Edição LXXXVIII (Terça Livre, Revista Esmeril 49 e mais)

Tempo de Leitura LXXXVIII

(Opinião, artigos e cultura para pessoas livres)


Resumo quinzenal de conteúdo com artigos selecionados, de foco nas áreas majoritariamente cultural e comportamental, publicados na Revista Esmeril e outras publicações de outras fontes à minha escolha. Nenhum texto aqui pertence a mim (exceto onde menciono), todos são de autoria dos citados abaixo, porém, tudo que eu postar aqui reflete naturalmente a minha opinião pessoal sobre o mundo.


ACOMPANHE
 


ANTES DE MAIS NADA, ESSA É A BANDEIRA QUE EU DEFENDO:
ESSE É O PAÍS QUE EU QUERO!


Outra coisa:
QUE AS NOSSAS VIDAS NÃO SEJAM REGIDAS POR HOMENS FRACOS E COVARDES DA LEI, MAS PELOS QUE NÃO SE CURVAM A ELES! DESCANSE EM PAZ, IRMÃO CLERISTON!

(TdL: HOJE NÃO TEM ARTIGO MEU, ESTOU SEM PALAVRAS DIANTE DE TAMANHA BARBÁRIE... DEIXEM OS GRANDES SÁBIOS EXERCEREM USO DA PALAVRA.)

REVISTA ESMERIL 49

Praga de Uru (Vitor Marcolin)

O convidado (Leônidas Pellegrini)






Onde quer ir primeiro?



LEITURA RECOMENDADA


Minhas redes:
    


27 de Novembro de 2023
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👆 MEMÓRIA: REVISTA TERÇA LIVRE
(matérias de edições antigas da revista que ainda são atuais)


Hoje voltaremos no tempo para a edição 57 da Revista Terça Livre, de 11 de Agosto de 2020.



O novo site do Terça Livre está de volta, e com ele, todos os cursos e todas as edições da Revista Terça Livre desde o seu início. acessem:
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BRASIL

👆 Oração aos moços
(por Letícia Dornelles)


Em 1920, Rui não pôde comparecer à formatura dos jovens advogados da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Porém, mandou seu discurso, que virou clássico do Direito, conhecido como “Oração aos Moços”.

Rui escreve como um pai que aconselha os jovens que se iniciam na Justiça. Escreve com paixão sobre ética profissional e pessoal, fatores imprescindíveis para que haja a verdadeira Justiça, e não o exercício do abuso de autoridade ou a perseguição, porque se tem o poder de decisão sobre o destino alheio.

Nunca é tarde para ler os ensinamentos de Rui e ser jovem de coração. Ser justo como Deus assim espera dos homens de bem.

As togas negras poderosas devem ter a pureza dos lírios do campo. Os jovens que ainda traçam seus caminhos devem manter a leveza dos iniciantes ao longo de sua jornada no Direito. Para que nunca haja um ser impedido de sua liberdade ou punido por crimes que não cometeu. Que a boa-fé seja verificada. Que o ódio pessoal não manche a sentença. Que a verdade seja única e não versão domesticada.

Rui fala em Deus e na Luz que brota do coração puro. Da Luz que vence as sombras. Nada escapa ao coração que é livre de impurezas. O coração enxerga mais e melhor do que os olhos que tantas vezes só veem o que querem.

“Não é certo, como corre mundo, ou, pelo menos, muitas e muitíssimas vezes, não é verdade, como se espalha fama, que ‘longe da vista, longe do coração’.

Não, filhos meus, não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida. Há, nele, mais que um assombro fisiológico: um prodígio moral. E o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal. Vê, por isso, com os olhos d'alma, o que não veem os do corpo.

Vê ao longe, vê em ausência, vê no invisível, e até no infinito vê. Onde para o cérebro de ver, outorgou-lhe o Senhor que ainda veja.

Entre vós, porém, moços, que me estais escutando, ainda brilha em toda a sua rutilância o clarão da lâmpada sagrada, ainda arde em toda a sua energia o centro de calor, a que se aquece a essência d'alma. Vosso coração, pois, ainda estará incontaminado; e Deus assim o preserve.

”Sejamos os moços que ouviram Rui. Sejamos justos. Sejamos éticos. Sejamos gente de boa-fé e de coração que tudo vê, mesmo nos tempos nublados da vida. Creiamos na Justiça dos homens. Mas, antes de tudo, creiamos na Justiça de Deus. Ele é a verdadeira Luz que nos guia, nos defende, nos protege e nos alimenta. Longe de Deus, não há Justiça. E, sem Justiça, disse Rui, não há salvação.


