Edição LXII (Terça Livre, Revista Esmeril 34, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LXII

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


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REVISTA ESMERIL 34

Atualidade do Exorcismo (Leônidas Pellegrini)

Leitadas alienantes (Roberto Lacerda)







Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
    

08 de Agosto de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!




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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 31 da Revista Terça Livre, de 11 de Fevereiro de 2020.

Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV está sendo reformulado, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.



MATÉRIA DE CAPA


👆 Ditadores comunistas: da pobreza ao bilhão
(por Priscila Dalcim)


Líderes da esquerda acumulam fortunas bilionárias e levam uma vida de luxo, enquanto a população convive com a pobreza e miséria

Dizem que aquele não foi socialista aos 20 anos, não tem coração, e quem ainda é socialista aos 40 anos, não tem cérebro. Isso porque tanto o socialismo quanto o comunismo vendem a ideia de um mundo melhor para todos, extinção da desigualdade de renda e distribuição das riquezas de um país de forma igualitária. Além de serem promessas com objetivos tecnicamente inalcançáveis, todos os regimes comunistas no mundo inteiro comprovaram viver mais de discursos atraentes do que da realidade em si, onde seus líderes enriquecem abruptamente enquanto a população padece com a perda das liberdades econômicas e de direitos civis, perda dos empregos, desvalorização da moeda, aumento da criminalidade, perda da dignidade e, por fim, recebem a fome e a morte como destino único.

Coincidência ou não, enquanto a desordem vai sendo instaurada de forma generalizada, os líderes que tanto prometem a extinção da desigualdade vão enriquecendo em alta velocidade. A nação que está sendo vitimada pelo regime genocida vai ruindo internamente, tendo suas estruturas e instituições corroídas pelo comunismo como uma ferrugem que consome a matéria deixando para trás somente o pó. A indústria vai sendo estatizada e desestabilizada, o cidadão tendo suas mãos atadas por meio da burocracia abundante, os empregos tornando-se cada vez mais escassos, os pais de família perdendo a fonte de renda, a criminalidade eclodindo, a doença e a morte vão batendo às portas de toda a população. “O comunismo acaba com a desigualdade nivelando todo mundo por baixo, iguala a pobreza para todos”, afirma o deputado federal Eduardo Bolsonaro, em suas redes sociais.

A promessa desses regimes ditatoriais é sempre de um mundo melhor para todos, mas, na verdade, a riqueza que a nação gera é distribuída entre os bolsos de seus líderes, parentes e os chamados “amigos do rei”. Ou seja, aqueles mais próximos do ditador que ocupa a chefia da nação, geralmente os bajuladores de plantão. A facilidade para a corrupção se perpetuar nesses governos é grande e existe até mesmo um modus operandi específico. “Eles controlam a máquina de governo e também o Judiciário. Temos como exemplo o Brasil do Lula e a Venezuela, de Maduro. “E o controle da Justiça facilita a vida dos corruptos”, explica o cientista político Antônio Flávio Testa, professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB).

O caso mais recente de enriquecimento abrupto em regimes comunistas e que está chamando a atenção do mundo inteiro é o da empresária Isabela dos Santos, filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que permaneceu no poder entre os anos de 1979 e 2017, totalizando 38 anos de governo. Com uma fortuna estimada em cerca de US$ 2,1 bilhões, Isabela é considerada a primeira bilionária da África e a mulher mais rica do continente.

Tendo saído de uma guerra em que grupos marxistas disputavam o poder, Angola estava destruída e pobre, apesar de suas terras serem ricas em diamantes e petróleo. Segundo relata o autor do livro “Isabel dos Santos — Segredos e Poder do Dinheiro”, Filipe S. Santos, o pai de Isabela governou ao estilo comunista: estatizando os meios de produção, passando por cima da oposição e mantendo-se no poder continuamente. Como não há no mundo país algum em que o comunismo tenha sido bem-sucedido, em Angola não foi diferente. O país permaneceu quebrado, exceto para aqueles que estava no poder – a cúpula do governo e os militares que os apoiavam.

O que é de se estranhar não é a inesperada ascensão de Isabel, que passou de uma criança que aos nove anos vendia quitutes com a avó nas feiras de Luanda à mulher mais rica da África. O capitalismo proporciona, de fato, esses feitos quando há um trabalho honesto, árduo, contínuo e focado, como foi o caso, por exemplo, do megaempresário brasileiro Silvio Santos, que também ascendeu de uma vida de camelô nas ruas do Rio de Janeiro a dono de uma rede de televisão. No entanto, Isabel tornou-se bilionária em meio a um país onde 70% da população vive abaixo da linha da pobreza, com menos de US$ 2 por dia e é qualificado como um dos dez países mais corruptos do mundo.

Dificilmente será possível rastrear a origem da fortuna de Isabel, uma vez que em países com regimes
ditatoriais as informações não são transparentes. Não à toa, Isabel construiu um império sem deixar rastros. “Não tem quem os controle. É uma corrupção em rede, estilo PT e Angola”, arma Testa. Mas as conversas nos corredores do poder é que os pedágios governamentais, uma espécie de taxa cobrada sobre os diamantes e o petróleo, misturaram-se às contas bancárias da família. Outra grande fonte de renda para a família teria origem da concessão da exploração da telefonia móvel, além de investimentos e participações em petroleiras, fábricas de cimento, imobiliárias, indústria cervejeira e em empresas de distribuição de energia. “Só quem ganha são eles, e despertam muito ódio na população”, alerta Flávio.

Ligação estreita com Lula e governos petistas

A relação Brasil-Angola pode ter sido manchada por negócios fechados entre o país comunista e os governos petistas que governaram o Brasil por 16 anos. Segundo a revista “Infomoney”, o BNDES destinou a Angola cerca de US$ 3,5 bilhões para obras naquele país, a serem executadas pelas quatro grandes empreiteiras do Brasil: Odebrecht, Camargo Correia, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. Foram diversas obras realizadas no país africano com o dinheiro dos impostos dos brasileiros que poderia ter sido aplicado no Brasil, mas que foi destinado à construção de estradas, aeroporto, metrô, linhas de transmissão, dentre outras obras, em Angola. No final das contas, o interesse é sempre o mesmo: o tal do “pedágio”, ou seja, a taxa de autorização para que a companhia atue naquela região geográfica ou segmento de mercado sem que haja concorrência ou incômodos burocráticos governamentais.

Falando em Odebrecht, o sobrinho do ex-presidiário Lula da Silva alçou voos por meio da companhia. Ele era um assentador de esquadrias no Brasil, e transformou-se em subempreiteiro internacional em Angola, um pulo profissional que, seguindo a trajetória acadêmico-profissional, talvez levasse até mais do que uma década para alcançar tal patamar. E não foi só o sobrinho de Lula que subiu às alturas profissional e, sobretudo, financeiramente, Um dos seus filhos, conhecido como Lulinha, saiu de uma vida de biólogo do zoológico de São Paulo, onde limpava estrume de elefantes e tinha uma média salarial de R$ 600, para sócio de uma produtora especializada em jogos logo no primeiro ano pós a posse do pai, em 2003. Três anos depois, em 2006, a Telemar investiu R$ 10 milhões na produtora, o que causou estranheza e desconfiança de que essa era a compra realizada, na verdade, pelo acesso às altas figuras do governo. É uma cíclica e eterna troca de favores. Além disso, Lulinha foi morar em um bairro cujos apartamentos possuem um custo médio de R$ 6 milhões, valor substancialmente maior do que o proporcional para a renda que ele possuía anteriormente ao início do mandato do pai. Lula, como sempre, disparou sua ironia: “que culpa tenho eu se meu filho é o Ronaldinho dos negócios?!”

Mas o grande exemplo que se tornou expoente dos negócios após a posse em um governo regido pela ideologia de esquerda foi o próprio Fidel Castro, pai do comunismo em Cuba. O ditador foi reconhecido várias vezes pela Forbes, revista norte-americana especializada em negócios, como um dos dez homens mais ricos do planeta. Enquanto a população de seu país dividia o sabonete para passar o mês, o ditador gozava das benesses de dividir a riqueza de toda a sua população entre suas próprias contas bancárias. De fato, ele fez como todos os comunistas prometem: acabou com a desigualdade social e distribuiu de forma equânime a pobreza.
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REVISTA ESMERIL - Ed. 34, de 26/07/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


ESPECIAL

👆 Atualidade do Exorcismo
(por Leônidas Pellegrini)

Contra as trevas, a santidade: entrevista com o Padre exorcista Pedro Paulo Alexandre,

da Arquidiocese de Florianópolis, e o Padre Paulo da Silva, da Diocese de Naviraí


Quando o querubim Lúcifer, o então mais perfeito entre os anjos, corrompeu-se pela soberba e levou consigo uma chusma de sequazes, surgiram os demônios. Desde então, inúmeras almas extremamente corrompidas engrossam as fileiras do inferno cada vez mais, e essa legião, em batalha contra Deus até o fim do mundo, tem atormentando desde sempre Seus filhos, de maneira ordinária ou extraordinária, para que o maior número deles se perca.

