Edição LXIII (Terça Livre, Revista Esmeril 34, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LXIII

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
   



REVISTA ESMERIL 34

A revanche (Leônidas Pellegrini)

A pata do leão (Leônidas Pellegrini)







Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
    

22 de Agosto de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!




ALLAN DOS SANTOS: Locals || Gettr || Clouthub || Bom Perfil || Rumble.

ÍTALO LORENZON: Ligando os Pontos || Canal de cortes || Telegram || Gettr || Twitter || Instagram.

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PAULO FIGUEIREDO: Conexão América || ConservaTalk || Telegram || Gettr || Twitter.

JOSÉ CARLOS SEPÚLVEDA: YouTube || Ligando os Pontos || PHVox || Gettr || Twitter || Facebook.

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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 32 da Revista Terça Livre, de 18 de Fevereiro de 2020.


Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV está sendo reformulado, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.




CULTURAL


👆 A SUBSTITUIÇÃO DOS HERÓIS
(por Alexandre Costa)
A civilização ocidental foi construída sobre alicerces bem definidos e facilmente observáveis. Um arranjo entre tradições herdadas de sociedades mais antigas, aprimoradas por elementos introduzidos pelo Cristianismo.

 

Dos gregos herdamos a filosofia, as noções de lógica e as distinções entre física e metafísica. Os romanos nos emprestaram a sua organização social, o Direito e algumas estruturas governamentais. E a moral Cristã preencheu estas “formas”, dando a elas o conteúdo copiado ou deduzido das Escrituras, sob o prisma dos Evangelhos e das Cartas que O anunciaram.

 

Mesmo pertencendo a diferentes categorias, as três principais influências da nossa formação social possuem um aspecto em comum: a importância do herói.

Na Grécia Antiga existia um conjunto de iniciativas pedagógicas, culturais e morais, a Paideia, que visava formar o cidadão honrado, leal e capaz de exercer as suas funções visando ao bem comum e à elevação pessoal, seja para melhorar sua relação com a cidade e os seus semelhantes, seja na busca pelo transcendente. Em Roma existiu algo parecido. Embora mais pragmática, a Humanitas Romana também tinha o objetivo de ensinar e promover hábitos e comportamentos considerados adequados à vida em sociedade. Muito além da educação convencional, que era apenas uma parte do amplo aparato de formação, a Paideia e a Humanitas buscavam inserir, nos indivíduos e na cultura, os traços de caráter e personalidade encontrados nos heróis da História e das mitologias. É verdade que bem antes das cidades gregas e romanas já existia a figura do herói influenciador da sociedade, como podemos ver na Epopeia de Gilgamesh, o poema épico encontrado na Mesopotâmia, em escrita cuneiforme, a mais antiga que se conhece. Gregos e romanos, no entanto, elevaram a posição do herói a um novo patamar ao incluir as narrativas de Homero e o pensamento de homens como Cícero como norteadores da cultura de toda sociedade. A aprovação social estava diretamente relacionada à imitação da coragem, da honestidade intelectual e retidão moral de pessoas como Aquiles e Heitor, para os gregos, e do soldado exemplar, para os romanos. E até mesmo os erros e os defeitos dos heróis eram aproveitados como exemplos no aprendizado.

A importância do herói também pode ser observada com muita clareza nas Escrituras, e de forma ainda mais impactante, tendo em vista que vários personagens vencem desafios aparentemente intransponíveis, que só poderiam ser superados com alguma ajuda divina. No Velho Testamento, por exemplo, Deus escolhe os improváveis Moisés, para liderar o povo hebreu, e Davi, para vencer Golias.

Nos Evangelhos temos um salto. A narrativa não trata de mais um herói, mas do Herói Máximo, que alcança todas as possibilidades humanas e as supera de maneira até mesmo incompreensível. E às virtudes heroicas acrescenta as qualidades divinas da Onipresença, Onipotência e Onisciência. Inspirado na figura de Jesus Cristo, o Ocidente expande a ideia do heroísmo e preenche a forma dos antigos com o conteúdo mais profundo dos Evangelhos: Fé, Esperança e Caridade.

Se a presença do herói no imaginário de uma sociedade influencia o ambiente cultural, parece claro que o perfil destes personagens deve contribuir para a formação dos ideais e dos limites de conduta desta sociedade. E como é neste ambiente que são cozidas as mentalidades, todas as decisões, coletivas ou privadas, estarão sob a influência do caráter do herói.

Substituir os heróis tem sido algo comum ao longo da História. Personagens e ideias sempre são trocadas por representantes ou representações de virtudes desejadas por um determinado zeitgeist[1]. Na Alemanha nazista foi assim, no socialismo foi e é assim. Todo totalitário precisa recriar o ambiente cultural, para gravar no imaginário o novo conjunto de ideias, a ideologia. Como não há instrumento imaginativo mais eficiente do que as narrativas heroicas, a substituição dos personagens costuma ser uma das iniciativas mais usadas pelos movimentos revolucionários. Exatamente por esse motivo, o culto à personalidade não é simplesmente uma atitude vaidosa e megalomaníaca, mas consiste em um elaborado ato político estratégico, com alcance cultural e psicológico, e por isso mesmo foi e é incentivado por todos os ditadores, de Hitler, Lênin, Stálin e Mao, a Fidel, Pol Pot e Kim Jong-um.