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Terça Livre LOCALS /  - 26 de Novembro de 2023




DITADURA
(por Terça Livre - 26/11/23)


GAZETA DO POVO - “A saúde dele era a mais frágil, e mesmo assim ele se preocupava com os outros.” Essa é a descrição que o psicólogo João Lucas Giffoni, preso dia 8 de janeiro com Cleriston Pereira da Cunha, faz em referência ao colega de carceragem. De acordo com ele, “Clezão” — como era conhecido — estava sempre animado, “levantava o astral dos patriotas cabisbaixos e depressivos, e pedia que todos continuassem orando pelo Brasil, sem desanimar”.

Além disso, “ele pedia à família para trazer biscoitos para os presos que estavam passando fome devido à comida insuficiente, e roupas também”, recorda Giffoni, lembrando ainda da promessa que Cleriston fez na Papuda. “Ele falou que quando saísse de lá, ia matar um boi e convidar todos os patriotas. Nunca pensava só nele”.

No entanto, ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tivesse emitido parecer recomendando sua liberdade provisória em 1º de setembro devido aos problemas de saúde que enfrentava, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo no Supremo Tribunal Federal (STF), não analisou o pedido. Clezão veio a óbito por volta das 10h da manhã da última segunda-feira (20), aos 46 anos, deixando esposa e duas filhas.

“A voz dele me incentivando tem ecoado na minha mente esses dias, e tem sido muito difícil lidar com a notícia”, relata o paranaense David Michel, de 35 anos. Preso por também estar presente nas manifestações de 8 de janeiro, ele permaneceu 7 meses no Complexo Penitenciário da Papuda, onde se preocupava com a saúde do colega.

“Minha cela era ao lado da dele, e víamos o Cleriston passar mal uma ou duas vezes por semana, principalmente durante a madrugada”, recorda, afirmando que, “na maioria das vezes, não havia atendimento, e a gente só orava por ele”.

Ainda de acordo com David, as crises começavam com vômito, e muitas vezes eram seguidas por convulsões e desmaio. “E em uma das vezes o quadro foi tão intenso que achamos que ele tinha morrido devido ao infarto”, recorda o amigo, citando que Clezão ficou sem forças para caminhar após essa crise e passou 15 dias usando cadeira de rodas.

“Tudo em meio à situação desumana e desesperadora de estar na prisão, não realizar os exames que precisava, e ainda sendo humilhado sem ter cometido crime nenhum”, continuou David, pontuando que o local é insalubre, e que a equipe não oferecia os medicamentos que o colega precisava e nem alimentação adequada.

“A alimentação, na verdade, é um lixo, uma lavagem, algo que nem bicho come”, disse em entrevista à Gazeta do Povo. “A gente só comia para sobreviver mesmo, e o Clezão aguentou isso durante 10 meses. Ele foi muito resistente... Meu Deus!”, continuou, emocionado.

A morte de Cleriston “é resultado de omissão e negligência”, diz colega

Para Gilberto Ackermann, empresário catarinense de 49 anos que também foi preso por participar nos atos de 8 de janeiro e que conheceu Cleriston na prisão, a morte do colega “é resultado da omissão e da negligência com os patriotas na Papuda”.

Inclusive, segundo ele, o óbito só não ocorreu antes porque um médico idoso, que continua encarcerado, ajudava o Clezão e outros presos doentes. “Esse doutor faz o possível para prestar atendimento a quem passa mal, e foi quem ajudou o Clezão no dia 20 até a chegada da emergência”, conta, ao citar que o viu solicitar à penitenciária itens básicos para aferir a pressão dos colegas e ajudá-los, mas “falavam para ele se virar”.

De acordo com Gilberto, esse era o tratamento que os detentos recebiam e, até nas crises mais intensas que Clezão enfrentou, demorou muito até alguém ouvir o pedido de socorro. “Lembro que em uma das madrugadas que ele quase morreu, assobiei desesperado por quase 20 minutos, enquanto colegas gritavam e batiam nas portas tentando chamar os policiais”, relata. “Quando chegaram, entraram brigando e perguntando se queríamos gás de pimenta por estarmos fazendo baderna”.

E o descaso, segundo ele, era o mesmo com todos os presos de 8 de janeiro. “Era comum desmaiarmos devido à má alimentação e baixa glicemia, e não recebermos atendimento”, afirma, ao alertar que há outros presos doentes e idosos que seguem na Papuda e precisam da liberdade provisória urgentemente. “É uma tragédia anunciada”, aponta.

"A segregação prisional poderia ser sentença de morte", alertou advogado

À Gazeta do Povo, o advogado Bruno Azevedo de Sousa, responsável pela defesa de Cleriston, conta que já havia alertado o Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito das condições de saúde de seu cliente e que “a segregação prisional poderia ser sentença de morte” para ele.

Segundo laudos enviados pelo advogado ao STF, Cleriston tinha problemas reumatológicos como consequência de um quadro de vasculite de múltiplos vasos e miosite secundária à Covid-19, “fazendo uso de medicação diária de 12 em 12 horas”. Ainda de acordo com os documentos, ele corria risco de morte se não utilizasse os fármacos, e poderia sofrer “mal súbito e ir a óbito no centro de detenção provisória, local em que se encontra”.

