Edição LIX (Terça Livre, Revista Esmeril 32, opinião e mais)

 Tempo de Leitura LIX

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


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LEITURA RECOMENDADA

Minhas redes:
     

13 de Junho de 2022
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👆 Com a palavra, Terça Livre!




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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 28 da Revista Terça Livre, de 21 de Janeiro de 2020.

Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV está sendo reformulado, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.



COMPORTAMENTO

👆 A mídia não é mais a mesma
(por Alexandre Costa)


Há algumas décadas o todo poderoso do grupo ViacomCBS, Sumner Redstone, avisou que a imprensa que nós conhecíamos estava entrando em extinção. Principal controlador de um conglomerado que envolve todas as áreas do entretenimento e dono de uma fortuna avaliada em muitos bilhões, Redstone provavelmente não “previa” o que estava acontecendo, mas “via” o que ele, seus sócios, parceiros e concorrentes estavam fazendo. Parte das mudanças ocorridas no mercado de comunicação, sem sombra de dúvidas, tem relação direta com o uso da tecnologia, seja por parte dos produtores, seja pelos usuários e consumidores. Embora a evolução do aparato tecnológico, sozinha, não explique o alcance e a profundidade das transformações, como veremos adiante, temos que acrescentar a essa equação o desdobramento natural do novo jeito de consumir informação, que exigiu a adaptação não apenas da forma, mas também no conteúdo.



Troca de prioridades, substituição dos hábitos e criação de novas necessidades. Estas foram as consequências imediatas das novidades tecnológicas e do novo padrão de consumidor de notícias e entretenimento. Uma causa pode ser creditada na conta da pulverização das fontes emissoras de informação. A multiplicação das vozes públicas diluiu a importância de alguns ícones e encorajou confrontos de versões e interpretações. Neste momento vieram à luz uma série de discursos vazios, distorcidos ou simplesmente equivocados – para não dizer mentirosos. Antes ficavam sem resposta, agora são desmascarados em tempo real.


As pessoas estavam acostumadas a receber a informação de forma passiva. No máximo o sujeito mandava uma carta que quase nunca era publicada. Com a chegada da Internet, o povo passou a ter uma voz um pouco mais forte, embora no início tenha servido apenas 
como caixa de ressonância do que a grande imprensa noticiava. Com o tempo e a popularização das redes sociais e dos aplicativos de mensagem por celular, a interlocução entre imprensa e público mudou para um novo patamar. Agora existe a possibilidade de pessoas comuns atropelarem, no tempo e na qualidade, medalhões da grande mídia desacostumados com questionamentos, críticas ou correções. Não apenas nas pautas opinativas, mas também ao noticiar eventos ou tragédias os anônimos das redes sociais têm mostrado mais agilidade que os gigantes e seus milhares de funcionários. E quanto à credibilidade das novas fontes, penso que se os mesmos critérios de verificação forem seguidos, como costumo fazer, as chances de ser enganado são as mesmas, seja pela maior emissora do país, seja pela tia do zap.


O que vem ocorrendo com o jornalismo mainstream, porém, é algo mais profundo 
que as mudanças causadas pela evolução tecnológica, e muito mais maléfico do que um eventual viés ideológico ou mesmo partidário do jornalista, do editor ou do dono do jornal. Isso sempre aconteceu, com mais ou menos intensidade conforme o momento e a relação de forças no embate político, e acho até que seja impossível evitar esse problema em sua totalidade. Acontece que estamos diante de uma transformação na essência mesma do jornalismo da grande imprensa, e da mídia de forma geral. Partindo da premissa de que a finalidade de um ente constitui uma parte que lhe é essencial, mudar a finalidade do trabalho jornalístico é mudar também o conceito daquilo que chamávamos de imprensa.


Sempre foi difícil delimitar com precisão a linha que divide a neutralidade, o viés e a adesão. O jornalismo de opinião, que exige um trabalho intelectual mais intenso, costumava ocupar apenas uma parte da 
programação, que reservava ao noticiário informativo mais tempo e maior destaque. A opinião sincera e embasada ajuda o público a interpretar com mais clareza, oferecendo correlações, lembrando o histórico do assunto ou propondo reflexões sobre aspectos pouco evidentes na notícia, mas quando ocupa espaço desproporcional na grade transforma o veículo de informação em um aparato de formação, tanto de opinião quanto de personalidade, e em alguns casos passa a funcionar até mesmo como fonte do próprio noticiário. Aos poucos os fatos foram substituídos pelas opiniões. Do objetivo para o subjetivo, como previu ou planejou o dono da CBS. A mídia rompeu com sua finalidade original e passou a exercer, de forma sutil, algo que ocorre de forma ostensiva em governos totalitários, a formação de opiniões e de personalidades.


A consequência imediata desta ruptura, aliada às transformações tecnológicas foi a 
queda da sua relevância, que pode ser demonstrada pelos decrescentes índices de audiência e que, no meu entender, estão relacionados ao derretimento da sua credibilidade, e por isso não vejo muitas perspectivas de recuperação.


Outra ruptura merece atenção. A mudança do hábito de consumo de informação, a troca de prioridades e a pulverização das fontes e dos novos e onipresentes dispositivos tecnológicos, romperam o fluxo da informação – foi quebrada a cadeia captação-produção-emissão-consumo-repercussão, sendo que este último elo também funcionava como fonte para o primeiro. Hoje existem milhares de caminhos para o trânsito de informações, e nenhum deles precisa seguir ordem alguma. Um caminhoneiro no Norte do Brasil pode gravar uma cratera em um canto obscuro de uma estrada e viralizar pelo WhatsApp dias 
antes de um repórter conseguir chegar ao local.


Senhor Redstone tinha razão, a mídia não é mais a mesma. A sua função mudou completamente e tudo indica que o público não aprovou: a credibilidade diminuiu, a audiência despencou e a verba publicitária foi para alguma empresa do Vale do Silício. No Brasil, onde a concentração de poder
midiático sempre foi algo incivilizado, não é surpresa, portanto, a indignação e o revanchismo seletivo diante das transformações em curso, principalmente entre dois grupos de pessoas: os barões da mídia e seus capachos, irados com o governo que fechou as torneiras do dinheiro público, e a chamada classe pensante, acostumada ao conforto do Olimpo e ao debate entre iguais, está revoltada com o estouro da sua bolha revestida de espelhos.


Apesar dessas derrotas no campo econômico, e apesar do enfraquecimento da sua 
hegemonia cultural, a grande mídia ainda exerce enorme influência em parcela significativa da população, que ainda não percebeu a profunda mudança ocorrida na essência do jornalismo mainstream.


Insisto: se o objetivo da mídia deixa de ser “informar” e passa a ser “formar”, ela deixa de ser um órgão informativo e passa a ser um instrumento ideológico, uma ferramenta de poder sem qualquer compromisso com a realidade. Esta é a premissa que deve guiar a nossa interação com a mídia. Sempre.


