Edição LVIII (Terça Livre, Revista Esmeril 32, opinião e mais)

Tempo de Leitura LVIII

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo semanal de conteúdo com artigos selecionados, de foco na área cultural (mas não necessariamente apenas), publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


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NOVA FASE: a partir de hoje as edições do Tempo de Leitura passarão a ser publicadas toda segunda-feira à noite, e passarão a ser quinzenais. Por motivos de força maior e restrição de tempo tive que fazer esses ajustes. Conto com a compreensão de todos. Obrigado a você que acessa essa minha pequena iniciativa em despertar as pessoas para a verdade!


REVISTA ESMERIL 32

Vladimír Petrílak relata a herança maldita da espionagem comunista no Brasil (Leônidas Pellegrini)

De mãe para filha, uma história da bisa (Leônidas Pellegrini)



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LEITURA RECOMENDADA

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13 de Junho de 2022
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MEMÓRIA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)

Hoje voltaremos no tempo para a edição 27 da Revista Terça Livre, de 14 de Janeiro de 2020.

Infelizmente não é mais possível acessá-la porque o site TL TV está sendo reformulado, portanto agora uso do meu acervo de pdfs para publicar artigos da revista. Porém, a área de cursos do Terça Livre se encontra disponível novamente através da plataforma do Canal Hipócritas.



MATÉRIA DE CAPA

👆 A tentativa de silenciar a internet
(por Max Cardoso)


O Brasil pode mudar radicalmente a legislação da internet e corre o risco de adotar uma “censura informal”, principalmente contra aqueles que não fazem parte do establishment


A internet tornou-se o meio mais democrático para a divulgação de ideias, resultado do fácil acesso e da liberdade para se escrever o que pensa. No entanto, esse panorama tem mudado com o tempo, e até mesmo países tidos como exemplos de democracia sucumbem à tentação de controlar a liberdade de expressão do cidadão comum. O Brasil atravessa idêntico fenômeno. Cada vez mais aumentam os ataques à liberdade de pensamento, principalmente quando este não favorece a elite que controla os meios de informação no país.


A maneira mais eficiente de manter o controle, solução encontrada por aqueles que detêm o monopólio do discurso na grande mídia, consiste em retirar a possibilidade daqueles que pensam o contrário de expressarem as suas opiniões. Isso era muito fácil de se executar antigamente, porque para entrar no 
mainstream era necessário estar ligado a algum dos grandes oligopólios de mídia. Porém, com o advento da internet, tudo isso mudou.


Agora, qualquer pessoa, pagando muito pouco, pode fazer a sua voz ser ouvida por multidões através das redes sociais. É claro que isso constitui uma ameaça para a agenda daqueles que dominam os meios de informação tradicionais, pois milhares que não concordam com o que escutavam da grande mídia agora podem se unir e fazer frente contra o discurso deles.


O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar neste ano a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, legislação que rege a internet brasileira sancionada em 2014 após longo período de discussão. O artigo define as responsabilidades de conteúdo de terceiros na internet e foi um dos principais pontos de divergência da legislação.


Segundo texto do artigo, as empresas que atuam na internet, como provedores, redes sociais, veículos de imprensa, blogs, sites de comércio eletrônico, plataformas de streaming de podcast e outras empresas e startups online, somente são obrigados a remover
conteúdos após decisão judicial.


“Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições legais em contrário (...) a aplicação do disposto neste artigo para infrações a direitos de autor ou a direitos conexos depende de previsão legal específica, que deverá respeitar a liberdade de expressão e demais garantias previstas no art. 5o da Constituição Federal”, diz trecho do artigo.


Ou seja, atualmente, se alguém sentir-se afetado por alguma publicação, deve entrar na Justiça e o conteúdo é removido apenas se houver decisão judicial nesse sentido. Caso o artigo seja considerado inconstitucional e suprimido do Marco Civil da Internet, abre-se uma brecha para que as empresas ou políticos derrubem qualquer tipo de conteúdo com uma simples notificação extrajudicial ou mesmo um e-mail, sob pena de multa. O temor é que a retirada do artigo ameace a liberdade de expressão das empresas e principalmente dos veículos de comunicação, sobretudo daqueles que não fazem parte da chamada grande mídia.


Sem dúvida, isso se tornaria uma arma perfeita de controle midiático para os políticos, pois uma postagem com críticas a eles poderia ser facilmente retirada do ar, bastando um simples pedido. Por mais que ainda seja cedo para ver todas as consequências de uma possível alteração na legislação, essa mera possiblidade já nos coloca sob alerta.


Antecipando-se ao debate, o Comitê Gestor da Internet no Brasil emitiu em novembro uma nota pública em defesa do artigo 19 do Marco Civil da Internet. De acordo com a associação, “o artigo 19 da Lei 12.965/2014 configura-se como instituto jurídico que concorre para o acesso democrático e isonômico à Internet, dando concretude aos dispositivos constitucionais que asseguram a liberdade de expressão e vedam a censura, de modo a dar suporte aos fundamentos que sustentam a sociedade brasileira”. A entidade disse ainda que “defende a manutenção da atual redação do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que está coerente e em harmonia com o decálogo de princípios para a Governança da Internet no Brasil”.


Liberdade sob risco


Não é de se espantar, portanto, que iria chegar a hora em que se tentaria manter o controle daquilo que é disseminado também na internet, até mesmo recorrendo à censura se necessário. Há anos vemos como isso vem-se desenvolvendo em países de regimes totalitários como China, Coreia do Norte e Rússia, entre outros. Agora, o aumento das leis dos governos tem ameaçado a liberdade de expressão também no Ocidente, onde se esperaria que houvesse um regime de liberdade.


As razões por trás desses interesses governamentais de controle da internet são inúmeras, mas a principal é a manutenção do seu poder. Quanto maior o nível de controle e vigilância, maior a habilidade de identificar e silenciar os oponentes, maior o controle do fluxo de informações e ideias que poderiam minar a ordem atual, maior o controle da comunicação entre grupos e indivíduos e maior o uso de informações para influenciar ou manipular as eleições através da propaganda.


Sob o pretexto de inibir ações criminosas, o que muitas vezes está em jogo é a destruição de qualquer tipo de oposição. O caso da China em relação ao controle da internet é bastante conhecido. Ela não permite que redes sociais como Facebook e Twitter operem no país, além do Google, Gmail, WhatsApp e Instagram, assim como portais de notícias do mundo todo. Até mesmo os resultados das buscas na internet são monitorados, omitindo para os usuários aqueles considerados mais inconvenientes.


Muitos países seguem aumentando o controle e a censura em relação à internet. A Rússia, por exemplo, bloqueou o aplicativo de mensagens Telegram depois que a companhia se negou a compartilhar as chaves de encriptação com o Serviço de Segurança Federal. O fato desse tipo de coisa acontecer nesses países não surpreende, porque aí já existe uma “tradição” de não respeitar os direitos humanos.


No entanto, nos últimos anos, essa política de controle da internet parece estar se expandindo pelo mundo. Em 2017, o parlamento italiano aprovou uma lei que exige aos operadores de telecomunicação que guardem as informações de telefone e internet dos usuários por pelo menos seis anos. A Alemanha aumentou o poder da segurança pública instalando Cavalos de Tróia estatais em aparelhos eletrônicos.