Nas petições feitas pela defesa, os advogados ainda alertavam sobre a “situação insalubre e degradante” do sistema carcerário onde o réu se encontrava. No entanto, “o pedido de liberdade foi completamente ignorado por Alexandre de Moraes”, afirmou o psicólogo e amigo do réu, João Lucas Giffoni, ao pontuar que essa é mais uma das arbitrariedades desse processo. “Estamos vivenciando uma monocracia e isso não deve ficar impune”, solicita.


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REVISTA ESMERIL - Ed. 49, de 26/10/2023 (Uma publicação cultural digital e mensal de Bruna Torlay. Assinar a revista


COLUNAS SEMANAIS

👆 Praga de Uru
(por Vitor Marcolin - 16/11/2023)

Notícias sobre a bebê Indi Gregory chegam ao interior paulista


Indi Gregory morreu. A bebê britânica de oito meses sofria de uma doença mitocondrial considerada “incurável”. A doença, porém, não foi a causa primária de sua morte. Não. Indi morreu porque os médicos decidiram desligar os aparelhos que a mantinham viva. A informação foi confirmada nas redes sociais pelos pais da garotinha. E a morte da bebê chamou atenção de meio mundo de gente: desde o Papa até a primeira-ministra italiana, que, pelo que parece, fizeram das tripas coração para evitar a sentença de morte da criaturinha. Mas foi tudo em vão, porque nada impediu os médicos súditos do Rei Charles de arrombarem as portas do Limbo para Indi entrar.

Ontem, fui testemunha da indignação sincera de um sujeito improvável: Chico Curupira, um parente distante que vive no interior paulista. Homem rústico e insensível. A origem do apelido é fácil: assim como Indi, Francisco tem uma doença considerada “incurável” que o faz andar feito aquele tinhoso do folclore brasileiro. É evidente que chamá-lo de Curupira é um exagero, porque a obliquidade dos seus pés não é tão excessiva.

Definitivamente, Chico Curupira não tem vantagem sobre o seu perseguidor quando entra na mata. Nada de pegadas invertidas a confundir o algoz que empunha o facão. Ele, porém, não se ofende com o apelido. Não. Primo Chico deve sentir uma pontinha de orgulho da alcunha Curupira — a prova é o meio sorriso de satisfação que ele esboça sempre que ouve chamamento.

Chico estava conosco em São Paulo havia já três dias. E falávamos sobre coisas que um caipira duvida. Era a tragédia do mundo: o Papa argentino, o presidente ladrão, a nova onda de perseguir judeus. “Ué!, que diacho é isso, prrimo?! Perseguirr judeu voltô à moda é?!”. Sim, primo, voltou, e com a conivência dos mesmos agentes políticos de sempre. Eu só me pergunto quando é que vão assumir de vez que o mal que engendram contra os judeus também está sendo preparado contra os cristãos.

Estávamos ocupados com temas desta natureza quando, sem cerimônia, Chico comentou sobre a bebê britânica. Eu, porém, antes de entrar na discussão, quis logo saber como ele, cidadão de Uru, município localizado para lá de Iacanga, onde o rio Tietê não mata por miasmas, sabia do que se tinha passado com a bebê na longínqua Inglaterra. “Ué!, prrimo, eu vi nas zinterrnéti. Os zômi já vieram instalá uai-fai lá na nossa morada. E óia, eu até já me torrnei assinante daquele jorrnal Di Telégrrafo“. Era o The Telegraph. Bom primo Chico!

Ele tinha a ciência das últimas notícias sobre a bebê Indi Gregory, e até me fez o favor de lembrar o nome do pai da pobre criatura. “É Din Grégori, prrimo”. Ah, sim, Dean Gregory. Obrigado, Curupira. Enquanto falava sobre o caso, primo Chico foi ficando vermelho, as veias a fazerem alto-relevo no pescoço robusto: “Óia, prrimo, lá em Uru tem um maledito dum dotô que teve o indecença de discuti cumigo. O torrto queria me fazê crê que aqueles zotro dotores que mataram a menininha é que tavam cá razão. Eu fiquei furioso! Quis passá aquele safado no facão — Deus que me perrdoe”.

Primo Chico persignou-se com devoção, deu um gole na boa pinga de Uru — seu presente — e arrematou: “Eu disse que tudo aquilo, prrimo, era uma grrande injustiça! Craro ué! Tá cerrto que cabe a Deus dicidi quem vivi e quem morre, mais aqueles zome não tinha o direito de desligá os apareio. Bastava devorrvê a pobre minina pros pai dela, ué! Se ela tivesse de morrê, que morresse em casa”.

Primo Chico é sincero comigo, gosto de nossas conversas. Enquanto falava sobre Indi Gregory, ele passava desajeitadamente as costas das mãos calejadas sobre o rosto a fim de conter as lágrimas de tristeza. “Óia, ocê vai me descurpando, viu, prrimo?, que aquele dotô de Uru é uma praga”.