Alexandre Costa
Site: www.escritoralexandrecosta.com.br
Canal: www.youtube.com/c/AlexandreCosta
Autor de “Introdução à Nova Ordem Mundial”, “Bem-vindo ao Hospício”, “O Brasil e a Nova Ordem Mundial”, “Fazendo Livros” e “O Novato”.

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REVISTA ESMERIL - Ed. 32, de 01/06/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


PATRIMÔNIO E MEMÓRIA

👆 O Estado Moderno nos tornou espiões de nós mesmos



(por Nati Jaremko)


"Os homens, enquanto neles houver algo de humano, só se deixam subjugar se foram forçados ou enganados"
Étienne de La Boétie

Quando se fala em Inteligência ou espionagem, a primeira imagem a que o cérebro recorre é à de uma ou mais pessoas que agem à margem da estrutura burocrática oficial ainda que, por vezes, em cooperação com ela. Podem exercer suas funções de forma lícita, em teoria relacionada à manutenção das regras de uma soberania, mas não é incomum que se questione a ética de seus métodos, já que atuam fora do alcance da fiscalização constitucional de uma comunidade.

Embora essa representação não esteja totalmente deslocada da realidade, os mecanismos contemporâneos de vigilância são muito mais sofisticados, envolvem estratégias sutis que implicam na aceitação cada vez mais passiva da subversão da referência legal, produzindo novos padrões de existência compartilhada, ao longo do processo de formação dos Estados Modernos.

O conceito de Estado Moderno é usado aqui para separar esse modo de organização das formas mais descentralizadas que perpassaram a história política do ocidente, em que, ainda que existissem governantes e leis, as fronteiras eram menos definidas – a insatisfação com uma gestão poderia implicar no deslocamento para um local submetido a uma outra jurisdição, fazendo com que existisse uma espécie de “concorrência governamental” – e os princípios legais estavam relacionados a valores e virtudes pessoais, a uma moral internalizada, de modo que as relações hierárquicas incluíssem laços afetivos de sujeição e condução do outro.   

O modelo de Estado que conhecemos, por sua vez, profissionalizou o controle sobre a comunidade, trouxe consigo o conceito de soberania e o relacionou a uma porção territorial definida por fronteiras artificiais – limites impostos muito mais pelo critério do monopólio da força do que por tradições culturais. Simultaneamente surgem teorias políticas que validam essa forma de autoridade e até fornecem instruções para seu fortalecimento.

Se no início a preocupação era com a proteção do próprio governo – como nas instruções de Maquiavel aos príncipes – aos poucos aventava-se a impossibilidade da existência de uma ordem social por si, sem que houvesse uma instituição centralizada ocupada exclusivamente dela. Hobbes, por exemplo, pressupunha que a ausência de um Estado forte traria um caos em que seriam impensáveis os pilares da civilização, dentre os quais a própria liberdade nos limites da vida privada. Ou seja, para que o ser humano gozasse de uma vida cotidiana relativamente espontânea, seria fundamental que algo fora dele se ocupasse da definição de limites essenciais à convivência pacífica.

A organização social vai se burocratizando e a essência do indivíduo se desvincula da administração de sua comunidade, os funcionários do Estado ganham imunidades e as hierarquias não são mais embasadas em noções universais de virtudes e capacidades, mas sim nos critérios de manutenção do próprio sistema. A moral e o aparato legal tomam rumos diferentes e os comportamentos passam a ser guiados por imposições externas e não pelo cultivo individual das faculdades.

Com Rousseau, as atribuições estatais se expandiram bruscamente e assumiram um caráter subjetivo; passaram a se relacionar a noções vagas de bem-estar, o que causou uma confusão entre as concepções de bem comum e de desejos individuais circunstanciais. Além disso trouxe uma ideia afirmativa de liberdade, em que esse conceito deixa de significar um espaço livre de coerção para assumir os contornos de seu papel progressista contemporâneo, no qual as instituições destinam-se não mais à garantia da paz e da ordem, mas a romper com quaisquer obstáculos, por mais intrínsecos que sejam, à concretização de vontades pessoais colhidas ao acaso.

Aos poucos surgem outras teorias sociais e filosóficas, ou cosmovisões que questionam as referências universais de bem verdade, e isso reflete também na política. Em oposição às leis naturais, à consciência de que há valores inerentes e justificados com base em algo extraterreno, como a vontade divina – ou até, sob uma perspectiva mais “laica”, como a própria determinação da tradição, tal qual fora explicitado pelo conceito de racionalismo evolucionista de Hayek – e à separação clara entre um mundo de falhas e pecados e o da supremacia divina, surge um modelo que favorece regras eventuais de conduta, que questiona a validade das definições transcendentes.

Isso abre espaço para uma imanentização da escatologia, que implica no advento a teorias terrenas da salvação humana. Algo que perpassa a totalidade da vida – é a própria definição de totalitarismo – e exige uma dose imensurável de controle passa a existir dentro da realidade material e não mais como referência simbólica ou medida para a realização pessoal e sublimação espiritual.

Criam-se referências, aceitam-se transformações abruptas na natureza humanaperde-se o senso de proporções: uma ofensa subjetiva ou perigo remoto, por exemplo, tornam-se mais ameaçadores do que o risco concreto de desmantelamento dos espaços privados de atuação e reflexão. Essa sublevação da lógica é bem representada pelo título do livro “Kindly Inquisitors”– a tradução ficaria algo como “gentilmente inquisidores” –, em que o autor quer justamente mostrar o contrassenso inerente a esse tipo de patrulha do pensamento, e pela expressão “microagressões”, constantemente adotada por ideólogos – algo “micro” é suficientemente impactante para pertencer à categoria de “agressão”? Em ambos os casos a natureza paradoxal da questão é evidente.

A nova referência de bem comum se autopromove e as novas estruturas de poder se autoalimentam: o mesmo sistema que define o critério ratifica os mecanismos para sua consolidação. Não existe um ente externo que balize as ações e atue sobre todas as partes presentes na interação social; nesse modo de organização, algum indivíduo ou instituição será obrigatoriamente dispensado do cumprimento de todas às regras, agirá à margem do processo legal e distante da fiscalização social, tal qual o espião definido no começo do texto, e poderá desse modo tomar decisões menos embasadas em verdades universais e mais relacionadas às suas preferências pessoais e impulsos, o que é perigoso mesmo quando suas intenções são positivas.

estado de vigilância permanente do mundo atual traz a promessa de uma organização coletiva otimizada; arroga-se a possibilidade de modelar pensamentos e até mesmo prever ações – já há punições com base em riscos potenciais, supostamente comprovados, de um indivíduo a outro ou, o que é ainda mais volátil, a representantes abstratos do tecido social. O vigilante está, contudo, acima de tudo isso, como é o caso do personagem de Tom Hanks no filme “O Círculo”, que encoraja todos a compartilhar cada detalhe de sua vida privada nas redes sociais e em sites de controle de informação, embora leve uma existência discreta e até mesmo secreta.  

