois pratos, um com excrementos e outro com urina, e ele foi obrigado a dizer a santa missa sobre estes elementos. Ele o fez.

Wurmbrand perguntou ao padre como ele podia consentir em cometer tal sacrilégio. O padre católico estava “meio fora de si”, recordou Wurmbrand, e implorou a ele que tivesse misericórdia. Todos os outros prisioneiros foram espancados até aceitar esta comunhão profana, enquanto os guardas comunistas os ridicularizavam.

Evidentemente, esse mesmo tratamento não era dispensado a todos os encarcerados de Pitesti. Havia gente tratada de forma ainda pior. Esperamos publicar dentro dos próximos dias alguns desses relatos, mas o que consta acima é o suficiente para ilustrar o que tem de enfrentar a Igreja nos países onde penetrou o socialismo — seja por vias “democráticas”, seja por vias revolucionárias. O que a mídia internacional anuncia não é nem 1% do que as vítimas do comunismo realmente enfrentam no silêncio dos cárceres e no frio das celas do regime.

Por isso, rezemos pela Nicarágua e por todas as nações que padecem sob esse flagelo. E que Deus nos livre de experimentos como o de Pitesti. Deus nos livre dos experimentos socialistas.

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Allan dos Santos via Locals - 22 de Agosto a 30 de Agosto






TELEVISÃO





👆 (sobre a falsidade televisiva)
(por Allan dos Santos - 22/08/2022)


A estética fabricada da TV está absolutamente saturada. Ninguém mais aguenta ver um ator passando-se por jornalista. A naturalidade do Terça Livre, pioneiro, agora presente nos podcasts, é a ÚNICA coisa que as pessoas querem realmente ver. A entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional de hoje prova isso.

Lembro-me bem quando um dos membros do Terça Livre dizia que precisávamos ter mais vídeos curtos e diminuir o tempo das transmissões ao vivo. Hoje, ele mesmo criou um canal e faz transmissões longas, convencido de que eu estava certo: as pessoas preferem um bom e honesto bate-papo do que essa estética forçada da TV.

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FORMAÇÃO

👆 (sobre a decadência da mente humana)
(por Allan dos Santos - 27/08/2022)






Santo Tomás tinha 30 anos quando escreveu o DE VERITATE. Não sabemos como era a “Idade Média”, mas é certo afirmar que estamos mais burros e como cegos tentando aprender alguma coisa. Não há uma mente sequer no mundo atual que chegue perto de escrever algo assim com 30 anos de idade, mesmo que levemos em consideração o aspecto sobrenatural sobre a vida de Santo Tomás. Sem desconsiderar o importante senso das proporções da coisa, falando apenas do aspecto humano mesmo, estamos imbecilizados e muito abaixo do nível que se encontravam os alunos e professores da universidade de Paris do início do século XIII. Há muito o que resgatar se quisermos nos distanciar dos primatas.

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FORMAÇÃO








👆 (sobre o amor e a distorção da linguagem)
(por Allan dos Santos - 30/08/2022)




Não há maior desejo em coração humano do que o amor. O amor é desejado e deseja-se dar. É uma via de mão dupla onde a felicidade é o primeiro sinal, seja em quem ama, seja em quem é amado. A palavra amor foi banalizada e nada tem em igualdade com o real sentido desde sua inauguração.

O amor foi uma invenção divina, começando DEUS por ensinar assim ao povo hebreu, encontrando seu ápice em CRISTO. Foi aí então que a palavra passou a ter um único signicado em diferentes modos de exercê-lo. Amar é cuidar da ferida do outro, seja ele estrangeiro, estranho, samaritano, prostituta etc. O amor é o mais íntimo desejo que move as outras operações mais profundas do espírito humano: é o amor que move a inteligência em direção à verdade; é o amor que impulsiona a vontade a chegar ao bem. Mas como amor é mais forte que morte, não basta qualquer verdade ou um pedaço dela, a inteligência só se sacia com o AUTOR da verdade. O mesmo ocorre com a vontade que não se contenta apenas com o bem, mas pulsa dia e noite pelo SUMO BEM.

Qualquer um sabe da frustrante experiência de não abraça a verdade com todas as suas consequências. Ou da triste realidade de ficar preso nos bens particulares ao invés de a partir deles ir até ao Sumo Bem… É porque faltou o amor. E quando falta o amor, faltou vida, faltou a seiva, e é aí que tudo perde o sentido.

A grande vantagem do homem ao passar por essa frustração é que o AMOR não é um ensinamento, uma especulação imaginativa, um modo de observar ou fazer coisas. O amor é uma PESSOA, que nasceu, cresceu e no auge da vida morreu na cruz por nós.