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COLUNAS SEMANAIS




👆 O convidado





(por Leônidas Pellegrini - 19/11/2023)

Baseado em um episódio da vida de Santa Isabel da Hungria


I. A bile

Num canto escuro em uma das câmaras do castelo, a Rainha Mãe torcia a boca enquanto ruminava pragas contra a nora. Há pouco, vira a longa fila de pobres que a jovem Rainha recebia com alegria, distribuindo-lhes alimentos, roupas, cobertas e dinheiro. O brilho de uma moedinha de ouro na mão de um daqueles indigentes fora a gota d’água que terminara de enchê-la do ódio mais profundo. A mulher sentia o estômago queimar enquanto pensava com desprezo na nora, e chegava a imaginar-se expulsando-a do reino a pontapés. “Quem sabe um dia”, pensava sentindo a bile corroer-lhe as entranhas.

Neste estado de espírito, logo que pôde estar a sós com o filho, a matriarca não o poupou de investidas:

– Luís! Luís! – ela puxava o jovem Rei pela roupa com força – Olhe lá sua esposa, de novo dilapidando os bens do reino!

– Mãe – o rapaz suspirava entre impaciente e resignado – De novo isso? Eu dei a Isabel a liberdade para dispor das nossas riquezas como bem entendesse, a senhora sabe…

– Sei, sim! – a mulher agarrava a roupa do filho com tanta fúria, que quase rasgava o tecido – Sei que essa desmiolada que te foi prometida ainda vai esgotar todos os nossos recursos! Nosso ouro! Nosso ouro, Luís! Ela estava dando nosso ouro àqueles pobres-diabos, àqueles parasitas!

– Mãe – o jovem interrompeu-a com delicadeza – Isabel é minha esposa, mãe dos meus filhos e de seus netos, e o meu amor. E eu não a trocaria por montanhas do ouro mais puro. É ela a minha maior riqueza, mãe. Ela faz o que orientam Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja e os padres. Por que a senhora não faz o mesmo?

Neste momento a matrona deu um grito, olhou com ódio para o jovem Rei, deu-lhe as costas e saiu pisando duro, amaldiçoando a nora, o filho, os netos e todos os padres do mundo, enquanto sentia o estômago arder ainda mais.

II. O leproso

Lá fora, a fila de indigentes havia terminado, e Isabel passeava pelos jardins do palácio. Foi quando se deparou com uma figura que vinha em farrapos, um homem todo envolto em ataduras sujas e com feridas vivas que fediam a podridão. Ele mantinha distância, mudo e cabisbaixo, e apenas estendia as mãos, pedindo o que quer que pudessem lhe arrumar.

A jovem Rainha olhou-o com uma compaixão incomum. Não era o primeiro doente, nem mesmo o primeiro leproso que via, mas aquele pobre coitado lhe inspirava uma pena diferente. Em seu coração, sentiu que era alguém para quem devia uma atenção especial. Aproximou-se do homem e lhe estendeu a mão:

– Venha, senhor. Vamos tratar dessas feridas.

Assim, ignorando o espanto de todos que se deparavam com a cena inusitada, Isabel conduziu o pobre lázaro a seu aposento, onde tratou de suas chagas com todo o cuidado, trocando suas ataduras por outras, novas e limpas, e derramando sobre ele óleos perfumados. Depois, deu-lhe água e o alimentou com o que havia de melhor no palácio. Enquanto ele comia, a moça lhe trouxe roupas novas, de seu próprio marido, e lhe disse antes de deixar o aposento:

– O senhor hoje será nosso convidado de honra e dormirá em nossa cama. Agora, com licença, que eu já volto.

III. A intriga

A notícia do leproso que adentrara os aposentos reais espalhou-se rapidamente pelos corredores do palácio, e assim rápido chegou aos ouvidos da Rainha Mãe pelas línguas dos nobres mais invejosos. Revoltada, a matrona correu por todos os cantos do castelo enquanto berrava o nome do filho, que foi encontrar na Capela, onde orava. A mulher adentrou o lugar santo ignorando qualquer reverência, e desta vez cravou os dedos no colarinho do filho e o chacoalhou, como que querendo esganá-lo:

– Maldito o dia em que te foi prometido em casamento esse demônio, Luís! Maldito! Eu sempre soube que ela não prestava, que era uma preguiçosa esbanjadora, uma irresponsável e leviana, mas hoje eu descobri que ela é também uma assassina!

– Mãe! – o Rei se libertou da megera com um safanão, mas ela lhe devolveu um tapa na cara, que o deixou atônito:

– Agora, escuta, seu ingrato! A sua esposa, agora mesmo, acabou de levar um leproso para a sua cama! Isso mesmo, um leproso, um maldito podre, para infectar o seu quarto, os seus lençóis, e te deixar doente! Ela quer te matar, Luís, te matar! Aquela desgraçada! Aquela…

Não conseguiu continuar. Sentiu a bile ardendo no estômago e subindo em um jato ácido pelo esôfago e a garganta. Engasgou-se, mas não foi amparada pelo filho, que já ia longe, em direção ao quarto.