Também diversos países africanos têm bloqueado acesso a websites e mídias sociais. Camarões sofreu com um governo de 93 dias que fez um
blackout de internet durante esse tempo. A Zâmbia agora requer que os administradores de grupos de Whatsapp e Facebook registrem-se no governo e faz ameaças aos usuários que sejam considerados propagadores de informações falsas.


A maior parte do Oriente Médio e do leste da Ásia estão sujeitos a uma forte censura na internet. A Arábia Saudita, em 2017, tornou ilegal o discurso contra o Islã. O Irã exigiu que os aplicativos de mensagens operassem dentro do controle das autoridades. A Jordânia propôs em setembro emendas para a lei de crimes cibernéticos que proíbe o discurso de ódio.


Nesse último caso, foram levantadas várias questões por lá, porque o termo ofensa, tendo uma definição vaga, poderia ser usado para punir usos legítimos da liberdade de expressão. Como sempre ocorre nesses casos, a ambiguidade é uma das preocupações centrais quando se trata de censura onde o discurso de ódio pode ser simplesmente o discurso contra os poderes dominantes.


Censura prévia

 

Na Europa, apesar de os governos afirmarem ter motivações diferentes, muitos países estão adotando legislações que são vistas como algo muito perto da censura. O que está sendo introduzido com a justificativa de combater o crime e proteger os cidadãos pode ser usado não só para restringir, mas também para cercear os direitos e a liberdade das pessoas.


Muitos temem que as novas regras da União Europeia de 2019 em relação às infrações de
copyrights irão reduzir a liberdade dos usuários - incluindo até mesmo banimento por compartilhar vídeos com cenas de jogos de futebol.


A Áustria propôs, em abril de 2019, uma lei para banir comentários anônimos online. Isso pode não ser visto tecnicamente como censura, mas há muitas pessoas no país argumentando que a medida acabará encorajando uma espécie de autocensura. Seria como se o governo estivesse tentando limitar os desacordos e as críticas contra ele próprio. Os opositores do governo dizem que o discurso anônimo é o que garante a liberdade do discurso.


Na Hungria, embora o governo não faça parte oficialmente de ações de bloqueios nem filtre os conteúdos com motivações políticas, os funcionários do governo usam da difamação e acusações caluniosas contra cidadãos em seus comentários nas redes sociais. Com isso, em 2018, foram fechados dois escritórios de notícias, reduzindo o pluralismo das vozes do debate público.


O ano de 2019 foi bastante agitado para os legisladores do Reino Unido com a lei sobre danos online. A legislação fincou as bases que poderão permitir ao governo cobrar o dever de vigilância para as plataformas que permitem às pessoas compartilhar e encontrar conteúdos gerados pelos usuários, ou que permitem a interação entre eles.


Dessa forma, essas plataformas poderiam ser consideradas responsáveis “pelos comportamentos nocivos, mas não necessariamente ilegais” dos usuários. Especialistas estão afirmando que essa nova legislação pode fazer no futuro com que o governo acabe decidindo quais sites os britânicos poderão acessar e quais não.


Outro grande problema da internet hoje como um todo é o fato de poucas empresas dominarem as mídias sociais mais relevantes do momento: a Google, que controla o Youtube, e o Facebook, que controla também o Whatsapp e o Instagram.


É notória a dificuldade de expressar ideias conservadoras e mais tradicionais nessas redes sociais. Muitas vezes, sem nem saber ao menos o porquê, as contas dos usuários são apagadas ou bloqueadas, sem nenhuma explicação a não ser uma alegação genérica de ter praticado “discurso de ódio”.


Infelizmente, o Brasil não está fora desse fenômeno mundial. O que nós temos assistido aqui é a criação e um ambiente jurídico e legal onde pouco a pouco vai se fechando o cerco em volta daqueles que utilizam a internet para expressar as suas ideias, principalmente se elas forem contrárias às agendas de esquerda e globalista da mídia dominante.


Youtube sem “you”


Ao analisar os acontecimentos recentes, pode-se chegar à conclusão de que a tendência será ver esse cenário piorar neste ano em nosso país. Se já havia a questão do discurso de ódio, que por não ser definido podia ser aplicado a qualquer usuário, agora temos os novos termos de serviço do Youtube, que começaram a vigorar no último dia 10 de dezembro.


Dentre as novas cláusulas, há uma que diz que o Youtube pode retirar o canal que não for considerado economicamente viável. Além de não especificar o que isso realmente quer dizer, no ano passado houve vários canais, em sua maioria conservadores, que passaram a ser proibidos de ganhar dinheiro com os próprios vídeos.


Não é preciso ir muito longe para perceber que os canais que perderam a sua monetização poderão tornar-se não viáveis economicamente muito em breve. Dessa maneira, segundo os novos termos de serviços, o Youtube pode retirar o canal do ar sem nenhum tipo de aviso prévio, comunicação ou justificativa.


E para completar esse panorama desolador da liberdade de expressão, no início deste ano teremos ainda o julgamento do STF sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet.


Em todo esse fenômeno observa-se um denominador comum: a grande preocupação com os conteúdos gerados pelos próprios cidadãos. Se no início dos anos 2000 vimos um movimento para que as pessoas divulgassem suas próprias ideias e pensamentos, quando o
establishment percebeu que essas ideias não coadunavam com as suas próprias, começou a fazer um movimento para escondê-las debaixo do tapete. O Youtube, que se tornou uma das principais plataformas para a divulgação das ideias e para o debate público, parece estar no caminho para se tornar cada vez menos “you”.

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GERAL

👆 HISTRIONISMO E SAUDADE NA PÓS-MODERNIDADE
(por Rafael Valera)

Os tempos que estamos vivendo são, de fato, os obscurantistas. Aquele mito da escuridão, da cegueira, de brutalismo intelectual, do qual culpam ao medievo - mesmo seus contratempos, mesmo seus defeitos - funcionou sem nós sabermos disso, como a premonição para os tempos de hoje, sufocados por uma cultura sem rosto, infantil, atomizante e, sendo francos, «pornô».


O pós-modernismo, como o conhecemos, segue o mesmo curso que o modernismo começou. O modernismo é a origem direta do pós-modernismo, mas sofre uma ruptura (disruptiva), ao entrar num processo aceleracionista graças à cultura de massas, consequência lógica - para bem ou mal - da industrialização.

 

Junto àquilo a cultura do espetáculo, esteticamente lúdica, terrivelmente técnica e sensacionalista, adiciona um fator que poderíamos vê-lo como a evolução do antropocentrismo - que não é necessariamente antitradicional - para um “hedocentrismo” no qual o relaxamento, o prazer e, portanto, o intimismo, são a medida da vida. Ironicamente, o senso do dever, o da responsabilidade superior, é agora a satisfação individual máxima, produzindo um caos perante uma ordem saudável de justa medida.

 

Essas decadência e Pax do relativismo pós-moderno é uma consequência lógica dos mesmos acontecimentos constitutivos do modernismo, sendo as mais importantes aquelas que explicou Plínio Corrêa de Oliveira: a Reforma Protestante, introduzindo a atomização do vigor social perante a crescente mão de ferro estatal; a Revolução Francesa, impondo o igualitarismo hostil que, junto a um ideal de liberdade, queria funcionar como os bens supremos e formadores do mundo; a Revolução Bolchevique, como a extrapolação absoluta dos efeitos da Reforma e da revolution nos
campos social e econômico.