Infelizmente, as iniciativas que visam a trocar os heróis e os conceitos de heroísmo não se restringem às narrativas visíveis e declaradas. Muitos elementos mais complexos ou mais sutis fazem parte desse conjunto de instrumentos utilizados para moldar o imaginário, seja para construir novos paradigmas, seja para desconstruir os anteriores – que devem ser destruídos para possibilitar a sua completa substituição.

São inúmeros os exemplos de iniciativas que pretendem criar um ambiente propício para o surgimento de novos heróis no imaginário: dos mais gritantes, como os incontáveis filmes, revistas e desenhos de super-heróis do tipo Marvel e DC Comics aos mais discretos, como os discursos recheados de conceitos de despersonalização, que desprezam a personalidade individual e real e elogiam tudo que é coletivo e abstrato, como ideologias e partidos[2].

No Brasil a desconstrução da imagem dos heróis nacionais já ocorria na Proclamação da República. Personalidades ligadas de alguma forma à Monarquia foram esquecidas ou tiveram suas biografias distorcidas. O relato dos heróis antigos passou a ser gradativamente ignorado nos registros, no debate público e nas escolas. Até mesmo a simbologia que restava nas cédulas foi perdida: os rostos dos grandes homens que construíram a nossa História foram substituídos por plantas e animais, em uma espécie de idolatria pagã. Ao mesmo tempo, enquanto ignoravam o passado real e assassinavam a reputação daqueles que construíram a nossa nação, passaram a valorizar os anti-heróis, inicialmente os cafajestes, depois os marginais – aqueles que estão à margem, como queria Herbert Marcuse e outros autores da Escola de Frankfurt. Por fim, trilhando esse caminho por muitas décadas, chegamos à Bandidolatria[3] dos nossos dias, que também pode ser entendida como o estágio final da completa inversão dos valores. A substituição dos heróis é um ato revolucionário[4] que procura criar um imaginário, de forma a substituir também os parâmetros que norteiam a sociedade e a alma do indivíduo. Resistir à revolução cultural em marcha requer a restauração dos heróis, em especial O Herói Máximo, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Alexandre Costa

Site: www.escritoralexandrecosta.com.br

Canal: www.youtube.com/c/AlexandreCosta

Autor de “Introdução à Nova Ordem Mundial”, “Bem-vindo ao Hospício”, “O Brasil e a Nova Ordem Mundial”, “Fazendo Livros” e “O Novato”.

[1] Espírito do tempo, em alemão.

[2] O Novo Príncipe, segundo Antonio Gramsci.

[3] Conceito expresso no livro Bandidolatria e Democídio: Ensaios sobre Garantismo Penal e a Criminalidade no Brasil, de Diego Pessi e Leonardo Giardin.

[4] Usando a palavra com seu significado real e histórico: perverso, irresponsável e quase sempre totalitário.

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REVISTA ESMERIL - Ed. 34, de 26/07/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


SANTO CONTO

👆 A Revanche
(por Leônidas Pellegrini)

História baseada em um episódio da vida de Santo Antão


O velho Antão rezava numa caverna onde havia sepultado irmãos martirizados, quando escutou umas gargalhadas metálicas. Ia olhar em torno quando sentiu um soco na cara. E depois mais outro. E um chute no estômago. E de repente estava tomando uma surra, levando pancadas que não sabia de onde vinham, mas que partiam de todos os lados.

Continuou apanhando até mesmo depois que caíra desmaiado. A surra só cessou quando um grupo de diáconos entrou na caverna orando e portando suas cruzes. Olharam para o velho e choraram, pensando que estivesse morto. Enquanto levavam seu corpo embora, num silêncio pesaroso, escutaram-no gemer. Deram graças a Deus e apressaram o passo, o mestre precisava de cuidados imediatos. No meio do caminho, no entanto, escutaram um balbucio:

 – …de volta!

Pararam. Um deles aproximou o ouvido:

– Me levem… de volta!

Olharam-se espantados. O mestre estava delirando, com certeza. Aprumaram-se e iam continuar viagem, mas um disse:

– E se…

Aí, começou uma discussão. Formaram-se dois grupos: os que queriam levar Antão o mais rápido possível para receber cuidados médicos, e os favoráveis e levá-lo de volta ao lugar amaldiçoado para ver o que acontecia. Enquanto discutiam, o velho anacoreta, miraculosamente curado de todos os ferimentos e sentindo-se revigorado, levantou-se da padiola e, sem que percebessem, deu-lhes a bênção e seguiu seu caminho. Só perceberam que ele não estava mais ali quando já ia longe.

De volta à caverna, na entrada, Antão fez o Sinal da Cruz e chamou:

– Não vou brigar em lugar santo! Vocês que venham aqui pra fora!