Acontece que Jesus, quando escolheu Seus Apóstolos, conferiu-lhes o poder de expulsar demônios. Naquele momento, entre os Doze, Deus feito homem instituía os primeiros exorcistas. Desde então, inúmeros santos homens extraordinários exerceram essa função, trazendo alívio a incontáveis pessoas e prestando um inestimável serviço a Nosso Senhor em Sua guerra contra as trevas. Infelizmente, em um mundo cada vez mais cético, dessacralizado e impenitente, há cada vez menos exorcistas, e os próprios exorcismos têm sido cada vez mais dificultosos – pois o “grau” de fé do mundo interfere na ação sobrenatural.

Sobre os demônios, suas ações no mundo e a falta de fé que os favorece, entre outros assuntos, conversei com dois padres: Pedro Paulo Alexandre, da Arquidiocese de Florianópolis e único exorcista de Santa Catarina, e Paulo da Silva, da Diocese de Naviraí, no Mato Grosso do Sul. O leitor poderá verificar, cotejando as respostas desses dois homens de Deus (cujos nomes remetem às duas Colunas da Igreja) sobre questões cruciais relacionadas a essa guerra travada entre Céu e Inferno, e à qual somos chamados, uma feliz convergência em pontos essenciais da fé. Fé esta que, em tempos de grande apostasia e feroz descrença, faz-se mais urgente. A mensagem deixada por ambos os sacerdotes é, em essência, a mesma: a arma contra o mal é a santidade. Sempre.


 

Revista Esmeril: Em primeiro lugar, gostaria que o senhor falasse sobre a natureza dos demônios e sobre como e por que eles agem no mundo.

Padre Pedro: O Catecismo da Igreja Católica, no número 414, nos diz:  “Satanás ou o Diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus a seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.”

Padre Paulo: Aqui gostaria de lembrar o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre a natureza dos demônios e por que eles agem no mundo. O Catecismo é a fonte segura da fé, nele se encontra o resumo das verdades da fé católica, não há hermenêutica arbitrária que o possa anular, vemos que no número 414 diz: “Satanás ou o Diabo, bem como os demais demônios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus e a seu desígnio. Sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus” (CIC § 414).

Os demônios são seres incorpóreos, ou seja, não têm corpo por serem seres espirituais, embora no imaginário popular vejamos a figura com chifres, tridente na mão e de assustadora aparência. Eles já estão condenados por toda a eternidade e querem que os seres humanos, que um dia foram redimidos na Cruz por Jesus, o Salvador da humanidade, também se percam como eles.

O mal age no mundo através da própria liberdade humana: nas guerras, nos governos políticos, nas famílias, no coração de quem está longe de Deus; sugerindo coisas más aos homens e influenciando, fazendo-os acreditar que tudo podem, que Deus é mal, que sequer Ele existe… Ou seja, os demônios podem estar em quase todas as esferas da sociedade, e fica cada vez mais difícil de perceber, já que a sociedade atual segue o fragor das próprias paixões e nega a vontade de Deus.   

Revista Esmeril: Quais são os diversos modos como os demônios agem diretamente sobre as pessoas? Existem graus de possessão ou tormentos? Quais são eles?

Padre Pedro: Os demônios podem agir sobre nós de duas maneiras: ação ordinária (tentação), e/ou ação extraordinária (vexação, obsessão, possessão). As “Diretrizes para o Ministério do Exorcismo à luz do Ritual Vigente” nos ajudam a entender melhor esses vários quadros:

“Ao tentar o homem os espíritos malignos perseguem um fim e agem num modo completamente em oposição ao fim que Deus Se propõe ao pôr o homem à prova e ao modo que Ele usa. O diabo e os restantes demônios, de fato, tentam com o fim imediato de fazer o homem pecar e de torná-lo vicioso, enquanto Deus o põe à prova para fazê-lo crescer em graça e em virtude… O fim último da tentação demoníaca é a danação do pecador, enquanto o fim último pelo qual Deus prova o homem é fazê-lo merecer o Paraíso. Quanto ao modo, a tentação diabólica é um ato de despótica violência e se vale sempre das armas da mentira e da sedução… O pôr à prova de Deus é, invés, um ato de amor paterno, que ilumina com a luz da verdade e provê ao homem as forças necessárias para superar felizmente toda prova” (n. 39);

“A Associação Internacional dos Exorcistas já há tempo estabeleceu uma linguagem comum, classificando a ação extraordinária do demônio em vexação, obsessão e possessão, se a ação demoníaca se exercita diretamente sobre a pessoa humana; infestação, se tem por objeto coisas dadas em uso ao homem” (n. 46).

Padre Paulo: Como eu já disse, os demônios agem de diferentes formas na vida das pessoas. Sim, existem graus de possessão e de tormentos diabólicos. Em primeiro lugar é importante ter claro a evolução que este assunto da possessão teve nas últimas décadas. No passado tudo que não podia ser explicado e que trouxesse sofrimento às pessoas era considerado ou castigo divino ou ação diabólica. Particularmente gosto do que diz o famoso exorcista espanhol Padre José Antônio Fortea, que afirma que a maior parte dos nossos pecados e tentação não vem dos demônios, e sim do mau uso da nossa própria liberdade. Com o avanço da psicologia e psiquiatria na era moderna se sabe mais sobre as patologias psíquicas e os meios adequados de tratá-las. Contudo, penso que, por outro lado, muitos partiram para o outro extremo afirmando que nada vem dos demônios, ao ponto de até negar a existência desses seres infernais. A Igreja é prudente e mestra, cuidadosa e sensível às diferentes realidades. Alguns anos atrás, ao escrever para a Associação Internacional de Exorcistas, o Papa Francisco disse algo de muita sabedoria, afirmando que uma pessoa que tem alguma patologia psíquica ao mesmo tempo pode estar sofrendo de alguma perturbação diabólica, uma coisa não exclui a outra. A parapsicologia tem grandes avanços na pesquisa sobre a ação do mal no mundo e é a ciência que ajuda a diagnosticar casos de ação dos demônios e fenômenos paranormais ou supranormais.

O Ritual de Exorcismo de Outras Súplicas mostra que há graus de possessão, perturbação diabólica e infestação. Vamos distinguir cada uma:

Possessão diabólica: A possessão é bastante rara, é até uma desvantagem para os demônios que não têm a intenção de assustar as pessoas ou roubar a liberdade delas, e sim influenciar ao ponto de alguém livremente optar negar a Deus. A possessão, que pode ser de um ou mais demônios, é quando eles agem internamente numa pessoa ao ponto desta pessoa perder o uso da razão e da liberdade. Os sintomas são claros e distintos. Alguns dos sintomas gerais são:

  • Violência;
  • Sinais de ordem moral e espiritual, como grande aversão ao santíssimo nome de Jesus, à Virgem Maria, aos Santos, à Igreja, aos ritos, sacramentais e imagens sacras, raiva e fúria causadas por objetos bentos, de sacerdotes ou na tentativa de obrigar a pessoa a entrar em uma igreja… 

Alguns sintomas específicos:

  1. Falar muitas palavras em uma língua desconhecida (estrangeira) ou entender alguém que fala;
  2. Manifestar coisas distantes ou ocultas;
  3. Demonstrar força superior à idade ou às condições físicas.

Perturbação diabólica: Diferente da possessão, a perturbação diabólica consiste na ação dos demônios de forma “indireta” na vida de uma pessoa. Com pensamentos, sentimentos ruins, sugestões maldosas… Assim, ao redor o demônio vai agindo com tentações e leva a pessoa a uma opressão. Ele não rouba a liberdade da pessoa e também não lhe tira o uso da razão.

Infestação diabólica: De forma resumida, a infestação é quando não se trata de pessoas, mas de animais, objetos e lugares que são tomados pela ação dos demônios. 

Revista Esmeril: Como as pessoas podem se proteger contra as ações demoníacas? Qual é, por exemplo, a importância dos sacramentais nesse contexto?

Padre Pedro: A melhor proteção contra as ações extraordinárias do demônio se chama Estado de Graça. Se vivemos em estado de graça, não temos o que temer, pois a graça santificante dá ao fiel uma blindagem espiritual. 

Pe. Gabriele Amorth nos dizia: “Nós devemos ter medo somente de não estar na graça de Deus, o que significa confessar-se, participar da Santa Missa, receber a comunhão e, além disso, fazer adoração eucarística e rezar, especialmente com os salmos e o rosário; todos estes são, entre outros, os melhores remédios contra a atividade extraordinária do demônio: se permanecermos na graça de Deus, estamos blindados” (Vade Retro, Satanás!, pág. 66).  Santa Teresa de Lisieux dizia: “[…] uma alma em estado de graça nada tem que temer dos demônios, que são covardes, capazes de fugir diante do olhar de uma criança” (História de uma Alma, capítulo I). 

“Os Sacramentais […] são sinais sagrados por meio dos quais, imitando de algum modo os sacramentos, se significam e se obtêm, pela oração da Igreja, efeitos principalmente de ordem espiritual. Por meio deles, dispõem-se os homens para a recepção do principal efeito dos sacramentos e são santificadas as várias circunstâncias da vida” (Sacrosanctum Concilium, 60: AAS 56 (1964) 116: cf. CDC can. 1166; CCEO can. 867).

Existem vários objetos bentos de devoção que temos como Sacramentais, por exemplo os mais conhecidos são: o Escapulário, o Crucifixo, a Medalha de Nossa Senhora das Graças e a Medalha de São Bento. É fundamental entender que não são “talismãs” nem “amuletos da sorte”, e sim sinais visíveis de nossa fé. Não agem automaticamente contra as adversidades, como se tivessem “poderes mágicos”, mas são como recursos auxiliares para nos unir ainda mais a Nosso Senhor e devem nos estimular no progresso da fé.