Estes acontecimentos constitutivos da modernidade, a fabricação e proliferação dos seus mitos inorgânicos (teologia da razão, igualitarismo, libertinagem, escepticismo, o Estado como fator elementar da vida social, socialismo), absolutamente incongruentes com a realidade, produziram um engano induzido do qual o mundo foi convencido. Hermeneuticamente, o identitarismo relativista e gnóstico - no sentido voegeliano - (feminismo, indigenismos, negrismos, a ideologia de gênero etc.) é, na verdade, o choque de um mundo histriônico e psicótico com a realidade do seu próprio
desgaste paranoico.


Os sintomas do histrionismo, clinicamente, são a busca patológica de ser o centro de atenção, o uso da sexualidade e da nudez para alcançar tal objetivo, a vitimização, uma comunicação vaga, difusa, e ser excessivamente teatral ao momento de expressar as emoções. Agora, vejamos as táticas políticas e propagandísticas, até a mesma condição pessoal do califado progressista: não só o progressismo vivifica esse mesmo histrionismo identitário, senão que o instrumentaliza e projeta como uma política para a persuasão, a humilhação, o
virtue-signalling e o controle social.


Vendo os objetivos da psicopolítica - criada pela URSS -, entendemos que a destruição dos padrões culturais e psíquicos dos indivíduos e do inimigo - aos primeiros para reconstruí-los baseados nos ideais favoráveis, e aos segundos para desarmá-los - são as suas mais essenciais pretensões.


Em virtude de tudo o que estava acontecendo com os
flashmobs feministas - nojentos, seja dito - podemos compreender que eles são uma manifestação histriónica, não do feminismo em si, mas da época na qual estamos vivendo. Os tempos atuais são tempos
verdadeiramente doentes, «tardios» como disse Nietzsche.


Aquela busca infantil por ser o centro de atenção, o desgaste que provoca uma defasagem da realidade inevitável e inegável mostranos não só loucura, mas uma saudade silenciosa mas muito presente, de tempos anteriores cheios de bom senso que dava um grande vigor, quando o substrato de uma época era a expansão e produção da alta cultura. Tempo em que, mesmo com todas as turbulências e as mortes, viviam-se altitudes muito distantes dos privilégios sociais e as reivindicações baseadas em ressentimentos e projetos políticos escuros.

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REVISTA ESMERIL - Ed. 32, de 01/06/2022 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


ESMERIL ENTREVISTA

👆 Vladimír Petrílak relata a herança maldita da espionagem comunista no Brasil



(por Leônidas Pellegrini)


Antes da publicação de 1964: o elo perdido – o Brasil nos arquivos so serviço secreto comunista, de Mauro Abranches Kraenski e Vladimír Petrílak, pouquíssimas pessoas no Brasil já haviam ouvido falar sobre a StB, serviço de inteligência tchecoslovaco subordinado à KGB, e sua atuação no país. Acontece que, durante cerca de três décadas, entre os anos 50 e 80 do século passado, eles estavam por aqui, plantando e cooptando agentes e buscando informações do Brasil para os comunistas em Moscou – Petrílak fornece detalhes sobre os agentes internos envolvidos nesse serviço de espionagem, que inclusive constam no recém-publicado Traição invisível: os brasileiros nos arquivos do serviço secreto comunista.

Durante as três décadas de espionagem, o trabalho da StB aparentemente não rendeu muito em ações práticas, mas não há dúvidas de que, no campo ideológico, deixou sua herança maldita, com a degeneração de várias consciências. Mesmo após o fim daquele serviço secreto, muitos ex-agentes continuaram atuando em nossa cultura, na política, nas escolas e universidades, nas igrejas, no Judiciário, onde os resultados práticos da infiltração comunista poder ser vistos, ouvidos, apalpados.

É claro que a StB não agiu sozinha nesse processo, mas deixou a sua marca. Para saber mais sobre a natureza nefasta dessa entidade comunista, sua atuação no mundo e especialmente no Brasil, acompanhe abaixo a entrevista com Vladimír Petrílak.

Revista Esmeril: O que foi a StB? Quais eram seus objetivos e como ela agia nos países em que atuava?

Vladimír Petrilák: A StB (Segurança do Estado) era uma polícia secreta subordinada ao Partido Comunista da Tchecoslováquia, que estava subordinado ao Partido Comunista da União Soviética. Portanto, não era apenas uma polícia secreta comum, mas uma polícia política a serviço de uma ideologia única, que, tal como o nazismo alemão, era uma ideologia criminosa.

No final dos anos 40 (especialmente desde 1948, quando os comunistas encenaram um golpe em Praga), esta organização tinha se tornado sinônimo de terror organizado pelo Estado: a StB era famosa pela tortura, pelas execuções extrajudiciais e pela criação de acusações falsas. A onda de terror, que durou em grande intensidade até o final do período estalinista, foi dirigida, literalmente, contra todos os grupos sociais, mesmo os comunistas (especialmente os de origem judaica).

O recrutamento para a StB foi decidido pelo Comitê Central do Partido Comunista da Tchecoslováquia (ÚV KSČ), e apenas os membros deste partido podiam tornar-se oficiais. A polícia secreta da StB foi dividida em várias direções, a primeira das quais se ocupava da inteligência estrangeira. Era, portanto, um serviço altamente soviético cuja principal tarefa era combater os inimigos do comunismo. O trabalho dos serviços secretos consistia, principalmente, em combater os chamados principais inimigos: os EUA, a OTAN e a democracia.

“(…) a América Latina não era de modo algum um alvo secundário. A partir de 1952 criaram-se células da StB no México, no Brasil e na Argentina.”

A StB prestou muita atenção ao desmantelamento dos grupos de emigração. Assim como a KGB, ela operava praticamente em todo o mundo: no Japão, na Austrália, em países da Ásia, na África e, naturalmente, na Europa Ocidental e nas Américas. As atividades mais intensas ocorreram na Áustria, na Alemanha Ocidental, na França, na Grã-Bretanha e na Itália, mas a América Latina não era de modo algum um alvo secundário. A partir de 1952 criaram-se células da StB no México, no Brasil e na Argentina. A partir de 1960, o trabalho ganhou ímpeto e as células, ou seja, escritórios para redes de espionagem, foram também organizadas em outros países do continente. Apenas alguns países nesta parte do mundo não tinham células da StB.

Desta forma, o serviço de inteligência tchecoslovaco travou uma guerra secreta amplamente concebida contra os EUA, da qual se seguiram outras tarefas, tais como apoiar as forças anti-imperialistas através da desestabilização dos países da região, apoiar Cuba, combater a OEA etc.

Revista Esmeril: Fale um pouco sobre a atuação da StB no Brasil. Como eles agiram especificamente aqui?