Imediatamente saiu lá de dentro uma legião de bestas disformes, horrendas, babando e exibindo presas e garras, e rindo aquela gargalhada metálica. Não perderam tempo e atacaram todos juntos, mas desta vez Antão podia vê-los. E, mais que isso, parecia dotado de uma força extraordinária. Enquanto apanhava, sofrendo lacerações profundas, também atacava. Barrou no ar o golpe de uma das bestas e esmagou-lhe a pata. O bicho correu embora ganindo. Depois quase quebrou a mão rachando com um soco a cabeça de outro monstro, que lhe mordia a canela. E assim continuou a contenda, agora mais justa, com chutes, socos, cotoveladas, cabeçadas, joelhadas de um lado, e mordidas e arranhões do outro.

Dali a pouco, quando restava um só, que o velho lutador sufocava numa gravata, chegaram os diáconos aos berros, atrapalhados. Logo que Antão os avistou, distraiu-se um segundo e a besta que ele segurava, achando uma brecha, sumiu.

Quando os meninos chegaram, acharam-no quase desmaiado, arfando e sorrindo, orando. Seu sangue se espalhava pra todo lado. Então viram surgir uma luz intensa que os cegou por um instante, e depois viram Jesus, em vestes brancas e luminosas, fazer o Sinal da Cruz na testa de seu servo, e ir embora. E deram graças a Deus ao verem o velho mestre totalmente curado das feridas.


Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, coluna semanal de 21 de Agosto



SANTO CONTO





👆 A pata do leão
(por Leônidas Pellegrini - 21/08/2022)

Baseado em um episódio da vida de São Leão Magno

O Santo Padre recebia contente a longa fila de fiéis que lhe vinham beijar a mão. Alegrava-se com a piedade popular, e fazia questão de sorrir para cada um que lhe pedia a bênção. De repente, apareceu uma jovem realmente bonita, que o desconcentrou. Voltou a si, mas a beleza da moça era realmente inquietante e, assim que aqueles jovens lábios tocaram sua mão, sentiu um frêmito, uma inquietação, por um segundo queimou-se todo por dentro.

Aí, o pobre azedou. Não sorriu mais, nem prestou atenção ao movimento da fila, que ainda durou um bom tempo. Deixou a mão estendida e foi abençoando o povo maquinalmente, perdido em seus pensamentos. A culpa o vexava, o torturava e o consumia, e aquele segundo de fraqueza ia se tornando uma eternidade de remorso.

Acabada a sessão, saiu resolvido a penitenciar-se pelo resto do dia. Incapaz de se concentrar em qualquer trabalho que fosse, passou horas em oração, os joelhos no chão duro, sem comer, nem beber, nem ir ao banheiro. Debalde. Se não conseguira se focar no trabalho, tampouco o pôde nas orações. Enquanto isso, demônios em torno dele dançavam e riam alegremente de sua miséria. Veio-lhe então uma ideia extrema, mas necessária. Já caía a noite, e o Pontífice, resoluto, foi atrás de uma machadinha. “Já que a fraqueza veio desta mão”, pensava, “melhor cortar o mal pela raiz. Se teu olho te causa escândalo…”

Antes, consultou uma última vez sua consciência e dirigiu-se a Nosso Senhor: “Amado Pai, perdoai a vil fragilidade que me fez pecar, e este ato que estou prestes a cometer contra mim. Mas, sabei, Pai querido, que é por amor a Vós e Vossa Mãe Santíssima. Maria, Mãe e Rainha, roga por este miserável pecador!” E desceu o corte. De uma vez só, preciso e ligeiro. A dor era insuportável, mas o Santo Padre aguentava, em silêncio, o rosto contraído, as lágrimas escorrendo, mas sempre em silêncio, firme. “Dor muito pior é a que espera no Inferno”, dizia de si para si enquanto via o sangue a esguichar e escorrer, manchando-lhe as roupas e empoçando o chão.

No entanto, de repente, a dor sumiu. Assim mesmo. Do nada. Ele olhou pro pulso sangrento e procurou explicação. Será que era tanta a dor que se anestesiava a si própria? Não teve tempo de continuar as conjecturas, pois uma luz intensa iluminou o quarto, e ali se fez presente Nossa Senhora, com Seu véu branco, Seu manto azul e Seu sorriso agradecido de Mãe orgulhosa:

– Filho amado, tua piedade é admirável, e teu amor, ainda mais! Que as bênçãos do Céu sejam sempre contigo!

Disse isso e sumiu. Quando o Pontífice, que não ousara encarar a Mãe, ergueu os olhos, viu que já era dia. Reparou também que o sangue havia todo sumido, o quarto e as roupas estavam até mais limpos que antes, e um cheiro de rosas inundava o ambiente. E, estupefato, viu que sua mão decepada estava de volta no lugar, intacta. Prostrou-se por terra e orou agradecendo a imerecida piedade divina. Quando se levantou, sentia-se renovado, chorava de alegria, e o antigo sorriso estava de volta.


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Padre Paulo Ricardo - 18 de Agosto





EDUCAÇÃO | SOCIEDADE

👆O aplicativo que está matando nossos filhos
(por Miriam Diller)

Estamos numa guerra. A internet não é um campo aberto com alguns buracos; é um campo totalmente minado. O livre acesso à internet põe em risco a saúde emocional e espiritual das nossas crianças, pois elas pisarão em minas para onde quer que se voltem.