IV. A dádiva

Seguido a uma prudente distância por um grupo de curiosos e mexeriqueiros que ia aumentando pelo caminho, Luís seguia com passo firme pelos corredores do palácio. Ia com pressa, irritado pelo ataque da mãe, mas tranquilo em relação à esposa. Em seu coração, ele já sabia que de fato Isabel levara um leproso para o quarto e cuidara dele, e tinha total consciência de que aquele era mais um ato de caridade de sua amada, e não uma conspiração para matá-lo. Ainda, em poucas semanas ele sairia para uma Cruzada, e cuidar daquele indigente talvez fosse a graça que vinha pedindo que Deus lhe enviasse antes que partisse. Assim, ele seguia resoluto para ajudar a esposa naquela empreitada amorosa.

Chegou à porta do quarto no exato momento em que Isabel dali saía, recebendo-o com um sorriso:

– Meu amor! Venha! Tenho que te mostrar uma coisa, uma dádiva que Nosso Senhor nos dispensou hoje!

– Eu sei – ele a deteve por um segundo, beijando-a na testa – De algum jeito, eu já sei de tudo. É mesmo uma bênção que Ele nos enviou, e que eu tenho pedido.

De mãos dadas, o casal adentrou alegre o quarto, mas lá dentro não encontraram o leproso. Em vestes gloriosas, sorria-lhes o próprio Cristo, que os abençoava. E então, por todo o palácio, e para além dele, espalhou-se a Sua Luz Divina.

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Padre Paulo Ricardo - 13 de Novembro de 2023

ESPIRITUALIDADE

👆Os ícones sagrados e o “ruído visual” de nossa época
(por Peter Kwasniewski)


O hiper-realismo da tecnologia de vídeo levou à irrealidade e à neutralização do campo visual. Tudo é “projetado” para ser consumido. Os ícones sagrados não são projetados e não podem ser consumidos. São escritos para a nossa purificação, iluminação e união com Deus.

Vivemos num mundo saturado de imagens superficiais, inundado com “ruído visual”. O problema dessa situação é que a oração, o dever básico do cristão, requer certa tranquilidade e indiferença interior, uma espécie de vazio expectante que busca ser preenchido. Se não encontrarmos maneiras de nos centrarmos em Deus, iremos nos distrair com milhões de coisas vãs e perderemos a conexão vital com a fonte do nosso ser e da nossa salvação.

Sem dúvida, é a graça que faz com que nos voltemos para Deus. Porém, isso é ao mesmo tempo uma função de nosso livre-arbítrio, a aplicação voluntária das potências da nossa alma aos atos de fé, esperança e caridade. E, como somos seres físicos, precisamos de auxílios físicos, não somente ideias rarefeitas e boas intenções.

[É aí que] entra em cena o ícone. Embora em geral as pessoas pensem no ícone como algo específico do cristianismo oriental, trata-se de uma herança comum do primeiro milênio da fé, e que continua fazendo parte da tradição ocidental ou latina, ainda que em formas modificadas. Todos os cristãos podem se beneficiar com a veneração dos ícones, pois eles apresentam aos olhos do nosso corpo e da nossa mente Cristo nosso Deus, sua Santa Mãe e as multidões de santos e anjos que habitam a Jerusalém celeste. Como explica Linette Martin: 

O ícone nos direciona para algo que está além dele; nós reconhecemos isso, e espera-se que respondamos. A resposta pode ser fé, ou descrença, ou louvor, ou admiração, ou oração, ou encorajamento, ou temor do Juízo Final, ou questões sobre a doutrina cristã. O ícone insiste que respondamos tanto com a mente quanto com as emoções. Os ícones não se dirigem apenas ao instinto; são a arte do homem que pensa. É isso o que diferencia o ícone — no que diz respeito à sua motivação e ao seu efeito — de outras imagens religiosas, e é por isso que algumas pessoas não gostam de ícones: preferem que a arte cristã seja decorativa e pouco exigente. A Igreja Ortodoxa ensina que um ícone é uma porta bidirecional de comunicação que não só nos mostra uma pessoa ou um evento, mas torna-o presente. Quando estamos diante de um ícone, estamos em contato com aquela pessoa e participamos daquele evento. O evento histórico do Natal torna-se presente para nós aqui e agora, quando olhamos para um ícone da Natividade. O que chamamos de ‘nosso mundo’ e de ‘mundo espiritual’ abrem-se um para o outro [i].
Pantocrator do Monte Sinai.