Padre Paulo: Só existe uma forma de se proteger contra a ação demoníaca, a vida de oração e de prática dos sacramentos e sacramentais. Não por medo dos demônios que foram derrotados na Cruz, mas por amor à vontade de Deus Pai precisamos fugir das ocasiões de pecado, amar a Deus, buscar o exercício das virtudes e o fortalecimento da fé.

Sobre os sacramentais (água benta, crucifixo, imagens, terço etc…) eu chamo atenção para o cuidado ao uso das coisas santas não se tornarem uma superstição, que é pecado assim como usar um trevo de quatro folhas ou uma ferradura na parede para trazer sorte. Lembrem-se de que o objeto em si não tem poder, mas sim o que ele representa. De nada adianta uma pessoa carregar um terço no pescoço ou no pulso e não ter uma verdadeira vida de oração, ou ainda ter a Bíblia aberta na sala de casa como objeto de enfeite e não ler e viver as Sagradas Escrituras. Os sacramentais são de grande valia na luta contra o mal na medida em que eles nos lembram da vivência da fé e nos fazem amar mais a Deus e buscar a Sua santa vontade.

Revista Esmeril: Por que acontecem os casos de possessão? Existem “portas de entrada”, caminhos que facilitam as ações dos demônios?

Padre Pedro: “Por causa da sua subtileza ou espiritualidade, os demônios podem penetrar nos corpos e residir neles; por causa do seu poder, podem convulsioná-los ou perturbá-los. Portanto, os demônios podem, em virtude da sua subtileza e poder, introduzir-se no corpo do homem e atormentá-lo, a menos que os impeça um poder superior. É o que se chama possuir, assediar… Mas penetrar no íntimo da alma fica reservado à substância divina [Santo Tomás de Aquino, In sent., dist. VIII, part. II a 1, q. 1 e 2]” (Nota Pastoral da Conferência Episcopal de Toscana, Magia e demonologia, n. 15).

Os pecados que mais abrem portas para o demônio, podendo levar as pessoas a graves distúrbios espirituais são os pecados contra o Primeiro Mandamento da Lei de Deus. Entre os pecados graves (mortais), que mais tem exposto as pessoas a riscos espirituais, estão as práticas proibidas nas Sagradas Escrituras: Idolatria (falsas doutrinas: seitas, organizações exotéricas, grupos satânicos, etc.); Adivinhação (horóscopo, astrologia, fenômenos de vidência, espiritismo, evocar os mortos, consultar médiuns, cartomantes, leitura de mãos, búzios, ouija, tarô, etc.); Magia (benzedeiros, curandeiros, macumba, feitiçaria, vodú, umbanda, reiki, etc.). É urgente voltarmos a pregar aos fiéis os números 2116 e 2117 do Catecismo da Igreja Católica.

Padre Paulo: Os demônios querem nossa condenação, e os casos de possessão são atos extremos dos demônios. O mal é um mistério, porém temos a certeza de que Deus é o Sumo Bem, nos ajuda na luta e jamais permite que os demônios possam nos derrotar, a não ser que seja essa a nossa própria vontade.

Como seria a nossa vontade sermos possuídos pelo mal? Muitas pessoas, às vezes até inconscientemente, abrem portas e janelas para dar legalidade à ação maligna. O demônio não faz nada que nós mesmos não tenhamos permitido. O envolvimento com o ocultismo, bruxaria e tantas outras manifestações pseudorreligiosas são um perigo para a alma. A vida imoral e sem virtude também é uma porta escancarada para a ação maligna.

Revista Esmeril: Como os leigos podem ajudar e interceder pelos possessos?

Padre Pedro: Segundo as “Diretrizes para o Ministério do Exorcismo à luz do Ritual vigente” os deveres principais dos auxiliares “são aqueles da oração e da tutela do bom nome do exorcista. Outras tarefas dos auxiliares, designados pelo exorcista conforme as capacidades pessoais de cada um e depois de uma conveniente instrução, podem ser: o cuidado pelo lugar e pela preparação das coisas necessárias ao acompanhamento de cada caso; o assistir o paciente nas suas necessidades (contê-lo quando é agitado, sustenta-lo quando ameaça cair, oferecer-lhe o ocorrente quando vomita, etc.)” (n. 470-471). 

Em 1985, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, orientando todos os fiéis, publicou a nota “Instrução sobre o exorcismo”

Acho que as duas matérias a seguir podem nos ajudar a entender duas questões que os fiéis nos perguntam muito hoje: 

1)  Os leigos podem rezar o Exorcismo de Leão XIII de forma privada ou deprecativa? “As orações oficiais da Igreja, compostas pela autoridade do Magistério, são intocáveis e não podem ser reformadas ou adaptadas senão pelo próprio Magistério e devem ser usadas segundo a finalidade estabelecida pelo mesmo Magistério e por pessoa habilitada também por ele”. 

2)  Por que um leigo ou sacerdote sem mandato eclesial não podem rezar o exorcismo de Leão XIII? “O exorcista Padre Martin conta em seu texto na AIE o testemunho de uma mulher que ‘parecia sofrer violentos ataques demoníacos’. As orações de libertação falharam em acalmá-la. Tentando entender a causa desses tormentos, durante a conversa, o padre Martin conseguiu encontrar, disse ele, uma possível chave: A mulher explicou-lhe que, ‘exortada por um padre’, por algum tempo, estava ‘rezando todos os dias o exorcismo de Leão XIII’ para pedir que seu país fosse libertado das forças do mal”. 

Padre Paulo: Cristo confere à Igreja o poder de exorcizar. O ser humano livremente caiu no mal. O Pai, contudo, enviou seu Filho para libertar os seres humanos do poder das trevas e os transferir para o seu Reino (cf. Cl 1,13). Jesus envia os Apóstolos dois a dois e lhes confere o poder sobre os espíritos impuros (cf. Mc 1,7.13). Expulsar demônios é um sinal que evidencia a chegada do Reino de Deus (cf. Mt 12,28; Lc 11,20). Para continuar a obra salvífica, Cristo deu essa autoridade aos discípulos (cf. Mc 10,1; Mc 6,7; Lc 9,1). Em “NOME DE JESUS!”.

Do grego exorkizô, significa conjurar: ex- “fora”, e horkos, “juramento”, exorcizar quer dizer expulsar um demônio, conjurando-o em nome de Deus. Quero deixar claro o que diz o Código de Direito Canônico sobre o ministério do exorcismo: Cânon 1172: “§1- Ninguém pode legitimamente fazer exorcismos em possessos, a não ser que tenha obtido licença peculiar e expressa do ordinário local. §2. Essa licença seja concedida pelo Ordinário local somente a presbítero que se distinga pela piedade, ciência e integridade de vida.”

Em 22 de novembro de 1998, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos para atender ao mandato da Const. Sacrosanctum Concilium, especialmente no nº 79, publicou o novo Ritual de Exorcismos e Outras Suplicas. Embora só possa ser usado por sacerdote autorizado, o novo Ritual traz orações de intercessão que podem ser feitas por leigos quando o sacerdote autoriza a presença destes em atos solenes do Ritual.

No mais, cuidem os leigos de não fazer atos de orações públicas sem orientação de um sacerdote devidamente preparado e autorizado. Os leigos não podem fazer orações imprecatórias, não podem impor as mãos sobre pessoas ou objetos.

Revista Esmeril: Existem santos que os demônios temem mais e que podem ser invocados pelos leigos? Quais são eles, e por que são temidos?

Padre Pedro: Na minha experiência vejo que os demônios reagem muito quando invocamos a Santíssima Virgem Maria (principalmente sob o título de Guadalupe e Fátima), o Castíssimo São José, São Pe. Pio, São João Paulo II, São Paulo VI, São João Maria Vianney, etc. O demônio sabe do alto grau de santidade que estes irmãos nossos alcançaram, por isso continua a temê-los. Portanto, devemos buscar uma comunhão cada vez maior com estes irmãos do Céu.

Padre Paulo: Embora exista um conceito na Tradição da Igreja chamado teologia dos méritos, que diz que nem os fiéis na face da terra e nem os santos no Céu são iguais, embora o sejam em dignidade, em méritos de Cristo existe uma hierarquia. Contudo, é bom ter claro a doutrina católica sobre a intercessão dos santos, que diz claramente que os milagres vêm somente de Deus, as graças são de Deus e o poder somente a Deus.

No Ritual do exorcismo existe a ladainha de todos os santos que pedem a intercessão dos santos pela pessoa possessa e por toda a Igreja. Na experiência prática de vários exorcistas, eles dizem que é eficaz, lícito e de grande auxilio invocar a intercessão da Virgem Maria e dos Santos Arcanjos.

Revista Esmeril: Há décadas a indústria do entretenimento vem trabalhando para dessensibilizar sobretudo os jovens em relação aos demônios e ao próprio demônio, com livros, séries e filmes retratando “demônios bons” ou “não tão maus”, por exemplo. Quais são os efeitos disso na espiritualidade das gerações expostas a essas obras?