Parece que as mais novas gerações de adultos finalmente estão compreendendo que as redes sociais são perniciosas. Ao longo dos últimos quinze anos, vimos que Facebook, Twitter, Snapchat, Instagram e TikTok chegaram ao apogeu. Todas essas redes sociais ainda são muito populares, e atualmente o TikTok lidera o ranking de popularidade. Porém, enquanto um vasto número de adultos limita o tempo gasto em redes sociais, o tempo gasto diante das telas tem aumentado entre certo segmento demográfico: as crianças. É possível que estejamos começando a abandonar as redes sociais, mas as crianças estão apenas começando a usá-las.

Muitas crianças gastaram o tempo de isolamento durante a pandemia nas redes sociais. Forçadas a permanecer em isolamento, não lhes restou outra alternativa. Estas estatísticas contam uma parte da história: em 2020, a receita do TikTok quintuplicou e o número de usuários nos EUA dobrou. Hoje, mais de um quarto dos usuários de todo o mundo têm menos de 18 anos, e o número de mulheres supera o de homens. Nos EUA, gasta-se em média mais de uma hora por dia com o TikTok. No geral, o uso de redes sociais cresceu dramaticamente durante o lockdown. Os adultos as utilizaram para permanecer conectados, enquanto os pais que se esforçaram para trabalhar em casa ou manter o emprego deixaram os filhos sob os cuidados da tecnologia.

Hoje vemos os frutos: o isolamento devido à recente pandemia acelerou a já existente tendência de declínio no comportamento e na educação das crianças. Qualquer professor dirá que a nova epidemia é o aumento vertiginoso de condutas inapropriadas e radicalmente desordeiras entre os estudantes, alimentadas em parte pelo amor que eles têm aos vídeos da internet. Estudantes que eram bem comportados na escola começaram a se comportar mal. Conhecem palavras indecorosas que normalmente não ouviriam nem na televisão nem em suas famílias. Sabem um grande número de danças e gestos inapropriados, que todos aprendem mais ou menos ao mesmo tempo. Nas escolas, eles se reúnem para ficar em volta das telas tão logo surja a oportunidade; quando não o fazem, passam o tempo falando sobre o que está acontecendo online.          

Naturalmente, esses problemas comportamentais se somam à defasagem de aprendizado, e aos danos mentais infligidos à maioria dos estudantes nos Estados Unidos, como consequência do pânico causado pela Covid-19. Sim, os estudantes estão se comportando mal por causa da imensa tensão mental provocada pela ansiedade e pelo isolamento decorrentes da pandemia; atualmente, a Força-tarefa de Saúde Preventiva dos Estados Unidos tem recomendado exames adicionais para desordens ligadas à ansiedade, inclusive para crianças de oito anos de idade.

Mas não foi a Covid-19 que ensinou às crianças transgressões criativas, pegadinhas, palavras obscenas e gestos inadequados. Foram as redes sociais. Talvez você tenha ouvido falar do trend dos devious ou diabolical licks, no TikTokque atingiu o auge no outono de 2021. Estudantes do ensino fundamental e médio postavam vídeos nos quais apareciam roubando ou vandalizando propriedades escolares. Essas ações redundaram em inúmeras detenções e milhares de imitadores nos EUA e em outros países. Foi uma epidemia que se espalhou rapidamente. O vídeo original foi postado em 1.º de setembro e removido no dia 13 do mesmo mês. Todos os vídeos que perpetuavam o trend foram banidos pelo TikTok dois dias depois. Naquelas duas semanas, a hashtag devious teve mais de 200 milhões de visualizações. 

[N.T.: Mais recentemente, também foi notícia o chamado “desafio do apagão” — blackout challenge, em inglês — que vitimou fatalmente uma menina de nove anos nos Estados Unidos e causou dano cerebral irreversível no menino Archie Battersbee, na Inglaterra.] [i]

Nós permitimos que isso acontecesse; tornamo-nos complacentes com os perigos da internet. A história do TikTok tem se repetido em outras plataformas de rede social por quase duas décadas. Mas nós ficamos acostumados aos alertas antigos e familiares. Por isso deixamos de lhes dar atenção. 

TikTok foi lançado em 2016 pela empresa chinesa ByteDance. Alguns anos depois, quando a popularidade da rede social cresceu rapidamente nos EUA, o governo de Donald Trump tentou bani-la, usando como justificativa a preocupação com riscos de segurança. Porém, pouco tempo depois a proibição foi revertida por Joe Biden, o novo presidente. Apenas alguns meses antes, no entanto, o TikTok havia pagado uma grande quantia de dinheiro para estabelecer um acordo numa ação popular relativa à transferência de dados pessoais a servidores chineses. Em todo caso, as políticas de privacidade e dados do TikTok de fato não são consideradas piores que as de outras redes sociais.    