Vladimír Petrilák: O serviço de inteligência tchecoslovaco operava no Brasil da mesma forma que no resto do mundo. Ou seja, de 1952 a 1970, e no final dos anos 80, procurou obter informações confidenciais através de colaboradores secretos recrutados entre cidadãos brasileiros e, através deles, para realizar as chamadas operações ativas, ou seja, a política de influência. Estas operações preocupavam-se, por exemplo, com questões como o enfraquecimento das relações do Brasil com os EUA, a laceração das forças pró-americanas, o apoio a Cuba ou a desorganização da vida social e da política interna. Em geral, isto significava apoiar as forças, como eram chamadas na terminologia comunista, de libertação nacional, ou seja, a esquerda (é de notar que o StB não cooperou com o PCB – isto foi proibido por Moscou).

“Estas operações preocupavam-se, por exemplo, com questões como o enfraquecimento das relações do Brasil com os EUA, a laceração das forças pró-americanas, o apoio a Cuba ou a desorganização da vida social e da política interna.”

É importante salientar que, no caso do Brasil, não se tratava de apoiar as ações de terroristas e bandidos de vários tipos que tentaram derrubar as autoridades legais com armas nas mãos. Estas atividades, de acordo com os arquivos da StB, foram apoiadas por países como Cuba, China e Coreia do Norte. A StB tomou parte passiva: por ordem da KGB apoiou a ação de infiltração de terroristas de Cuba em países da América Latina no âmbito da chamada Operação Manuel, mas negou quaisquer ligações diretas com a guerrilha.

Pode-se acrescentar que o apoio a guerrilhas existia na África e na Ásia. As atividades relacionadas com o Brasil não se limitaram ao território deste país. Em 1964, após o golpe militar, através de um informante secreto em Montevidéu, as atividades das autoridades exiladas (ou seja, o grupo de João Goulart e Leonel Brizola) foram monitoradas. Neste caso preferiu-se seguir as intenções de ambos. Isto foi relatado a Moscou, mas o seu interesse não durou muito tempo. Assim que se percebeu que este grupo estava desprovido de influência real, o assunto deixou de ter interesse para a StB.

Após o golpe militar e 1964, a inteligência tchecoslovaca concentrou-se na aquisição de informações secretas no Brasil. A possibilidade de realizar operações ativas ficou severamente limitada àquela altura. Isto é demonstrado, por exemplo, pela história dos agentes da StB Antonio Houaiss ou Flavio Tavares, que descrevi no meu recente livro A Traição Invisível: Brasileiros nos Arquivos do Serviço Secreto Comunista. Estes agentes perderam, após a “revolução”, a sua influência e posições, além de terem se tornado alvos da polícia, de forma que sua utilidade para a StB diminuiu drasticamente.

De qualquer modo, planejo escrever outro livro sobre o Brasil no contexto da inteligência tchecoslovaca, no qual quero descrever o período de 1965 a 1970. Dos testemunhos dos oficiais do StB, parece que, durante esse período, os serviços brasileiros assediaram a StB a tal ponto que se tornou cada vez mais difícil para eles trabalharem, o que acabou por levar à liquidação da célula brasileira. Em outras palavras, a contraespionagem brasileira começou a defender o seu país e, ao contrário do período pré-golpe militar, fez esforços reais e eficazes para de fato, e não apenas verbalmente, combater a ameaça comunista. Este processo vale à pena ser descrito desde a perspectiva da inteligência da Tchecoslováquia comunista.

Revista Esmeril: Em seus livros sobre a atuação da StB no Brasil, você cita diversos agentes internos, cooptados de diversas maneiras. Todos esses agentes de alguma forma sabiam no que estavam envolvidos, ou houve aqueles que foram usados de forma inconsciente?

Vladimír Petrilák:  Creio que para uma pessoa de inteligência média, como os senhores acima mencionados, que estavam provavelmente acima da inteligência média, após algum tempo ficou claro que estavam trabalhando para o serviço de inteligência de um país estrangeiro.

Isso não tinha de ser óbvio no início, uma vez que os oficiais da StB trabalhavam no estrangeiro sob a chamada cobertura diplomática. Essa cobertura era plausível porque na realidade eram diplomatas ou representantes comerciais por ordem do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tchecoslováquia. Outros disfarces também foram usados, mas o diplomático era atraente, porque estava protegido pela imunidade diplomática em caso de algum acidente. Esses oficiais dedicavam cerca de 50% do seu tempo de trabalho às suas tarefas legítimas. Haviam frequentado cursos diplomáticos e por isso conheciam o seu trabalho e normalmente saíam-se bem na área jurídica. O seu verdadeiro empregador devia ser escondido mesmo dos outros empregados da missão diplomática tchecoslovaca: só o embaixador, que não podia ser um agente, sabia para quem trabalhavam de fato.

Os oficiais da StB trabalhavam com as suas “vítimas” de tal forma que gradualmente as amarravam, construíam uma relação de amizade com elas, uma relação que deveria conduzir o cidadão do país estrangeiro em que o espião estava interessado ao chamado compromisso, ou seja, ao momento em que era difícil afastar-se de tal relação. Normalmente, foi utilizado o motivo da cooperação com base num acordo ideológico. O compromisso era, por exemplo, dar informações (de preferência secretas) por escrito ou aceitar um presente, em espécie ou financeiramente, simplesmente como pagamento de um serviço. Nessa altura, o brasileiro já podia sentir que não se tratava apenas de ajudar um amigo de outro país, mas que algo mais estava em jogo. Com a implementação de elementos clássicos de espionagem nessa relação (isto é, esconder o fato conhecido, realizar reuniões secretas, tirar fotografias de documentos para a StB, aceitar dinheiro etc.), já não podia haver qualquer dúvida sobre a natureza do trabalho do diplomata tchecoslovaco.

Devo acrescentar que na minha pesquisa encontrei um agente que, durante todo o período da sua colaboração com o StB, na realidade desconhecia aquilo em que estava se envolvendo – isto foi no Uruguai.

Revista Esmeril: Gostaria que falasse um pouco da relação dos serviços de inteligência comunista e a Igreja Católica na América Latina, sobretudo no Brasil.

Vladimír Petrilák: Esta é mais uma questão, tal como foi formulada no plural, relativa a outros serviços, e não ao StB. Havia uma certa divisão de trabalho no Bloco Oriental, questões relacionadas à Igreja Católica (e também às protestantes), pertenciam à “pasta” da KGB e aos serviços polonês, húngaro e romeno.

Esse é ainda um tema relativamente pouco estudado. Na minha investigação dos arquivos da StB deparei-me com casos que diziam respeito, por exemplo, à chamada teologia da libertação na América Latina, onde o serviço tchecoslovaco realizou certas tarefas auxiliares para o serviço de inteligência húngaro na Colômbia, Argentina e Chile. Isso diz respeito aos anos sessenta. Não posso dizer nada de concreto sobre o Brasil nesse contexto, porque, até agora, não me deparei com tais operações conduzidas pelo Primeiro Diretório da StB (I. správa StB). Isso não significa que este tipo de atividade não tenha sido realizada em território brasileiro por outros serviços, mas a esse respeito não conheço nenhum fato comprovado. Apenas transmito conhecimentos verificados e documentados.