Há muito a ser dito sobre os ícones, e por essa razão eu retornarei ao assunto mais de uma vez para explorar suas várias facetas. Hoje, quero simplesmente me concentrar no mais antigo ícone que existe do Cristo Pantocrator (“Juiz de todos”) [imagem ao lado].

Datando do século VI, esse impressionante ícone é um dos poucos existentes até hoje que precedem o concílio ecumênico que proclamou definitivamente a legitimidade e, de fato, a necessidade dos ícones (o Segundo Concílio de Niceia, realizado no ano 787). Ele só foi preservado da destruição iconoclasta graças a sua remota localização no mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai — o qual possui milhares de ícones antigos (muitos deles, como este, pintados com cera colorida).

A face de um homem é o centro visual de seu corpo, não seu tórax, abdômen ou membros. Portanto, a face do Deus-homem domina esse painel, realçada por uma auréola. Michel Quenot diz o seguinte em The Icon: Window of the Kingdom [“O Ícone: Janela para o Reino”, sem edição no Brasil]:

Os antigos gregos chamavam um escravo de aprosopos, isto é, aquele que não tem rosto. Portanto, ao assumir os traços de um rosto humano, Deus restaurou para nós um rosto à sua imagem, já que estávamos acorrentados como escravos sem rosto (aprosopos) por causa do pecado.

Exagerando o fato bem conhecido de que nenhum rosto humano é plenamente simétrico, o ícone nos apresenta a verdade plena de Cristo em sua justiça e em sua misericórdia. No lado onde Cristo segura o Evangelho, seus traços são duros e severos, representando o Juiz que tudo vê e pune os perversos. A expressão no lado que mostra a mão a abençoar é calma e serena, representando o Cristo em seu papel de salvador misericordioso. A evidente tridimensionalidade do Evangelho representa a humanidade do Senhor e sua entrada no espaço e no tempo, enquanto a bidimensionalidade do lado que abençoa representa sua divindade, que está fora do espaço e do tempo. 

Mais uma vez, Linette Martin nos ajuda a entender por que o iconógrafo adota essa abordagem surpreendente:

Medo e amor parecem extremidades opostas de uma linha, mas na oração essa linha se transforma num círculo [...]. Amar o que é maior do que nós deveria ser uma experiência amedrontadora, se tivéssemos um senso de proporções adequado. Houve quem zombasse dos artistas medievais do Ocidente por retratar a Deus como um velho homem de barba, mas acaso somos melhores [que eles], imaginando o Criador do universo como um papai benévolo inteiramente ao nosso dispor? Os profetas, Apóstolos e iconógrafos iriam chorar e gemer ante uma tal presunção. Ocupados como estamos em ser “amiguinhos” de Deus, podemos esquecer quem Ele é — e isso seria perigoso [...]. Basta um olhar em direção ao Cristo Pantocrator para cairmos de joelhos em adoração, uma palavra que transmite a ideia de um amor temeroso. Os maiores ícones de Cristo reúnem duas qualidades aparentemente opostas: a justiça e a misericórdia. Eles nunca são duramente formidáveis, mas tampouco são sempre sentimentais [ii]. 

Em vez de afastar-se de nós numa perspectiva “naturalista”, o livro dos Evangelhos se projeta para frente, como se estivesse se precipitando em nossa direção. Essa perspectiva “inversa” cruza o vão entre o espectador e a imagem, fazendo com que sejamos tomados por seu significado e “forçados” a nos envolver. Cristo está entrando no mundo, não se afastando dele; vem ao mundo para ensinar, abençoar, ordenar, salvar e julgar. Nossa resposta deve ser o silêncio do ouvinte para acolher sua bênção, obedecer a suas ordens, implorar sua misericórdia e adorar a sua santa Presença.

Como os ícones são um testemunho da realidade da Encarnação, é muito conveniente e vantajoso para a oração ter um ícone de madeira maciça, um objeto real e permanente que possamos segurar, perante o qual possamos nos curvar e beijar, em vez de impressões em papel ou imagens numa tela (como esta) [iii].

O mundo moderno, com suas imagens tremeluzentes — TV, filmes, comerciais, programas de computador —, compete com o dos ícones sagrados por nossa atenção. [Mas] a atenção que você tem a dar é limitada; a quem você a dará? Em que você está se concentrando?

O hiper-realismo da tecnologia de vídeo levou à irrealidade e à neutralização do campo visual. Tudo é “projetado” para ser consumido. Os ícones sagrados não são projetados e não podem ser consumidos. São escritos para a nossa purificação, iluminação e união com Deus. São riquezas inesgotáveis que não podemos “possuir”. Eles escancaram uma janela para uma realidade celestial que é maior do que o nosso mundo. São capazes de restaurar nossa humanidade, que sempre corremos o risco de perder, como os escravos sem rosto. Além dessa função curativa, os ícones sagrados, juntos com a divina liturgia e os santos sacramentos, nos divinizam.