Na verdade, o TikTok tem os problemas usuais de qualquer aplicativo de rede social. Predadores que atuam online utilizam essa rede social para atrair crianças, e muitas vezes conteúdos obscenos conseguem escapar dos mecanismos de controle. Os desenvolvedores do aplicativo tomaram as providências básicas quanto à “proteção de crianças”: os pais podem usar o “modo restrito” para limitar conteúdo adulto e podem parear suas contas com as de seus filhos. Mas isso não impede que as crianças vejam vídeos com palavrões, letras com temas sexuais, conteúdo relacionado a drogas, roupas imodestas e danças obscenas. Além disso, as crianças só precisam saber um pouco de tecnologia para contornar as restrições; muitas sabem como evitar configurações de privacidade criando as próprias contas e fornecendo aniversários falsos. Assim elas podem acessar vídeos com conteúdo “adulto” e postar vídeos imediatamente, sem necessidade de revisão ou edição, expondo-se aos predadores.    

Estes são alguns dos outros males documentados no TikTok: potencial dependência; discurso de ódio dos mais variados tipos; intimidação virtual [cyberbullying] (inclusive divulgação de informações para transformar alguém em alvo [doxing]); vídeos ao vivo de suicídios; desenvolvimento de desordens neurológicas; e menores de idade que postam vídeos de si mesmas com conteúdo sexualizante. Os valores da plataforma também são progressistas; por exemplo, ela proíbe vídeos que promovem terapia de conversão.

Novamente, isso não acontece apenas no TikTokO uso de redes sociais em geral faz mal para a saúde mental. É particularmente prejudicial para a saúde mental e física das meninas. Desde o início dos lockdowns temos visto um número crescente de hospitalizações resultantes de desordens alimentares entre mulheres jovens, apesar do decréscimo geral das hospitalizações de jovens durante a pandemia. A pressão dos pares e as redes sociais aumentaram dramaticamente o número de crianças levadas a clínicas especializadas em transição de gênero sem consulta prévia a um psicólogo, algo que deixou inquieto inclusive um conhecido psicólogo transgênero. Ademais, o formato do TikTok é particularmente ruim: expor qualquer pessoa a uma tela o tempo todo prejudica a saúde mental, ao passo que ver vídeos curtos consecutivamente pode reduzir a capacidade de concentração.   

Em março, um grupo de procuradores gerais do Estado deram início a uma investigação para descobrir se e como o TikTok prejudica as crianças. Talvez em alguns anos chegarão à mesma conclusão de qualquer pessoa com bom senso: TikTok afoga a alma num oceano de maldade para cada gota de bem que gera

A internet de hoje não é a mesma de quando nós adultos éramos crianças; tem muito mais maldade (embora também haja mais bondade), e vídeos obscenos são divulgados diretamente para as nossas crianças. O mal na internet já não fica à espera de ser descoberto; ele jorra de forma agressiva.

Pais e professores precisam enxergar que estamos numa guerra. A internet não é um campo aberto com alguns buracos; é um campo totalmente minado. O livre acesso à internet põe em risco a saúde emocional e espiritual das nossas crianças, pois elas pisarão em minas para onde quer que se voltem. Nossos filhos precisam sair do TikTok — e o acesso deles à internet deve ser rigorosamente monitorado — agora. Não podemos mais dar-lhes acesso sem restrições a computadores (particularmente nos quartos!), a smartphones com dados ilimitados e a tablets sem monitoramento.

É fácil ignorar ou minimizar os males do acesso livre à internet, ao TikTok ou a outra rede social. É fácil apresentar desculpas, dada a onipresença da internet. “Meu filho precisa de um smartphone para entrar em contato comigo”. “Meu filho precisa de algo para se manter ocupado enquanto eu estou ocupado”. “Eu uso a internet como incentivo”. “Tenho aplicativos educativos no celular”. “Eles precisam aprender a navegar na internet por conta própria”. “Não tenho tempo para vigiar tudo o que estão fazendo”. “A internet não é tão ruim assim, a maior parte do conteúdo não faz mal”. “Meus filhos precisam de alguma privacidade, pois estão crescendo”.

Porém, não existe nenhuma boa razão ou justificativa que nos permita dar aos nossos filhos a liberdade para buscarem a sua própria destruição. As desculpas acima são somente isto: desculpas para que não realizemos o trabalho árduo de ensinar e criar os filhos. Além disso, nós mesmos temos tantas coisas para dar a eles: particularmente, nosso tempo e nossa atenção. Podemos dar a eles brinquedos, livros, artigos de arte, diários e bicicletas. Podemos dar tarefas e ensinar habilidades úteis para a vida adulta. Podemos encorajá-los a nutrir boas amizades, ter conversas edificantes e dar conselhos instrutivos a eles. Podemos ensiná-los a ter confiança em nós e a conversar conosco. Podemos ensinar-lhes que são amados e queridos sem que precisem imitar a vida fantasiosa e virtual de outra pessoa. Podemos ensinar a eles que somos feitos para o Céu, não para fantasias virtuais. Podemos ensinar que o mundo está contra eles e quer machucá-los, mas que nós somos por eles — e Deus é por nós.  