Padre Pedro: É uma boa pergunta. Só Deus sabe os graves danos para nossa geração dessa exposição cada vez maior a tantos meios envenenados pelo ocultismo. Não existe neutralidade no mundo espiritual. Quando as pessoas perdem a consciência da gravidade do pecado mortal, acabam caindo na antiga armadilha de Satanás, de se acharem deuses.

“Satanás não precisa de muito tempo. Basta-lhe um instante para condenar tu’alma eternamente: basta que peques mortalmente e, pronto!, és dele. ‘Ah, mas tenho tempo de confessar-me’. Será? És tão atrevido que presumes o dia de amanhã, sem poderes presumir sequer a próxima hora… Qual louco jogaria toda a sua fortuna num rio, contando em amanhã retomá-la?… Por que jogas tu’alma nas labaredas de fogo, pensando em resgatá-la depois?… O pecado te parece saboroso, eu sei. Nesta terra, é mesmo! Os dissabores estão reservados para daqui a pouco. Abra o teu olho!” (Pe. José Eduardo, 03 de julho de 2018).

Padre Paulo: Esta pergunta é muito importante. Como sacerdote, eu escuto frequentemente de jovens e até mesmo de crianças que se envolvem com bruxaria, feitiçaria e satanismo, e a maioria das vezes as famílias não desconfiam destas práticas. Realmente, a indústria do entretenimento nos últimos anos tem normalizado o mal e até demonizado o Bem.

Veja o que diz o dicionário sobre a palavra “entreter”: “Manter, segurar, guardar, fixar, ou manter na mente;receber ou mostrar hospitalidade.” Aos poucos vamos nos transformando no tipo de filme a que assistimos, no livros que lemos, nas músicas que escutamos… Isso é um perigo para a alma. Sem critério, sem uma peneira, não chegaremos ao Céu. Bruxaria, feitiçaria, espiritismo, satanismo são pecados graves e podem abrir portas para o mal agir naqueles que dão legalidade e hospitalidade a certos entretenimentos que trazem insensibilidade espiritual. Só existe um Caminho, Verdade e Vida!

Revista Esmeril: Um dos casos de possessão mais famosos da História é o de Anneliese Michel, uma moça aparentemente piedosa e de família piedosa. Por que possessões acontecem com pessoas assim?

Padre Pedro: Há poucos meses, inclusive, foi publicado no Brasil o livro Anneliese Michel: a verdadeira história de um caso de possessão demoníaca, uma preciosidade. Ao longo da história sempre existiram casos de “almas vítimas”, pessoas que foram chamadas por Deus a dar a vida em resgate de almas, a semelhança de Jesus. Foram pessoas escolhidas a dedo por Deus. É um tema um pouco complexo, não quero ser superficial aqui, por isso recomendo a leitura do livro.

Revista Esmeril: O que é preciso legal e espiritualmente para se tornar um padre exorcista?

Padre Pedro: O Código de Direito Canônico, no Cân. 1172, prevê o seguinte: “Ninguém pode legitimamente exorcizar os possessos, a não ser com licença especial e expressa do Ordinário do lugar. § 2. Esta licença somente seja concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero dotado de piedade, ciência, prudência e integridade de vida”.

Revista Esmeril: O senhor poderia falar um pouco sobre sua experiência como exorcista? Há muitos casos de ação demoníaca em que é chamado para intervir? Atende casos só em Florianópolis ou fora dela?

Padre Pedro: Até o momento sou o único exorcista nomeado no estado de Santa Catarina. Dessa forma, tenho recebido casos graves de todo o estado, e até de outros estados. Ao longo dos anos como exorcista já encontrei vários casos gravíssimos. Em alguns casos as pessoas possessas levaram anos para serem libertas. Hoje, elas estão bem, e têm testemunhado em toda parte as maravilhas que Deus fez na vida delas. Infelizmente, também encontro casos em que a pessoa acaba desistindo durante o caminho, pois esperava algo mágico, em que tudo se resolveria em um estalar de dedos. E não é assim. Sem conversão, não há libertação. 

Revista Esmeril: É necessário o sacerdote fazer algum tipo de preparação antes do exorcismo? Após o ato, há algum tipo de desgaste (físico, emocional, psicológico) para o exorcista?

Padre Pedro: Sim, o Ritual de Exorcismo prevê que o exorcista se prepare antes com orações, penitências e sobretudo com o Sacramento da Confissão (é fundamental que ele esteja em estado de graça). O ritual é algo muito exigente, desgastante… A cada exorcismo, o exorcista dá uma parte de si. Por isso, faço um apelo a todos que lerem esta matéria: nunca deixe de rezar pelos exorcistas. É possível que você, neste mundo, nunca entenda o grau de luta que estamos travando.

Revista Esmeril: Há padres exorcistas que relatam ser “atormentados” antes e após os exorcismos: carros que quebram, elevadores que emperram, chaves perdidas, insônia, enxaquecas, acidentes, entre diversos pequenos e grandes problemas. Isso acontece ou já aconteceu com o senhor? Poderia relatar alguns casos?

Padre Pedro: Acho muito cedo para eu relatar as coisas que já passei até aqui. Quem sabe, um dia, Deus me dê a graça de escrever um livro relatando, com detalhes, tudo o que eu vivi. Mas, desde já, asseguro que tudo isso acontece. Não foram poucas as vezes em que o demônio, na noite anterior (ao atendimento de alguns casos bem graves), começou a rodear a minha casa, acuando de forma aterrorizante, tentando me intimidar, para que desistisse de atender tais pessoas, ou fazendo com que o outro dia eu estivesse cansado, sem forças, e com as condições mínimas para conseguir seguir com o ritual até o fim. Outras vezes, após atender algumas pessoas, sofri alguns tombos inexplicáveis, precisando ficar de cama por alguns dias.

Quando dei meu sim à Igreja, eu sabia o risco que iria correr. Ficarei firme até o fim, pagarei o preço que for preciso para ser fiel a Deus e livrar tantos filhos de Deus que hoje sofrem nas mãos do inimigo.

Revista Esmeril: Muitas pessoas, hoje, já não creem mais na ação sobrenatural do mal. Há inúmeros religiosos, por exemplo, que falam dos demônios apenas como metáforas ou símbolos, mas não como entes reais que atuam sobre as pessoas. Quais são os efeitos desse processo no trabalho dos exorcistas?

Padre Pedro Paulo: Acho que se todo leigo ou sacerdote acompanhasse um exorcismo, veria que o que a Palavra de Deus nos ensina é verdade: “O Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio” (1Jo 3,8b). Precisamos ser humildes e crer no que ensinam as Sagradas Escrituras, a Sagrada Tradição, e o Sagrado Magistério. Os santos sempre testemunharam estas verdades. Os Papas continuam nos chamando atenção para esta verdade de fé: 

“Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja? Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos Demônio” (Papa Paulo VI, dia 15 de novembro de 1972).

“O demônio está vivo e atuante no mundo” (Papa João Paulo II, 24 de maio de 1987).

“O demônio existe também no Século XXI e nós devemos aprender do Evangelho como lutar contra ele para não cair na armadilha. Não devemos ser ingênuos” (Papa Francisco, 11 de abril de 2014).

O Pe. César Truqui (exorcista na diocese de Chur, na Suíça), nos recorda: “O exorcismo é eficaz na medida da santidade do sacerdote, da fé da pessoa para quem é realizado o exorcismo e de toda a Igreja. Se hoje os exorcismos são menos eficazes, é porque toda a Igreja está mais fraca”. Precisamos voltar a pregar a doutrina toda, e assim mais uma vez experimentar o poder da Palavra de Jesus na Sua Igreja.

Padre Paulo: Cito aqui um trecho de um subsídio doutrinal publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre – “Exorcismos: reflexões teológicas e orientações pastorais” (Subsídio 9): “Como a decisão sobre o exorcismo depende de autorização eclesiástica, cabe à autoridade evitar dois equívocos. O primeiro é desmerecer o assunto, considerando-o mais como uma questão folclórica ou supersticiosa. Com isso surge o perigo de encarregar qualquer pessoa, sem maior preparo e específico, para se ocupar dos problemas que surgem na diocese, envolvendo casos de possessão e de realização de exorcismos por sacerdotes que não possuem formação suficiente para tanto. O segundo equívoco consiste em ignorar pura e simplesmente a evolução que ocorreu na compreensão dos tradicionais fenômenos de possessão, permitindo exorcismos sem nenhum questionamento.” (SD nº 9 – CNBB, pg. 49).

Ainda cito o Papa Francisco: “Sempre que o confessor perceber a presença de reais e verdadeiros distúrbios espirituais – que podem ser também em grande parte psíquicos e que devem ser verificados através de uma sã colaboração com as ciências humanas – não deverá duvidar em se referir a quem, nas dioceses, se encarrega deste delicado e necessário ministério, isto é, os exorcistas”. (Papa Francisco, VATICANO, 22 Mar. 17).

Em outro momento o Papa Francisco chama atenção sobre esta questão dizendo que o demônio não é uma fábula: “A presença do demônio está na primeira página da Bíblia e também no final, com a vitória de Deus sobre ele”.

Revista Esmeril: Por que há tão poucos exorcistas hoje em dia?

Padre Pedro: Acho que hoje ainda existem algumas lacunas na formação sacerdotal, onde alguns temas acabam ficando a margem. Concordo totalmente com a fala de Dom Henrique Soares, quando ele diz que muitas vezes, em nossos cursos de Teologia, somos “empanturrados de racionalismo”.