A tirania não é uma novidade da história contemporânea, fora descrita pela filosofia política em passados remotos e experimentada por civilizações diferentes. Tampouco a ideia de que o homem barganha direitos basilares em troca de uma vaga promessa de conforto era desconhecida, basta olhar para o “Discurso da Servidão Voluntária” ou para os trechos de “Os Irmãos Karamazov” em que surge o poema “O Grande Inquisidor”: “fazei de nós escravos, mas alimentai-nos” . Contudo, algumas das características do Estado moderno e da sociedade contemporânea contribuíram para o surgimento de um sistema de patrulha não antes experimentado, e cujos limites são expandidos exponencialmente dados os recursos tecnológicos e o remodelamento da moral para atender às novas “necessidades” e se igualar às amplas possibilidades.

abandono de um referencial de lei delimitado por uma moral transcendente permite que os membros da burocracia, os funcionários do Estado, tenham prerrogativas que os autorizem a agir sem o jugo das regras de conduta que valem para todos. Além disso, qualquer um pode trazer à tona um novo ideal de bom funcionamento social que justificaria um alvo identitário para coerção estatal: benesses são concedidas a despeito de mérito e culpas são incutidas por característica de grupo; tudo independe de atos concretos e lógica tangível.

É produzido um novo esquema de condicionamento que está muito mais associado à recompensa pelo bom comportamento do que à punição pelo equivocado, de modo que a intervenção na vida privada ganhe um semblante, não só mais tolerável, como até mesmo desejável. Direitos e liberdades tornam-se cada vez mais atomizados[10]: são concedidos com base em perspectivas extremamente subjetivas, mas ainda assim validados e impostos através de aparato burocrático.

Essa confusão entre o campo da vontade individual e o do bem comum é designada “coletivismo atomista” por Russel Kirk e usada para elucidar o modo como as arbitrariedades do Estado contemporâneo correm em paralelo com justificativas ancoradas em afetação de compaixão e benevolência. A ideia é dizer que cada um receberá o que deseja, quando na verdade todos receberão aquilo que alguns almejam.

verdade vira sinônimo de narrativa oficial e deixa de ter existência própria e de ser buscada pelo contínuo exercício do pensamento individual: torna-se algo efetivado pela lógica interna do sistema.

Os espaços privados não sofrem mais apenas nas mãos de propostas ideológicas racionalmente acessíveis, ainda que enganosas e perigosas, como as que pregam a aniquilação concreta de propriedades e bens individuais, mas sim nas de perspectivas que partem de pressupostos logicamente confusos e que desembocam em mecanismos de patrulhamento cada vez mais lapidados. Os ambientes mais recônditos são alvo, desconfia-se de familiares e amigos e o ápice de tudo é a autocensura, que se dá por meio de métodos de suspensão do ordenamento mental. A invasão não é a de fazendas supostamente improdutivas e a de terrenos abandonados, é a do último espaço de refúgio individual: a mente.

Esse tipo de vigilância não é exercido por meio de ameaças objetivas e punições concretas apenas, e nem é imposto somente de cima para baixo: os limites de seu alcance não são claros e as próprias penalidades, bem como quais as ações a serem castigadas, são incertas. Tal leviandade com os critérios faz parte das técnicas de controle. A relação de causalidade entre coerção e ato se perde e resta somente o último. O medo molda o hábito até o momento em que nem ele existe mais, apenas o ato fortemente condicionado: a própria mente não consegue conceber outros desfechos.

Os Estados atuais dispõem de recursos de controle que eram inimagináveis há pouco tempo. A começar pela maleabilidade das leis – associada aos métodos para impô-las – que pode culminar com a perda abrupta de direitos sobre propriedades e riquezas móveis, passando pelos processos de formatação da verdade através da produção de narrativas com o selo oficial – do especialista assim reconhecido ou de instituições para isso designadas – e não mais com base em lógica e racionalidade universais. Além disso, não há barreiras morais que impeçam o uso desses recursos, já que se norteiam pelo raciocínio de que novas possibilidades trazem novas necessidades, e não o contrário: as regras morais são transformadas conforme as tecnologias vão abrindo caminho para seu abandono.  

Em “1984”, são retratadas formas convencionais de coerção por meio de violência explícita, mas é possível constatar também um reordenamento social acarretado pela vigilância compulsória: as teletelas estão ligadas o tempo todo, mas não é retratado no enredo um caso sequer de denúncia com base no que fora ali registrado, inclusive a própria identidade dos que espiam ou aplicam as leis é impalpável. A ideia é produzir um sentimento generalizado de patrulha: não se sabe de onde vem a imposição de limites ao comportamento, os critérios não são coerentes e não só não são universais, como a mesma circunstância pode permitir a produção de resposta diversa: a essência da lógica é destroçada.


Em “Admirável Mundo Novo”, já é possível perceber um estado de torpor coletivo em que a nova ordem social é acolhida sem que se mencione qualquer mecanismo concreto de coibição. É assustador! A aceitação é tão generalizada que um reforço externo se torna desnecessário; burocracia e vida privada agem em conjunto, “pensam” igualmente, fundem-se nesse processo de suspensão das categorias básicas de racionalidade e valores morais. É um bom representante da autocensura, o ápice do controle governamental: não se sabe mais qual a parte da ação é motivada pela ordem externa e qual o é pela nova vontade pessoal; quais limitações foram impostas por julgamentos arbitrários e receio de se sobressair em meio à turba, e quais partem de algum resquício de consciência moral.

Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, conteúdo gratuito de 06 de Junho



ESMERIL NEWS | CULTURA | ENTREVISTA





👆 Editor Thomaz Perroni fala sobre o Grupo CEDET e as novidades que chegam esta semana
(por Leônidas Pellegrini - 06/06/2022)




“O desafio agora é não parar, não precipitar, não retroceder.“

Em 2009 surgia o Grupo Editorial CEDET. Influenciados por Olavo de Carvalho, seus fundadores tinham como objetivo preencher as lacunas de nosso mercado editorial um tanto viciado e enviesado, e ao mesmo tempo dar conta da construção daquilo que o professor chamava de Muralha de Livros, com que se dariam decisivos movimentos para a reabilitação da inteligência nacional.

Ao longo desses treze anos, o grupo que começou com duas editoras e uma livraria virtual cresceu, conquistou público, cometeu o “pecado” de lucrar e se tornar uma “máquina de vendas olavista” (segundo o confiabilíssimo Intercept) e desdobrou-se em nove selos editoriais (um deles estreando hoje, com figuras ilustres como Deia e Tiba, Rasta, Rodrigo Constantino e Marcela Saint Martin).