Nossos filhos clamam por alimento emocional e espiritual. Deveríamos dar a eles escorpiões ou cobras sob a forma de redes sociais e acesso irrestrito à internet? Não! O TikTok é muito mais perigoso do que a Covid-19, e não tenho dúvida de que sua taxa de mortalidade já é muito superior à de qualquer pandemia. Almas estão em jogo! Ainda que encontremos no TikTok algum raro vídeo que valha a pena — mesmo que seja um vídeo com conteúdo católico! —, existem entretenimentos muito mais seguros e edificantes, sem falar em alegrias muito superiores pelas quais esperar. Nossos filhos jamais saberão disso se não os educarmos de forma diferente.

Notas

  1. Sobre o menino Archie Battersbee, de 12 anos: a família da criança lutou desde abril até o começo de agosto pela vida do filho, mas, uma vez mais, assim como no caso do bebê Charlie Gard, prevaleceu a decisão judicial de que seus aparelhos fossem desligados. Nem tudo são notícias más, no entanto: o menino foi batizado no Domingo de Páscoa, logo depois de entrar em coma. Ele mesmo havia manifestado esse desejo anos antes, inspirado pelos cristãos lutadores de boxe que via na televisão. (N.T.)
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Allan dos Santos via Locals - 04 de Agosto a 17 de Agosto






RESILIÊNCIA





👆 No exílio, a esperança é o único porto seguro
(por Allan dos Santos - 04/08/2022)


E
sperar é sempre muito difícil. O desejo de se obter o desejado é até a marca de um desejo verdadeiro. Muitas vezes, porém, o que se deseja demora a chegar. É nessa hora que os olhos não podem ficar fitados APENAS no que se deseja, mas no doador, no autor do objeto desejado, DEUS, o único que me deu meus filhos e esposa.

Se o que tanto desejo demora para chegar, que são meus filhos e minha esposa, há algo que não preciso esperar e já está aqui comigo: um HOMEM-DEUS que sofreu também o exílio quando pequenino, protegido por JOSÉ e no colinho de sua mãe MARIA. O REI dos reis também esteve exilado e fugindo de tiranos que queriam tirar-LHE a vida inocente.

Se me falta esposa e filhos, não me falta a família de Nazaré, que em uma realidade distinta dessa que vivo, estão UNIDOS e sabem a dor do exílio.

Essa foto abaixo tirei hoje depois de ficar ao lado de Nosso Senhor na parte da tarde enquanto meditava o que preciso fazer. Ainda não tenho horizontes, mas como dizia Santa Teresinha, por trás das nuvens o sol continua a brilhar.



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FORMAÇÃO

👆 Sobre a leitura de grandes obras (sem título)
(por Allan dos Santos - 13/08/2022)






Reler textos de grandes intelectuais e escritores que você já considera uma informação assimilada demonstra frequentemente que há muito mais para aprender, ou seja, que o nível da sua leitura que você fez acerca desses textos não foi tão profundo, mas superficial. E se você não retornar ao texto, a única informação que você carrega é a superficial.

O mesmo fenômeno ocorre com a memória de lugares outrora frequentados com certa assiduidade, como o bairro da sua infância, como também ocorre com a lembrança de pessoas com as quais você perdeu a convivência.

A conclusão que se pode tirar desse fenômeno é um indicador que fala mais de nós mesmos mais do que da coisa observada, seja um texto, uma pessoa ou um lugar. Em outras palavras, isso é um alerta, um sinal amarelo, para que você não pense ser um observador que esgotou o que se pode extrair daquilo que está em sua memória. Há camadas de conhecimento e o depósito do qual nossa inteligência opera, ou seja, a memória, é pobre e, não raramente, superficial.

Se o fenômeno ocorre com aquilo que está no passado, como não desconfiar da observação das coisas presentes? Por isso é temerário falar com certeza sobre qualquer assunto. E isso é o que divide o revolucionário do contra-revolucionário. Enquanto este é cauteloso, àquele é um tarado acorrentado por sua imaginação parca, estreita e equivocada. Por isso que comumente o revolucionário se diz juíz “imparcial” do passado e profeta de um futuro que ninguém sabe como será. Fuja dos revolucionários e de seu modo de agir, que é constantemente imprudente e irresponsável. Apegue-se à prudência dos sábios, os quais são cautelosos e responsáveis.

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CITAÇÃO








👆 A importância de contemplar coisas elevadas
(por Allan dos Santos - 17/08/2022)




"
[...] de rebus nobilissimis quantumcumque imperfecta cognitio maximam perfectionem animae confert."


O conhecimento das coisas mais nobres, por mais imperfeito que seja, traz a máxima perfeição à alma.


SUMA CONTRA OS GENTIOS, Capítulo V

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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


Devastação cultural encarnada
(Publicado originalmente no Diário do Comércio, em 28 de junho de 2016, disponível no site do professor)

Nada pode estar tão distante de alguma outra coisa como o intercâmbio intelectual genuíno está do debate político-partidário e ideológico tal como se trava na nossa mídia e nas nossas instituições universitárias.

Não é exagero dizer que, fora de uns círculos privados muito pequenos, quase microscópicos, o intercâmbio intelectual desapareceu deste país. Desapareceu a tal ponto que o debate político tomou o seu lugar e acredita piamente ser ele.