Se quisermos que os nossos olhos e ouvidos se habituem à luz e à voz de Deus, precisamos “jejuar” do alimento espiritual de má qualidade (como os filmes e a música pop) e deleitar os nossos sentidos com imagens e sons verdadeiramente nutritivos e agradáveis à alma — objetos que sejam mais adequados à dignidade e superioridade de nossa alma imortal e de nosso destino eterno.

Notas

  1. Sacred Doorways: A Beginner’s Guide to Icons. Brewster: Paraclete Press, 2002, p. 2.
  2. Ibid., p. 220.
  3. Aqui, o autor recomenda reproduções laminadas de ícones em mosteiros bizantinos americanos (aqui e aqui), para “aqueles que ainda não podem investir num ícone escrito à mão”. O leitor brasileiro é convidado a fazer uma pesquisa e consultar as opções à disposição em seu próprio país. (N.T.)

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👆 OLAVO DE CARVALHO

A cultura do genocídio

(Publicado originalmente no jornal Diário do Comércio, em 20 de Janeiro de 2009, disponível no site do professor)

Diário do Comércio, 20 de janeiro de 2009

Desde que os exércitos aliados revelaram ao mundo os horrores dos campos de concentração nazistas, as tentativas de explicação histórica, sociológica e psicológica de um fenômeno tão inusitado e monstruoso criaram um dos ramos mais prolíficos da bibliografia universal. A cada ano que passa, centenas ou milhares de livros, teses acadêmicas e artigos em publicações eruditas e populares buscam enfrentar a questão angustiante: como e por que foi possível a uma parcela da humanidade culta rebaixar-se ao ponto de fazer da prática de crimes hediondos em massa uma obrigação legal e um mérito patriótico?

As respostas oferecidas podem ser divididas em três grupos:

(1) A corrente dominante segue uma linha inaugurada pelo Doktor Faustus de Thomas Mann, que busca as origens do nazismo no subsolo irracional e satanista da cultura alemã. A noção de que a história social e cultural da Alemanha pudesse elucidar o totalitarismo e o holocausto veio a se tornar um dogma do senso comum e a dominar, praticamente sem contestações, toda essa imensa bibliografia. A aposta nessa tese é compartilhada, em medidas diversas, pelos autores e obras mais díspares, desde produções acadêmicas respeitáveis como os estudos de Otto Friedrich, Siegfried Kracauer, Lotte Eisner, Peter Gay, Carl Schorske e as grandes biografias de Hitler por Joachim C. Fest, Ian Kershaw, Alan Bullock, até obras de cunho polêmico como The Pink Swastika, de Scott Lively e Kevin Abrams ou The Occult Hitler, de Lothar Machtan, e até mesmo especulações sobre a contribuição ocultista à formação da ideologia nazi (Nigel Pennick, Hitler’s Secret Sciences; Peter Levenda, Unholy Alliance: History of the Nazi Involvement with the Occult; Dusty Sklar, The Nazis and the Occult; Wilhelm Wulff, Zodiac and Swastika, Nicholas Goodrick-Clarke, The Occult Roots of Nazism: Secret Aryan Cults and Their Influence on Nazi Ideology etc.). O sucesso dessa linha de investigações é facilmente explicável: como o nazismo se definia a si próprio como um movimento essencialmente nacionalista, nada mais natural do que buscar suas raízes na cultura nacional que o produziu. Lendo esse material, os alemães se convenceram de que são um povo de criminosos e até hoje se desgastam em perpétuos rituais de autopurificação, que contrastam de maneira patética com a orgulhosa recusa comunista de se entregar a idêntico exame de consciência.

(2) Ao lado dessa tradição, desenvolveu-se outra que, ao contrário, procura dissolver a peculiaridade nacional do nazismo no rótulo geral de “fascismo” ou “nazifascismo”, uma noção infinitamente elástica que abarca de Hitler a George W. Bush, passando pelos líderes sionistas e pelo general Augusto Pinochet, sem esquecer o senador Joe McCarthy, a Igreja Católica, as milícias patrióticas americanas, os militares brasileiros e, de modo geral, todos os adeptos da economia de mercado (ouvi com os meus dois ouvidos um professor da USP, José Luís Fiore, exclamar: “Liberalismo é fascismo!”). Explicando o fenômeno nazista como imperialismo capitalista, esta segunda linha de investigações, fortemente subsidiada pelos escritórios de propaganda do governo soviético, é autocontraditória e desprovida do mínimo de substância intellectual que justifique um debate sério, mas, graças à rede global de organizações militantes, espalhou-se como uma peste nos meios universitários do Terceiro Mundo, daí saltando para conquistar até mesmo algum espaço na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, tornou-se um dogma estabelecido e um dado do senso comum. Raciocinar fora dela é considerado um sintoma de doença mental ou uma prova cabal de inclinações nazifascistas. Tsktsk.