Se você quer saber um pouco mais sobre o CEDET, sua história, seus selos editoriais e os planos futuros do grupo, confira esta entrevista com o editor Thomaz Perroni.

Esmeril News: Fale um pouco da história do CEDET. Como e quando surgiu, a trajetória desses anos todos no mercado, os desafios etc.

Thomaz Perroni: Surgiu em meados de 2009, a princípio apenas com os dois selos que depois ficaram mais famosos, a Vide e a Ecclesiae, e também como livraria online. O objetivo já era e continua sendo o de preencher as lacunas do enviesado e batido mercado editorial brasileiro e promover também novos autores nacionais que estivessem desenvolvendo um trabalho culturalmente relevante.

Com o passar do tempo e a ótima receptividade das inciativas e dos lançamentos do Cedet por parte do público, foi se tornando possível ampliar a atuação da empresa tanto no campo editorial (mais selos, mais livros por ano, mais divulgadores) quanto comercial (mais serviços oferecidos, como parcerias de distribuição, de livrarias on-line e de fulfillment). O desafio agora é não parar, não precipitar, não retroceder.

Esmeril News: Quais são os selos editoriais do CEDET, e como eles são divididos?

Thomaz Perroni: Agora são nove, se contarmos o próprio selo Cedet, que é apenas para publicações internas de empresas parceiras: a Vide Editorial atua nos campos da política, da filosofia e das humanidades em geral; a Ecclesiae é uma editora católica; a Livre também atua no mercado católico, mas expande seus horizontes para onde quer que haja bons títulos em domínio público; a Kírion é um selo de educação e pedagogia; a Austerpublica desde livros motivacionais e de desenvolvimento pessoal até estudos mais densos de psicologia, passando pelas biografias; a Sétimo Selo publica as grandes obras da literatura ficcional, estrangeira e nacional, e também crítica literária;  Pelicanoé um selo infantil e infanto-juvenil; e agora temos O mínimo, uma novidade voltada ao mercado de livros pocket e introdutórios sobre os mais variados temas possíveis.

Esmeril News: Qual a importância de Olavo de Carvalhono desenvolvimento do CEDET, sobretudo em relação aos títulos da Vide Editorial, e quais são os planos para a obra do professor?

Thomaz Perroni: Essa é a pergunta do momento, não é? Vou deixar para o fim, então. Bem, ainda que nunca tenha sido sócio ou parte integrante do quadro de membros e fundadores da empresa, o Olavo foi talvez o principal motivo da criação da editora, que sempre se moveu em torno das indicações dele, e felizmente de suas obras também.

Não é necessário explicar o porquê disso, se você sabe quem é Olavo de Carvalho. E essa ascendência dele sempre se deu, em certa medida, em todos os selos, mas muito mais na Vide, é claro. Já disse que um dos nossos objetivos é zerar aquela lista de recomendações que ele fez tanto no True Outspeak quanto no COF (e os homens de boa vontade verão que já avançamos muito nesse sentido).

Quanto ao futuro, é cedo ainda para dizer como será, até porque a situação depende agora de muitas pessoas, muitos herdeiros etc., mas no que depender de nós, sem dúvida continuaremos publicando seus cursos, seus artigos, seus inéditos, suas listas de supermercado, seus sonetos para a Roxane (não necessariamente nessa ordem). Alguns projetos já são certos, porque à época em que ele faleceu já estavam em andamento e autorizados por ele mesmo, como a seqüência do Diário e da série de artigos O que restou do Imbecil, além de três outras surpresinhas que estamos preparando ainda para o segundo semestre de 2022.

Esmeril News: Vocês estão lançando um novo selo editorial, “O Mínimo”. Fale um pouco sobre a razão do nome desse selo, qual será seu foco e as primeiras obras que serão publicadas.

Thomaz Perroni: De novo a ascendência do Olavo, porque O mínimo não deixa de ser uma referência ao sucesso mais recente dele (que, antes que me perguntem, não, não será reeditado pela Vide). Mas é apenas uma referência, porque o selo não se pretende político, mas sim bem variado.

A ideia é pulverizar edições de bolso, de caráter introdutório, sobre temas diversos e relevantes, assinadas por personalidades que hoje se destacam como referência em seus assuntos. Além do formato fixo, do design mais dinâmico e de um número máximo de páginas definido, os livros também terão uma estrutura básica similar, de rápido desenvolvimento em três etapas daquilo que é essencial ao tema, o que não deixa de ser um ótimo exercício de síntese tanto para os autores quanto para a equipe editorial. Isso foi uma bela sacada do editor do selo, Felipe Denardi, que também está à frente da Kírion e da Pelicano (e é hoje, na minha opinião, um dos editores mais competentes do país).

Há projetos em andamento sobre os mais variados assuntos, como maternidade, ocultismo, nutrição, marketing digital, fascismo, Idade Média… E a idéia é mesmo não ter limites aí, contanto que você saiba do que está falando (estou, por exemplo, tentando convencer o Silvio Grimaldo a escrever um sobre cervejas artesanais).

Os primeiros lançamentos serão estes quatro: sobre Homeschooling, da Déia e do Tiba, sobre Economia, do Rodrigo Constantino, sobre Leitura em voz alta, da Marcela Saint Martin, e sobre — veja só — Bigodagem, esse novo e importantíssimo conceito sociopolítico cunhado pelo João Nogueira, o famoso Rasta. Quem quiser ficar por dentro tem que seguir a página da editora no Instagram (@ominimoeditora); é o mínimo.


Créditos da Imagem | Arquivo Pessoal

A sorte favorece os audazes. E quando entrar em um negócio, entre com a seguinte posição: ‘Sabe quando eu vou parar? NUNCA.’ É assim que tem de ser.

– Olavo de Carvalho

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Padre Paulo Ricardo - 24 de Junho





ABORTO

👆O Coração de Jesus e o das crianças abortadas
(por Equipe Christo Nihil Præponere)


Quando o corpo e o coração humanos, que vemos, já não valem nada, como poderemos apreciar devidamente o Corpo e o Coração de um Deus, a quem não vemos?


O coração sempre foi considerado o centro vital do corpo humano. Não há que se falar em morte se o coração de uma pessoa continua a bater. (Ainda que se defenda, hoje em dia, a “morte encefálica”, não deixa de ser no mínimo uma ousadia tremenda arrancar os órgãos de uma pessoa cujo coração continua a pulsar e cujo pulmão continua a inspirar, por mais que toda sua atividade cerebral tenha cessado.)

Seja como for, essa convicção é tão forte, tão evidente, que uma pessoa, quando quer tirar a vida de outra — ao invés de simplesmente machucá-la ou assustá-la —, não mira em outro lugar senão no coração, o órgão vital. 

Não é diferente com o aborto realizado no último trimestre de gestação — exatamente o que se deu na menina de 11 anos, de Santa Catarina, cuja história foi explorada com grande interesse pelos jornais de esquerda e apresentada como uma “gravidez decorrente de estupro” (quando se ficou sabendo, depois, não ter sido o caso).