Grosso modo, a diferença consiste no seguinte: o intercâmbio intelectual pressupõe a efetiva interpenetração das consciências, a participação comum dos interlocutores num mesmo conjunto de experiências cognitivas.

O debate político (no sentido acima) compõe-se apenas da adesão ou repulsa superficiais a “teses” ou “opiniões” estereotipadas, no mais das vezes apenas inventadas e projetivas, às  quais pareça bonito, no momento, lançar flores ou pedradas.

No intercâmbio intelectual, a compreensão e o enriquecimento mútuos são muito mais importantes do que a concordância ou discordância, que em geral acabam sendo quase sempre parciais e condicionais.

No debate político, concordar ou discordar é tudo, com o agravante de que a adesão ou repulsa não é nunca puramente intelectual, mas se multiplica pela exaltação ou condenação morais, que, dirigidas aos alvos convenientes, valem também, por extensão ou por inversão, como descarada “captatio benevolentiae” para fazer do opinador um modelo de virtudes, a personificação suprema da democracia, do patriotismo, do progresso, do socialismo, dos sentimentos cristãos ou de qualquer outro valor que se imagine compartilhado pela audiência.

Não é preciso dizer que, no debate político brasileiro, o compartilhamento de experiências cognitivas é não apenas desnecessário, mas inconveniente.

Compreender as idéias, as intenções profundas ou, mais ainda, a alma do interlocutor pode paralisar o impulso de deformar, caricaturar e falsificar, que, em tão nobre atividade humana, é a essência e a meta do que se pretende.

Numa sociedade normal, há os dois tipos de debates, mas permanecem em terrenos distintos, e a presença vizinha do intercâmbio intelectual, que é de conhecimento público tanto quanto o debate político, funciona como um freio aos arrebatamentos erísticos e demagógicos deste último.

Desaparecendo o intercâmbio intelectual, o debate político, sem parâmetros regulatórios exceto o Código Penal, os interesses empresariais e partidários em jogo e os padrões de gosto de uma platéia volúvel e ignorante, se encontra livre para impor-se como modelo de todas as discussões possíveis e até recobrir-se da aura de “atividade intelectual” aos olhos de quem nunca teve – nem viu — atividade intelectual nenhuma.
Não deixa de ser sintomático que, nessa atmosfera, as regras de polidez mais vulgares, grosseiras e pueris – mesmo elas constantemente violadas pelos seus propugnadores – se transfigurem no símbolo convencional, no sucedâneo mais aceitável de elevação intelectual e moral.

Foi assim que tipos como os srs. Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Marco Antonio Villa, Caio Blinder e outros tantos vieram a parecer intelectuais, quando até mesmo no exercício do mero jornalismo são tão claramente deficientes, sem comparação possível com os seus antecessores de três ou quatro décadas atrás.

Para quem cresceu lendo os artigos de Julio de Mesquita Filho, Nicolas Boer, Gustavo Corção, Paulo Francis, Otto Maria Carpeaux, Álvaro Lins, Arnaldo Pedroso d’Horta e muitos outros do mesmo calibre –todos eles intelectuais de pleno direito exercendo “ad hoc” as funções de jornalistas –, ler o que se publica hoje sob o nome de “comentário político” é ver diariamente a devastação cultural brasileira encarnada com plena fidelidade aos traços simiescos que a definem.

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Como começar a ler Olavo de Carvalho
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
22 de Agosto de 2022


Certa vez eu comecei a observar uma discussão dessas em um grupo fechado do Seminário de Filosofia e comecei a ver várias respostas aparecendo. Cada pessoa dava um jeito diferente de se iniciar nos livros do saudoso professor.

Como não tive tempo de preparar nada mais elaborado nestes últimos 15 dias, resolvi fazer um apanhado de leituras para quem está iniciando os estudos, e sobretudo para começar a ler os livros do professor, pois foi em partes o caminho que tomei. Espero que seja de alguma ajuda.

Anos atrás eu iniciei lendo a famosa compilação “O Mínimo que Você Precisa Saber para não ser um Idiota”. Seria a introdução ideal ao escritor, a que eu recomendaria a todos, sem exceção. Como essa opção não é mais viável devido à má vontade e ranhetice de alguns (cujos nomes não vou mencionar pra não dar palco para maluco), peço que o iniciante se dirija ao volume de nome “O Imbecil Coletivo“. Muitos também se iniciaram justamente por esse volume. As pessoas curiosas geralmente irão mesmo querer começar pela literatura política e de mais acesso do escritor e Filósofo.

Caso alguém sinta curiosidade de conhecer o que era “O Mínimo...” anos atrás, sugiro que vá para o canal do Leandro Diademi no YouTube, chamado “Ler com Ouvidos”, onde ele está fazendo a leitura do livro fora de catálogo que costumava ter 615 páginas de informação e polêmica. Caso não se sinta à vontade com audiolivros, pode pegar no seu buscador favorito (Google, Brave Search, DuckDuckGo) a relação de artigos que haviam no livro e lê-los no próprio site do professor, pois estão lá disponíveis.