Nesse exílio, o que mais desejo é que eu não passe por ele sem amar, mas não aquele amor midiático colorido. Quero aprender a amar como amou o amor, e fazer como muitas vezes fez São Francisco ao chorar dizendo: o AMOR não é amado. Pois compreendo que não é possível amar o AMOR sem que soframos por não vê-LO amado.

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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


A ideologia de Ridley Scott
(Publicado originalmente no Diário do Comércio, em 07 de Abril de 2010, disponível no site do professor)

Quem vê o filme de Ridley Scott, The Kingdom of Heaven, sai do cinema com a impressão de que o cristianismo medieval foi apenas uma ideologia sanguinária de fanáticos, tiranos e ladrões. Nesse quadro, as virtudes do “perfeito cavaleiro” Balian não poderiam ter nascido dos valores religiosos que historicamente criaram a ética de cavalaria personificada nelas, mas aparecem antes como a antítese desses valores e de todo o cristianismo: Balian, duque de Ibelin, só é moralmente superior aos brutamontes ávidos de riqueza e poder que o cercam porque, em pleno ano de 1194, encarna os ideais da democracia iluminista do século XVIII e o multiculturalismo do século XXI. A Jerusalém que ele quer e defende – a mesma com que sonham aqueles dois outros primores de bondade, o rei leproso e o comandante muçulmano Saladino – é substancialmente a da ONU: um território neutro, supranacional e supra-religioso, onde uma legislação laica assegura a paz entre os diversos grupos de crentes, reduzindo o significado espiritual da cidade a uma questão de “diferenças culturais” que não devem se sobrepor aos interesses superiores da ordem pública. Tal é o “reino de Deus na Terra” como o entendem o duque de Ibelin e o diretor do filme.

Praticamente toda a visão que a modernidade tem da História – pelo menos aquela que se transmite nas escolas e na midia – é constituída de anacronismos, mas raramente eles foram levados ao extremo de fazer de um cavaleiro medieval uma aparição antecipada de Voltaire e Bill Clinton.

A percepção invertida do tempo, à qual o indiscutível talento cinematográfico de Ridley Scott dá feições de realidade verossímil, é a base mesma da mentalidade revolucionária cujo megafone supremo, desde o advento das comunicações de massa, é a indústria do show business. O arremedo de “vida intelectual” que viceja entre astros e estrelas desse ramo multibilionário da economia é o terreno mais propício para aquilo que Willi Münzenberg chamava de “criação de coelhos”: a disseminação de absurdidades politicamente úteis entre tagarelas vaidosos que as transmutam em grandes espetáculos para a completa imbecilização do povo e a glória dos projetos de poder em pauta no momento.

Não é por acaso que, em contrapartida, as belas qualidades morais do general banido Maximus, no filme anterior de Scott, The Gladiador, não precisassem ser explicadas por nenhum deslocamento histórico de sete, oito ou nove séculos, mas aparecessem diretamente como expressões do culto romano dos antepassados. Não somente Scott nada tem contra a religião estatal de Roma, mas esta é, a rigor, a fórmula ancestral do multiculturalismo laico hoje em dia apregoado como remédio universal contra a violência e a guerra (escrevi um livro inteiro sobre isso, não escrevi?).

Também não é coincidência que, em The Kingdom of Heaven, embora as duas grandes religiões em disputa sejam ambas estigmatizadas verbalmente como causas de todos os males, só uma delas seja mostrada na tela como autora de crimes. Claro, para o multiculturalismo, todas as religiões são iguais, mas umas são mais iguais que as outras: é preciso tomar todo o cuidado para não ofender a sensibilidade muçulmana. Caso contrário, como seria possível alegar a sanha homicida da Al-Qaeda e do Hamas como prova da periculosidade das religiões em geral e, como remédio, buscar a extinção, não de todas elas, mas de uma em particular, que por coincidência, por mera coincidência, não é o islamismo e sim o cristianismo? O fato de que este seja o maior fornecedor de vítimas para a violência islâmica e de que não lhe ofereça outra reação senão melosos apelos à paz mundial não afeta em nada a lógica multiculturalista, na qual os feitos de Bin-Laden, os homens-bomba ou o regime de terror de Saddam Hussein provam de maneira inequívoca a maldade da Santa Inquisição e a necessidade imperiosa de banir da sociedade decente os últimos sinais visíveis da fé cristã. A ânsia louca de dar alguma aparência de razoabilidade às conclusões práticas dessa silogística infernal levou o governo dos EUA a classificar como terroristas os grupos cristãos que, sem jamais ter matado um mosquito por isso, acreditam dever preparar-se para o fim do mundo acumulando alimentos e armas; ao mesmo tempo, o uso da palavra “terroristas” para qualificar os autores de atentados homicidas contra milhares de americanos é proibido oficialmente como ofensivo – quase tão ofensivo quanto dizer “Merry Christmas” em vez de “Happy Holidays” ou rezar o Pai Nosso em público, coisa que em várias cidades dos EUA pode dar cadeia exatamente como no Irã ou na Arábia Saudita. Mais ainda, tal como o estrangulamento repressivo da religião nacional, o favorecimento ao inimigo estrangeiro não fica só em palavras: os criminosos protegidos com desvelo paternal contra o termo que mais precisamente os qualifica são retirados das prisões militares para ser levados a julgamento em tribunais civis, com todos os direitos de cidadãos americanos. É a ideologia de The Kingdom of Heaven em ação: quando a obstinação diabólica de levar a mentira às suas últimas conseqüências se torna uma política de Estado, já não é mais possível distinguir entre a ordem pública e a alucinação psicótica.