Mas, fosse a gestação precedida ou não de uma violência, o violento procedimento que pôs fim à vida da criança de 7 meses não mudaria sua natureza: para cessar os batimentos cardíacos do nascituro, administra-se-lhe uma injeção de Digoxina e dentro de algumas horas (até dias, talvez!) sua mãe entra em trabalho de parto e dá à luz uma criança morta. 

Esta não é a única forma de realizar um aborto, mas é a que prevalece em estágios mais avançados de gravidez.

À luz disso, malgrado todo aborto ser uma irracionalidade, salta ainda mais aos olhos o procedimento em circunstâncias como as que se deram em Santa Catarina. Pois, se o argumento, amplamente noticiado, era que a menina em questão não tinha “estrutura física” para levar adiante a gestação, então que se induzisse o parto prematuro do bebê, dando-lhe ao menos a chance de viver — como queria, por exemplo, a juíza que estava cuidando do caso!

Mas não! Era preciso fazer o aborto! De qualquer jeito! Quem essa juíza pensa que é, para impedir um “aborto legal” (embora, como já dito, não houvesse estupro coisíssima nenhuma)? 

Como já dito, no entanto, com ou sem violação sexual, o procedimento de aborto seria o mesmo: parar o coração e tirar um corpo morto. A intenção é a mesma de quem quer matar, porque é disto mesmo que se trata: um assassinato. E só mesmo a sanha incontrolável de matar pode explicar o fenômeno lamentável a que todo um país teve de assistir ontem — mas não sem que tivéssemos rezado, telefonado para o hospital e lutado de alguma forma para impedir que o pior acontecesse. 

Hoje, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, somos positivamente surpreendidos pela notícia de que, no norte do continente americano, foi revertida a terrível decisão judicial Roe v. Wade — que em 1973 autorizara o aborto em todo o território dos Estados Unidos. Agora, cada unidade da federação norte-americana é livre para fazer as próprias leis a respeito do tema — inclusive proibir criminalmente a prática (coisa que muitos estados já queriam fazer há tempos!).

   “Deixai vir a mim as criancinhas”, de Carl Bloch.

Mas não nos esqueçamos que, ao longo de 49 anos, nenhuma das vidas que foram ceifadas por essa decisão iníqua terá outra oportunidade. Seus corações pararam de bater para sempre, seus corpos foram sepultados (ou, antes, descartados) nos lixos dos hospitais para não mais tornar a viver. Também o bebê de Santa Catarina teve a mesma sorte e, enquanto houver crianças padecendo vítimas de nossos egoísmos, caprichos e irresponsabilidades, haverá no céu um corpo humano (com um coração humano) a pedir de nós oração e reparação. 

A Igreja, nestes dias, celebrou justamente o Corpo de Cristo (Corpus Christi) e agora celebra seu Sacratíssimo Coração, dando ênfase à dimensão humana da nossa salvação. Pois justamente para nos fazer entender como nos ama, Deus se fez um de nós, assumiu o nosso corpo, tomou um coração humano. 

Mas quando os próprios homens se tornam incapazes de respeitar os corpinhos dos mais inocentes e indefesos de seus semelhantes, aplicando-lhes injeções para fazer parar seus coraçõezinhos, como esperar que eles compreendam a grandeza do mistério do Deus que se fez homem? Quando o corpo e o coração humanos, que vemos, já não valem nada, como poderemos apreciar devidamente o Corpo e o Coração de um Deus, a quem não vemos?

Por isso, fazer cessar essa barbárie chamada aborto não é uma exigência religiosa, mas sim uma necessidade civilizacional, um pressuposto básico de humanidade, sem o qual é impossível ao homem elevar-se — inclusive para fazer uma experiência autêntica de fé.

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Terça Livre TV EUA
 - 20 de Junho




COMUNISMO



👆 O erro da Colômbia
(por Allan dos Santos - 20/06/2022)

NENHUM COMUNISTA PODE FALAR POR MUITO TEMPO SEM SER PARADO


E
xagerar o perigo para não ter de encarar a própria covardia é um fenômeno psicológico comum entre pessoas que se sentem perseguidas. Perseguição não é um sentimento, mas um fato. E todo comunista CRIA uma perseguição para que seus planos não sejam DESCOBERTOS.

As vítimas do comunismo caem em perigo análogo: sentem-se SUPERIORES por não conseguir imaginar que foram acorrentados em um esquema tão banal. Por vergonha de agir como deveriam, atrasam a solução sempre que a opinião pública da classe falante seja uma ameaça possível.


Não existe uma solução que acabe com as tramóias comunistas que não passe pela GUERRA DE INFORMAÇÃO. E quem não sabe como guerrear por meio da INFORMAÇÃO será sempre algemado pelos comunistas, mestres em ludibriar.


É necessário querer DESTRUIR por completo todos os meios de ação de quem te deseja difamar. Deixar o difamador em paz é a certeza de ser para sempre difamado até que a difamação se torne uma profecia autorrealizável quando a reação chegar atrasada e conhecida pelo difamador.


A autovitimização hiperbólica é a seiva dos comunistas, eles não vivem sem ela. Por isso que toda hesitação em tirar deles os meios de ação é já uma colaboração inconsciente do projeto comunista, na melhor das hipóteses. Temer pará-los é dar-lhes tempo suficiente para que vençam.


Temiam tanto agir contra as FARC na Colômbia que hoje o presidente é um terrorista. Não pararam as FARC quando mataram os membros da Suprema Corte em 1985. O grupo terrorista se autodenominou "Companhia Iván Marino Ospina" em homenagem a um comandante do M-19, outro grupo terrorista, morto pelos militares colombianos em 28 de agosto de 1985. Horas depois, o cerco deixou quase metade dos 25 juízes do Supremo Tribunal mortos.


Resta ao povo colombiano choramingar e lamentar, assim como na Bolívia, no Chile, na Venezuela e na Argentina. O próximo povo a viver de lamentos será o Brasil, se não quiser prender os criminosos e continuar a lutar contra eles mostrando o código penal ou a Constituição. Nunca um livro parou assassinos, terroristas e não será agora que isso mudará.


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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


A CIA que ninguém conhece
(por Olavo de Carvalho)
(artigo publicado em 11/07/2005 via Diário do Comércio; o artigo está disponível no site do autor.)

Diário do Comércio, 11 de julho de 2005

WASHINGTON, DC – Todo mundo no Brasil imagina que a CIA é uma espécie de KGB de direita, um governo invisível dominando com mão de ferro uma multidão inerme. No plano internacional, uma vasta organização subterrânea empenhada em fomentar golpes de Estado, assassinar intelectuais esquerdistas e implantar por toda parte o império do capitalismo ianque.