Feita a leitura desses livros, pode partir para o diário do professor no Facebook, que se encontra disponível hoje nos volumes “Diário filosófico - Volume 1” e “Diário - Volume 2”. Essas “anotações” do professor são as postagens importantes de Facebook que ele fez ao longo dos anos. Vai se surpreender com o que vai encontrar ali. Eu não tenho estes volumes, mas eu o acompanhei no Facebook e no Twitter desde que eu o conheci lá pelos idos de 2014, e vi tudo que tinha de mais antigo dele. Eu não necessito de ler esses diários no momento, até porque estou degustando sua obra filosófica, mas para quem não acompanhou, seria interessante ter esse começo, pois tem muita coisa ali que ajuda a entender não o pensamento dele, mas o fio narrativo da visão que Olavo tinha da história do país, e eventualmente um ou outro puxãozinho de orelha para pessoas mais... incautas.

Os dois últimos livros políticos de Olavo que recomendo é o debate maravilhoso que Olavo teve com Anexandr Dugin (abstraiam a morte da filha de Dugin recentemente, ou se não conseguem abstrair, deixem essa leitura para outro momento) em que Olavo discute com o guru de Putin sobre a situação dos EUA e seu papel na NOM e o mais recente lançamento de Olavo pela Vide Editorial chamado “O Foro de São Paulo”, em que o professor fala em detalhes sobre essa organização satânica que a velha mídia carcomida escondeu por décadas, enquanto Olavo, como uma voz solitária clamando no deserto a denunciava sem nunca desistir.

Os progredidos que quiserem sair da literatura política e partir para algo mais filosófico do professor, podem se dirigir para “Aristóteles em Nova Perspectiva”. É um livro curto e de extrema importância sobre a teoria dos 4 discursos. Logo depois, recomendo “Maquiavel ou a Confusão Demoníaca”, uma obra em que Olavo explica como o pensamento de Maquiavel influiu no pensamento disforme do mundo moderno.

E para os ousados, eu recomendo toda a trilogia de Olavo de Carvalho sobre o mundo moderno, composta dos livros “A Nova Era e a Revolução Cultural”, seguido de “O Jardim das Aflições” (um dos livros mais difíceis que já tive contato e o próprio “Imbecil Coletivo” que já mencionei.

Querendo partir para coisas bem mais substanciais e profundas? Dirijam-se para “A Dialética Simbólica” e um livro vermelho do professor chamado “A Filosofia e seu Inverso”. Querendo vencer um debate? Olavo comenta em detalhes o livro de Schopenhauer “Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão”, onde ele comenta as sacanagens do ad hominem que a esquerda usa. Ingressou no COF? Leia “Inteligência e Verdade”. Querendo se aprofundar ainda mais? Leia “A Consciência da Imortalidade”, um livro maravilhoso que debate sobre as facetas do “eu”. Ouviu falar de Mario Ferreira dos Santos e quer uma introdução? Leia o livro de Olavo sobre o grande Filósofo brasileiro. E caso esteja querendo um apanhado da filosofia de Olavo em linhas gerais, e melhor, sob a ótica de um de seus melhores alunos, leia “Conhecimento por Presença”, de Ronald Robson, um calhamaço de 639 páginas que vai te dar um panorama completo, e melhor, aprovado pelo próprio professor quando foi lançado.

E se ainda quiser uma boa sobremesa com risos e referências da cultura pop, compre as “True Outstrips” de Giorgio Cappelli, pois ninguém é de ferro! Eis aí, um compêndio de livros que mostra o caminho que fiz para descobrir o professor. Há outros livros claro, como a série “Cartas de um Terráqueo ao Planeta Brasil”, mas só sinto segurança em falar daquilo que efetivamente li ou pelo menos comecei a ler e já estou bastante adiantado. Espero que minha singela contribuição te ajude a iniciar seus estudos. E se puder, ingresse no COF! Serão os 60 reais por mês mais bem investidos de sua vida inteira.

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje:

- uma compilação de várias histórias bestas que nunca aconteceram, mas que muita gente vive imaginando... parece a Hollywood atual!;

- na sequência, personagens cRássicos da comédia pastelão aconselhando um reconhecido bandido! Já sabem onde vai dar issaê!;

- pra fechar, mais um/uma... transss...seiláoquê, hahaha, só sei que essa história tá rendendo continuações de arrepiar os cabelos!

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- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!




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👆 LEITURA RECOMENDADA

Hoje eu vou lhes recomendar uma ficção que eu comprei a pouco tempo e já não consigo parar de ler. Trata-se de uma daquelas inesperadas surpresas que descobrimos no meio do caminho. O padre espanhol exorcista conhecido como Padre José Fortea escreveu um belíssimo conto sobre a criação dos anjos baseado em seus próprios conhecimentos em Demonologia. É uma história que nos impulsiona em buscar as coisas do alto e nos alimenta o imaginário para as coisas neste nosso mundo. O conto narra a história dos anjos e como o anjo mais belo de Deus sofreu sua queda. Esta é minha recomendação de hoje. Não deixem de ler!
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