No entanto, tenho de confirmar que em meados dos anos 80, a StB realizou a Operação Pagoda a nível mundial. O seu objetivo inicial era (e cito o Plano de Trabalho da StB de 1985) “expor e perturbar as atividades hostis do Vaticano e do Papa em relação à Tchecoslováquia”. O segundo ponto das tarefas específicas da operação dizia ser necessário “apoiar e utilizar forças progressistas na Igreja Católica nos países da América Central e do Sul na luta contra os EUA nesta zona”. Tais teses fraseadas podem parecer demasiado gerais, mas o Plano Operacional para 1986 não deixa dúvidas: falava diretamente da tarefa de “explorar a teologia da libertação e os seus apoiadores contra a cúria de direita do Vaticano”.

Ou seja, na década de 1980 foi formulada exatamente a direção do trabalho que deveria basear-se nessa corrente dentro da Igreja Católica. Foi assim que o plano foi formulado, mas ainda não encontrei provas da implementação de tal intenção na América do Sul.

Revista Esmeril: Como se faz sentir, a longo prazo, a influência da espionagem comunista da StB no Brasil? Ela deixou frutos ainda nos dias atuais? Quais seriam eles? Como podem ser percebidos?

Vladimír Petrilák: Na Tchecoslováquia, em Novembro de 1989, houve uma revolução sem derramamento de sangue – uma mudança no sistema político. O regime comunista totalitário foi derrubado e começou uma grande transformação sistémica – a democracia e o sistema capitalista foram introduzidos. A abolição da polícia secreta comunista, que era vista como uma organização criminosa, também fez parte desta mudança. Por conseguinte, por ordem do Ministro do Interior do governo democrático de 1990, a StB foi também abolida.

Na República Tcheca, foi decidido que um novo serviço de inteligência não poderia ser construído com base nos quadros do antigo regime, pelo que a “tradição” comunista foi quebrada e um novo serviço foi construído a partir do zero. Não foi feita qualquer referência às realizações da StB. Pode-se concluir que, desde o início de 1990, as relações dos agentes da StB com a Tchecoslováquia comunista foram cortadas. Uma coisa que não sabemos é quantos dos colaboradores secretos ds StB foram assumidos pela KGB e o seu herdeiro, o atual serviço de inteligência russo SVR. Na época comunista, a KGB era superior aos serviços de outros países no campo comunista. Os conselheiros da KGB trabalhavam nos vários serviços das nações subjugadas, incluindo Praga, e conheciam os colaboradores secretos da StB. Tinham acesso sem restrições a documentos secretos. É teoricamente possível que alguns agentes na América Latina “abandonados” pela StB possam ter sido assumidos pelos soviéticos e russos.

Para além dos poucos casos em que isto aconteceu anteriormente – e o fato foi notado na documentação (sabemos, por exemplo, de casos no Uruguai) -, é hoje difícil verificar se isto realmente aconteceu, uma vez que os arquivos da KGB ainda estão fechados aos investigadores. Naturalmente, aqui entra em jogo outro personagem importante neste campo de batalha: a KGB poderia ter dado alguns dos seus bens, ou seja, agentes apreendidos, a Cuba. 

No que diz respeito ao impacto de longo prazo das ações da StB no Brasil, estamos mais no domínio de uma certa psicologia que lida com fenômenos patológicos. A questão é que aqueles que trabalhavam para a polícia secreta comunista eram, por assim dizer, traidores do seu próprio país. A espionagem para um país estrangeiro não é apenas uma infração penal punível ao abrigo do Código Penal, mas também um certo defeito na psique dessas pessoas que, suspeito, não desapareceu com a partida do seu oficial responsável por detrás da Cortina de Ferro. É preciso lembrar que essas pessoas não estavam transmitindo informações secretas, mas também executando tarefas de política de influência – ou seja, estavam semeando confusão, espalhando desinformação. O seu objetivo era minar a democracia e a liberdade. Não se pode excluir que o colapso do sistema comunista no hemisfério oriental possa ter mudado a atitude de alguns deles, que tenham experimentado uma espécie de drama pessoal, uma metamorfose ou uma catarse. Por outro lado, penso que muitos deles eram tão degenerados que puderam continuar nessa atividade, mesmo sem um diretor ou remuneração.

Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

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Esmeril, conteúdo gratuito de 05 de Junho



ESMERIL NEWS | LITERATURA | CONTO





👆 De mãe para filha, uma história da bisa
(por Leônidas Pellegrini - 05/06/2022)



Conto baseado em um episódio da vida de Santa Francisca Romana

Sim, filha, eu já disse. Mamãe tem daquelas memórias especiais, eu lembro tudo o que já vivi, tudinho, desde que estava na barriga da sua avó! Ah, você quer ouvir de novo aquela história da bisa? Aquela outra vez? Tá bom, vamos lá. Mas, depois, já sabe, direto pra cama!

Eu era bem nenezinha, igual sua irmã. Estava tudo tranquilo, sua avó tinha acabado de trocar a minha fralda, e de repente saiu da parede aquele bicho feio, nojento, que fedia mais que o cocô da mamãe. É, ué, cocô! A fralda suja a senhorita acha que era do quê, hein? Toda vez acha graça…

Mas vamos lá. A coisa feia era um demônio que só eu podia ver – eu e a bisa, claro, mas a gente ainda chega lá, calma! Ele queria me atormentar, e conseguiu. Comecei a pedir socorro, mas você sabe, nenê pede socorro chorando, igual sua irmã faz quando tá com fome, fralda suja, etc., e nem sempre os adultos sabem o que é. Foi o caso. Sua avó achou que era fome, tentou me dar de mamar; eu não quis, é claro. Só o cheiro daquele bicharoco nojento dava ânsia de vômito! E o bicho apavorava de verdade, babava de ódio e ria aquela risada do inferno, imagina o meu desespero, ele dizia que ia me abocanhar, arrancar minha cabeça fora, comer meus bracinhos, me estraçalhar inteira, eu achava mesmo que ia morrer, um terror sem fim! Ia lá querer saber se mamar? Estava horrorizada, e chorava pedindo “Socorro! Socorro! Socorro!”, mas a sua avó só escutava o choro…

Pois é, tadinha, a pobre estava lá, fazendo o que podia, pegando no colo, ninando, cantando as músicas de Nossa Senhora pra tentar me acalmar. Mas acalmar o quê? Com aquele monstrengo ali me atentando… Era um choro só, e cada vez mais desesperado! Terror de morte, já disse! Pavor de ver o inferno bem ali na sua frente! Não, você não vai querer ver não, mocinha, é coisa de fazer gente morrer de susto!

E… Ah, sim! Cheguei naquela parte que você mais gosta, né, menina? É só falar em Nossa Senhora, que… Pois bem! Sua avó estava lá agoniada, sem saber mais o que fazer, e aí, como você bem adiantou – hum! –, lembrou de rezar pra Mãezinha do Céu. E olha… Quem diz que Ela não escuta? Escutou e mandou a bisa direto pra casa! Ela chegou bem naquela hora! Deu pra escutar ela subindo a escada e a voz dela vindo lá do fundo do corredor, reclamando do mau cheiro, ela também sentia o fedor do bicho, aquela nhaca nojenta! Sim, pela milésima vez, menina, demônio fede que a gente não aguenta, você não vai querer saber não!  