Se essas fantasias imitam tão simetricamente o modelo da espionagem soviética, é porque foi ela mesma que as criou à sua própria imagem e semelhança, invertendo apenas o signo ideológico da sua realidade macabra para formar o desenho de um tipo de organização que, num país com eleições e imprensa livre, jamais teria condições de existir. Esse desenho foi espalhado pelo Ocidente através de toda uma imensa subcultura editorial e cinematográfica produzida, sobretudo, entre os anos 60-80.

Após a abertura dos Arquivos de Moscou, ninguém mais tem o direito de ignorar, por exemplo, que o enredo conspiratório do filme de Oliver Stone, “JFK”, saiu direto dos escritórios da KGB, nem que o ex-agente Philip Agee, badaladíssimo pela mídia popular pelas denúncias escabrosas que fez contra a CIA no seu livro Inside the Company: CIA Diary (1975), esteve sempre na folha de pagamentos do serviço secreto soviético e hoje é um agente full time do governo cubano. Mas não há país do mundo em que esses fatos tenham sido suprimidos mais sistematicamente da mídia do que o Brasil. Resultado: as balelas mais sonsas postas em circulação por aquela subcultura tornaram-se, aí, verdades de evangelho cuja contestação ainda soa, no mínimo, “polêmica”, isto quando não lança sobre o contestador a fama de psicótico… ou de agente da CIA.

Para avaliar a distância entre o imaginário brasileiro e os fatos, basta notar que aqui nos EUA também circula uma multidão de livros contra a CIA , mas que a maioria deles a acusa de fazer exatamente o contrário do que os brasileiros imaginam que ela faz. Nenhum americano razoavelmente culto ignora que esse serviço de inteligência, há bastante tempo, trabalha mais para grupos políticos – de esquerda em geral – do que para o governo do seu país. Isso começou na era Reagan. Ronald Reagan foi um grande presidente, mas nas últimas semanas de mandato fez uma burrada monumental: privatizou uma parcela importante dos serviços secretos. Quem podia comprar comprou um pedaço e o pôs a serviço de si próprio. A família Clinton, por exemplo, tem lá seu feudo particular. Sem saber dessas coisas, o público brasileiro entende às avessas acontecimentos importantes como a falsa informação sobre as armas de destruição em massa de Saddam Hussein. O que aos olhos brasileiros pareceu uma desculpa maquiavélica inventada por George W. Bush para legitimar a invasão do Iraque (até hoje isso é repetido na mídia nacional como obviedade de senso comum) foi na verdade uma cama-de-gato armada para o presidente por gente desleal dentro da CIA. Daí a limpeza geral que o governo está fazendo nesse serviço de inteligência, trocando tipos suspeitos por funcionários concursados.

Uma das melhores fontes para estudar o assunto são os artigos de Jack Wheeler, filósofo que abdicou da carreira acadêmica para levar uma vida de aventureiro, caçador de tigres e estudioso de culturas primitivas, acabando por ser conhecido como “o Indiana Jones da direita”.

Wheeler trabalhou na CIA por algum tempo e não modera as palavras ao dizer o que viu lá dentro: um panorama que vai da indolência anárquica ao antipatriotismo militante de altos funcionários empenhados em amarrar as mãos dos agentes por meio de exigências “politicamente corretas” impossíveis de cumprir, quando não em sonegar ao governo informações vitais para a segurança do país. Wheeler me disse que o empreendimento mais importante do governo Bush era justamente a reforma dos serviços de inteligência, mas que seus resultados seriam muito lentos, tamanhas as resistências que encontrava entre os marajás remanescentes da era Clinton.

Mesmo depois da conversa com Wheeler, porém, eu não imaginava que essas resistências podiam chegar ao ponto do boicote sistemático e da rebelião ostensiva. O que me abriu os olhos foi o livro de Curt Weldon, Countdown to Terror (“Contagem Regressiva para o Terror”), publicado há uns meses pela Regnery e a mais importante dentre as obras sobre a CIA que entraram na lista de bestsellers do New York Times .

O autor é um deputado pela Pensilvânia, reeleito consecutivamente por vinte anos. Durante sua experiência como vice-presidente de duas comissões parlamentares encarregadas de assuntos de segurança, Weldon obteve informações confiáveis de um dissidente iraniano sobre esquemas terroristas diretamente concebidos pelo governo de Teerã. O principal era o plano de atirar aviões com pilotos suicidas não sobre um simples prédio comercial como no 11 de setembro, mas sobre o reator nuclear de Seabrook, Massachusetts, ocasionando uma catástrofe do tipo e das dimensões de Chernobyl. O informante dava também detalhes sobre a fabricação da bomba atômica iraniana em íntima associação com a Coréia do Norte – um projeto em estágio muito mais avançado do que se imaginava no Ocidente –, descrevia a rede de agentes iranianos infiltrados no Iraque para espalhar o terror e esmagar no berço a democracia iraquiana, e resumia atas e mais atas do “Comitê dos Nove”, a entidade criada pelo governo do Irã para coordenar a atividade terrorista em escala internacional. Dizia ainda que Osama bin Laden se encontrava refugiado no Irã como hóspede de honra e que entre os projetos terroristas em andamento estava o assassinato do ex-presidente George H. W. Bush.

Mas a surpresa maior estava por vir. Quando tentou passar essas informações para a CIA , Weldon se defrontou não só com uma barreira de má-vontade e indolência, mas com uma hostilidade ativa que tentava por todos os meios – inclusive a ameaça de coerção física – bloquear o acesso ao informante e impedir que os dados fornecidos por ele chegassem ao primeiro escalão do governo.

Isso continuou mesmo depois que a mais espetacular das revelações, a do ataque a Seabrook, foi integralmente confirmada pela prisão, pelo governo canadense, de um grupo de terroristas preparados para realizar a operação – o que, segundo Weldon, não significa que o plano tenha sido abandonado e não esteja sendo levado adiante neste preciso momento, em algum outro lugar do mundo.

Weldon tentou por todos os meios articular os vários serviços de inteligência para que fizessem a análise cruzada dos dados, mas todos os seus esforços foram boicotados de maneira tão ostensiva que ele desistiu de buscar a atenção do governo e resolveu apelar diretamente ao povo americano, publicando os relatórios do seu informante clandestino na esperança de que a opinião pública pressione o governo para levar a fundo a reforma do sistema de segurança.

“Este livro – escreve ele no prefácio – é um ato de desespero. Trago-o à presença do leitor porque não consegui que a comunidade de informações fizesse nada a respeito, embora minha fonte tenha provado sua credibilidade e embora a informação que ela fornece anuncie um ataque terrorista maior aos Estados Unidos.”

Não é possível ler essas coisas e continuar não enxergando o abismo de diferença entre a realidade da CIA e o que se escreve a respeito dela na nossa mídia.