Mas não é sem motivo que o cristianismo se tornou o bode expiatório da modernidade. No século XVIII, centenas de guias iluminados prometeram que, com a extinção da fé cristã, uma nova era de paz e tolerância se espalharia sobre a Terra. No tempo decorrido desde então, os movimentos políticos ateístas e os Estados laicos já mataram, em guerras e ditaduras, não menos de 250 milhões de pessoas – 1.250 vezes mais do que a famigerada Inquisição espanhola matara em quatro séculos –, e instituíram, mesmo nas chamadas democracias, sistemas de controle social mais opressivos do que o mais rígido inquisidor ou o mais ambicioso tirano da antigüidade poderiam ter desejado. O sonho utópico da modernidade revelou-se um pesadelo sangrento que em dois séculos ultrapassou, em horror e misérias, todos os males que o “fanatismo religioso” possa ter produzido ao longo de toda a história anterior. Como limpar a imagem da utopia e restaurar a credibilidade da promessa? Só atribuindo os crimes da modernidade a “resíduos” de épocas anteriores, como se meros resíduos pudessem ser mais letais do que a substância ativa. Que esse argumento implique fazer de Stalin um dos doze Apóstolos, de Mao Dzedong um novo São Luís e de Hitler um papa da Renascença é algo que não desencoraja no mais mínimo que seja o raciocinador iluminista: não há limites para o absurdo, quando se aposta nele a salvação da humanidade.

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Post scriptum
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
04 de Setembro de 2022



Post Scriptum é um termo em Latim que significa "pós-escrito", ou "escrito após". Comumente usado em cartas, abreviado P.S., usa-se desse recurso quando achamos que havia algo de importante ainda a ser dito após o encerramento de uma mensagem, algo que gostaríamos de destacar ou chamar a atenção, mas nos esquecemos, ou não cabia no texto principal.

Como disse Bruna Torlay no seu artigo de Janeiro de 2022 tendo como base a então passagem de nosso professor Olavo de Carvalho para a eternidade, filósofos de verdade não morrem, permanecem eternos em seus escritos. E ela está dizendo a verdade. Olavo de Carvalho não acaba no dia 28 de Janeiro de 2022. Esse é simplesmente o dia que Olavo partiu deste plano nosso, deste vale de lágrimas, foi recebido por São Miguel Arcanjo nas portas do Céu e foi habitar junto de Nosso Senhor Jesus e de Santo Tomás de Aquino. Eu tenho certeza que ele está muito feliz por lá bebendo um cafezinho com os grandes pensadores e aproveitando a felicidade eterna.

Aqui no nosso plano secular, temporal, temos que lidar com sua sentida ausência, enquanto mantemos a esperança de poder encontrá-lo lá do outro lado um dia. Mas sua ausência não precisa ser total. Enquanto sua PRESENÇA jamais voltará a ser TOTAL enquanto nós estivermos neste plano, temos a imensa obra que ele nos deixou para nos educar. Olavo vai continuar falando através de seus livros, de seus vídeos antigos, de seus cursos gravados. O COF ainda está aberto a quem quiser se inscrever e contando com todas as 585 aulas que Olavo ministrou de Março de 2009 a Janeiro de 2022, possibilitando que Olavo seja seu PROFESSOR de Filosofia mesmo depois de morto!