Bom, como eu ia dizendo… A bisa chegou já reclamando do fedor, e assim que o nojento escutou a voz dela, foi correndo se esconder atrás da cômoda – é, aquela lá do quarto –, só que deixou o rabo de fora, veja só! Ela foi entrando junto com o Arcanjo – sim, sim, o Anjo da Guarda da bisa era um Arcanjo, já cansei de falar! –, viram o rabo do tinhoso ali, saindo da cômoda, e deram aquele olhar um pro outro, aquele mesmo que a gente faz quando quer dizer “já entendi tudo”.

Aí a bisa já veio direto pra mim, eu chorando sem parar e cada vez mais apavorada, fez o Sinal da Cruz na minha testa e eu sosseguei na hora, fiquei dando aqueles risos de nenê que você adora na sua irmã. Então ela foi até a cômoda, agarrou o desgraçado pelo rabo, puxou, rodopiou no ar e chutou pra fora, pela janela. Menina, menina, o barulho que o bicho fez você não ia querer escutar nunca, era um choro doído, mas que dava medo! É, pois é, voz de demônio é feia, horrorosa, dá pavor na gente pra valer e você não vai querer saber como é não, nunca!

Mas vamos lá, que já tá quase na hora de ir pra cama! Pois bem, a bisa lidava lá com o monstro, e a sua avó achava que ela tinha ficado doida, girando o braço e chutando o ar, porque não conseguia enxergar demônio. Enquanto isso, o Arcanjo me pegou no colo, me ninou e levou pro berço – sim, aquele mesmo que foi seu e agora é da sua irmã –, me colocou lá. Pois é, imagina só o desespero da sua avó, que também não via o Arcanjo, me vendo flutuando ali no quarto…

E o resto já sabe, né? Já escutou essa história um milhão de vezes! Não vi mais nada, peguei no sono e logo estava sonhando com a Mãezinha do Céu, o Arcanjo e a bisa Francisca num jardim todo florido, com cheiro de rosas. E foi isso.

O quê? Mais? Nem mais, nem meio mais, mocinha! Agora é cama, que já passou da hora de dormir!

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Padre Paulo Ricardo - 10 de Junho





FAMÍLIA

👆O que torna uma família santa?
(por Peter Kwasniewski)


Se, no plano individual, o objetivo do cristão é tornar-se santo, então o objetivo do casal cristão é santificar-se junto, contando com a ajuda um do outro, e o da família cristã é esforçar-se para ser santa imitando o modelo de Jesus, Maria e José.


Se, no plano individual, o objetivo do cristão é tornar-se santo, então o objetivo do casal cristão é santificar-se junto, contando com a ajuda um do outro, e o da família cristã é esforçar-se para ser santa imitando o modelo de Jesus, Maria e José. Portanto, cabe-nos refletir cuidadosamente sobre a definição de santidade familiar.

Para isso, temos de identificar as causas da santidade familiar, para não sermos arbitrários em relação aos efeitos que deveríamos buscar ou priorizar. Afinal de contas, pode-se ir numa ou noutra direção por não se atender às causas. É como definir “homem” como “risível”, “artífice”, “linguístico”, “social” e “religioso”, sem no entanto dizer que é “racional”, já que esta é a causa de todas aquelas propriedades.

O ensinamento do Magistério autêntico é de grande auxílio para nós, pois sublinha com insistência a primazia da oração, da vida sacramental e da Sagrada Eucaristia na santidade de todos os cristãos, sejam solteiros, casados, religiosos ou clérigos.

A Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força […]. A renovação da aliança do Senhor com os homens, na Eucaristia, acende nos fiéis a caridade urgente de Cristo e leva-os a ela. Da Liturgia, pois, em especial da Eucaristia, corre sobre nós, como de sua fonte, a graça, e por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em Cristo e a glorificação de Deus, a que se ordenam, como a seu fim, todas as outras obras da Igreja (Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 10).

Pela participação no sacrifício eucarístico de Cristo, fonte e centro de toda a vida cristã, [os fiéis] oferecem a Deus a vítima divina e a si mesmos juntamente com ela (Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, n. 11).

Confirmando essa doutrina com a vida, todos os santos priorizam a oração em detrimento da ação, a vida interior em detrimento do apostolado exterior, a Sagrada Eucaristia em detrimento de qualquer outra obra de devoção ou caridade. Nesse sentido, apenas seguiram o exemplo de Nosso Senhor: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,4s). Numa época em que a preocupação é com ativismo, engajamento e “resultados”, nenhuma verdade é negligenciada ou mesmo negada com tanta frequência como esta, para a  qual o remédio perfeito era (e ainda é) o livro de Dom Chautard, A Alma de Todo Apostolado.

Portanto, não há nenhuma surpresa no fato de o Magistério ressaltar o íntimo vínculo entre o sacramento do Matrimônio, a sagrada liturgia, o Santíssimo Sacramento e uma família santa:

O sacramento do Matrimônio, que retoma e especifica a graça santificante do Batismo, é a fonte própria e o meio original de santificação para os cônjuges […]. O dom de Jesus Cristo não se esgota na celebração do Matrimônio, mas acompanha os cônjuges ao longo de toda a existência […]. E como do sacramento derivam para os cônjuges o dom e a obrigação de viver no quotidiano a santificação recebida, assim do mesmo sacramento dimanam a graça e o empenho moral de transformar toda a sua vida num contínuo “sacrifício espiritual” (João Paulo II, Familiaris Consortio, n. 56).

O “belo amor” aprende-se sobretudo rezando. A oração, de fato, comporta sempre, para usar uma expressão de São Paulo, uma espécie de interior ocultação com Cristo em Deus: “A vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col 3, 3) (João Paulo II, Carta às Famílias, n. 20). 

O Matrimônio cristão, como todos os sacramentos que “estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo, e enfim, a prestar culto a Deus”, é em si mesmo um ato litúrgico de louvor a Deus em Jesus Cristo e na Igreja (João Paulo II, Familiaris Consortio, n. 56).

A Eucaristia corrobora de forma inexaurível a unidade e o amor indissolúveis de cada matrimônio cristão. Neste, em virtude do sacramento, o vínculo conjugal está intrinsecamente ligado com a união eucarística entre Cristo esposo e a Igreja esposa (cf. Ef 5, 31s). O consentimento recíproco, que o marido e a esposa trocam entre si em Cristo constituindo-os em comunidade de vida e de amor, tem também uma dimensão eucarística; com efeito, na teologia paulina, o amor esponsal é sinal sacramental do amor de Cristo pela sua Igreja, um amor que tem o seu ponto culminante na cruz, expressão das suas “núpcias” com a humanidade e, ao mesmo tempo, origem e centro da Eucaristia (Bento XVI, Sacramentum Caritatis, n. 27).

Essa “comunidade de vida e amor” amplia-se em obras de caridade (incluindo as de misericórdia corporais e espirituais), a começar pelos próprios filhos, e expande-se para a paróquia, a cidade e a sociedade, segundo a reta ordem da caridade. No entanto, tudo o que fazemos como cristãos é fruto do sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo e a ele torna, sendo a santa Missa sua re-apresentação sobrenatural e a Sagrada Eucaristia, o sinal supremo dessa realidade mística. Somos peregrinos que vivem do e para o Pão da Vida, até podermos contemplar a sua face divina e humana na visão beatífica. 