Revista Esmeril: O senhor pode indicar alguma bibliografia ou cursos para sobre ações demoníacas e exorcismo?

Padre Pedro: Recomendo o curso anual que acontece em Roma: 

E recomendo os seguintes livros: 

– Fenômenos Preternaturais, de Pe. Pedro Paulo Alexandre

– “Diretrizes para o Ministério do Exorcismo à luz do Ritual vigente“, da AIE

– Possessões Diabólicas e Exorcismos: Como reconhecer o astuto pai da mentirado Pe. Francesco Bamonte

– Demônio, Exorcismo e Oração de Libertação em 40 Questõesdo Pe. Duarte Sousa Lara

– Reféns do Demônio: Cinco Casos de Possessão e Exorcismodo Pe. Malachi Martin

– O combate ao maligno: a experiência dos exorcistas e o que devemos saberde Charles D. Fraune

Revista Esmeril: Uma mensagem final para nossos leitores?

Padre Pedro: Creia na Palavra de Deus. Estude muito a Doutrina (de sempre) da Igreja. Ame a Igreja. Seja fiel à sua vocação: vivendo um sacerdócio santo, ou um santo matrimônio. Ore muito e todos os dias deseje o Céu.

Critérios de discernimento – Associação Internacional dos Exorcistas:

Padre Paulo: Estimados leitores, este assunto que tratamos é sério, complexo e exige um aprofundamento merecido. Aqui tratamos apenas de alguns pontos essenciais, ainda teria todo o embasamento doutrinário, bíblico e teológico para trabalharmos. Uma coisa eu digo, não podemos negligenciar nossa vida de fé, e tão pouco viver como se o Céu não fosse real ou que a condenação eterna não seja uma opção. Escolhemos Deus ou Satanás não com a boca, e sim com a vida que levamos. Ainda neste mundo podemos adiantar ou o Céu ou o inferno, a opção é nossa. Em Cristo somos mais que vencedores!

Por último, deixo aqui algumas orientações pastorais que o Subsídio doutrinário citado acima apresenta e que penso serem pertinentes:

  1. Discernimento. (Investigação interdisciplinar / capacitação/ prudência/ autorização).
  2. Algumas pregações e práticas religiosas têm exagerado sobre o poder de Satanás, que é o poder de uma criatura espiritual, poderosa, mas limitada.
  3. Sobre a dificuldade do ser humano contemporâneo de admitir a possibilidade de que o maligno tenha influência sobre a vida das pessoas e de que o exorcismo não se constitua em uma prática superada pelos métodos científicos, é preciso propor o alargamento da reflexão.
  4. Os fiéis batizados devem ser exortados a reconhecer a força dos Sacramentos, especialmente os de cura, e da oração para se libertarem das forças do Maligno.
  5. É necessário promover uma catequese prudente e adequada em relação ao uso dos sacramentais. Cuidar para que os objetos de devoção não sejam usados por superstição.
  6. Uma catequese adequada para entender que a força de Cristo e sua redenção é maior que a força do mal.
  7. Cada diocese tenha um padre exorcista.
  8. Acolher as pessoas, mesmo aquelas com problemas psíquicos, fazer simples orações sobre elas para que Deus as auxilie (qualquer padre ou diácono).
  9. Cuidar com as chamadas Missas “de Cura e Libertação. “Implorar curas não é a primeira finalidade nem muito menos o exclusivo objetivo da Missa” (CNBB  08/2004). Contudo não significa que não se possa implorar durante a Missa sobre o doentes.
  10.  A Instrução sobre o exorcismo destaca que normas que limitam a realização de exorcismos, de modo nenhum, devem desaconselhar os fiéis a rezar para que, como Jesus nos ensinou, sejamos livres do mal (Mt 6,13). O Apêndice do Ritual vem com diversas súplicas que podem ser usadas. 
  11. Entre a indiferença em relação ao diabo e aos demônios e o clima de pânico que algumas pregações sugerem, vale recordar o testemunho de Santa Tereza de Jesus: “O demônio é amigo das mentiras, é a própria mentira, e não faz pacto com quem anda na verdade”. Sobretudo clamar: Deus, Deus! E não – Demônios, Demônios! 

(SD nº 9 – CNBB pg. 51-57)


* Perguntas relacionadas a práticas de exorcismo foram respondidas apenas pelo Padre Pedro Paulo Alexandre.


Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, coluna semanal de 27 de Julho



COLUNAS SEMANAIS





👆 Leitadas alienantes
(por Roberto Lacerda - 27/07/2022)



Tem ‘jornalista’ que trata a audiência como imbecil, mas poucos conseguem imbecilizar a si mesmos

Viver num mundo de ‘Faz do Contra’ não é saudável para as almas mais organizadas, quiçá uma cega pelo ódio. Deve ser muito difícil ter que lidar com uma realidade que não corrobora suas ideias, mas se transportar para uma realidade alternativa – algum ”espaço seguro” – e escrever sob efeitos d’algum surto, não é lá muito profissional, tampouco respeitoso com o leitor.

A sra. Miriam Leitão tem esse fetiche por inversões, não pode ver um fato que lhe desagrade e corre para criar seu próprio Mundo de Bob, falta só o pequeno triciclo. Num texto para O Globo, em 12 de julho de 2022, logo no título a articulista afirma que o “Governo autoriza a violência política“, e se debruçou para tentar provar, numa volta sem fim ora ao passado, ora ao futuro, nossa sra. Emmett Brown conseguiu quebrar até o DeLorean.

Segundo a confusa ‘jornalista’, a morte do guarda municipal Marcelo Arruda às mãos do policial penal Jorge Guaranho é culpa do presidente da República, Jair Bolsonaro, por defender armas e usar figuras de linguagem em referência à luta contra a esquerda. “O presidente Jair Bolsonaro estimula e autoriza a violência política. Esse é o resumo de três anos e meio de governo, de tudo o que ele fez e disse, de tudo o que declarou antes de ser presidente. Ele acredita na violência para vencer o adversário político“, disse a sra. Leitão, sem citar um único ato de governo que incentive a tal “violência política”. Aliás, saberia diferenciar frases sarcásticas, ironias e outras figuras de linguagem de um ato de governo?… “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre”, disse, usando um tripé como se fosse um fuzil.”… É, não sabe.

Não sabe, ou não quer saber, ou não consegue enxergar porque a realidade é incômoda, mas continua suas queixas: “Em pelo menos cinco vezes estimulou crianças a gostarem de armas“. Realmente, sra. Leitão, o certo seria um presidente que incentiva crianças a chorarem frente uma arma e se tornem adultos histéricos. Talvez se as crianças aprendessem a gostar de vibradores em formatos fálicos e jornalistas destemperadas, vivêssemos num país melhor, certo?

Em agosto do ano passado, disse que “todo mundo tem que comprar fuzil, pô”. Em maio deste ano, em outra louvação às armas, ele foi além: “Não interessa os meios que porventura tenhamos que usar”. Na reunião ministerial de abril de 2020, quando o país queria proteção contra a pandemia, Bolsonaro mandou ‘escancarar a questão do armamento‘”. A sra. Leitão já teve contato com o significado de “contexto”? Ao menos com a palavra? Querer que as pessoas tenham condições e direito a compras armas, ou falar sobre meios possíveis (dentro das tais quatro linhas da CF88), virou incentivo à tal ‘violência política‘?

E, claro, um presidente não pode abordar qualquer outro assunto durante uma pandemia, que não seja a própria pandemia. Onde já se viu, falar de outro assunto? Não há o porquê continuar discutindo sobre segurança, educação, direitos civis…. Só pandemia, pandemia, pandemia, senão a ‘jornalista’ do Globo tem uma síncope: “As frases são tão abundantes quanto os atos em que Bolsonaro aumentou as possibilidades de posse e de porte de armas, reduziu impostos para baratear a compra, permitiu o acesso a vários tipos de artefatos que aumentam a letalidade, reduziu o poder de fiscalização do Exército sobre armamentos“.

Continuo tentando descobrir como essas ações incentivam a ‘violência política’? Mas daí vem… “Depois do assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda pelo policial penal Jorge Guaranho, Bolsonaro não teve uma palavra de consolo para a família e ainda fez acusações à esquerda que, neste caso, é vítima“. Ah! Então as ações do presidente em relação às armas incentivou que dois funcionários públicos, cujas funções já lhe davam acesso às armas, entrassem num tiroteio, que levou à morte (talvez assassinato) de um deles? Então, facilitar o acesso às armas e defender o armamento, gerou essa tragédia entre um guarda e um policial que já possuíam armas? Brilhante!

E a sra. Leitão também queria que o presidente da República parasse seu trabalho para dar atenção imediata à família do guarda municipal, mesmo havendo outras tantas famílias que perdem seus parentes queridos (pais, mães, avôs, avós, filhos, filhas etc.) pela ação de tantos criminosos… que possuem armas ilegais! Mas não se esqueça que devemos dificultar o acesso dos cidadãos às armas, apesar de criminosos não darem a mínima para leis e proibições (ou não seriam criminosos, espertalhona!).