***

O Brasil sempre viveu mais ou menos à margem do mundo, descompassado com o tempo histórico, incapaz de absorver as idéias vivas mas pronto a recolher e cultuar com devoção necrófila os resíduos da sua decomposição tão logo o restante da humanidade as tivesse esquecido por completo.

Não digo isso, é claro, com base no preconceito historicista de que as idéias são apenas expressões do “seu tempo”, sem valor permanente. Não é disso que estou falando. O que quero dizer é que idéias não são senão reações da mente humana a determinadas situações vividas. Quando as situações mudam, as idéias criadas em resposta a elas mudam também de significação e têm de ser reinterpretadas à luz do tempo histórico transcorrido. Quando elas chegam com atraso, desacompanhadas do respectivo upgrade cronológico, o risco que isso implica não é o de estar fora da moda – coisa que, em si, pode ser até saudável. É que essas idéias então adquirem uma espécie de força autônoma, deixando de funcionar como interpretações da realidade e sendo tomadas como se fossem elas próprias a realidade. Pior: como os seres humanos que as absorvem acabam agindo em função delas, elas criam mesmo uma espécie de realidade substitutiva, feita só de palavras e símbolos, que para quem vive dentro dela é a realidade tout court . Vidas inteiras podem transcorrer dentro desse cenário de ficção sem jamais dar-se conta de que não viveram realmente, apenas pensaram e falaram.

A história da cultura brasileira – e da política brasileira – não passa, nesse sentido, da história de uma prodigiosa alienação, de um divórcio completo entre experiência vivida e pensamento. A vacuidade, o sem-sentido, a impotência de lidar com a realidade condenam o país a uma sucessão de fracassos aparentemente sem explicação, que, de quando em quando, num paroxismo de revolta contra o destino incompreensível, ele tenta superar por meio de sobre-esforços de transformação ainda mais deslocados e inúteis.

A última dessas cíclicas convulsões pseudo-libertadoras foi a onda de entusiasmo nacional pela “ética”. Sob a inspiração desse fetiche verbal, a nação inteira se mobilizou para destituir um presidente supostamente corrupto, que depois de derrubado acabou sendo totalmente inocentado na justiça, bem como para elevar ao poder um “partido ético” que veio a se revelar uma máquina de corrupção incomparavelmente mais vasta e daninha do que todos os Anões do Orçamento, PCs Farias, Cacciolas e Juízes Lalaus somados.

Esse resultado era previsível, mas para prevê-lo era preciso saber que a expressão mesma “partido ético” se originara na Itália, nos anos 30, com o ideólogo Antonio Gramsci, como expressão técnica do vocabulário comunista destinada a designar a habilidade que o partido revolucionário deveria ter de amoldar a moral social às exigências da sua própria luta pelo poder. Como ninguém sabia disso, a palavra “ética” foi comprada pelo seu valor nominal, deslocado do contexto originário e preenchido de conotações morais sublimes, de tal modo que a nação inteira colaborou alegremente na acumulação de lixo petista no instante mesmo em que imaginava “passar o Brasil a limpo”. Transformadas em cúmplices de seu próprio ludíbrio, co-autoras do seu próprio escárnio, não é de estranhar que agora as classes falantes deste país se sintam inibidas de dar à situação presente as suas dimensões reais e não aceitem denunciá-la senão com toda sorte de ressalvas eufemísticas destinadas a salvar pelo menos um pouquinho da reputação dos acusados – preocupação que ninguém teve diante de casos de gravidade incomparavelmente menor, onde os suspeitos, não raro objetivamente inocentes, foram entregues às feras sem dó nem piedade, entre urros de sadismo “ético”.

Na época, o PT usava e abusava de uma oratória hiperbolicamente alarmista, na qual qualquer grupelho de suspeitos era imediatamente ampliado às dimensões de um “sistema paralelo” e qualquer indício de safadeza vulgar se tornava um iminente golpe de Estado, um risco apocalíptico para a segurança nacional. O observador atento notaria de imediato, no descompasso mesmo entre a retórica e os fatos, a presença do intuito de camuflagem. Hoje tornou-se evidente que o único “sistema paralelo” em formação na época era o próprio PT, que, seguindo o velho conselho de Lênin, acusava os outros de fazer o que ele próprio, assim, podia fazer com toda a tranqüilidade, a salvo de qualquer suspeita.


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👆OPINIÃO DO AUTOR

Geração Perversa
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
26 de Junho de 2022

"Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola"
(Legião Urbana)

Esses versos dessa música do Legião Urbana ecoaram muito no meu tempo. Estava eu assistindo algumas coisas e me peguei refletindo muito sobre a geração de agora, principalmente depois que presenciei algumas coisas esta semana que passou. E esses versos começaram a pipocar na minha cabeça.

Eu nunca nem gostei tanto de Legião Urbana, pra falar a verdade, quando moleque eu achava um "porre"! Meus interesses musicais eram muito mais ligados a sons internacionais, batidas pesadas e guitarras mais furiosas. Mas esses sucessos do Legião tocavam por aí, e eu ouvia por conseguinte.


"Geração Coca-Cola" é uma música escrita pelo Renato Russo para servir como uma crítica a algumas coisas: primeiramente à geração que eles mesmos, os comunistas, ajudaram a erguer, consumista e capitalista, porque na verdade sejamos francos e honestos: nenhum comuna hoje está mais nessa de viver sem dinheiro a não ser o pessoal do PCO, fora este, aqueles já mudaram o seu discurso demagogo há muito tempo; e em segundo lugar, é uma crítica àquilo que eles chamam de "ditadura" do regime militar de 1964 a 1985, que não foi uma ditadura coisíssima nenhuma, mas isso é outra conversa.

Vamos nos ater ao primeiro plano da crítica: o consumismo e o capitalismo. Bom ainda ressaltar que o próprio Renato Russo se dizia um capitalista, hein! Palavras dele! Tá gravado, registrado e pode ser encontrado no YouToba e sabe Deus mais onde!

Desta forma, a crítica em si mesma se esvazia, não? Porque se você se diz um "capitalista nato" e critica aquilo que te possibilita fazer o teu pé-de-meia, aí você não passa de um hipócrita!

No entanto, vamos resgatar a letra e ver se ela por acaso não vale para a geração de hoje, que dá nome ao meu artigo:

"Somos os filhos da revolução"
A revolução ainda planejada e que está ocorrendo a passos largos em nosso mundo moderno, através de agendas como a Agenda 2030, o Great Reset, a grande apostasia, os erros da Rússia falados por Nossa Senhora de Fátima, a Nova Ordem Mundial, e toda essa parafernália de coisas que vemos por aí, confere com o primeiro verso que está aí. E acrescento que no marasmo e na leniência que as coisas estão acontecendo, muitas outras gerações porvir também correm o seríssimo risco de se tornarem filhos dessa revolução aí citada.