Estamos entrando num período obscuro, no qual os fiéis ao ensinamento integral da Sagrada Escritura, ao testemunho da Tradição e à plenitude do Magistério da Igreja terão de lidar com incompreensão, incredulidade, sarcasmo, ostracismo e punições num nível cada vez maior e, ao fim e ao cabo, com a perseguição aberta. Temos de fazer tudo ao nosso alcance para não perder de vista essas referências seguras, à luz das quais podemos, com a graça de Deus, trilhar confiantes o caminho da santidade, como homens e mulheres, maridos e mulheres, pais e filhos, sacerdotes e religiosos. Nem devemos aceitar quaisquer sucedâneos, paliativos ou subterfúgios. Cristo e a Igreja já disseram claramente quem somos e o que devemos fazer, se quisermos permanecer na verdade de Cristo e viver a verdade no amor.

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Terça Livre TV EUA
 - 08 a 10 de Junho




CENSURA



👆 Se você não divulgar, ninguém irá
(por Allan dos Santos - 08/05/2022)




O
 site Terça Livre tenta resistir com as forças que ainda restam. Nossos canais de distribuição de conteúdo são todos sumariamente cancelados e derrubados: Instagram, YouTube, Twitter e afins.


Há muito conteúdo no site: transmissões ao vivo de segunda à sexta-feira (às 20h do horário de Brasília), cursos, entrevistas, artigos, notícias e análises. Entretanto, como essas informações podem chegar nas pessoas sem redes sociais? Por e-mail e pela intencionalidade da pessoa que deseja vir ao site e saber o que há de novo.


Toda empresa de comunicação precisa utilizar meios de distribuição de seu conteúdo para que o consumidor esteja sempre atento ao que posso ser de interesse seu. Mas sendo constantemente censurados, como podemos vencer essa guerra à informação? É possível vencer essa barreira?


Sim, é possível, mas dependemos de você e mais ninguém. Se você decidir por compartilhar essa publicação e falar para as pessoas que o site Terça Livre está ativo e cheio de publicações, outros podem tomar a mesma decisão e isso se torna uma corrente que nenhum tirano será capaz de parar.


Crie uma conta no site gratuitamente utilizando o Google, o Facebook ou um e-mail de sua preferência. Basta usar o botão LOGIN no canto superior direito do site. Após a criação da conta, assine um dos planos e desfrute dos conteúdos exclusivos do site.


Contamos com você para vencermos a dura tirania de Alexandre de Moraes. Não perca tempo lamentado-se das ações de Moraes e passe a ser você a agir. Compartilhe e divulgue o site Terça Livre.


Para encontrar as redes sociais de Allan Dos Santos e Terça Livre, veja a lista abaixo

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Sabe quando iremos parar? NUNCA.


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👆 A proteção do direito de crítica
(por Dr. Plinio Gustavo Prado Garcia - 10/05/2022)


por Dr. Plinio Gustavo Prado Garcia, (USP e G.Washington Univ de Washigton D.C.) advogado em São Paulo, Capital


D
iante do ativismo judicial da maioria dos atuais membros do Supremo Tribunal Federal, verifica-se verdadeiro abuso do poder de julgar, em detrimento de direitos fundamentais de todos nós.


Já afirmamos que o direito de expressão abrange o direito de opinião, o direito de crítica e mesmo o direito de proferir o que se possa considerar inverdade, atualmente qualificada de “fake news”.


Não há fundamento constitucional nem legal para tribunal algum retirar direitos individuais, cassar mandatos eleitorais, ordenar a prisão de pessoas, bloquear contas bancárias, impedir o recebimento de proventos e patrocínios financeiros, cancelar plataformas de internet sob o argumento de divulgarem notícias que possam ser qualificadas de inverídicas.


Exatamente por isso, sugiro emenda à Constituição Federal para nela constar, no seu artigo 5º, mais dois incisos:


“Ninguém será privado do direito de crítica ou processado por fazer declarações que não correspondam à verdade dos fatos, ressalvados os casos de calúnia, difamação e injúria.”


“Será nula de pleno direito a decisão administrativa ou judicial ofensiva à liberdade de expressão e de crítica exercida por quaisquer meios de comunicação.”


Aprovada essa Emenda Constitucional, também serão extintos todos os processos em trâmite
no STF e no TSE, baseados em alegações de divulgação de “fake news”.


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👆 ENSINAMENTOS DE OLAVO DE CARVALHO


Abaixo o povo brasileiro
(por Olavo de Carvalho)
(artigo publicado em 24/08/2009 via Diário do Comércio; o artigo consta na compilação "O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota", e está disponível no site do autor.)

Diário do Comércio, 24 de agosto de 2009

Confirma-se pela enésima vez aquilo que venho dizendo há anos: a maioria absoluta dos brasileiros, especialmente jovens, é um eleitorado maciçamente conservador desprovido de representação política, de ingresso nos debates intelectuais e de espaço na “grande mídia”. É um povo marginalizado, escorraçado da cena pública por aqueles que prometeram abrir-lhe as portas da democracia e da participação.

Enquanto as próximas eleições anunciam repetir a já tradicional disputa em família entre candidatos de esquerda, mais uma pesquisa, desta vez realizada pela Universidade Federal de Pernambuco, mostra que, entre jovens universitários, 81% discordam da liberação da maconha e 76% são contra o aborto. “É um comportamento de aceitação das leis… a gente vê a religião influenciando muito a vida dos jovens”, explica o coordenador da pesquisa, Pierre Lucena, na notinha miúda, quase confidencial, com que O Globo, a contragosto, fornece a seus leitores essa notícia abominável (v. http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1268367-16022,00-OS+JOVENS+ESTAO+MAIS+CONSERVADORES+E+PREOCUPADOS+COM+O+FUTURO.html).

Na Folha de S. Paulo, no Estadão e no Globo, quem quer que pense como esses jovens – ou seja, o eleitorado nacional quase inteiro – é considerado um extremista de direita, indigno de ser ouvido. Nas eleições, nenhum partido ou candidato ousa falar em seu nome. A intelectualidade tagarela refere-se a eles como a uma ralé fundamentalista, degenerada, louca, sifilítica. Qualquer político, jornalista ou intelectual que fale como eles entra imediatamente no rol dos tipos excêntricos e grotescos, se não na dos culpados retroativos pelos “crimes da ditadura”, mesmo se cometidos quanto o coitado tinha três anos de idade.

Nunca o abismo entre a elite falante e a realidade da vida popular foi tão profundo, tão vasto, tão intransponível. Tudo o que o povo ama, os bem-pensantes odeiam; tudo o que ele venera, eles desprezam, tudo o que ele respeita, eles reduzem a objeto de chacota, quando não de denúncia indignada, como se estivessem falando de um risco de saúde pública, de uma ameaça iminente à ordem constitucional, de uma epidemia de crimes e horrores jamais vistos.