E como se isso não bastasse, há ainda muito material do professor para vir à luz, aliás, graças a Deus! Eu inclusive pensei em encontrar uma forma de entrar em contato com o pessoal da Vide Editorial e convencê-los a transformar o maravilhoso curso do Olavo sobre Paralaxe Cognitiva (ministrado em 2006 por videoconferência) em livro. Atualmente, devido até ao estado ruim de saúde que o professor se encontrava em 2021, ela se encontra publicada no próprio COF (antes era apenas privada), constando lá como as aulas 568 a 579 (12 aulas) entre 26 de Junho de 2021 a 11 de Setembro de 2021. É um conteúdo importantíssimo porque o professor define o que vem a ser o termo cunhado por ele e dá milhares de exemplos, citando casos, dados, e muitas outras coisas para explicar o conceito de forma minuciosa. Espero sinceramente que o Sílvio Grimaldo pense com carinho em transformar isso em livro no futuro, pois eu tive bastante proveito assistindo esse minicurso do professor, e creio que os outros também deveriam tirar proveito do curso.

Também estão saindo livros do professor após sua morte. E aqui está a coisa para a qual quero chamar a atenção. Olavo disse muitas outras coisas antes de partir que ficaram registradas em vídeos e escritos avulsos, e este material está vendo a luz do dia agora em forma de textos, livros, onde o "escriba", para usar um termo mais aproximado de revisor ou redator, transporta a fala do professor em vídeos para o formato de textos, ou revisa um artigo importante que ele escreveu sobre um tema e o inclui numa obra. Aqui, observemos bem, é o ponto de inflexão em que o criador da obra não mais tem o controle dela por já não estar mais aqui, mas isso não elimina a importância da coisa.

Temos então já três livros lançados do professor após sua morte até o presente momento. O primeiro deles é "O Saber e o Enigma", obra que reúne os conhecimentos do professor sobre esoterismo, sendo o material composto de cursos, como o curso avulso "Simbolismo e Ordem Cósmica", presente lá no site do COF, ou mesmo ensaios como "Notas sobre simbolismo e realidade" que o professor escreveu em 1997, disponível no site dele para leitura. Também saiu o "Diário - Volume 2", a segunda parte do Diário Filosófico de Olavo, as postagens que ele publicava no Facebook lá pelos idos de 2016 e que movimentavam todo mundo em torno de sua figura. Por fim, saiu recentemente o livro "O Foro de São Paulo: A ascensão do comunismo latino-americano", obra composta de textos organizados por Carlos Felice e Evandro Santos de Albuquerque e que apresentam ao leitor as raízes do Comunismo na America Latina. Esse último eu até fiz questão de adquirir primeiro, pois julgo de total importância sabermos exatamente como esse povo satânico pensa e se organiza.

Desta forma, material do mestre que antes era conhecido por poucos começa a ser propagado para muitos. É chegada a hora de Olavo de Carvalho sair do círculo fechado de alunos que o admiravam e ser apreciado por todas as pessoas. Para os discípulos que o conheceram e estiveram sempre com ele, nenhum mistério ou novidade talvez. Para as pessoas que não estiveram em sua convivência, será este material o seu eterno Post Scriptum. Aquelas informações importantes dadas depois que se fecha uma obra; o famoso "antes que eu me esqueça..."; o "oraporra" que ecoará para todo sempre após o ciclo de sua existência neste mundo se fechar de vez.

Ou talvez... a consolidação definitiva de sua obra, a coroação final do gênio e da magnitude que reconhecidamente representou sua passagem por este mundo. Olavo de Carvalho profetizou para Pedro Bial na sua entrevista de 2019: "meus livros continuarão a serem lidos daqui muitos anos a frente". "Ora porra!" por isso! E graças a Deus também!

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje:

- memórias da infância de nosso caríssimo professor;

- uma conversa franca sobre influência, peer pressure e responsabilidades;

- pra fechar, mais um crássico... ou quase... nem tanto assim... tá, não é, mas a piada vale! Tipo pegar retórica do Cornal pra te levar a Sócrates! 😅

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- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!

(05/09/2022)
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👆 LEITURA RECOMENDADA

Vamos acalmar os ânimos neste período eleitoral e continuar a formar o nosso imaginário. Semana passada eu lhes recomendei um livro interessante referente ao sobrenatural, escrito por um exorcista. Hoje, lhes recomendo a obra de um escritor Católico e muito influente: J.R.R. Tolkien! Este livro é belíssimo e não só lhes apresentará um universo de fantasia bem bolado, mas uma obra atemporal e com inúmeras pontes aos valores do Cristianismo. Leiam O Hobbit, de preferência com seus filhos.

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