"Somos burgueses sem religião"
O Cristianismo, dia sim e dia também, é vilipendiado, Cristo e Nossa Senhora são ofendidos em paradas gay, no Carnaval, igrejas são violadas, missas são invadidas, nossos jovens em geral são guiados a perderem a fé já tão combalida, a Teologia da Libertação corrompe por dentro bispos, padres, diáconos e outros diversos organismos da Igreja de Cristo, as pessoas querem, cada vez mais, viverem e celebrarem o materialismo e a sua coisificação, e num acesso tresloucado de pura imprudência, se esquecem de todos os bons valores e se deixam corromper pela velocidade do mundo e de seu senhor, Satanás. Hoje em dia, você pode ganhar dinheiro na internet se souber investir, então a riqueza se tornou algo de acesso mais facilitado, não para todos, claro, mas para muitos. O dinheiro digital está aí, pronto para abocanhar pessoas e aprisioná-las em prisões sem paredes. Então sim, essa situação toda também confere com o segundo verso.

E antes que alguém venha me dizer que estou criticando o capitalismo, já mando àquele famoso lugar rugoso e escuro que fica entre as nádegas, porque o capitalismo é um MEIO de gerar riqueza, ô imbecil! Não uma ideologia. É um sistema financeiro. E realmente é o único que temos. Mas nas mãos erradas, pode ter resultados desastrosos. George Soros é um capitalista de marca maior. Bill Gates é outro. Acho que me fiz entender, né? Entre esses dois e o canarinho da Havan, eu fico com o canarinho da Havan. Quem achar que estou fazendo merchan da Havan também pode se dirigir à mesma região rugosa acima mencionada.

Enfim, por último:

Moloque,
o demônio
devorador
de crianças

"Somos o futuro da nação"
O professor Olavo de Carvalho disse com muita sabedoria que uma nação que confia seu futuro nos jovens é uma nação morta, falida e que já não tem mais futuro algum. E esse é o tipo de erro que as pessoas ainda continuam caindo.

Adicione a toda essa indigesta mistura as questões referentes a nefasta ideologia de gênero, ao aborto (dado o recente caso do bebê de 7 meses, ASSASSINADO NO VENTRE DA MÃE), ao transumanismo, e todo tipo de baixeza, bizarrice e perversidade. Salpique tudo isso com uma pandemia programada pelo PCCh. Agora pegue toda essa mistura e coloque num país com uma educação destruída, um povo desiludido e uma miríade de jornalistas que nada mais são do que macaquinhos treinados da Nova Ordem Mundial.

Gertrude Stein cunhou o termo "Geração Perdida", referindo-se à geração que viria a lutar na 1ª Guerra Mundial. Renato Russo parece definir em 1985 o que vemos hoje (ainda que hipocritamente) em nosso mundo. Tira-se a Coca-Cola e coloca-se o álcool-gel, e temos aí as pessoas que são jovens e adolescentes hoje.

Temos jovens hoje com traumas e sintomas de depressão nunca antes vistos que procuram cada vez mais desesperadamente a felicidade em lugares que não vão encontrar, seja no sexo desregrado que leva ao ASSASSINATO DE BEBÊS NO VENTRE DA MÃE (conhecido pelo sofisma de "aborto"), numa reedição da modernidade em oferecer crianças em sacrifício ao demônio Moloque, nas drogas, na vaidade e na ambição de grandeza, em todos os seus atos e ideias distorcidas seja em relação à Verdade das coisas (ou à falta dela), seja em relação à moral (que também não existe, pois tudo pode), seja em relação à lista de suas prioridades na vida.


(25/06/2022 - Canal Hipócritas)

E o Cavalo de Tróia que é a atual (des)educação brasileira não pára de avançar, destruindo e solapando as próprias bases de nossa juventude e de muita gente mais velha.

Nossa Senhora disse, no século XX ainda, que a geração que existia até aquele momento é muito pior do que Sodoma e Gomorra. Vejam, Sodoma e Gomorra (e possivelmente toda geração dos tempos de Noé) eram MAIS JUSTOS do que a geração de agora, 2022, século XXI. Sodoma e Gomorra foram consumidos pelo fogo. A geração de Noé ganhou um dilúvio. Os hebreus do deserto então nem se fala, antes de Moisés erguer aquele poste com a cobra... Leia o livro de Apocalipse e desespere-se! Lá estão os castigos que o restante das pessoas que ficaram no mundo irão sofrer.

Estamos diante da geração mais perversa e desumana que esse mundo já conheceu. Muitas pessoas no mundo todo vão cair nos enganos de Satanás e sucumbir.

Cuide muito bem da sua família. Não dá mais para ficar fingindo "ser bonzinho". Não dá mais para ficar fazendo sinalização de virtude. Não dá mais para brincar. Se tiver filhos e filhas, trabalhe MUITO, trabalhe PESADO para lhes encaminhar para Deus. Não pare, não olhe para trás. Nós não podemos criar uma geração mais perversa ainda do que esta.

E finalizo aqui: para os que AINDA acham que tudo que mencionei acima não passa de teoria da conspiração (AINDA, meu Deus, AINDA!) vá estudar a obra de Olavo de Carvalho e não me encha o saco. Ou faça como eu falei lá em cima: dirija-se ao mesmo orifício rugoso que os outros dois grupos. Vai ser lindo ver vocês nessa caverna escura e fedorenta quando 2030 chegar!

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje, em outra edição de quatro... arram... tiras, de quatro tiras: 😁
- um sujeito solitário quer pertencer a uma minoria... Olavo vai lá dar uma força pro chorão!" 😂
- aí o mestre descreve o maior problema dos pais "didireita" hoje em dia, que não enxergam um palmo na frente do nariz!
- em seguida, Olavo explica o que é um Japamala! Sem spoilers, o mestre é mais eloquente do que eu!
- pra terminar, Olavo explica outro problema: o preço abusivo das editoras de quadrinhos no Brasil; é aquela velha máxima: não é o que falam de si, mas o que fazem.

- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!

(12+1/06/2022)
(20/06/2022)
(20/06/2022)
(21/06/2022)


Aí o Sal Conservador catou uma galera aqui das mais variadas fontes: tem gente que adora pó, filho com adereços estranhos, poste com bosta, gente cansada, enfim... aquelas picuinhas da politicalha de sempre!
(23/06/2022)

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👆 LEITURA RECOMENDADA

Esta leitura de hoje eu recomendo para as almas nobres que talvez estejam, como eu mesmo já estive, e por vezes volto a me sentir, sem um chão em não saber exatamente o que vai acontecer amanhã. Para aqueles que se preocupam com o que vão deixar de legado para seus filhos. Uma análise prodigiosa de Ortega Y Gasset, meio política e meio filosófica, que fala na alma, que tem uma importância histórica especial para os conservadores no Brasil por ter sido um livro que despertou, lá atrás ainda, o nosso grande mestre o professor Olavo de Carvalho. Uma leitura absolutamente indispensável.

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