O texto foi publicado de madrugada do mesmo dia no qual o presidente ligou para a família para prestar suas condolências e condenou o ato. Ainda assim, a ‘jornalista’ não se deu por satisfeita. “Numa postagem feita ontem em uma rede social, Bolsonaro comentou uma nota na qual escrevi, e repito aqui, que ele estimula a violência. “Será que o segredo para ganhar sua simpatia é aplaudir ataques violentos ao invés de rejeitar esse tipo de apoio como eu fiz?” Não. Jamais terá minha simpatia quem estimula ou aplaude a violência e a violência política“, e finaliza “Não, Bolsonaro não condenou a violência, apenas usou truques para se desvencilhar do assassinato“. O quê?

Um momento! O presidente precisa se ”desvencilhar do assassinato”? Novamente, dois indivíduos tinham treinamento, eram funcionários públicos, pagos para servir e proteger, se metem nesse tiroteio, um era petista e morre – tendo disparado 13 vezes (irônico ou trágico?) – ou é assassinado, outro era bolsonarista e fica em estado grave, mas a culpa é do Bolsonaro? Estava insone na madrugada quando publicou o texto ou deixou de tomar algum medicamento específico? Mas ela tem a justificativa ustra… ops, ultra brilhante. “Bolsonaro tem usado o aparato do Estado para estimular o conflito entre brasileiros“.

Foram quase 13 anos de um partido de esquerda usando a máquina estatal com essa intenção; foram anos treinando grupos como os Antifas, o MST, o MTST etc.; mas são as figuras de linguagem do presidente que como “Eu peço que vocês cada vez mais se interessem por esse assunto, se precisar iremos à guerra” que estimulou o “conflito entre brasileiros”? E isso é ato de governo, é usar o Estado?

Adendo: a ‘jornalista’ dirá que o assassinato de um bolsonarista, enquanto usava camisa com a foto do presidente, foi ‘violência política’? Ou terá um rompante de honestidade (seletiva)? Por um curto momento enxergará a realidade sem cabrestos ideológicos?

Em dezembro de 2020, quando o Brasil precisava de vacinas, o governo eliminou os impostos de importação de pistolas e revólveres. Desde que assumiu o cargo, Bolsonaro já assinou mais de 20 atos que facilitam a compra e a posse de armas. Aumentou a quantidade de munição que pode ser comprada pelos atiradores e derrubou instruções normativas que davam ao Exército poderes no rastreamento de armas e munições. Só não foi pior porque a Justiça tem suspendido a validade de alguns desses decretos“.

Os índices de homicídios caíram 7% no Brasil só em 2021, outros tantos índices de criminalidade melhoraram, mas a sra. Leitão vive num “Faz do Contra”, olhando para a realidade – queda nos índices – e dizendo que as ações e frases do presidente são danosas ao país. Quantas pessoas a sra. Leitão assassinou, estuprou, assaltou etc.; por causa desse aumento das facilidades em relação às armas legais? Nenhuma? Então, por que age como se os cidadãos que podem adquirir essas armas – de novo: bandidos não são adeptos de armas legais – cometerão crimes?

A sra. Leitão não é um risco à sociedade, mas os demais cidadãos são? Somos uns símios amestrados e superperigosos, mas a rasteira ‘jornalista’ pertence a alguma raça superior? A global não cometerá crimes por fácil acesso às armas, mas os membros das ‘castas inferiores’, a ralé, o povão, cometerão. Não somos tão (sic) empáticos (sic), preocupados e (sic) engajados (sic) quanto a sra. Leitão, preferimos à realidade ao Fantástico Mundo de Bob (Marley?) da global. Que democraticamente e em respeito à separação e harmonia entre os poderes comemora a derrubada dos decretos pela ‘justiça’.

Não decepciona e arremata afirmando que Bolsonaro “estimulou seus seguidores a se armarem para uma “guerra”. Esse é o centro da questão. Esse é o risco que o país vive“. Realmente, o risco não é voltar às mãos d’um sociopata alinhado ao que de pior existe no cenário internacional, como as ditaduras cubana e venezuelana, mas ficar sob um governo que aumenta o direito e acesso do cidadão à legítima defesa.

Figuras de linguagem e armas não geram conflitos violentos, sra. Leitão, mas plantar o pânico, fazer alarmismo e tentar alienar as pessoas da realidade, sim. Comece desarmando seus gatilhos e a peruca, fará bem à sua mente e aos olhos. Não violente os leitores.


INVEJO A BURRICE, PORQUE É ETERNA

— Nelson Rodrigues

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Brasil Sem Medo - 28 de Julho





AGENDA ABORTISTA

👆Sangue nas mãos da mídia: como Intercept e Fantástico distorceram a história da menina que abortou aos 7 meses
(por Letícia Alves)

Primeiro, escolheram quais dados expor e quais esconder; depois, quem entrevistar; e, por último, evocaram a figura inexistente do "aborto legal" — essa foi a receita que resultou no assassinato de um bebê prematuro de sete meses

A reportagem do Fantástico sobre o caso da menina de 11 anos que abortou sua filha de sete meses de idade gestacional, que foi ar no último domingo (26), mente, distorce, engana e, por fim, faz uma defesa escancarada e desavergonhada do assassinato intrauterino independentemente da idade e do tamanho do bebê. Não é jornalismo, é panfleto — apesar de a Rede Globo continuar evocando (ou tentando evocar) para si a imagem de imparcialidade e independência.

Assim também agiu o site The Intercept Brasil, que vazou a história da menina com o claro intuito de promover a agenda abortista. Conseguiu. Está com as mãos sujas de sangue, assim como o Ministério Público Federal (MPF), a equipe médica que promoveu o feticídio e toda a velha imprensa que repetiu o caso sem questionar.

Os dois veículos manipularam a informação e perverteram princípios básicos do jornalismo para entregar ao público não a verdade, mas uma narrativa capaz de influenciar o público a defender o indefensável. A seguir, explico como isso foi feito, na prática:

1. O recorte da "verdade"

O primeiro passo foi dado na reunião de pauta. Com os documentos e vídeos em mãos, os "jornalistas" discutiram quais "verdades" iriam divulgar.

Intercept decidiu focar na atitude da juíza Joana Zimmer, que tentou proteger o bebê do aborto. Para isso, escolheu trechos cortados e descontextualizados do todo, para construir uma personalidade fria e insensível com a vida e realidade da menina.

"Em audiência, juíza de SC induz menina de 11 anos grávida após estupro a desistir de aborto legal", diz o título do texto que pautou toda a imprensa nacional na semana passada. A esta altura, mesmo quem não leu a reportagem completa já consegue vislumbrar os principais pontos da história e até mesmo formar uma opinião parcial: se uma criança indefesa foi estuprada e a lei brasileira permite o aborto, a juíza errou. 

Perceba que, ao escolher quais informações já seriam dadas no título, o editor admite quais fatos considera mais relevantes em detrimento de outros. O tempo de gestação da criança, por exemplo, não é informado de primeira — o leitor só descobre esse dado se estender a leitura até o terceiro parágrafo.

As condições em que o suposto abuso sexual foi cometido também não são mencionadas. O site repete, mais de uma vez, que houve estupro, mas não cita nada sobre o agressor, apesar de esse dado ser provavelmente o mais relevante do caso. Afinal, se uma menina de 10 anos é estuprada, um crime foi cometido, e é interesse do público saber se o abusador fora preso ou se haveria mais um pedófilo à solta nas ruas. O Intercept, no entanto, decide esconder a informação de que o suposto abusador, na verdade, era um adolescente de 13 anos, que vivia na mesma casa que a menina.

Já a reportagem do Fantástico, que foi ao ar depois de o aborto já ter sido realizado, decidiu focar na versão da mãe. "Mãe de menina vítima de estupro de vulnerável fala sobre audiência com juíza: 'Eu deveria responder por ela, não ela'", diz o título. A matéria é construída com base em duas premissas principais: o aborto em caso de estupro é um direito inviolável independentemente das circunstâncias; e a mãe da menina está falando a verdade.

A primeira premissa dá o tom de toda a reportagem, pois todos os dados apresentados e as fontes e especialistas consultados têm o objetivo de corroborá-la. Já a segunda premissa, a de que a mãe é uma vítima e fala a verdade, fez com que os experientes jornalistas da Globo se esquecessem de um pré-requisito básico na apuração de qualquer notícia — a tal da desconfiança.

Não estou aqui dizendo que a mãe da menina esteja mentindo ou que seja culpada de qualquer coisa que seja, mas, ao se entrevistar um personagem, um jornalista nunca deve aceitar a sua versão docilmente, sem questionar ou buscar incongruências.

Apesar da delicadeza da situação, os fatos são de que dois menores de idade mantiveram relação sexual dentro de casa, enquanto deveriam estar sendo protegidos pelos seus responsáveis. Sabendo dessa informação, a repórter tinha a obrigação de questionar a mãe sobre a situação. Afinal de contas, os dois eram "namorados"? A mãe sabia ou desconfiava de alguma relação entre ambos? O menino agiu com violência contra sua filha? A menina contou à mãe o que ocorreu? E por aí vai. Todos esses questionamentos foram deixados de lado, pois o foco da reportagem era também, assim como fez o Intercept, condenar a atitude da juíza.

A reportagem também mostra um trecho da audiência da juíza com a mãe, num momento em que esta se desespera e pede para que sua filha continue em casa com ela. A jornalista não questiona a mãe em nenhum momento se a juíza teria algum motivo para querer afastar a menina de casa, por exemplo.