Trinta anos atrás eu já sabia que isso ia acontecer. Era o óbvio dos óbvios. Quando uma vanguarda revolucionária professa defender os interesses econômicos do povo mas ao mesmo tempo despreza a sua religião, a sua moral e as suas tradições familiares, é claro que ela não quer fazer o bem a esse povo, mas apenas usar aqueles interesses como chamariz para lhe impor valores que não são os dele, firmemente decidida a atirá-lo à lata de lixo se ele não concordar em remoldar-se à imagem e semelhança de seus novos mentores e patrões. É precisamente isto o que está acontecendo. Jogam ao povo as migalhas do Bolsa-Família, mas, se em troca dessa miséria ele não passa a renegar tudo o que ama e a amar tudo o que odeia, se ele não consente em tornar-se abortista, gayzista, quotista racial, castrochavista, pró-terrorista, defensor das drogas e amante de bandidos, eles o marginalizam, excluem-no da vida pública, e ainda se acreditam merecedores da sua gratidão porque lhe concedem de quatro em quatro anos, democraticamente, generosamente, o direito de votar em partidos que representam o contrário de tudo aquilo em que ele crê.

Pense bem. Se alguém lhe promete algum dinheiro mas não esconde o desprezo que tem pelas suas convicções, pelos seus valores sagrados, por tudo aquilo que você ama e venera, você pode acreditar ele lhe tem alguma amizade sincera, por mínima que seja? Não está na cara que essa é uma amizade aviltante e corruptora, que aceitá-la é jogar a honra e a alma pela janela, é submeter-se a um rito sacrificial abjeto em troca de uma promessa obviamente enganosa? Só um bajulador compulsivo, uma alma de cão, aceitaria essa oferta. Mas as mentes iluminadas que nos governam querem não apenas que o povo a aceite, mas que a aceite abanando a cauda de felicidade.


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👆OPINIÃO DO AUTOR

Muito além das True Outstrips
(por Ricardo Pagliaro Thomaz)
12 de Junho de 2022


Você certamente já deve ter cruzado por aí na internet com alguma tirinha cômica do professor Olavo de Carvalho, creio eu. O autor dessas tiras, muito divertidas inclusive, é Giorgio Cappelli. Neste artigo, você vai ver que o autor já tem uma longa estrada de conquistas. Apaixonado pelos quadrinhos clássicos de personagens como Asterix e companhia limitada, e embebido em muita cultura nerd, Giorgio está fazendo um grande trabalho transportando todo esse universo cultural para a perspectiva conservadora e principalmente mantendo viva na memória das pessoas a imagem do nosso queridíssimo professor Olavo.


Desde quando eu comecei a divulgar seu trabalho, tenho ficado cada vez mais admirado com sua ousadia em desafiar as convenções de pensamento da "beautiful people" e fazer um trabalho recuperando no Brasil a arte de compôr uma boa história e fazer troça com o estamento burocrático e seus agentes com boas charges à moda antiga, com humor mesmo, um humor inteligente.

A primeira vez que eu divulguei o trabalho dele, foi num antigo blog que eu alimentava, chamado "A Ciência da Opinião", hoje fechado após 5 anos (Jan/2015-Jan/2020), muito por causa da minha desilusão com o universo cultural cada vez mais lacrador e opressor do pensamento livre. Giorgio Cappelli, muito como Luciano Cunha (Doutrinador, Destro) e Felipe Folgosi (trilogia Aurora), mas para o lado do humor, era uma pepita de ouro em meio a um lamaçal de mediocridades. No artigo que escrevi eu falo sobre o trabalho dele após ter adquirido dois quadrinhos dele pelo Messenger do Facebook, quando eu ainda tinha Facebook. Eram esses: "Rastreadores da Taça Perdida" e "O Extracurricular Cucaracha". Ao final do texto, você verá o link do artigo que escrevi em 2019, onde você poderá entrar e ler se quiser.

Pouco a pouco eu fui descobrindo toda a obra do Giorgio, contendo muitas histórias bacanas que pude ler pelo Kindle do meu celular, como os livros digitais "A.E.I.O.U.P." e "Isto não é um conto de fadas". Ficava nos intervalos do meu trabalho almoçando e lendo no meu celular as divertidas narrativas do primeiro, uma divertidíssima história a lá Goonies dos alunos da "Escola Santa Cola", e a segunda, uma hilária narrativa de Idade Média com o personagem Martin Bayerleverkussen e suas desventuras no melhor estilo Monty Python.

Além disso, é claro, eu acompanhava, ou melhor, acompanho as tiras semanais das True Outstrips que publico no Tempo de Leitura. Giorgio tem uma sensibilidade enorme para sintetizar as ideias do professor Olavo de Carvalho em tiras cômicas de forma que a mensagem do professor seja de fácil acesso para o cidadão comum.

Recentemente, um dos seus últimos trabalhos inclusive, Giorgio lançou pela editora InVerso o quadrinho "A Fivela Ardente de Bila", trabalho em parceria com o quadrinista Enéas Ribeiro Corrêa, parceiro de longa data de Giorgio, e nesse trabalho, você vai entender porque citei o Asterix. É uma história divertidíssima e cheia de situações hilárias e referências culturais. A personagem principal, Bila, uma garota cheia de personalidade, não poupa a sua fivela quando é afrontada por perigos.

Enfim, se você quer investir em boas histórias, com aquele tipo de humor nostálgico que muitas das editoras infelizmente perderam a capacidade de trabalhar, muito por causa do Politicamente Correto, você vai gostar muito de saber que meu grande amigo Giorgio está por aí, nos divertindo com seu senso de humor sempre afiado e cheio de ironia e referências.

Leitor voraz de bons livros, inclusive do Olavo, Giorgio Cappelli é um OÁSIS de humor e boas histórias em meio a essa nossa realidade careta, tacanha e cheia de gente com muita ideologia na cabeça e poucas ideias que realmente valham a pena. Abaixo eu também vou deixar os links onde você pode comprar os trabalhos desse nosso grande cartunista da nova geração.


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- Matéria escrita por mim no blog "A Ciência da Opinião":

- Loja Super Prumo - busca por Giorgio Cappelli:

- Editora InVerso (Bila):

- Perfil Kindle/Amazon:
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👆 HUMOR

E as True Outstrips de hoje tem quarteto em Si... Si tudo der certo!
Para começar, deu ruim pro seu Cornal! D-e-l-i-r-a-n-t-e-m-e-n-t-e ruim!!😁
Depois Et Bilu só lê a chamada da notícia. Só mesmo um Et pra não saber que isso sempre dá errado!
Na sequência, um debate com mímica... vai sobrar simbologia pra todo lado, hehehe!
E pra fechar, a mensagem final de Bruce Banned: "Hulk não se sentir muito bem..." 😂

(03/06/2022)
(06/06/2022)
(10/06/2022)
(13/06/2022)



Aí o Sal Conservador catou na coletiva do Bonoro um monte de gente literalmente com o rabicó preso em algum lugar! 😁
(09/06/2022)

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👆 LEITURA RECOMENDADA

Pra terminar hoje, um livro escrito por um Protestante, desmentindo todas as enganações universitárias e mentiras canalhas proferidas por gente desonesta sobre a Igreja Católica. Essencial para que possamos restaurar a verdadeira Fé, seja você Católico, Protestante, Evangélico, esta é uma leitura que pode trazer as pessoas de volta para Cristo e para a Santa Igreja. Não deixe de ler! O trabalho de pesquisa de Rodney Stark é maravilhoso, e pode se tornar uma grande referência para os Católicos.

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