(3) Uma terceira linha, que subordina o conceito de nazismo à noção mais genérica das ideologias de massa, sublinhando suas semelhanças com o comunismo soviético e chinês e sondando suas origens nas fontes gerais do movimento revolucionário mundial, nunca alcançou a popularidade das outras duas, mas teve boa aceitação em círculos de estudiosos especializados graças às obras de Friedrich Hayek, Ludwig von Mises, Hannah Arendt, Norman Cohn, Eric Voegelin, Ernest Topitsch e, mais recentemente, Richard Overy.

O documentário de Edvin Snore, The Soviet Story, que já comentei aqui e que vocês podem descarregar com legendas em português no site www.endireitar.org, traz uma poderosa confirmação à tese número 3, reduz a número 2 ao engodo publicitário que ela sempre foi e, se não impugna totalmente a número 1, debilita consideravelmente as suas pretensões a ser “a” explicação dos crimes nazistas. Ao mostrar que toda a técnica dos campos de concentração e do extermínio em massa foi inventada pelos comunistas e só tardiamente copiada pelos nazistas mediante convênio com o governo soviético, Snore faz picadinho de qualquer tentativa de atribuir a crueldade nazista a alguma causa especificamente alemã. Os fatores culturais assinalados na tese número 1 explicam a emergência de um movimento nacionalista de tipo místico e irracionalista, mas não a extensão e a brutalidade quase inimaginável de seus crimes. Afinal, movimentos de inspiração idêntica surgiram em muitas outras partes do mundo sem ter por isso recorrido sistematicamente ao genocídio como técnica de governo. O próprio fascismo italiano, com toda a rigidez fanática do seu autoritarismo, nada fez de comparável ao Holocausto, e, segundo conhecedores habilitados como Hannah Arendt e Miguel Reale, não pode nem mesmo ser enquadrado legitimamente na categoria do “totalitarismo”, de vez que o governo de Mussolini jamais tentou sequer obter o controle total da sociedade italiana e, bem ao contrário, tolerou a existência de dois poderes concorrentes: a Igreja e a monarquia. O emprego sistemático do genocídio como instrumento de governo foi invenção comunista. O que aconteceu na Alemanha foi a fusão deliberada de um imaginário de tipo nacionalista-místico com a técnica comunista de governo. Essa foi a originalidade de Hitler, até na opinião dele próprio. Ao declarar que toda a sua luta se inspirava diretamente em Karl Marx, ele não se referia, naturalmente, à mitologia patriótica do nazismo, mas à organização socialista da economia e sobretudo ao emprego sistemático do terror genocida. Hitler fundiu Mussolini com Lênin, e a parte genocida da mistura não veio do primeiro componente.

Um dos depoimentos mais importantes de The Soviet Story é o de George Watson, um professor de literatura que se especializou na pesquisa das fontes textuais do socialismo. Autor de um importante estudo sobre The Lost Literature of Socialism, que infelizmente não é citado no filme, Watson descobriu que, antes de Marx e Engels, nenhum ideólogo de qualquer espécie havia jamais proposto a liquidação de “povos inferiores” (expressão do próprio Marx) como prática deliberada e condição indispensável para a instalação de um novo regime. Nem mesmo Maquiavel havia pensado numa coisa dessas. O genocídio é criação sui generis do movimento socialista, e sete décadas se passaram antes que uma dissidência interna desse movimento desse origem ao fascismo e depois ao nazismo, que tardiamente adotou a fórmula do morticínio salvador então já posta em prática por Lênin na URSS.

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👆 HUMOR

E nas True Outstrips de hoje:

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- Não é redpillagem, meu caro desperto! Com esse grau de dormência, só mesmo a BLACKPILLAGEM!;
- Tem também coisas que nem mesmo o Rosenstock poderia prever!;
- Aí... ora, mas é claro! Eu sabia que havia algo de estranho nessas coisas! Thanks, master!;
- Então, tem o reencontro esperado entre o Paulo Figueiredo e um certo energúmeno!... Gugu Bláblá;

- Rogério Águas se encontra com o amor de sua vida... e a cleptocracia ataca sem ele ver, hahaha! "We don't need no education...";
- E por um instante, o mestre parece que está de olho ni mim e na minha rotina com esses moleques da escola, hahaha!;
(27/11/2023)


- Ah, e quem puder, colabore com as True Outstrips! É você que as mantém funcionando sem dinheiro de Rouanet, Secom, e cia limitada!


E como sempre... 

Se nada acontecer comigo, a gente se vê de novo em 15 dias!

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"Ah Ricardo, mas porque você é tão monarquista, hein?"
Seguinte, meu jovem: mentiram pra você e pra mim na escolinha, pra nós dois. Mentiram MUITO! A diferença é que eu fui procurar saber a verdade. Ei-la toda para você. Leia e veja o que foi o Brasil nos tempos do Rei, onde nao existiria um Cleriston para nos lamentarmos. Aproveite a Black November na livraria e vá atrás dessa preciosidade de nossa história!

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