2. A escolha dos entrevistados

De modo geral, tanto o Intercept quanto o Fantástico só entrevistam pessoas que eram favoráveis ao aborto da criança. O contraditório, ou seja, o "outro lado", não aparece de fato nas reportagens. Ele está ali apenas para cumprir tabela e responder um ou outro ponto muito rapidamente, sem muito espaço para explicar porque o aborto não seria a melhor opção em um caso como esse, com idade gestacional tão avançada.

Os dois veículos buscam advogados, procuradores, médicos, psicólogos e até mesmo representantes de organizações pró-aborto que constroem, em uníssono, a versão de que o que a juíza fez foi "tortura" contra a menina. Nenhum entrevistado fala sobre as consequências psicológicas de um aborto; nenhum menciona como o procedimento é realizado e quais os sofrimentos a criança passaria ao parir um bebê morto; ninguém menciona que centenas de pessoas se ofereceram pessoalmente para adotar o bebê.

O Fantástico, ao final, ainda cita o menino de 13 anos, pai do bebê, mas apenas para explicar que, segundo a lei brasileira, o caso continua sendo considerado estupro de vulnerável e, por isso, o aborto seria "legal".

3. A mentira do aborto legal

As duas reportagens afirmam que a menina tinha direito a um "aborto legal", independente da idade gestacional avançada. Na prática, os veículos defenderam que, em caso de estupro, há aborto legal presumido no Brasil até os nove meses de gravidez.

Isso é mentira. 

A verdade é o exato oposto disso: não há aborto legal no Brasil. O que existem são excludentes de ilicitude em três casos específicos: risco de vida da mãe, feto anencéfalo e gravidez decorrente de estupro.

No início do mês, uma nota técnica do Ministério da Saúde relembrou a todos disso. "Todo aborto é um crime, mas quando comprovadas as situações de excludente de ilicitude após investigação policial, ele deixa de ser punido", diz o documento.

Há também um consenso, criado a partir de outra nota técnica, de que o procedimento, nesses três casos, deve ser realizado no máximo em até 21 semanas de gestação, até mesmo por uma questão de segurança da mãe. Foi por este motivo que o Hospital Universitário de Santa Catarina, ao receber a menina gestante de 22 semanas, se negou a realizar o aborto, levando o caso à Justiça.

Conclusão

É evidente a importância da imprensa no debate público de um país. Uma história mal contada, seja por incompetência ou por interesse, pode influenciar a política nacional, sobretudo se ela for repetida por todos os grandes jornais, como aconteceu.

É provável que o aborto de um bebê de sete meses, com grandes chances de já sobreviver fora da barriga como milhares de prematuros que nascem todos os dias neste país, não tivesse sido realizado se o Intercept não tivesse vazado um caso que corria em segredo de justiça e manipulado as informações a seu favor.

Não se engane. Todos os jornais têm um lado, mas a verdade não. Não existem fatos de direita ou de esquerda — existem fatos, que devem ser contados com o máximo de responsabilidade possível por jornalistas sérios e que cumprem o dever de sua profissão acima de interesses políticos ou de ganhos pessoais. Quando toda a imprensa, cujo trabalho deveria contar a verdade, repete em uníssono uma mentira, desconfie: provavelmente há alguém muito poderoso lucrando com isso.

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Allan dos Santos via Locals - 22 de Julho a 04 de Agosto






REPÚBLICA





👆 Ruy Barbosa, o golpista arrependido
(por Allan dos Santos - 22/07/2022)


R
ui Barbosa teve a oportunidade de se encontrar com Dom Pedro II logo após a Proclamação do Golpe Republicano. Em viagem à França, onde se encontrava o Imperador exilado, Rui expressou seu desgosto com os rumos do novo regime golpista brasileiro: "Majestade, perdoe-me, eu não sabia que a República era isso".

Em 1914, discursou:

“A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto…

Essa foi a obra da República nos últimos anos.

No outro regime [Monarquia] o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre — as carreiras políticas lhes estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.

Na República os tarados são os tarudos. Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos, hoje, com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.

Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.

E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem, mas que ninguém tem coragem de apontá-lo à opinião pública, de modo que a justiça possa exercer a sua ação saneadora e benfazeja.”

  • Rui Barbosa, 1849-1923. Excertos de discurso parlamentar de 17 de dezembro de 1914. In: Discursos Parlamentares. Obras Completas. Vol. XLI, 1914, TOMO III, pp. 86-87.

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VALORES

👆 MOTIVOS PARA DESTRUIR A HERANÇA FAMILIAR
(por Allan dos Santos - 26/07/2022)






D
estruir os elos familiares de ALGUMAS pessoas e MANTER de outras cria imediatamente duas castas: uma de um povo sem história e outra com. Quem tiver história, terá também patrimônio sobretudo cultural. Esqueça a herança pecuniária, mesquinha e dinheirista. Quem sabe de onde veio terá diante dos olhos um passado para contemplar e não se sentir um átomo jogado no espaço.

Ao manter suas famílias e destruir as nossas, os globalistas conseguem fazer com que todo novo nascido comece do marco zero, tendo que reinventar a roda, sem qualquer horizonte de consciência que norteie suas ações. Isso é a seiva do GREAT RESET da Agenda 2030: fazer com que nossos tataranetos olhem para a nossa geração sem saber como chegamos até aqui.

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HISTÓRIA








👆 A falsa culpabilidade de Portugal nas mazelas políticas do Brasil
(por Allan dos Santos - 04/08/2022)



P
ara muitos, a centralização política brasileira é efeito direto de nossos ancestrais portugueses, mas como bem aponta o Prof. Olavo de Carvalho, nenhuma nação é um agente histórico. Toda ação é realizada por um agente e este, nesse caso, não é a dinastia portuguesa ou o país de Portugal, mas o marquês de Pombal, maçom e pseudo-católico odioso da escolástica. É ele quem obtém ascensão na corte portuguesa de tanto proteger e bajular d. José I, após investir agressivamente em uma cruzada contra a família Távora e os jesuítas que saíram em defesa dela. Tudo isso antes da revolução francesa e até mesmo antes da americana, diga-se de passagem.

A empreitada de Pombal se dá na busca dos autores do atentado à vida do rei. O suposto autor do crime contra a vida do rei teria dito que estava obedecendo à ordens da família Távora, segunda família mais poderosa de Portugal - ficando apenas atrás da família real. A coisa fica obscura e assim permanece, pois tudo indica que era a esposa do rei que desejara matar a amante, não o marido, e sim, ela teria sido a mandante do acidental e fracassado regicídio. De qualquer forma, era oportuno para Sebastião José de Carvalho e Melo, que ainda não era marquês de Pombal, assassinar a reputação dos Távora e colocar sua própria família no centro do poder político da corte.

Mesmo sendo condenado por corrupção e abuso de poder, poucos o vêem como a grande pedra no sapato no desenvolvimento cultural e político do Brasil. Pois foi ele quem aboliu a escravidão dos índios, embora mantivesse a dos negros. É ele quem retira a capital da Bahia, levando-a para o Rio de Janeiro para assim espoliar o ouro de Minas Gerais e reconstruir Lisboa, levada às cinzas após o terrível terremoto de 1755. Parece um déjà vu, não é criticado como merece pois junto ao roubo acumula a responsabilidade por ter melhorado a infraestrutura de Portugal e Brasil. É o famoso rouba-mas-faz.

Foi Pombal quem aboliu o ensino da escolástica das universidades católicas portuguesas e alterando-lhes o currículo. Com a ajuda de seu seu irmão, o cardeal Paulo António de Carvalho e Mendonça, persegue os próprios críticos, sobretudo jesuítas, que bem antes dele se tornar o homem mais poderoso de Portugal, já o apontavam como um perigo grave para a vida de todos por causa de suas ideias iluministas.

Pombal logra a condenação que levou à decapitação dos membros da família Távora e também dos jesuítas, entre eles, Pe. Gabriel Malagrida, o que se transforma em um efeito cascata que desaguará na supressão dos jesuítas em Roma. Não é pouca coisa que daí decorre, visto que historiadores renomados compreendem ter sido essa perseguição o impedimento inicial mais marcante que retiraria para sempre a influência jesuítica em todo o mundo católico. E de fato "se poderia dizer que entre 1570 e 1760, o mundo católico se se tornara um grande colégio jesuítico", como afirma William V. Bangert em "Exílio, Supressão e Restauração" ao narrar a história da Companhia de Jesus.


Temporalmente, foi só depois dessas decapitações promovidas por Pombal que nasceram as revoluções americanas, frances etc. Se há alguma relação causal entre a promoção das revoluções e as reformas sanguinárias de Pombal, não é o que mais me assusta. O fato é que a ausência da Companhia de Jesus foi indiscutivelmente o fator mais importante para a ascensão de movimentos políticos que usavam a guilhotina como forma de arco-íris em defesa do povo, enquanto destruíam o patrimônio cultural, político e espiritual de séculos.

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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


Ter cultura
(Aula 391 do COF - 08/07/2017, transcrito de postagem de 28/07/2022 por Allan dos Santos na rede Locals.com)

"Cultura pessoal não é você ler um monte de livros, não é ser capaz de falar sobre arte, sobre filosofia, sobre história etc, mas é ter um conjunto de equipamentos que permita a você olhar a situação real, tanto a situação pessoal quanto a da comunidade imediata, quanto a de um país, quanto a do mundo inteiro com uma multiplicidade de perspectivas que validem a sua visão perante a consciência de outras épocas e de outras civilizações."

— Olavo de Carvalho, COF aula 391

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👆OPINIÃO DO AUTOR

Mortificação
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
05 de Agosto de 2022


Diz a sabedoria cristã que nós neste mundo devemos mortificar nossos sentidos afim de ganhar as glórias do Céu.

Nesses últimos dias alguns dos sacerdotes que acompanho falaram sobre isso mais uma vez: a mortificação dos sentidos é essencial para alcançar a Glória. Santa Terezinha e diversos outros santos falam muito sobre esse tema.

Seja qual for a dificuldade que você tem, seja ela a gula, a tentação carnal, a soberba, a arrogância, a tristeza, a usura ou a avareza, mortificar os nossos sentidos é uma forma de educar nossa alma desnivelada pelo Pecado Original.

Assim, eu não consigo aqui com meus botões imaginar uma penitência que seja maior do que a do abandono (claro, exceto a da Cruz). O triste fato de se sentir sozinho em meio à tempestade já deve ser suficiente para enlouquecer muitas pessoas. Fato é que enlouqueceu os apóstolos, em uma noite que estavam na barca. Por um breve momento, conta o relato de São Marcos, eles sentiram a ausência de Cristo, enquanto Este dormia. Então pare para pensar: se para eles isto já foi motivo para entrar em parafuso, imagine para nós aqui, homens fracotes e debilitados do séc. XXI, cheios de tentações, vícios e desvios de caráter.

Mais de uma vez eu tive esse sentimento na minha vida, muito embora nunca tenha passado de um simples sentimento, porque nunca fui realmente abandonado. Aliás, graças a Deus! Ele sabe, melhor do que ninguém, qual seria a minha reação ao me ver desamparado dessa maneira, fato este que justifica quando eu digo que, na verdade, eu sou um covarde, e luto constantemente contra a minha covardia.

Assim sendo, eu não consigo mensurar a sensação de um pai de família afastado de sua própria família. Muitos soldados ao longo da história tiveram que lutar guerras enormes, se viram, de um dia para o outro, longe de sua prole e do braço acalentador de sua esposa, e foram combater em terreno desconhecido; muitos não voltaram. Outros, trouxeram as marcas das provações, sejam físicas ou espirituais.

Claro, o abandono de quem nunca vai saber em qualquer momento de sua vida o que vem a ser o suporte moral de outro é muito maior. Eu fico imaginando as pessoas, especialmente nas regiões mais desfavorecidas, que estão inteiramente por conta própria. Essas talvez, jamais tenham outro tipo de consolação a não ser a companhia de sua sombra. É aterrador se sentir sozinho nessas condições.

Dizem que as nossas angústias se dão pelo sentimento nostálgico de felicidade que um dia tivemos. Santo Agostinho tem uma frase que acho maravilhosa e que define bem isso:

"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti."

A nostalgia que nos dá quando o sentimento de uma felicidade que um dia sentimos (no Paraíso) e não existe mais bate à nossa porta nos torna esses seres angustiados, esperando por uma só consolação que seja que nos dê forças para aguentar este mundo, até que possamos novamente encontrar a felicidade um dia.

É por isso que a gente adquire vícios. Pulamos de uma consolação para outra consolação, mas nunca nos sentimos preenchidos de fato. A felicidade que um dia tivemos vai embora, acaba, e só nos resta a saudade do que um dia foi.

Outras vezes, essa felicidade pode voltar, muito embora não seja aquele fator que vai nos preencher totalmente, pois tudo que temos neste mundo, seja coisa, seja pessoa amada, um dia vamos perder. As consolações desta vida são passageiras, isso ninguém discute. Mas não é ilícito nos apegarmos àquelas que nos apontam para cima... como nossas famílias e entes queridos. Só temos uns aos outros. E isto é mais do que suficiente.

Dia 06 de Agosto foi dia dos Cristãos perseguidos. E todos sabem, dos que me acompanham, o quanto a perseguição ao Cristianismo só vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Desta forma, eu peço que não deixem de orar e pedir por todos os Cristãos que estão sendo perseguidos por aí, seja por causa de sua Fé, seja por causa de autos-proclamados "juízes" de uma corte sanguinária, seja por qualquer outra coisa. Há Cristãos no mundo todo sendo perseguidos. Na Nigéria, em Angola, na China, e em vários outros países onde a repressão de regimes comunistas genocidas privam as pessoas de conhecerem a Verdade. Fiquei sabendo recentemente pelo perfil do jornalista Allan dos Santos no Locals que um bispo na Nicarágua, Monsenhor Rolando Álvarez, foi detido pela polícia local do país (comandada pelo ditador genocida Daniel Ortega) por estar em procissão pelas ruas com o Santíssimo nas mãos. A reportagem foi publicada pelo site Ateteia, e é de esmagar o nosso coração. 


Também em países onde o Cristianismo AINDA é permitido (como o Brasil), há gente sendo perseguida. Padre Paulo Ricardo, por exemplo, é monitorado pela "justiça", em sua conta do Telegram. Esses e outros casos diversos de perseguições existem por aí, e não vão parar de existir, mas nós podemos socorrer essas pessoas com nossas orações e suporte.

Ser perseguido e caluniado é uma forma de mortificação. São Paulo sempre dizia que devemos nos alegrar com a perseguição, pois se estamos deixando o mundo incomodado com a gente, significa que Deus se alegra conosco. E no final, é só isso que realmente importa. E como vimos, a mortificação é boa para nos guiar para o alto. Jesus mesmo havia falado que isso aconteceria. Mas não é por isso que devemos abandonar aqueles que amamos ao relento, porque um dia seremos nós a passar por alguma situação.

Deixo com vocês aqui a oração feita para o dia dos Cristãos perseguidos que vim a conhecer na missa de 30 de Julho que participei, que pode ser encontrada no site da ACN Brasil:

"Senhor Jesus Cristo, Vós nos ensinastes a rezar ao Pai em vosso nome e nos assegurastes que tudo o que pedíssemos nós receberíamos. Por isso, nos dirigimos a Vós com total confiança, vos pedimos a graça e a força de perseverar nesta tempestade, para alcançar a paz e a segurança, antes que seja tarde demais. Esta é a nossa oração e, embora pareça impossível para nós, confiamos a Vós a nossa sobrevivência e nosso futuro.

Ajudai-nos, Pai, em nome de vosso Filho crucificado e ressuscitado, Jesus, para continuarmos a trabalhar juntos; para sermos livres, responsáveis e amorosos; para encontrarmos a vossa vontade e fazê-la com alegria, zelo e coragem.

Em Caná, a Mãe de Jesus foi a primeira a notar que não havia vinho. Pela intercessão de Maria, vos pedimos, Pai, para mudar a nossa situação – como vosso Filho transformou a água em vinho – da morte para a vida.

Amém"

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje, tem filosofia pra todos os gostos!!

- Filosofia do desarmamento... só imagino a cara do Benê Barbosa ostentando razão! Hehehe!;

- Filosofia que acaba em pizza... ou melhor, em sorvete!...;

- E mais a Filosofia da lacração esportiva!;

- E AINDA... os clássicos estão de volta:
 
- No primeiro... 
     ... não é Natal, e um monte de terroristas declararam guerra a um país!
    Agora, a última coisa que De Carvalho quer...
    "Pensem, oraporra, pensem!"
    ... é ser um herói; mas ele não tem escolha!
  "Senhor, este serviço é só para emergências"...
 "E você acha que eu liguei pra pedir uma porra duma pizza?"
  Neste ano... ONE MAN...
 "Você acha que tem alguma chance contra a gente, senhor filósofo?"
 "Yippie kye yeeh, oraporra!"; 😎

- E no segundo...
     ... não tem narração legal dos anos 80 como no primeiro, mas é tipo o sonho Comunista: começa lindo e maravilhoso, e termina como um pesadelo hediondo onde todo mundo morre! Ah, mas tem uma fala que é legal, e também lembra o Comunismo:
    "Mas nós controlamos!..."
    "Você nunca teve o controle, essa é a ilusão!"

Prepare a pipoca e os óculos 3D!

- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!

(08/08/2022)
(08/08/2022)
(08/08/2022)
(07/08/2022)
(07/08/2022)


Falando em cinema, o Sal Conservador catou bem naquela ceninha que faz as meninas choramingarem e suspirarem... principalmente as macacas de auditório da terceira via!! Aiai...
(01/08/2022)

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👆 LEITURA RECOMENDADA

Não sei quem aqui já ouviu falar no escritor Theodore Dalrymple. Este inglês é genial! Um influenciador conservador muito famoso que tem muita influência dele é Paul Joseph Watson, que eu também acompanho e recomendo que acompanhem. Seu sarcasmo e suas tiradas pintam o quadro grotesco e vil do nosso mundo moderno. Com Dalrymple, não é diferente, e eu vou lhes recomendar aqui uma leitura necessária para que vocês reflitam sobre o lixo que virou a nossa sociedade. E para isso, nada melhor do que um livro cujo título já mostra a que veio. Leiam e reflitam!
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